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5 O NEABI/UFOP E O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO UNIAFRO: POLÍTICA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA

5.2 O Curso de Especialização Uniafro: Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola

5.2 O Curso de Especialização Uniafro: Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola

O projeto do Curso de Especialização Uniafro: Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola, ou simplesmente Curso Uniafro, foi aprovado pela SECADI/MEC e coordenado e executado pelo NEABI/UFOP. Compreendem as fases desse projeto: a concepção, planejamento, execução e fechamento. Cabe ressaltar que a proposta do Curso foi concebida pelo Departamento de Letras da UFOP em parceria com o NEABI e, ainda, com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação desta Instituição. Mas, como o Curso foi implantado e executado pelo NEABI, ele pertence a este Núcleo.

Spanhol (2009) compreende a fase do planejamento como o fio condutor da EAD, isso porque ele reconhece que o estudante é o centro do processo de ensino e de aprendizagem nessa modalidade, obrigando um planejamento detalhado das etapas de pré-produção, produção e pós-produção do curso. Sob o ponto de vista deste autor:

Considerando EAD como uma modalidade de ensino-aprendizagem mediada por tecnologias, na qual os alunos e professores estão, muitas vezes, em espaços e tempos distintos, deve haver uma organização detalhada, incluindo testes de carga de equipamentos, ambiente virtual de aprendizagem e demais estruturas disponíveis no desenho educacional pretendido (SPANHOL, 2009, p. 412).

Esta perspectiva de organização detalhada permeou todo o trabalho da equipe do Curso Uniafro, visando a qualidade da oferta, considerando as especificidades de um curso na modalidade a distância.

5.2.1 Concepção do Curso Uniafro

A concepção é a fase inicial em que a proposta é gerada. Assim, o NEABI/UFOP, visando contribuir com a formação continuada de profissionais que atuam na Educação Básica para o trato da temática étnico-racial, conforme disposto na Lei Nº 10.639/2003, atendeu a um chamamento público da SECADI/MEC para a oferta do Curso Uniafro. Importante ressaltar que é a primeira oferta do Curso de Especialização Uniafro a distância pelo do NEABI, mas este Núcleo já desenvolveu um curso presencial de extensão tratando desta temática.

No Projeto Político Pedagógico (PPP) o NEABI apresenta a justificativa para a oferta do Curso de Especialização Uniafro:

Não apenas o tema é de relevância como também o curso será uma forma de implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, ambas as alterações da LDB/96 que instituem o ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira bem como a História e Cultura Indígena nas instituições de educação básica e cursos de licenciatura do Ensino Superior. Neste curso, daremos ênfase às questões das africanidades e suas diásporas. Na região onde a UFOP se localiza temos, de acordo com o IBGE, quase 70% de população afro-descendente, mas esta não se vê representada nas escolas, no que tange às questões de currículo, de acordo com pesquisas realizadas por professores da UFOP. Diante deste quadro, é possível afirmar que há uma demanda advinda de professores, estudantes de licenciaturas e demais interessados (ativistas de movimentos negros e culturais) por cursos deste teor. O NEAB já desenvolve cursos presenciais de extensão dentro da temática e o curso do UNIAFRO é uma oportunidade também de sedimentar o trabalho que já vem sido desenvolvido e ampliar a atuação dos cursos oferecidos pelo núcleo (UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, 2014, p. 10).

O NEABI, identificando a demanda e a necessidade de implementação e execução do Curso Uniafro, elaborou o PPP e encaminhou ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UFOP, juntamente com a solicitação de criação do Curso Uniafro. O Conselho aprovou a criação do Curso no dia 20 de março de 2014, por meio da Resolução CEPE Nº 5.689.

O NEABI contratou a Fundação Educativa de Rádio e Televisão de Ouro Preto (FEOP) para dar apoio ao projeto, pois a UFOP não possui condições operacionais para a sua execução. A Fundação contratada possui experiência no apoio às atividades-fim da UFOP e possui credenciamento junto ao MEC para tal finalidade.

Os recursos financeiros orçados para a oferta do Curso, a ser repassado pela SECADI/MEC, somaram um total de R$ 403.200,00 (quatrocentos e três mil e duzentos reais). O detalhamento da ação inclui: (i) pessoa jurídica - contratação de terceiros; despesas com locomoção; (ii) pessoa física – contratação de pessoal e/ou estagiários com encargos; (iii) passagens e (iv) material de consumo.

