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Esta cronologia como objetivo demonstar a evolução da gestão de recursos hídricos ao longo do tempo. Não existe a pretensão de demonstrar todos os acontecimentos, mas foi fruto de uma longa pesquisa onde procurou-se inserir alguns fatos importantes e até mesmo determinantes para a mudança e evolução da gestão das águas no Brasil e no Mundo. Para a realização da seguinte cronologia, diversos periódicos especializados e publicações acadêmicas foram consultadas.

1893: Criação da Repartição de Águas e Esgotos da capital do estado de São Paulo (RAE). 1904: Primeiros estudos de Alfredo Valadão sobre a propriedade das águas.

1906: Criação do Instituto Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), predecessor do atual

Departamento Nacional de Obras contra Secas (DNOCS).

1907: Primeiro Anteprojeto de Código de Águas, de autoria de Alfredo Valadão, submetido à

Câmara dos Deputados, onde permanece até 1931.

1916: Através da Lei 3.071 foi instituído o Código Civil brasileiro, trazendo em seus artigos

563 a 568 normas de regulamentação da utilização das águas no pertinente ao direito de vizinhança, demonstrando preocupação nesta época com as águas transfronteiriças.

1923: A convenção sobre a utilização das forças hidráulicas mais de um Estado foi adotada. 1931: Criação, no âmbito da Constituinte, da subcomissão responsável pelo Anteprojeto do

Código de Águas, sob a presidência de Alfredo Valadão.

1933: Intervenção da União, suspendendo todas as transações entre particulares envolvendo

quedas d’água. Criação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e da Diretoria de Águas, no Ministério da Agricultura. Foi aprovada na 7ª Conferência Americana, a Declaração de Montevidéu da Organização dos Estados Americanos, resolução LXXII, que trata sobre o aproveitamento de rios internacionais, estabelecendo o direito de cada Estado de aproveitar as águas sob sua jurisdição sem prejudicar o vizinho. É interessante observar a preocupação com as águas transfronteiriças, o que acontecem desde 1916, possivelmente pela existência de conflitos sobre o tema em outros países.

1934: No Brasil é aprovado o Código das Águas e Código Florestal no Brasil, duas

legislações importantes, porém o Código Florestal foi aprovado em meio à forte expansão cafeeira que ocorria à época, principalmente na região Sudeste, portanto este código visava então enfrentar os efeitos sociais e políticos negativos causados pelo aumento do preço e eventual falta de lenha e carvão, garantindo a continuidade do seu fortalecimento. Já o Código

das Águas foi parte de um conjunto de iniciativas que se iniciou na “Era Vargas”, com a Revolução de 30, onde iniciou a ideia republicana de transformar o Brasil em um país moderno, industrializado e desenvolvido.

1935: Entrada em operação do Sistema Billings (SP), primeira transposição de bacias.

1959: Aprovação da Resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) de 21 de

novembro, que prevê a elaboração de estudos preliminar sobre os problemas jurídicos relativos à utilização das águas dos rios internacionais. É aprovada a Resolução Salzburg, do Instituto de Direito Internacional, sobre o uso de água internacional e o direito dos Estados ao uso das águas internacionais para fins diversos dos de navegação.

1965: Alteração no Código Florestal é aprovada a Lei 4.771 de 15/09/1965, que nesta

mudança, se preocupou com a preservação dos recursos hídricos e as áreas de risco (encostas íngremes e dunas) denominadas “florestas protetoras”. É nessa carta que surgem expressões como “Áreas de Preservação Permanente”, (APP), definidas em 5 m e a “Reserva Legal” determinadas em 50 % na Amazônia e 20 % nas demais regiões do país.

1966: As Regras de Helsinque de 1966 da Associação Internacional de Direito (ILA),

trabalho que constitui uma das principais referências no Direito Internacional de Águas, trazem o conceito de bacia de drenagem internacional: uma área geográfica que se estende a dois ou mais Estados, determinada pelos limites divisores de um sistema de águas, incluindo águas superficiais e subterrâneas, fluindo a um terminal exutório comum.

