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Dizer que abandonamos hábitos intelectuais é uma declaração fácil, mas como cumpri-la? Aí está, para um racionalista, um pequeno drama diário, uma espécie de desdobramento do pensamento que por mais parcial que seja seu objeto — uma simples imagem — não deixa de ter uma grande repercussão psíquica (BACHELARD, 1978, p. 184).

Meu noivado serviu-me de referência para elaborar o roteiro de minhas entrevistas juntos aos noivos do curso de noivos. Mas, diferentemente do que eu esperava, entrevistá-los não foi algo tão fácil.

Noivar é algo muito especial e faz parte da intimidade de um casal, mas o noivado, como um ritual, é um tanto quanto complexo, já que envolve renúncias, escolhas e compromisso. Para os noivos do curso de noivos, em particular, é um ritual com profundo significado normativo e que, segundo minhas impressões, pareceu implicar profundo constrangimento social.

Por essa razão, sou levado a crer que o melhor modo de iniciar esta parte do capítulo é fazendo referência a Bachelard. Não que pretenda me aprofundar em sua discussão sobre a natureza fenomenológica do poema e suas repercussões imagéticas, mas porque discutir a relação entre ambas e o sensível, como recurso de análise à compreensão dos roteiros de escolha entre noivos, é emprestar da imaginação sua relação com nossas práticas.

Por práticas compreendo um sistema de ações no qual os agentes emprestam da racionalidade princípios para, através delas, produzir significados. Assim entendida, a prática corresponde ao que Bourdieu diz ser um espetáculo de significações no qual um observador

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[...] que adota “um ponto de vista” sobre a ação e que, ao importar ao objeto os princípios de sua relação com o objeto, faz como se estivesse destinado somente ao conhecimento como se todas as interações com ele se reduzissem às trocas simbólicas. Esse ponto de vista é o que se adota a partir das posições elevadas da estrutura social de onde o mundo social se oferece como uma representação – no sentido da filosofia idealista, mas também da pintura e do teatro – e de onde as práticas não são senão papéis teatrais, execuções de partituras ou aplicações de planos (2009, p. 86).

Derivando de ações objetivamente subjetivadas cada uma de nossas práticas orienta, portanto, um papel de expressões correspondentes ao “ponto de vista” que adotamos no cenário social em que nos encontramos. Como observador das práticas de casamentos de outros noivos (afora o apreendido como noivo), minha posição, que naturalmente não é neutra, me indica que, ao analisar esse ritual, vejo-me forçado a compreendê-lo como algo fora de mim e, como não faço parte dele, excluído objetivamente de sua representação. Essa característica me fez perceber e sentir que estudar o ritual é percebê-lo, aos olhos dos noivos, como um sacrifício.

Minha tarefa diante deste quadro é então perceber como eu vejo o noivado do ponto de vista de sua ritualização e, ao mesmo tempo, como ele é incorporado ao meu senso prático, na medida em que este funcionou como dispositivo de ação para eu, sensível e objetivamente, pensar e fazer a minha pesquisa junto ao curso de noivos.

* * *

Minha pesquisa se deu no Centro Social de Nazaré, onde ocorre o curso de noivos promovido pela Pastoral Familiar da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, situada na Basílica Metropolitana de Belém. Vale ainda dizer que só tem permissão para casar em qualquer igreja católica de Belém quem participa de algum curso de noivos, oferecido em diferentes paróquias da cidade, como Santa Cruz (Marco), Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Pedreira), São Pedro e São Paulo (Guamá), etc. O mesmo se realiza todos os meses – excluindo Julho, devido às férias-escolares, e Outubro, em razão do Círio – no primeiro final de semana, entre sexta-feira e domingo.