Foi prevista a utilização de instalações e equipamentos do NEABI/UFOP e do CEAD/UFOP (suporte técnico e plataforma Moodle) para o desenvolvimento das atividades do Curso Uniafro.

A proposta apresentada à SECADI/MEC e aprovada pelo CEPE/UFOP foi elaborada com base no catálogo de Cursos – UNIAFRO Política de Promoção da Igualdade Racial no Ambiente Escolar, da SECADI/MEC, que possui algumas orientações gerais. Conforme este documento, o Curso Uniafro – Política de promoção da Igualdade Racial na Escola faz parte da área temática: ERER/Educação para as Relações Étnico-Raciais, pertencente à Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica (Renafor). Tem como objetivo geral proporcionar condições para que os/as professores/as cursistas sejam capazes de inserir a temática da Educação das Relações Étnico-Raciais como estruturante do currículo escolar nas escolas em que atuam. Como ementa do Curso, o Catálogo de Cursos destaca:

O curso UNIAFRO – Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola tem como característica a abordagem das relações étnico-raciais por meio da perspectiva única de cada região e universidade. Assim, o curso é estruturado em três etapas, que podem ser, a critério das universidades, divididos em módulos, disciplinas ou outras unidades, com as finalidades de:

 Promover o debate sobre as relações étnico-raciais no Brasil;

 Prover conhecimento sobre políticas de ação afirmativa;

 Estabelecer articulação entre identidade étnico-racial e educação;

 Compreender as relações étnico-raciais no Brasil, bem como seus condicionantes legais;

 Aprofundar o conhecimento sobre temas específicos de educação para as relações étnico-raciais ligados à formação acadêmica e área de atuação dos/as professores/as cursistas (BRASIL, 2014).

Como fundamentos teóricos metodológicos o documento da SECADI/MEC destaca os principais, tais como: o Parecer nº 03/2004 do Conselho Nacional de Educação, que instituem as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o

Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana; o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana; a Lei nº 10.639/03; as produções de referencial teórico produzidas pelo MEC/SECADI sobre a temática étnico-racial, em especial a Coleção História Geral da África, disponibilizados em domínio público no Portal Étnico- Racial, no endereço: http://etnicoracial.mec.gov.br/index.php/2013-03-06-18-02-36 (BRASIL, 2014).

Sobre os aspectos metodológicos, a SECADI orienta:

Aulas discursivas presenciais; aulas expositivas presenciais; debates e fóruns no ambiente virtual de aprendizagem; leitura prévia de material instrucional e de textos acadêmicos; Aulas virtuais; Atividades de autoavaliação na plataforma virtual; atividades individuais de produção textual sobre os conteúdos de cada módulo; elaboração de monografia. Cinquenta por cento da carga horária presencial poderá ser cumprida inclusive com visitas monitoradas a sítios históricos de relevante contribuição negra; comunidades remanescentes de quilombos; casas de cultura afro-brasileira; museus de história africana. Programações, listas de presença e demais registros das atividades serão solicitadas como prova de execução. Seminários, simpósios, congressos e palestras poderão compor a carga horária presencial desde que o evento esteja vinculado ao curso ou promovido por órgão de defesa de ações afirmativas, movimento social negro ou órgãos de promoção da igualdade racial (BRASIL, 2014).

O Catálogo de Cursos aponta que o Curso Uniafro deve ser organizado com um número de 25 estudantes por turma. Os candidatos devem ter nível de escolaridade de superior completo, em qualquer área de formação. O curso é direcionado para os profissionais que atuam na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, permite a participação de demanda social, no limite de 20%, que compreende representantes dos movimentos sociais, movimento negro, movimento quilombola, fóruns de educação e diversidade étnico- racial, conselhos de igualdade racial, etc.

5.2.2 Planejamento do Curso Uniafro

Neste tópico será apresentado o desenho do curso, isto é, o que foi planejado pelo NEABI antes da oferta do Curso Uniafro, com base nas orientações gerais da SECADI/MEC e levando em consideração a capacidade de oferta da UFOP.

