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Curso 1

O método clínico: observação e natureza

(The clinical method: observation and nature) Resumo:

Este curso pretende apresentar algumas reflexões sobre os conceitos de observação e de natureza que estão sempre presentes no método clínico. Tanto a observação quanto a natureza modificam-se na história do Ocidente. A última modernidade – a do século XX –, com o advento da técnica, abandona a observação da natureza e opta por seu controle técnico. A natureza, que sempre foi objeto da observação, submete-se à técnica que visa controlá-la e, mesmo, suprimi-la. É possível, então, supor que o método clínico, que é próprio da Psicopatologia, tenha perdido a hegemonia epistemológica que tinha até o advento da técnica. A Psicopatologia passa, dessa forma, a ser uma atividade marginal no campo da saúde mental.

Docente: Manoel Tosta Berlinck

Sociólogo, psicanalista, Ph.D. (Cornell University, Ithaca, N.Y., USA), Professor Titular da Universidade Estadual de Campinas (1972- 1992) (UNICAMP, Campinas, SP/Br.), Professor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP/Br.), onde dirige o Laboratório de Psicopatologia Fundamental, presidente da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental – AUPPF (2002 – 2010), Diretor da Editora Escuta (1986 -2009), Diretor da Livraria Pul- sional (1986 - 2009), consultor editorial, editor responsável da Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, membro da World Association of Medical Editors – WAME (Associação Mundial de Editores Médicos), autor de Psicopatologia Fundamental (2000) e de Erotomania com German E. Berrios (2009), entre outros livros e numerosos artigos.

Acerca do sujeito por fim em questão

(On the subject who is finally in question) Resumo:

Tal o título do curso. Trata-se da paráfrase de um escrito de Lacan. A rigor, um dos textos que ele inserira na coletânea publicada sob o título: Escritos. O propósito é justamente de nos servirmos desse texto como referência e, portanto, como ponto de apóio para dar curso à enunciação de nosso tema.

No mais, nosso tema é o sujeito e, muito particularmente, sua definição. Conceitual e clínica. Mesmo porque tal definição é vital para, a seguir, entender o desfecho da cura na concepção de Lacan: de pôr o sujeito em questão. Um desfecho que acabou recebendo nome próprio: a destituição subjetiva.

De resto, pretendemos tomar como guia o argumento exposto em “O sujeito na psicanálise de Freud a Lacan” editado pela Zahar e mais especificamente nos pontos que seguem:

1º- Pretendemos demonstrar que a noção de sujeito –introduzida por Lacan- se apóia em Freud. Na sua segunda tópica. Na sua noção de um Isso, pulsional e inconsciente.

2º- Pretendemos demonstrar que as primeiras elaborações lacanianas – de cunho ainda acentuadamente intuitivo - tem como referên- cia a “assunção simbólica” da própria história vivida.

3º- Pretendemos demonstrar que o salto conceitual se dera no momento em que Lacan esteve em condições de enunciar sua definição nos termos da lógica significante A saber, no momento em que lhe foi possível formular que: “um sujeito é isso que um significante representa para um outro significante”.

4º- Pretendemos ainda provar que é ao investigar a estrutura significante que Lacan pode inserir sua noção de corte e, com isso, fundar a noção lacaniana de sujeito: $.

5º- Pretendemos enfim provar que o argumento de Lacan encerra (Seminário XIV) no exato momento em que consegue estabelecer a lógica que articula o corte e o furo (ver aquí: a topologia da banda de Moebius e, mais radicalmente ainda, a garrafa de Klein). 6º- Encerraremos o percurso fazendo notar que estas definições perduram ao longo do restante da obra e que, o sujeito – assim defi- nido -, o sujeito em questão se mantém como referência lógica ao longo dos seus seminários (XVII, XX e XXV). Assim o provam suas considerações sobre a teoria dos discursos, a referência ao Gozo e a teoria do nó.

Docente: Antonio Godino Cabas

Psicanalista, Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, PR, Brasil), Doutor em Teoria Psicanalítica pela Univer- sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, RJ, Brasil), membro da Escola da Coisa Freudiana.