Dá-se início às 18h de sexta-feira e neste dia termina por volta das 22h. No sábado se inicia às 14h e finaliza às 18h. Já no domingo inicia às 8h e termina por volta das 12h. Como se vê, o curso possui horários variados em função, como dizem seus coordenadores, das atividades profissionais dos noivos. Essa justificativa leva em consideração o fato de que em Belém, uma cidade eminentemente comercial, o período de trabalho começa na segunda feira e se estende até o sábado, com a diferença que nos “dias de semana” (de segunda a sexta) o horário de trabalho se inicia às 8h e termina às

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18h, enquanto no sábado o trabalho se estende das 8h às 14h. No domingo, como de costume, a maioria da população não trabalha.

Minha participação consistiu em ficar sentado no canto da sala munido de um pequeno caderninho e uma caneta. Assim, procurava observar e anotar as coisas que mais me chamavam atenção, como as falas dos coordenadores do curso; reticência dos noivos em opinarem; a insatisfação masculina; a observância feminina; os ritos cerimoniais; a aparência do espaço, etc. Em toda reunião distribuo formulário para os noivos, seguido de uma pequena apresentação da proposta, assim como de seus objetivos.

Na sexta-feira a maioria dos noivos aparenta cansaço, mas é só no sábado que eu os observo cochilando. Há uma seqüência de atividades que eu não pude analisar, pois não havia conseguido participar da reunião de domingo. Sei, porém, que neste dia ocorre uma missa. A pesquisa de campo no domingo não ocorreu por que na primeira vez que fui ao curso ele estava sendo realizado apenas na sexta-feira e no sábado em função do dia das mães, que em Belém também é comemorado no segundo dia do mês de maio. Na segunda oportunidade evitei ir ao domingo por que me senti constrangido pela coordenação. A razão de meu constrangimento se deveu a alguns imponderáveis. Primeiro por que na semana em que o curso foi realizado só consegui participar da reunião de sábado, uma vez que trabalho na sexta-feira no período de realização da reunião. Outro detalhe foi que cheguei cerca de meia hora atrasado em razão da chuva, sobretudo por que eu era um dos poucos presentes que não tinha automóvel. Os coordenadores afirmaram terem se esquecido de mim (embora tivesse avisado que estaria lá), mas acredito que eles me lograram a oportunidade de fazer a apresentação da proposta de pesquisa e aplicação do formulário que utilizo para organizar meu banco de dados.

Minha primeira pesquisa de campo se deu em maio e nesta ocasião estava acompanhado de minha noiva. Na sala onde se reúnem os coordenadores da Pastoral Familiar fomos recepcionados pelo casal Arnaldo e Tânia que, gentilmente, nos aceitaram, indicando a sala onde ocorreria a reunião. Nos questionaram se iríamos noivar. Afirmamos que sim, mas que ainda não iríamos fazer o curso de noivo. Deram- nos crachás para participar do encontro. Vale dizer que para fazer o curso é necessário pagar uma & 4 de R$ 25,00, por casal.

A reunião começa com as orações e preces iniciais. Deseja-se que seja realizado um bom curso e que todos os casais saiam cientes do compromisso que estão

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firmando. A coordenação adota o regime de palestras, onde os seus membros discutem os mais variados temas, como convivência, religiosidade, sexualidade e o sentido jurídico-religioso do casamento. O primeiro casal de palestrantes a se apresentar é Fátima e Roque, cujos temas são: diálogo no casamento e o objetivo do curso de noivos. Em seguida discute-se o processo de encontro e decisão pelo casamento, debatido pelo casal Marcos e Izabel. A assistente social Josi palestra sobre a sexualidade do casal.

O que se percebe neste primeiro dia é que o curso é conduzido por casais que já possuem grande experiência em tratar de casamentos e que fazem parte da Pastoral Familiar. O objetivo de cada um é expor temas de relevância para o casal quando do casamento e das prováveis dificuldades que irão encontrar antes e durante o casamento. Relatam suas experiências e tentam discutir a importância da escolha que cada um está fazendo.