1969: Foi aprovado o Tratado da Bacia do Rio da Prata pelos Governos das Repúblicas da

Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, representados na I Reunião Extraordinária de Chanceleres dos Países da Bacia do Prata, realizada em Brasília, em 22 e 23 de abril de 1969. O objetivo foi promover o desenvolvimento harmônico e a integração física da Bacia do Prata e suas áreas de influência direta e ponderável e promover, no âmbito da bacia, a identificação de áreas de interesse comum e a realização de estudos, programas e obras.

1971: Aprovada a Declaração de Assunção sobre o uso dos Rios Internacionais, Resolução n°

25, Proclamada no Uruguai em 03/06/1971 pelos Ministros de Relações Exteriores dos Cinco Estados Partes do Tratado da Bacia do Rio da Prata. Em seu parágrafo segundo estabelece que no caso de rios internacionais sucessivos, onde não exista dualidade de soberania, cada estado poderá utilizar as águas de acordo com as suas necessidades desde que não cause dano significativo a qualquer Estado da bacia do Prata.

1971: Adotada a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, definindo que

zonas úmidas são áreas de pântano, charco, turfa ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo áreas de

água marítima com menos de seis metros de profundidade na maré baixa. Um dos principais artigos da Convenção diz que as partes contratantes deverão elaborar e executar os seus planos de modo a promover a conservação das zonas úmidas incluídas na lista e, na medida do possível, a exploração racional daquelas zonas úmidas do seu território.

1977: Conferência das Nações Unidas sobre a Água e o Plano de Ação (Mar del Plata) foi o

primeiro evento multilateral genuinamente global a debruçar-se, sob os auspícios das Nações Unidas, sobre a problemática da água. O Plano de Ação então adotado reconheceu a conexão intrínseca entre os projetos de desenvolvimento de recursos hídricos e suas significativas repercussões físicas, químicas, biológicas, sanitárias e socioeconômicas. Ela resultou no mais completo documento referencial sobre recursos hídricos formulado até então, cujo objetivo principal era promover um nível de preparação, nacional e internacional, que proporcionasse ao mundo a possibilidade de evitar uma crise hídrica de dimensões globais até o fim do século XX. Preconizou-se, como princípio básico, que os homens têm o direito de acesso à água potável em qualidade e quantidade que satisfaçam suas necessidades.

1978: Aprovado o Tratado de Cooperação Amazônica, cujas origens da organização

remontam a 1978 quando, por iniciativa brasileira, os oito países amazônicos assinaram em Brasília o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), que tem com o objetivo promover o desenvolvimento harmônico da região e o bem-estar de suas populações, além de reforçar a soberania dos países sobre seus territórios amazônicos. Nas negociações para a elaboração e assinatura do tratado, os países tentaram acordar um princípio para o uso dos recursos hídricos compartilhados, mas as discussões se centraram na questão da consulta prévia e chegaram a um impasse.

1978: Constituído o Comitê Especial de Estudos Integrados de Bacias Hidrográficas

(CEEIBH) e a subsequente criação de comitês executivos em diversas bacias hidrográficas, como no Paraíba do Sul, no São Francisco e no Ribeira de Iguape. Esses comitês tinham apenas atribuições consultivas, nada obrigando a implantação de suas decisões e dele participavam apenas órgãos do governo. Mesmo assim, constituíram-se em experiências importantes e foram importantes embriões para a evolução futura da gestão por bacia hidrográfica.

1981: Instituição da Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 6.938, de 31/08/1981, passando

o país a ter uma espécie de marco legal para todas as políticas públicas de meio ambiente a serem desenvolvidas pelos entes federativos. Anteriormente a isso, cada Estado ou Município tinha autonomia para eleger suas diretrizes políticas em relação ao meio ambiente de forma independente.