5.2.2.1 Objetivos, público-alvo, organização curricular e carga horária

O NEABI elaborou a proposta do Curso Uniafro, com organização, estrutura e desenho educacional descritos no Projeto Político Pedagógico (PPP). Definiu como objetivo geral a promoção da educação antirracista no âmbito da educação básica e superior, visando à preservação e o empoderamento da cultura material e imaterial afrodescendente no Brasil. Como objetivos específicos o PPP estabelece:

- Apresentar a experiência africana e negra no Brasil desde a época colonial, trazendo as leis e movimentos sociais que explicam a situação do negro brasileiro na contemporaneidade;

- Compreender a desigualdade social da população negra, a partir da prática do racismo em nossa sociedade;

- Analisar as práticas discriminatórias da educação escolarizada e as políticas educacionais que visam promover a igualdade racial nas escolas;

- Elaborar ações de cunho pedagógico que visem incluir a história e cultura dos africanos e suas diásporas nas Américas e, principalmente, no Brasil (UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, 2014, p. 9).

O público-alvo previsto para o Curso Uniafro abrange profissionais, professores, funcionários e gestores da educação básica pública, além da demanda social que foi

mencionada anteriormente. O perfil de especialista formado pelo Curso Uniafro, manifestado

no PPP, é o de um profissional que atue na sociedade brasileira a partir da compreensão de que as heranças culturais africanas no Brasil devem ser ensinadas como forma de contribuir para o combate ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial, com base na história da África, na história e lutas dos africanos no Brasil, nas recentes reflexões teóricas sobre as relações étnico-raciais e também na legislação antirracista. No tocante às competências e habilidades o PPP destaca:

 compreensão ampla do problema do racismo no Brasil;

 capacidade para atuar no interior da escola e na sociedade em geral defendendo posições em favor da igualdade racial;

 habilidade em propor, planejar e coordenar projetos de valorização da história africana e cultura afro-brasileira dentro da escola;

 capacidade para contribuir e intervir nos projetos de gestão pública de promoção da igualdade racial;

 habilidade em ensinar a cultura e história afro-brasileira na escola;

 capacidade para desenvolver pesquisa sobre a relação entre currículo escolar e os temas e objetos da cultura e história afro-brasileira (UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, 2014, p. 10).

A delineação do perfil de especialista e as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas no Curso serviram de base, além de outros aspectos, para a definição dos componentes curriculares, conforme especificado na Tabela 1:

Tabela 1 - Organização curricular e carga horária

Disciplina Carga horária

As “Áfricas” e suas diásporas: a África e a “Africanidade” - conceitos teóricos (Módulo 01)

45h História e cultura Afro-brasileira: território, religião e identidades (Módulo 02) 60h

Políticas públicas, gênero e raça (Módulo 03) 45h

O Currículo e as questões étnico-raciais negras e indígenas (Módulo 04) 60h

O Negro: artes, língua e literatura (Módulo 05) 60h

Metodologia Científica: a construção do TCC (Módulo 06) 90h

Total 360h

Fonte: PPP do Curso Uniafro (2014).

O PPP apresenta as ementas das Disciplinas, conforme segue:

1. As “Áfricas” e suas diásporas: a África e a “Africanidade” - conceitos teóricos: Reconhecimento das características socioeconômicas, políticas e culturais das sociedades africanas. Promover uma leitura da história africana a partir da antiguidade equacionando os processos internos e os encontros dos diferentes agrupamentos populacionais no continente e com outros povos observando seus desdobramentos até a atualidade;

2. História e cultura Afro-brasileira: território, religião e identidades: A história e a cultura afro-brasileira como processo e locus de afirmação de múltiplas identidades africanas no Brasil. Territorialização e reexistência negra nas comunidades quilombolas, nas irmandades dos homens pretos, nas comunidades religiosas de tradição africana, nos reinados de Nossa Senhora do Rosário e nas escolas de samba. Tensões e desafios sobre a diversidade étnico- racial no currículo escolar;

3. Políticas públicas, gênero e raça: Os processos históricos de surgimento e naturalização do tratamento desigual justificado pelas diferenças raciais e de gênero. Divisão sexual do trabalho, trabalho doméstico e reprodução social no capitalismo. Feminismo: teoria, história, debates e dilemas estratégicos na contemporaneidade. O movimento das mulheres negras no Brasil. A transversalidade e a intersetorialidade de gênero e raça nas políticas públicas. Condição social das mulheres na contemporaneidade e políticas públicas. Violência contra mulher e a Lei Maria da Penha: atualidade e desafios;

