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IMPLANTAÇÃO DE MELIPONÁRIO EM ÁREA DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA: FRUTICULTURA, GRANDES CULTURAS E FORRAGEIRAS

Arilson Tomporoski1; Marcos Antonio Dolinski2

RESUMO: A implantação de meliponário, com a identificação das abelhas polinizadoras de cada espécie vegetal, possibilita o manejo mais apropriado, e assim, possibilita o aumento na quantidade e qualidade da produção de frutíferas, grandes culturas e forrageiras. A confecção das caixas das abelhas sem ferrão foi toda realizada no sentido de manter uma temperatura mais homogênea em seu interior, isso devido ao isolamento térmico. Os resultados não foram os esperados inicialmente no trabalho, entretanto todos os contratempos que ocorrerão no decorrer da implantação do meliponário e aquisição das espécies de abelhas nativas e ao ataque por abelhas predadoras, só vieram a possibilitar a novos conhecimentos.

Palavras-chave: Abelhas sem ferrão; polinizadoras; Melipona quadrifasciata L; Tetragonisca angustula

Introdução

A criação de abelhas nativas é uma atividade muito importante, isto porque estes insetos ocupam uma posição de destaque entre os agentes polinizadores. Suas habilidades como produtoras de mel e recursos como cera e geoprópolis são tão importantes como os serviços ambientais prestados. Geoprópolis é um tipo de própolis contendo resina, cera e solo, coletadas pelas abelhas sem ferrão

e utilizada na medicina popular devido às suas propriedades antimicrobianas (Cunha et al., 2013).

Graduando do curso de Agronomia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) / murilorossetim@hotmail.com Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) / marcos.dolinski@utp.br

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A meliponicultura, ou criação destas abelhas indígenas sem ferrão, é uma atividade que tem crescido muito no Brasil, como fruto do interesse de produtores rurais e de criadores conservacionistas (Venturieri, 2008b). No gênero Melipona a abelha popularmente identificada

como mandaçaia (Melipona quadrifasciata L.) é uma das mais conhecidas (Calasans, 2012) e mais

utilizadas para produção de mel (VILLAS-BÔAS, 2012). Também é a principal polinizadora dos grandes ecossistemas brasileiros (FAQUINELLO et al., 2013), importante na conservação da diversidade ecológica (Neves; Castro, 2006) e mais comum para criação racional em caixas, apesar de rara na natureza. Encontra-se classificada como “criticamente em perigo” de extinção no Estado do Paraná (Instituto Ambiental do Paraná, 2009).

Com o presente trabalho objetivou-se a instalação de um meliponário, contendo este dez colméias, sendo seis de abelhas trigonas (mirim e jataí) e quatro de melíponas (mandaçaias) e a identificação das abelhas que irão forragear (coleta de pólen e néctar) em árvores frutíferas e nas grandes culturas cultivadas (feijão).

Metodologia

As atividades iniciaram coma as confecções das caixas para meliponídeos, essas adaptadas do modelo O/T (Embrapa boletim técnico 383), com suas respectivas medidas e na sequência a transferência das colméias para as caixas, e instaladas na Fazenda Experimental Pé da Serra no Município de São José dos Pinhais.

Foram feitas dois modelos de caixas uma para abelhas mirins e outra para as mandaçaias e jataís. As caixas de mirim têm as dimensões internas de 12 cm por 12 cm, com altura de 6,5 cm e com parede dupla de madeira de araucária e entre as paredes uma chapa de isopor de um cm de espessura

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e ainda passado massa refrataria para preenchimento junto com uma pintura de geoprópolis em todas as caixas e com abertura de entrada para as abelhas com abertura de seis mm.

As caixas de jataí e mandaçaias têm as mesmas medidas que são de 16 cm por 16 cm interno e altura de 6,5 cm, com uma chapa de isopor de um cm de espessura e preenchidas com massa refrataria e todas pintadas com geoprópolis e abertura de entrada de 6 mm.

Optou-se pela implantação das caixas junto ao pomar sendo o espaçamento de 02 metros entre caixas e 03 metros entre linhas das caixas, todas as caixas colocadas em mourões de eucalipto e nesse pregado uma tabua de 25 cm por 25 cm, aonde as caixas foram colocadas e cobertas com chapas de cerâmica.