No segundo dia, sábado, o curso começa às 14h, com orações e preces iniciais, nas quais se pede a benção aos casais presentes no espaço, uma sala onde os mesmos sentam-se formando um semicírculo. À frente encontra-se uma mesa com a imagem do Cristo crucificado, um copo d’água e dois vasos com flores ornamentais vermelhas. O pano que reveste a mesa é uma renda branca. Há nos fundos da sala uma mesa onde os casais deixam alguns de seus objetos. Nós, eu minha noiva, por exemplo, deixamos nossa sombrinha, uma vez que para lá fomos de ônibus e estávamos sujeitos à chuva que desde cedo caía naquele dia.

Neste segundo dia fomos recepcionados pelos mesmos casais do dia anterior, que nos conduziram para a sala situada no terceiro andar do prédio. Percebi que nos dois dias do curso havia poucas pessoas circulando pelo local.

Dá-se início a reunião, novamente com uma palestra do casal Fátima e Roque, que abordam aspectos do seu relacionamento, afirmando estarem casados há dois anos e possuírem uma filha. Nesta segunda exposição o casal ressalta o contexto no qual eles se encontraram, como se conheceram e porque decidiram casar.

Roque estava indo a uma festa, a convite de três amigas, e acabou encontrando Fátima, com a qual perdeu o tempo conversando. Durante cerca de uma semana foram amigos e logo depois começaram a namorar. Ele é da cidade de Fortaleza e considera que a cultura diferente de ambos era uma demonstração de que os casais passam por uma grande dificuldade ao ficarem juntos: conviver com os tipos diferentes dos parceiros. Contudo, ele ressalta que isto “é fruto da criação que os noivos receberam”.

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Logo em seguida os noivos foram apresentados a Zefa, mestre de cerimônias religiosas, que lhes demonstrou como deve ser organizada a cerimônia. Após sua palestra, em que fomos convidados a realizar alguns procedimentos cerimoniais (posição dos noivos em relação à igreja, posição e movimentação dos pais dos noivos em relação ao altar) começou um diálogo com um especialista em direito canônico sobre os aspectos jurídicos do casamento católico. Ele chamou atenção para todas as adversidades de um casamento quando não é observada a sua sacralidade. Mas o que mais me chamou atenção foi o fato de que, segundo a versão da igreja e de acordo com o que fora discutido anteriormente, quem realiza a cerimônia de casamento são os noivos e não a igreja. Na verdade o direito canônico postula que a Igreja apenas “derrama suas bênçãos”.

Após as palestras foi dado início à 4 5 , um ritual que dura

cerca de meia hora e é conduzida pelo diácono que, um pouco antes, havia palestrado sobre a importância do respeito às doutrinas do sacramento do casamento.

Após participar da reunião e no caminho para casa, percebi que o ritual teve um aspecto interessante, que foi o da acolhida que, ao mesmo tempo, me pareceu, de certa forma, desconfiada. Eles me questionavam com os olhares. Seguiam nossas ações (as minhas e as de minha noiva) e policiavam minhas palavras. Fui, a princípio, apresentado pelos coordenadores como “Fiscal do Curso” e disseram que estava ali como espião, com certeza para impor à reunião e provocar medo nos noivos. Contudo, ao fim do primeiro dia de encontro, fui devidamente chamado e apresentado como pesquisador. Nesta ocasião me apresentei e divulguei os objetivos da pesquisa. Arnaldo ainda me confidenciou que no curso há um banco de dados com informações dos noivos que participaram dos últimos cursos, mas praticamente me exigiu que eu noivasse logo “pra não ficar enrolando a menina”.

Na primeira vez que fui à reunião havia levado 20 formulários para serem aplicados aos noivos, do quais só 13 me foram devolvidos e apenas 11 preenchidos, uma parcela muito significativa. Eu, aliás, não acreditava que haveria uma aceitação de todos, mas segundo alguns dos noivos eles achavam interessante o que eu estava fazendo. A assistente social que trata do tema da sexualidade achou interessante o fato de eu ser sociólogo e quis saber mais sobre a pesquisa, inclusive se dispondo a prestar informações sobre o material do noivado existente na Cúria Metropolitana, local onde ficam guardados os documentos oficiais, como os Livros de Casamento.