4. O Currículo e as questões étnico-raciais negras e indígenas: A construção da educação intercultural nas políticas de educação no Brasil. A LDB. O Referencial Curricular para as Escolas Indígenas (RCNEI), A Lei 11.645. Cultura indígena e conhecimento escolar. Os

saberes tradicionais dos povos indígenas. Estudo das culturas em algumas de suas manifestações: música, artes plásticas, literatura. História Indígena brasileira e livros didáticos. Publicações de autoria indígena. História, cultura e escolarização de grupos indígenas;

5. O Negro: artes, língua e literatura: Língua e africanidades. A contribuição de línguas africanas na construção do português brasileiro. A influência banto na cultura brasileira. Introdução à literatura africana contemporânea. Intelectualidade africana e negra brasileira. Vozes da literatura feita nas periferias. Escrita negra feminina na diáspora africana;

6. Metodologia Científica: a construção do TCC: O conhecimento científico como um tipo de conhecimento historicamente construído. As formas de apropriação da ciência e o processo de emancipação humana na Modernidade. A padronização da produção científica como mecanismo de reprodução, validação e socialização do discurso científico. O resumo, fichamento e a resenha do texto acadêmico: a estrutura de argumentação e as normas técnicas. O projeto de pesquisa e o trabalho de conclusão de curso (TCC).

No que diz respeito à escolha das disciplinas e elaboração das ementas, Gonçalves e Muniz (2015) acentua que:

Esse conjunto de disciplinas está focado no currículo escolar como construção realizada não apenas com base na legislação educacional em vigor, mas também como decorrência de uma seleção cultural atravessada por clivagens de gênero, raça, classe, relações de poder e concepções de homem, mundo, sociedade, crença e ciência. Em torno dessas clivagens, são desenvolvidas reflexões que desnaturalizem e problematizem as práticas escolares sobre a formação humana (p. 306).

5.2.2.2 Período de oferta, Polos, vagas, encontros presenciais, rendimento e frequência

O Curso Uniafro foi planejado para ser ofertado no período de 2014 a 2015. Poderiam inscrever as pessoas vinculadas aos Polos de Apoio Presenciais (PAPs) das cidades de Barroso (MG), Campinas (SP), Mariana (MG), Ponte Nova (MG) e Timóteo (MG). Foi previsto um total de 250 vagas, sendo 50 para cada um dos polos. O PPP apontou a realização de 6 (seis) encontros presenciais nos polos, sendo um encontro ao final de cada módulo, perfazendo uma carga horária de 48 (quarenta e oito) horas, diluídas nas cargas horárias das disciplinas. Foram previstas 312 (trezentos e doze) horas para as atividades a distância, realizadas por meio da Plataforma Moodle, com a utilização de ferramentas e mídias, tais como: vídeo-aulas, videoconferências, chats, grupos de discussão e orientação de atividades

propostas pelos docentes. Além disso, foi reservada nesta carga horária, a orientação do trabalho de conclusão de curso (TCC).

Com relação às avaliações, o PPP aponta que serão realizadas pelos docentes com o apoio dos tutores a distância durante os módulos por meio de atividades como resenha, participação nos fóruns através de discussão de questões dos textos, entre outras. Houve a previsão de uma atividade avaliativa realizada nos polos nos encontros presenciais. Ficou definido que a presença seria contabilizada pela participação nas atividades da plataforma

Moodle e, também, na presença às atividades nos polos. Foi prevista, ainda, a defesa

presencial do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Sobre o TCC, o PPP manifestou que a proposta deste trabalho deve vincular-se aos conteúdos trabalhados nas disciplinas e objetivos do Curso, às práticas de trabalho dos discentes e às pesquisas dos docentes/orientadores. O TCC poderá ter o formato de um artigo científico ou um projeto de intervenção na realidade, ambos com defesa pública. O trabalho poderá ser realizado individualmente ou em grupo de até três (3) alunos, num limite máximo de 30 páginas. Será orientado por professor selecionado através de edital público para esta função. Necessariamente, o TCC deve contemplar a temática abrangida no curso e será submetido à aprovação do Colegiado de Curso. Além disso, o PPP previu a possibilidade de publicação dos melhores trabalhos apresentados pelos alunos.