1987: VII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, onde é aprovada a “Carta de Salvador”

que fazia um apelo para que a Política Nacional de Recursos Hídricos, entendido como o conjunto de intenções, decisões, recomendações e determinações governamentais que deveriam ser formuladas, levando-se em consideração os princípios já enunciados de usos múltiplos e de descentralização e participação. A Política Nacional de Recursos Hídricos deve ser explicitada em normas jurídicas, traduzidas em planos e programas e concretizada através do Sistema Nacional de Gestão de Recursos Hídricos. Com esta "Carta de Salvador", a Associação Brasileira de Recursos Hídricos divulga a Sociedade Brasileira os fundamentos básicos sob os quais a gestão de recursos hídricos deve ser implantada, com a esperança de contribuir para que desenvolvimento econômico e social do país se faça em harmonia com o uso racional e a conservação dos recursos hídricos.

1988: A Constituição Federal institui a possibilidade do Sistema Nacional de Gerenciamento

de Recursos Hídricos, abrindo espaço para a evolução da gestão das águas no país.

1988: Surgem os Comitês das Bacias Sinos e Gravataí, afluentes do Guaíba no Estado do Rio

Grande do Sul, que se constituem em iniciativas pioneiras por terem surgido da própria comunidade das bacias hidrográficas, com o apoio do governo do Estado. Apesar de esses comitês terem surgido apenas com atribuições consultivas, a grande mobilização os tornou produtivos, e, posteriormente, eles foram incorporados ao sistema de gestão daqueles Estados.

1989: Posteriormente esta política foi alterada pela Lei 7.804, de 18/07/1989 que altera a Lei

nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, a Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980 e dá outras providências.

1989: Numa iniciativa pioneira, algumas cidades das bacias dos rios Piracicaba e Capivari se

unem para formar o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba e Capivari, com o objetivo de promover a recuperação ambiental dos rios, a integração regional e o planejamento do desenvolvimento da bacia. Foi uma atitude inovadora por ter nascido na administração local e por prever um plenário de entidades, em que a sociedade civil é convidada a participar no processo de tomada de decisão.

1990: A Gestão de recursos hídricos baseada no recorte territorial das bacias hidrográficas

ganhou força no início dos anos 1990, quando os Princípios de Dublin foram acordados na reunião preparatória à Rio-92. Diz no Princípio no 1, que para ser efetiva, a gestão dos recursos hídricos deve ser integrada e considerar os aspectos físicos, sociais e econômicos. Para que essa integração tenha o foco adequado, sugere-se que a gestão esteja baseada nas bacias hidrográficas.

1991: Instituída a Lei 7.663/91 do estado de São Paulo, que define a Política Estadual de

Recursos Hídricos e cria o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. A lei implantou na administração pública estadual uma nova entidade política e administrativa, trazendo grandes inovações de conteúdo e de princípios. Na concepção do sistema, havia a proposta de romper com a hegemonia exercida pelo setor hidrelétrico na questão dos recursos hídricos.

1991: Organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, nasce o Programa Observando os Rios,

com uma campanha que reuniu 1,2 milhão de assinaturas em prol da recuperação do Rio Tietê e originou o primeiro projeto de monitoramento da qualidade da água por voluntários, o “Observando o Tietê”. Para agregar outras bacias hidrográficas, a iniciativa foi ampliada e passou a se chamar “Observando os Rios”. Em nova fase, com o patrocínio da Ypê, o projeto agora tem como objetivo formar 10 grupos de monitoramento da qualidade da água em cada um dos 17 estados da Mata Atlântica.

1991: O Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - CBH-PCJ

é criado pela Lei nº 7.663, de 30 de dezembro, como órgão colegiado, consultivo e deliberativo, de nível regional e estratégico do SIGRH, com atuação nas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

1991: Adoção da Convenção sobre a Avaliação de Impacto Ambiental, que estabelece

critérios de avaliação das partes sobre o impacto ambiental de certas atividades, a notificação e de consultas sobre projetos que possam ter um impacto ambiental. Determina as obrigações das Partes na avaliação do impacto ambiental de determinadas atividades em fase inicial de planeamento. Estipula também a obrigação geral dos Estados de notificação e consulta relativamente a todos os projetos que são suscetíveis de ter um impacto ambiental transfronteiriço significativo.

