• Nenhum resultado encontrado

Simpósio 1

Intervenção e detecção precoce de psicopatologias graves

(Intervention and early detection of serious psychopathologies)

Coordenação: Silvana Rabello (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/ Br./ AUPPF) Participação:

- Discussões metodológicas acerca da pesquisa em psicanálise no campo da detecção precoce de psicopatologias graves junto a insti- tuições públicas, de saúde e educação, no município de São Paulo

(Methodological discussions on psychoanalytic research in the early detection of serious psychopathologies in public institutions of health and education in the municipality of São Paulo)

Silvana Rabello (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP/ Br./ AUPPF) Resumo:

A discussão acerca da pertinência ou não da eleição de sinais de risco de psicopatologias graves traz importantes conflitos entre o singular - alvo privilegiado da psicanálise - e o generalizável. Desde Freud, o singular e o generalizável constroem um ziguezaguear constante no estudo das psicopatologias e esta pesquisa, mesmo tendo como campo a detecção precoce de psicopatologias graves, não visa outra coisa senão a escuta de subjetividades em constituição e a escuta das instituições que suportam estas subjetividades. A própria opacidade oferecida pelo mundo dos bebes e das relações primordiais, constituída de estranhamento e familiaridade brutais, já configura em si outro desafio, assim como a difícil delimitação deste campo subjetivo, para ser estudado: bebê, pais e bebê, mãe e bebê, estes nas instituições, políticas públicas. Enfim, o que está em questão?

A partir da escuta de mães e bebes discursando livremente e mais a atenção ao “dado a ver” pela criança pequena, percebeu-se que a ausência do registro da alteridade pode ser constatada e ouvida enquanto demanda dirigida aos profissionais da primeira infância. Porém, a dúvida apresentada por estes nos fazem lembrar que a psicose não se apresenta uniforme e grave, principalmente desde a primeira infância; conta com singulares manifestações, discretas e fugidias.

- O universo dos estudos longitudinais de duplas mãe-bebê em psicanálise: seus impasses metodológicos e achados (The universe of longitudinal psychoanalytic studies on mother-baby pairs: methodological impasses and findings) Ana Beatriz Fernandes Lopes (COGEAE/Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP/Br.) Resumo:

Este trabalho refere-se à experiência de pesquisa em um estudo longitudinal em psicanálise, visando o acompanhamento de duplas mãe-bebê, desde a gestação até o terceiro ano de vida da criança. Este estudo é um desdobramento da pesquisa desenvolvida na PUCSP, por vários anos, sobre Detecção Precoce de Psicopatologias Graves. A análise e reflexão contínuas destes anos de trabalho tornaram claro que o modelo “transversal”, utilizado até então, havia encontrado os seus limites. Considerou-se que para o conhe- cimento mais efetivo dos sinais de risco psicopatológico na relação entre o bebê e aquele que faz função materna seria fundamental acompanhar o período inicial de construção deste laço e é a partir de então que este estudo longitudinal vem sendo realizado. Pretende-se neste trabalho discutir os estudos longitudinais em psicanálise, seus ganhos e problemas metodológicos, compartilhar o percurso e vicissitudes deste estudo em especial, procurando um olhar crítico a fim de buscar melhores condições para este. Neste sentido, algumas pesquisas deste tipo foram estudadas, num recorte da literatura psicanalítica.

- Intervenção precoce junto a duplas mães-bebês (Early intervention with mother-baby pairs)

Fernanda Ariza Lacanna (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP/Br.) Resumo:

Este trabalho pretende apresentar alguns achados clínicos e literários, relativos ao atendimento psicanalítico de duplas “mãe-bebê”. Este material vem sendo estudado e sistematizado enquanto uma das atividades contempladas pela pesquisa Detecção Precoce de Psicopatologias Graves - PUCSP. Os casos clínicos atendidos por esta equipe, considerados detectados precocemente, chegam tendo como queixa comum dificuldades no desmame evidenciando impasses na relação mãe-bebê, quanto à separação necessária para a constituição de um sujeito numa criança. Esta reflexão exige a discussão de alguns pontos desta clínica como: demanda, aspectos transferenciais, a incidência da palavra, os aspectos imaginários, a concepção de precoce e o sujeito em questão nesta análise, assim como importantes elementos clínicos que surgem quando tal separação passa a operar, no decorrer dos processos em questão, reve- lando a qualidade do sofrimento depositado nesta ligação.

