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CRITÉRIOS PARA UMEDECIMENTO DO SUBSTRATO PARA O TESTE DE GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE SOJA

Jaine Déda1; Thiago Karpinski2; Sibelle Santanna da Silva3

RESUMO: Sabe-se que o teste de germinação é o principal parâmetro para a avaliação da qualidade fisiológica das sementes, sendo conduzido em condições ótimas de disponibilidade de água, temperatura e oxigênio. Os resultados obtidos do potencial máximo de germinação de um lote de sementes são utilizados para determinar a taxa de semeadura, comparação de diferentes lotes e fornecimento de informações para a adequada comercialização de sementes. Apesar das Regras para Análise de Sementes recomendarem o umedecimento do substrato com 2,5 vezes a massa do substrato seco, sabe-se que na realidade, devido à alta demanda de trabalho, as empresas do ramo não adotam critério algum no momento do umedecimento. Assim esse trabalho visa testar diferentes níveis de umedecimento do substrato para germinação verificando se o excesso ou a falta, vão interferir nos resultados esperados. Para tanto, sementes com alta e baixa qualidade fisiológica foram submetidas às seguintes determinações: teor de água; teste de germinação com quatro diferentes níveis de umedecimento; e emergência de plântulas em campo. A análise de variância foi realizada separadamente para cada teste, segundo delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições em esquema fatorial. Conclui-se que para lotes de sementes de alta qualidade deve- se manter a recomendação das regras para análise de sementes, ou seja, umedecimento do papel com 2,5 vezes o peso do substrato. No entanto, as sementes de baixa qualidade foram menos afetadas pela diferença de umedecimento do substrato, não diferenciando estatisticamente da testemunha. Palavras-chave: potencial fisiológico; qualidade; hidratação

1 Graduanda do curso de Agronomia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Programa de Iniciação Científica PIIC – UTP. 2 Graduando do curso de Agronomia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Programa de Iniciação Científica PIIC – UTP. 3 Docente de Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

Posteres - XXIII Seminário de Pesquisa

e XVIII Seminário de Iniciação Científica

Introdução

Há um consenso entre os profissionais da área agrícola que a utilização de sementes com alta qualidade fisiológica é essencial para bons resultados no campo. Sementes com alta qualidade fisiológica propiciam o estabelecimento mais rápido e homogêneo do estande de plantas e, em condições de ambiente desfavorável, tais sementes apresentariam melhor desempenho.

O teste de germinação é o principal parâmetro para avaliação da qualidade fisiológica das sementes (Brasil, 2009), sendo conduzido em condições ótimas de disponibilidade hídrica, temperatura e oxigênio, permitindo assim estimar o potencial máximo de germinação de um lote de sementes (Carvalho e Nakagawa, 2000). Os resultados são utilizados para determinar a taxa de semeadura, comparação de diferentes lotes, e fornecimento de informações para a adequada comercialização das sementes (Marcos Filho, 2015). Além disso, o teste de germinação é usado rotineiramente nos laboratório oficiais que seguem as instruções das Regras para Análise de Sementes (Brasil, 2009), sendo que um lote de sementes só pode ser comercializado no Brasil se seguir tais regras para análise. No Brasil, o Ministério da Agricultura (MAPA) exige que todas as sementes comercializadas sigam as Regras para Análise de Sementes (RAS) como um padrão para comprovar a qualidade das sementes. Além disso, o teste deve ter resultados similares, independentemente do lugar onde ele seja realizado, logo, se um teste de germinação de soja for realizado em condições controladas de laboratório no estado do Paraná, devem-se obter resultados similares do mesmo teste caso ele seja realizado no estado do Maranhão, por exemplo.

As regras para análise de sementes (Brasil, 2009) recomendam que o papel utilizado para germinação (papel toalha ou papel filtro) seja umedecido com água em quantidade equivalente a 2,5 vezes a massa do substrato seco. Essa quantidade de água é suficiente para saturar o papel e

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de umidade, o que prejudicaria a disponibilidade de oxigênio e favoreceria a proliferação de micro- organismos.

A pesagem do papel para germinação, seguida do umedecimento com 2,5 vezes o seu peso é rotineiro quando se trata de pesquisa. No entanto, quando o cenário trata de grandes empresas do complexo sementeiro, devido a grande demanda de testes, aliado a necessidade de rapidez e agilidade para execução e resultados, é praticamente inviável essa prática. Com isso, as empresas apenas saturam o papel e retiram seu excesso em prensas, sem ter o mínimo controle da quantidade de água. Tal prática, no entanto, pode afetar o potencial fisiológico das sementes, que devem ser expostas às melhores condições para poder apresentar seu potencial real em ótimas condições.

Assim, essa pesquisa testou diferentes níveis de umedecimento do substrato para germinação para verificar se o excesso ou a escassez interferirão nos resultados esperados. Tal verificação foi realizada em lotes com alta qualidade e baixa qualidade, com o intuito também de comprovar a hipótese de que sementes com alta qualidade, mesmo em condições não tão adequadas, podem superar adversidades e responderem de acordo com o seu potencial fisiológico.

Metodologia

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Análise de Sementes da Universidade Tuiuti do Paraná, em Curitiba, no período de agosto de 2018 a julho de 2019. Foram obtidos, inicialmente, oito lotes de sementes de soja das cultivares 5909 e 5917 safra 2017/2018,

Cada lote foi homogeneizado e durante o período experimental as sementes ficaram armazenadas em ambiente com temperatura e umidade relativa do ar controlada (15°C e 55% respectivamente). As sementes foram submetidas às seguintes determinações:

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a) Teor de água: realizada pelo método de estufa a 105±3 ºC por 24 horas, utilizando-se duas subamostras de 5,0g de sementes para cada lote. Os resultados foram expressos em porcentagem (base úmida) (Brasil, 2009).

b) Teste de germinação: foram utilizadas 250 sementes, subdivididas em cinco subamostras de 50 sementes, distribuídas em rolos de papel toalha, previamente umedecidos com água em quantidade equivalente a 1,0, 2,5 e 4,0 vezes a massa do substrato seco, e também umedecidos apenas de acordo os aspectos visuais. Os rolos foram mantidos em germinador tipo Mangelsdorf, a 25 ºC, e a contagem de plântulas foi realizada no quinto dia após a semeadura, sendo computada a porcentagem de plântulas normais por lote (Brasil, 2009).

c) Emergência de plântulas em campo: realizada em canteiros localizados na área experimental da Universidade Tuiuti do Paraná, no mês de fevereiro de 2019. Foram utilizadas cinco subamostras de 100 sementes por lote, distribuídas manualmente em linhas de 1,0m, e semeadas em sulcos com aproximadamente 3 cm de profundidade.A avaliação ocorreu ao 14° dia após a semeadura e os resultados expressos em porcentagem. A análise de variância foi realizada separadamente para cada teste, segundo delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições, empregando o sistema computacional SISVAR, exceto para os dados do teor de água. A comparação de médias será realizada pelo teste de Tukey, a 1% de probabilidade, em esquema fatorial.