1992: Convenção sobre a Proteção e Uso de Cursos de Água Transfronteiriços e dos lagos

internacionais é adotada. A convenção da água foi adotada em Helsínqui em 1992, no âmbito da UNECE e entrou em vigor em 1996, onde as partes deveriam prevenir, controlar e reduzir os impactos transfronteiriços, usar as águas transfronteiriças de modo razoável e equitativo e assegurar a sua gestão sustentável. As partes que fazem fronteira com as mesmas massas de água devem cooperar, estabelecendo acordos específicos e órgãos de gestão conjuntos. A convenção não substitui acordos bilaterais e multilaterais.

1992: Realização da Conferência Internacional sobre Água e Meio Ambiente em Dublin,

onde é elaborada a Declaração de Dublin que, dentre outros conteúdos, são aprovados os Princípios de Dublin, estabelecendo que a água doce é um recurso finito e vulnerável,

imprescindível para a manutenção da vida, para o desenvolvimento e o meio ambiente. Estabelece ainda que o desenvolvimento e a gestão dos recursos hídricos devem basear-se em uma abordagem participativa, para a qual contribuam todos os usuários, os planejadores e as autoridades responsáveis. Esta declaração ainda estabelece um Programa de Ação, mas, destaca-se a importância da mesma na influência para que diversos países, a partir desta declaração, promulgassem leis participativas para a gestão das águas.

1992: Acontece no Rio de Janeiro, em um contexto bastante crítico com relação aos

problemas ambientais, inclusive com relação as águas no mundo todo, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a chamada Cúpula da Terra. Nela se destacam a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Agenda 21, que trata no Capítulo 18, do tema da proteção da qualidade e disponibilidade dos recursos de água doce, aplicação de critérios integrados para o aproveitamento, a gestão e o uso dos recursos da água doce, entre outros aspectos. Nesta mesma Conferência foi adotada a Convenção sobre Diversidade Biológica e sem dúvida, a mesma foi significativa para o avanço da gestão do meio ambiente em diversos países. O fato é que existe a gestão de meio ambiente antes e depois desta reunião.

1992: O estado do Ceará institui seu sistema de gestão das águas, através da Lei 11.996, de 24

de julho, que tem muitos pontos em comum com a lei paulista, mas não mencionava a Agência de Bacia sequer como possibilidade de ser objeto de lei futura.

1992: Itaipu Binacional desenvolve uma série de atividades para atender às dificuldades que

possam surgir nos períodos de cheia dos rios que abastecem a bacia hidrográfica do rio Paraná III (BP3)

1993: A Lei Estadual 12.217 cria a Companhia de Gerenciamento de Recursos Hídricos do

CEARÁ (COGERH), sociedade anônima de capital autorizado. A criação da COGERH tem influência direta da busca de financiamento através do Banco Mundial.

1993: Extinto o Ministério da Infra-Estrutura (MINFRA) e recriação do Ministério de Minas

e Energia (MME), mantendo o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) sob sua subordinação. É também idealizada uma nova organização da Administração Pública Federal (Lei 8.490, de 19/11), transformando a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (SEMAM/PR) em Ministério do Meio Ambiente (MMA).

1993: Promulgação da Lei 8.746, de 09/12 que transforma o MMA em Ministério do Meio

Ambiente e da Amazônia Legal, alterando a Lei 8.490, de 19/11/12. Neste mesmo ano o estado de São Paulo, cria a Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, resultado direto da lei das águas do Estado. Em 1994, por meio do Decreto nº 1.342 de 02/12 é

instituído como autarquia o DNPM, aprovando sua estrutura regimental e dá outras providências.

A criação desta autarquia, de certa forma, demonstra a influência de atores que pretendiam separar a gestão das águas minerais da gestão da água doce superficial e subterrânea. Ainda neste ano, através da Lei 8.970 de 28 de dezembro, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) é transformada em empresa pública. Também começa a funcionar em São Paulo o Comitê Estadual de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul.