(Considerations on the early detection of serious psychopathologies in educational institutions for small children: role, methodological impasses and findings)

Roberta Sá Prado de Alencar (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP/Br.) Resumo:

Esse trabalho traz uma reflexão sobre os efeitos da entrada de pesquisadores psicanalistas preocupados com a detecção precoce de psicopatologias graves e consequentemente com as vicissitudes do processo de constituição do sujeito, em instituições educacionais que trabalham com a primeira infância. O trabalho que vem sendo desenvolvido num Centro de Educação Infantil (CEI) do município de São Paulo é norteador da reflexão - a mais recente área de atuação dentro da pesquisa “Detecção Precoce de Psicopatologias Graves”. A preocupação com o universo educativo em seu caráter “preventivo” constitui um capitulo importante da historia da psi- canálise no Brasil, que será brevemente contemplada, para se pensar a interlocução psicanálise e educação nos dias atuais. A entrada de pesquisadores nesses CEIs acontece, como costuma ser no conjunto das pesquisas aqui apresentadas, a partir de uma demanda configurada, pois entende-se que a circulação linguageira se faz a partir de uma demanda dirigida a uma escuta psicanalítica que pretende reconhecer o dito inconsciente. Neste caso, a demanda veio de encontro aos objetivos da pesquisa no sentido de uma aproximação com profissionais da primeira infância, podendo assim, através da interlocução com a psicanálise, torna-los sensíveis aos elementos fundamentais da tarefa do educador junto a essas crianças, assim como dos sinais de risco psicopatológico, de forma que tais profissionais possam fazer a detecção precoce das crianças em sofrimento e responder a ela, em outra alternativa que não a da exclusão educacional como é habitual.

Simpósio 2

El amor como argumento para (el) bien o (el) mal

(Love as an argument for good or for evil)

Coordenação: Mario Orozco Guzmán (Universidad Autónoma de Querétaro/Mx.) Participação:

-El amor como razón del mal (Love as the reason for evil)

Mario Orozco Guzmán (Universidad Autónoma de Querétaro/Mx.) Resumo:

Frente al amor transferencial Freud (1999) expone argumentos que estarían destinados a cuestionar su condición “Echtheit”, auténtica. Propone razonamiento frente a supuesto apasionamiento. Razonamiento para convencer a los pacientes de que la resisten- cia se esta sirviendo de su enamoramiento, exacerbándolo, para sustraerlos del trabajo analítico. Agrega que este enamoramiento no hace sino reproducir rasgos de un modelo infantil. Son argumentos estériles pues el amor tiene sus propios argumentos. Pues, como el mismo Freud, lo subraya, este amor transferencial ofrece la impresión de que “man alles ihr erreichen könnte”, uno podría obtener todo él. Ese es el argumento del amor: la apuesta de que todo podría lograrse con él, la certidumbre de que podría aportar todo. Lo cual implica diversas posiciones éticas. Spinoza considera al Amor como un Gozo acompañada por la idea de una causa exterior y que el ser humano se esfuerza en conservar en la medida de lo posible. Al ser una clase de Gozo comparte este atributo de ser una “pasión por la que el alma pasa a una perfección más grande” (Spinoza, 1984, pp.132-133). El amor es estado pasional de perfección determinado desde fuera. En tanto su causa esta fuera de sí, fuera de sí mismo, el amor está expuesto a otras afecciones que surgen en relación con la cosa amada. El bien y el mal también participan del gozo en el planteamiento de Spinoza. El bien conduce al gozo y el mal a su frustración pero el alma es fluctuante pues en ella habita tanto el amor como el odio. A eso Freud le llamo ambivalencia. -El amor absoluto como argumento de traición y la ambivalencia materna

(Absolute love as an argument for infidelity and maternal ambivalence)

Flor de María Gamboa Solís (Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo/Mx.) Resumo:

Las historias de amor que pueblan nuestro imaginario de encanto y desencanto, fascinación e intriga son aquellas en donde el amor sirve como argumento para resolver posiciones que Freud (1915) caracterizó como ambivalentes por implicar la coexistencia de sentimientos opuestos dirigidos hacia una misma causa u objeto. La oposición amor-odio es fundamental de la vida anímica y son sus inscripciones particulares en el fondo, siempre dilemático, de una historia de amor, la que sostiene férreamente los montajes ima- ginarios de que el amor lo puede todo, lo entiende todo, disculpa y soporta todo.