Curso 3

Relacionamento amoroso e as estruturas psíquicas: uma reflexão psicanalítica

(Loving relationships and mental structures. A psychoanalytic reflection) Resumo:

São muitas as formas de compreender e teorizar o relacionamento amoroso dentro da própria teoria psicanalítica. Este curso pretende contemplar apenas as formas de estruturação psíquica do sujeito, como um caminho possível de reflexão do conceito de patológico ou não dentro do relacionamento amoroso nesta vertente.

Serão apresentadas e discutidas no primeiro momento do curso, as formas de amar a partir dos conceitos de castração e complexo de Édipo, oferecendo uma breve compreensão das estruturas: neurose (histérica, obsessiva e fóbica), perversão e psicose.

No segundo momento serão utilizados como estudo de caso, recortes de filmes (Romeu Julieta, Dom Juan, Perfume) para discussão com base na teoria estudada na primeira parte.

Ao oferecer esse panorama geral pretende-se inquietar e suscitar novas compreensões, considerando que os aspectos levantados oferecerão a possibilidade abertura de novas elaborações.

Docente: Sonia Pires

Psicóloga (1979) e Psicanalista (1993) com formação em Psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae (São Paulo, SP), atendimento, supervisão e grupos de estudo em psicanálise (1980 – 2010).

Idealizadora, coordenadora e supervisora do projeto Espaço de Construção da Psicoblue, grupo de clínicas psicológicas (2000 - 2010). Coordenadora de curso de especialização e do núcleo de atendimento em psicologia na Saúde Mental da Infância e Adolescência da Santa Casa de Misericórdia (2000 - 2002).

Presidente do Instituto de Olho no Futuro, ong que atende a crianças e adolescentes de abrigos e centros comunitários (1997 – 2006). Curso 4

As condições do discurso amoroso hoje

(Conditions for a lover’s discourse today) Resumo:

D. Caymmi. — De amor, para entender, é preciso amar, e amar... só louco.

R. Barthes. — Mas o amoroso, justamente pelo fato de estar dentro, vê o amor como existência, não como essência: ele se encontra no mau lugar do amor, o seu lugar mais ofuscante: “O lugar o mais obscuro, diz um provérbio chinês, é sempre sob a lâmpada”. Tendo em mente o projeto de elaborar a concepção do amor como “arte de viver” (cf. conferência), a questão que guiará o presente “curso” será a de saber qual tipo ou gênero de discurso é capaz de acolher o amoroso doravante – isto é, o “sujeito” que escolheu fazer hoje do amor uma “arte de viver”.

Como o motivo da “arte de viver” vem originariamente da filosofia, poderia-se esperar que é nela que devemos ir procurar ou forjar o discurso que buscamos. Todavia – como iremos ver – a filosofia, ao menos a partir de sua inauguração socrática, não cessará de advertir o seu público contra os logros e perigos da “paixão amorosa” (“ilusão”, “energia desregrada”, etc.). Desde o começo, os ditos

das paixões” visando liquidá-las. Mesmo quando a filosofia integra Eros no seu sistema discursivo, como no caso de Platão, ela o fará para melhor subordiná-lo a um sentido ou finalidade superior: a Idéia de Belo ou de Bem (ao contrário do que diz Freud, nós estamos aqui longe da “energia amorosa” ou “erótica” da psicanálise, a libido).

O amor-paixão é inaceitável para o discurso filosófico, mesmo quando este se dedica a fazer o “elogio do amor”? Qual outro discurso então seria passível de acolhê-lo?

Nós veremos que só uma prática da escritura, “literária” ou não (Nietzsche, por exemplo), é suscetível de fazer jus ao amoroso e à sua paixão. De sorte que se há uma ascese, um exercício ou trabalho sobre si que corresponde à concepção do amor como “arte de viver”, ele se situa aí. “Viver (e amar) segundo as nuances que me ensina a escritura”.

Docente: Plínio W. Prado Jr.

Brasileiro radicado há muitos anos na França, filósofo e professor da Faculdade de Filosofia da Universidade de Paris VIII, Vincennes à Saint-Denis, Paris, França. Autor de diversos livros e numerosos artigos, dentre eles: O impronunciável. Observações sobre um fracasso sublime. (Unicamp, 1989) e Ser estrangeiro em sua terra; A questão da arte face à política da cultura, publicado em Cadernos de filosofia (Rio de Janeiro, 1989).

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