1994: Ocorreu a conferência Ministerial de Água Potável e Saneamento em Noordwijk,

Holanda. Este encontro, ocorrido logo após a Rio-92, teve por objetivo viabilizar a implementação da Agenda 21, referente à gestão dos recursos hídricos. Chegou-se a um Plano de Ação contendo cinco aspectos, entre eles: (a) Água e população: enfatizou-se o que já havia sido acordado anteriormente sobre a necessidade de participação na gestão da água de todos os interessados, principalmente da população. (b) Água, saúde e ambiente: sugeriu-se que os Estados elaborem relatórios que apontem registros de doenças causadas pelo uso de água contaminada ou pela ausência de saneamento básico.

1995: Na África do Sul é adotado o Protocolo sobre Sistemas de Cursos de Água

Compartilhados. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, criado por Medida Provisória de número 887 no dia 01 de janeiro deste ano, prevê em sua estrutura a criação de uma Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), dando um passo na evolução da gestão das águas no país. Esta evolução continua ao ser aprovada a Lei 9.074, no dia 7 de julho de 1997, que estabeleceu as normas para outorga e prorrogação de concessões e permissões de serviços públicos.

1996: Depois de sua criação, é aprovado o Estatuto do Comitê das Bacias Hidrográficas do

Rio Paraíba do Sul e Serra da Mantiqueira. Em 1996, no dia 25 de março, o Decreto Federal 1.842 constitui o Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), influência direta das discussões que ocorrem no país acerca da gestão das águas. Ao mesmo tempo que políticas setoriais, especialmente no caso da energia, ganha força com a instituição da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), pela Lei 9.427 no dia 26 de dezembro, subordinado ao MME. Quase nos meses finais deste ano, no mês de outubro, dia 24, são designados oficialmente os representantes no CEIVAP dos governos federal, estadual e municipal, bem como dos usuários e da sociedade civil organizada.

1996: Neste ano são constituídos o Conselho Mundial da Água (WWC) e a Parceria Mundial

desenvolver uma visão de longo prazo sobre a água, a vida e o meio ambiente para o século XXI, a ser avaliada no Segundo Fórum Mundial da Água a ser realizado em 2000.

1996: Itaipu Binacional cria uma comissão para identificar as contingências da usina,

pensando na segurança de seus empregados e das pessoas que vivem em seu entorno, com o objetivo de desenvolver planos de ações e implementar medidas preventivas e corretivas; tudo é monitorado a fim de garantir segurança e confiabilidade, para seus funcionários e para a sociedade do entorno.

1997: Realização do 1º Fórum Mundial da Água onde é aprovada a Declaração de Marrakexe

(Marrocos), que trata de água e saneamento, gestão de águas compartilhadas, preservação dos ecossistemas, equidade de gênero e uso eficiente da água. É de se notar a inclusão de temas como preservação de ecossistemas e equidade de gênero em um Fórum sobre água, já que por vezes, separa-se a gestão das águas com a necessidade de preservar os ecossistemas, como também de temas bastante importantes, como a questão de gênero para a gestão. Já neste 1º Fórum, as principais controvérsias centraram-se entre a favor ou contra tratar a água como um bem comercializável.

1997: Adoção da Convenção sobre o Direito dos Cursos de Água Internacionais e para outros

efeitos de navegação, denominada Convenção de Nova York. A convenção foi composta por 37 artigos e um anexo relativo à arbitragem, é reflexo do trabalho desenvolvido pela Comissão de Direito Internacional da Organização da ONU. Durante um longo período, à medida que se tiveram avanços, recursos também ocorreram na definição de conceitos acerca da matéria das águas doces internacionais.

O princípio da utilização eqüitativa é tido como um dos princípios-chave reconhecidos pela comunidade internacional, fundado sobre os direitos iguais e correlativos dos Estados ribeirinhos.

1997: Promulgação no dia 08 de janeiro, da Lei 9.433, que instituiu a PNRH e criou o

SINGREH no Brasil, fortalecendo uma visão democrática e participativa de gestão das águas, como influência direta do modelo francês de gestão de recursos hídricos. Ainda neste ano, o Decreto 2.335, de 6 de outubro, constitui a ANEEL, aprova sua estrutura regimental, extingue o DNAEE e determina a transferência de seu acervo técnico e patrimonial das obrigações, dos direitos e das receitas deste para a ANEEL.

1998: Início da construção do Fórum Nacional de Comitês de Bacias em uma reunião