O PPP concebe a avaliação de forma processual, levando em consideração que o aluno é o principal responsável pelo seu processo de aprendizagem. Dessa maneira, acredita que o seu envolvimento e empenho em interagir no ambiente virtual de aprendizagem será valorizado em pontuações distribuídas no decorrer da disciplina. Houve a previsão, ainda, da possibilidade do aluno enviar atividade fora do prazo estipulado, desde que justificado, mas sendo avaliada com 75% do valor das atividades enviadas no prazo. Além disso, manifestou sobre o não atingimento da nota mínima (60 pontos) para aprovação na disciplina, sendo possível a realização de outra atividade, a critério do professor, caso o aluno tenha frequência de 75%, observada pelo cumprimento das atividades no decorrer da disciplina.

Com relação ao rendimento escolar, este será expresso em notas, assim, cada disciplina distribuirá 100 (cem) pontos e o aluno para ser aprovado na disciplina deverá obter uma média de 60 (sessenta) pontos e frequência mínima de 75% da carga horária da disciplina, medida a partir da realização das atividades. Para obter o grau de especialista e fazer jus ao certificado, o aluno deverá ser aprovado e ter frequência em todas as Disciplinas, realizar e apresentar o TCC e ser aprovado.

5.2.2.3 Seleção da equipe, formação para o exercício das funções e composição do colegiado do Curso

Para viabilizar a proposta houve a previsão de uma equipe composta de dois coordenadores adjuntos, um supervisor, um professor formador (coordenador de tutores), professores (pesquisadores e formadores75, além dos orientadores de TCC), tutores presenciais e a distância76, conforme estrutura de equipe pré-definida pela SECADI/MEC. Todos os profissionais receberam bolsas do FNDE/MEC. O Curso contou, ainda, com um bolsista e uma secretária.

A Resolução CD/FNDE Nº 45 de 29 de agosto de 2011, que estabelece orientações e diretrizes para o pagamento de bolsas de estudo e pesquisa concedidos pela SECADI/MEC e pagas pelo FNDE/MEC aos profissionais que atuam nos cursos ofertados pela Renafor, define as funções de cada um dos profissionais que atuam nos cursos de formação, além das bolsas de estudo e pesquisa, conforme observado no parágrafo único do art. 7º:

Parágrafo único. A título de bolsa de estudo e pesquisa, o FNDE/MEC pagará aos bolsistas dos programas de formação de professores implementados pela SECADI/MEC os seguintes valores: I - ao coordenador-adjunto, R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais) mensais; II - ao professor pesquisador, R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais) mensais; III - ao supervisor de curso, R$ 1.100,00 (mil e cem reais) mensais; IV - ao formador, R$ 1.100,00 (mil e cem reais) mensais; e V - ao tutor, R$ 765,00 (setecentos e sessenta e cinco reais) mensais (BRASIL, 2011).

Cabe salientar que a maioria da equipe tinha experiência e conhecimento sobre a temática da educação das relações étnico-raciais, todavia, nem todos os profissionais tinham experiência na EAD (especificidades e operacionalização). Este foi um dos motivos para, antes do início do Curso, a oferta de uma capacitação dos profissionais, visando garantir e assegurar que o processo de ensino e de aprendizagem ocorresse respeitando as especificidades desta modalidade de educação. Além disso, foi necessária a contratação de um profissional, especializado em Educação a Distância, com a finalidade de acompanhar todo o processo educativo77. Esse cuidado estava relacionado com a constante preocupação com a

75 Professores pesquisadores e formadores foram os responsáveis pela concepção das disciplinas, a partir de uma

ementa, e disposição dos conteúdos no ambiente virtual de aprendizagem, plataforma Moodle.

76

Os tutores a distância tinham como tarefas principais, acompanhar e orientar os alunos, por meio da plataforma Moodle. Os tutores presenciais faziam o acompanhamento presencial dos alunos nos polos.

77 Este profissional capacitou os tutores e os professores, contribuiu com a disponibilização do conteúdo no

oferta de um curso que fosse de qualidade e que surtisse os efeitos esperados pelo NEABI, isto é, contribuir de fato com a formação dos professores sobre a temática.

Para a seleção dos professores levou-se em consideração a comprovada competência para o trato das temáticas. Dessa maneira, foram selecionados professores da própria UFOP e convidados externos, somando um total de 14 docentes. Salienta-se que algumas disciplinas foram ministradas por mais de um professor, considerando-se a formação e a área de pesquisa