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Em minha segunda pesquisa de campo, como havia dito, cheguei atrasado em razão da chuva e não tive muito tempo para conversar com os coordenadores do curso.

Cheguei à sala quando Marcos e sua esposa estavam relatando sua história conjugal. Diferentemente da minha primeira participação na reunião, estava desacompanhado. Isolado em minha condição de ouvinte e sob suspeita, já que era o único “solteiro” dentre os presentes, passei a refletir sobre aquele %"

Os coordenadores do curso organizaram dois círculos e, pelo que pude ouvir, estavam tentando discutir com os noivos alguns aspectos da vida matrimonial. Por estarem falando todos ao mesmo tempo precisei aguçar minha habilidade auditiva.

Da branda conversa que havia no interior dos círculos uma me chamou atenção. Certo noivo perguntou sobre a função da Pastoral Familiar. A coordenadora do grupo respondeu que eles são " , ou seja, psicólogos religiosos de casamento.

Esse meu isolamento foi positivo. Pude observar a sala onde ocorre o curso. A mesma tem cerca de 50m² e é revestida de um assoalho plástico, do tipo que se usa na maioria das repartições públicas que conheço. É climatizada por um equipamento de ar- condicionado aparentemente antigo. As paredes laterais são brancas e relativamente sujas. Digo suja, por que a cerca de meio metro de altura do chão aparece uma marca acinzentada, provavelmente resultante do contato com a borda da mesa de madeira existente ali. Esta mesa é coberta por um pano amarelo cor de girassol. Sobre ela encontram-se copos de plástico e uma bandeja para servir os noivos com a água de uma garrafa térmica azul. É a mesma mesa em que os noivos guardam os objetos que trazem quando chegam ao encontro.

A entrada da sala se dá por uma porta lateral. Quando se entra e passa por ela é possível ver duas janelas que dão para a Basílica, o Instituto de Artes do Pará e um pequeno trecho da Praça Santuário. Há um quadro empoeirado de giz. Porém o que me chama mais atenção é que a mesa existente à frente serve de altar onde são colocados, como já disse, um crucifixo, um pequeno arranjo de flores e um castiçal contendo uma vela branca. Quando se está em reunião a vela fica apagada, mas toda vez que a mesma começa e termina a vela é acesa. Há também uma bíblia. Do ponto de vista dos coordenadores do curso isso significa a presença do espírito santo que abençoa aos cristãos que se reúnem em seu nome.

De onde estava sentado, podia ver que a porta se abria e fechava constantemente. Isso ocorre por que os coordenadores da pastoral vivem entrando e

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saindo da sala; estão sempre preocupados em dizer quanto tempo falta para terminar algum tipo de atividade. Sempre às 16 horas os coordenadores dão uma pausa na reunião e convidam os noivos para lanchar. Isso ocorre sempre na metade do horário de encontro e ao longo dos três dias. Infelizmente no dia em que cheguei atrasado não me convidaram para lanchar e acabei ficando sozinho novamente na sala, ressentido.

Enquanto isso, aproveitava para conversar com os noivos ou mesmo os coordenadores. Naquela ocasião tive a oportunidade de trocar algumas idéias com a assistente social que aborda a sexualidade no curso. No seu entendimento é impossível haver o casamento sem compreender a sexualidade dos sujeitos.

Essas minhas primeiras observações me permitiram concluir que o curso de noivos oferecido pela Pastoral Familiar da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré é uma estratégia da igreja católica em evangelizar os noivos, com a finalidade de fazer com que os mesmos façam parte das pastorais existentes na paróquia. Mas o curso também pode ser interpretado como um rito expiatório, onde os noivos compensam suas faltas para com os rituais católicos, sobretudo por sua ausência da igreja. Segundo se sabe – e esta é a visão dos coordenadores da Pastoral –, muitos dos noivos que participam do curso só freqüentarão a igreja durante a realização do curso e no dia do casamento. Dessa maneira, participar do curso é estar ciente de que ele é uma passagem a outro estágio da relação amorosa e com isso das suas implicações na vida individual dos noivos.