Nas entradas das caixas de abelhas trigonas foi colocado um redutor de entrada, pois houve o ataque de abelhas predadoras. O redutor foi confeccionado com forminhas de metal de pão de queijo, aonde uma delas tem furos de dimensão de 2,3 mm e a outra que será fixada a caixa com 02 parafusos terá a dimensão de seis milímetros, a primeira foi com fixada com fita isolante a que foi fixada na caixa e assim impedindo a entrada das abelhas predadoras que são maiores.

Nas abelhas da espécie melíponas optou-se por aumentar a entrada das abelhas campeiras ao ninho com o auxílio de uma mangueira de cor branca e dimensão de seis milímetros, essa foi fixada internamente em duas caixas e percorrendo toda a extensão das caixas e assim aumentando a possível área de defesa delas.

Resultados e discussão

Os resultados não foram os esperados inicialmente no trabalho, entretanto todos os contratempos que ocorrerão no decorrer da implantação do meliponário e aquisição das espécies de abelhas nativas e ao ataque por abelhas predadoras, só vieram a possibilitar a novos conhecimentos.

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Durante a adaptação das espécies no meliponárioas que apresentaram melhor adaptação para a região foi a jataí e a mirim. Resultando ao final do experimento três caixas de abelha jataí e três caixas de abelha mirim, com boa adaptação para a região estudada.

Com relação a espécie de mandaçaia, para todas as caixas instaladas foram perdidas por ataque de L. limão.

Trabalhos futuros devem ser realizados afim de avaliar as espécies polinizadoras nas diferentes culturas fruticultura, grandes culturas e forrageiras, assim como o seu efeito na melhoria da qualidade do produto colhido e também da capacidade produtiva destas espécies, como uma alternativa de fonte de renda extra para o produtor.

Conclusões

Houve sucesso na instalação de duas espécies de abelhas sem ferrão na região estudada, as duas espécies de trigonas a jataí e a mirim. Em decorrência do ataque de abelhas predadoras nas espécies de mandaçaias estas não sobreviveram.

Referências

CALASANS, H. C. M. Avaliação molecular e morfométrica de abelhas mandaçaias

(Melipona spp.) da região da foz do Rio São Francisco. 2012. 52 f. Dissertação

(Mestrado em Ecologia e Conservação) - Universidade Federal do Sergipe, São Cristovão. 06

Modelos de colmeias racionais para a criação de mandaçaia (Melipona quadrifasciata quadrifasciata

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CUNHA, M. G. da; FRANCHIN, M.; GALVÃO, L. C. de C.;RUIZ, A. L. T. G. de; CARVALHO, J. E. de; IKEGAKI, M.;ALENCAR, S. M. de; KOO, H.; ROSALEN, P. L. Antimicrobial and antiproliferative activities of stingless bee Melipona scutellaris geoprópolis. BMC

Complementary and Alternative Medicine,p. 13-23, 2013. DOI: 10.1186/1472-6882-13-23.

EMBRAPA,Colombo-Paraná. Modelos de colméias racionais para a criação de mandaçaia

(Melipona quadrifasciata quadrifasciata L.). Boletim Técnico 383. 2016.

FAQUINELLO, P.; BRITO, B. B. P.; CARVALHO, C. A. L. de; PAULA-LEITE, M. C. de;

ALVES, R. M. de O. Correlação entre parâmetros biométricos e produtivos em colônias

de Melipona quadrifasciata anthidioides Lepeletier(Hymenoptera: Apidae). 2013.

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ. Plano de conservação para abelhas sociais

nativas sem ferrão: projeto Paraná biodiversidade.Curitiba, 2009. 29p.

NEVES, E. L.; CASTRO, M. S. Mandaçaia: uma abelha-chave para a conservação da caatinga.

Candombá: Revista Virtual, v. 2, n.1,2006.Disponível em: <http://www.fja.edu.br/

candomba/2006-v2n1/pdfs/Abelha.Boletim_Informativo.pdf>. Acesso em: 05 abr.2019.

VENTURIERI, G. C. Criação de abelhas indígenas sem ferrão. Belém, PA: Embrapa

Amazônia Oriental, 2008b. 60 p.

VILLAS-BÔAS, J. Manual tecnológico: abelhas sem ferrão. Brasília, DF: Instituto Sociedade,

População e Natureza, 2012. 96 p. (Instituto Sociedade, População e Natureza. Série manual tecnológico).

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