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Capítulo 6

%A gente escolhe amar...&

Reminiscências

Há sempre um hiato interpretativo entre o % do presente etnográfico e o da análise teórica. Convenciono chamar isso de reminiscência. É uma estratégia que uso para pensar o que penso e sinto quando reflito sobre o que fiz durante minhas visitas etnográficas, sejam ela ou através de documentos. Ás vezes, como quando pesquisei entre feirantes, durante a minha graduação, chego à conclusão de que o que penso é teoricamente válido para se ajustar a um conceito ou outro, dentre aqueles que apreendo em minhas leituras. Em outras ocasiões, como no caso dos perfis de casamento estudados em minha pesquisa de iniciação científica, e que deram origem ao projeto desta dissertação, se dá o contrário: é o conceito, enquanto ferramenta, que me orienta a pensar como devo agrupar o conjunto de variáveis com as quais me deparo para chegar a alguma conclusão. Mas no tocante às reflexões sobre a pesquisa junto aos noivos no curso de noivos, chego à conclusão de que tudo, para mim, foi profundamente dramático.

Considero que a minha obstinação em traduzir o que vi, ouvi e escrevi inscreve-se no panorama de uma pesquisa que envolve não só algo que está fora de mim, mas algo que eu procuro colocar para fora de minha experiência pessoal. Daí a impressão do sacrifício e da melancolia que era estar sentado em um banquinho à espreita, ainda mais quando profundas modificações em seu desenvolvimento abalaram minha convicção de que conseguiria cumprir a proposta original, qual seja, a) realizar estudo de casos em cursos de noivos e b) traçar o perfil dos critérios de seletividade marital (ver ALENCAR, 2009]). Apesar de ser católico, sou profundamente critico a essa posição de vigilância e constrangimento praticada pela igreja. Eu mesmo me sentia constrangido em ver todos aqueles casais receberem instruções sobre como ser e viver, quer a vida conjugal, quer a vida religiosa.

Uma situação bem especial que sempre orienta minha percepção sobre isso é quando, em meio à sua palestra sobre sexualidade, Josi instrui as noivas a utilizar um método anticonceptivo denominado Método Billing que, segundo ela, substitui com a mesma eficiência, os métodos mais convencionais como o preservativo e a pílula anticoncepcional. A idéia é de que fazer uso desse método não contraria a providência

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divina, que ainda vê o sexo no matrimônio com finalidade reprodutiva. Apesar de surpresas e curiosas com este método, as noivas logo concluíram que o mesmo se tratava da famosa )tabelinha*. As mais desconfiadas – e talvez as mais bem informadas – olharam com repúdio para a palestrante, talvez imaginando que essa era uma versão mais light de seguir o catecismo cristão (Minto. Fui eu quem pensou assim).

Diante disso, busquei alternativas que me livrassem de meus impulsos objetivistas e que evitassem que, em razão desse constrangimento, eu transformasse o projeto em uma 9 9" 4 . Penso ainda que, na condição de professor, cumprindo desde a época do início do curso de mestrado uma carga-horária de cinqüenta horas semanais em diferentes esferas do serviço público, parte do que experimentei ao longo da pesquisa prejudicou minha rotina de análise e dedicação ao trabalho de campo. Por esta razão vi-me obrigado a realizar novos procedimentos de obtenção das informações, assim como adotar novas alternativas metodológicas que correspondessem coerentemente com minha proposta original.

Em primeiro lugar, a minha freqüência ao curso de noivos, fundamental para a manutenção de um vínculo com os seus organizadores, a formação de uma rede de contatos com os noivos e o estabelecimento de uma relação de confiança promissora, viu-se inviabilizada pela incompatibilidade de horários com minha jornada de trabalho.

Como afirmei antes, as reuniões do curso iniciam-se às 18 horas da primeira