La traición de Malintzin hacia su pueblo, su raza y sus costumbres por amor al conquistador de la gran Tenochtitlán, Hernán Cortés, o la traición de la agraciada Ariadna hacia su familia por amor a Teseo, el héroe ateniense, pareciera haber quedado histórica y míticamente suspendida de un gesto comprensivo, casi virtuoso que ha sido impulsado por la creencia en que lo que se hace por amor, es válido y merece perdón. Todavía más, la traición no sólo es disculpada y ‘comprendida’ sino que eleva el amor de ambas a la condi- ción de absoluto, de ideal, de argumento incuestionable, letra casi muerta y fosilizada; como si la traición, en tanto instancia de odio, robusteciera en términos de intensidad, la fuerza del amor. “Pero si hizo lo que hizo tuvo que ser por amor” (Montero, 2003, p.132). Y respecto a la traición de Ariadna, la clasicista Rebecca Armstrong, aclara: “No quiero negar que el abandono cometido por Ariadna hacia su familia, no pueda ser visto como una traición, pero la dolorosa realización de que ahora no tiene hacia dónde ir parecer ser en sí misma castigo suficiente, y sus razones para dejar Creta, a pesar de estar desorientadas, fueron al menos generosas y apasionadas…. ( mi traducción)” (Armstrong, 2006, p.202).

-Enamorarse hasta esclavizarse: La dialéctica del amo y del amor

(Falling in love until you are enslaved: the dialectic of the master (el amo) and love (el amor)) David Pavón Cuellar (Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo/Mx.)

Resumo:

En su Psicología de las masas y análisis del yo, Freud explica la ligazón de la masa con el conductor a partir de un enamo- ramiento que puede llegar hasta la servidumbre. Tal enamoramiento convierte al conductor, ya sea como persona o como idea, en un auténtico amo, significante-amo, que se relaciona dialécticamente con el amor que lo hace amo al esclavizar a la masa que lo ama. La masa no se deja esclavizar aquí por su temor a la muerte, como sucedería en Hegel, sino por su amor hacia el amo, un amor que no sólo puede llegar hasta una servidumbre voluntaria como la denunciada por La Boétie, sino también hasta un sacrificio voluntario

del esclavo que le ama. Pero este amor del esclavo es ya un reconocimiento del amo y exige ya el renunciamiento a la libertad en el que Lacan fundamenta el sistema simbólico. Finalmente, en una perspectiva lacaniana, el hombre hace el amor con su inconsciente, haciendo el trabajo del inconsciente, dejándose así esclavizar por el sistema simbólico, el cual, explotando su deseo como fuerza de trabajo, le permite hacer el trabajo que se debe hacer para poder amar.

-La sorprendente psicopatología del profesor Freud (Dr. Freud’s surprising psychopathology)

Alfredo Emilio Huerta Arellano (Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo/Mx.). Resumo:

¿Qué psicopatología es esta que hace que la forma de relación con el objeto determine la instancia mórbida no como una enfermedad sino como el síntoma de un saber hacer con respecto al otro y al placer? Nos remitimos aquí a la letra de su texto, todavía sorprendente e innovadora. La psicopatología freudiana intentó, ¿lo ha logrado?, destruir a la Psicopatología.

Freud, en un primer esfuerzo por condensar las proposiciones de su trabajo relacionado a la clínica de la histeria, escribió el Proyecto de psicología en el transcurso del año 1895, como un trabajo personal que le permitiera explicarse la defensa en términos cuantitativos. En una carta fechada el 26 de Agosto le escribe a su amigo Fliess: “Después de todo yo sólo pretendía explicar la defensa, pero hallé que eso me llevaba a explicar algo que pertenece al núcleo de la naturaleza. He tenido que elaborar los problemas de la cua- lidad, el dormir, la memoria: en suma la psicología entera.” A medida que el texto se iba desarrollando las complicaciones aumentaban y las preocupaciones de Freud por su Psicología oscilaron entre el fracaso y el éxito de hallazgos que marcarían sus preocupaciones y planteamientos futuros.

La proposición de base en el proyecto es la de la existencia de un “principio de inercia neuronal” en el que el organismo busca man- tener un nivel de tensión mínimo y que al hacerlo se procura una estructura específica que tiende a la descarga de montos de energía obedeciendo a tal tendencia. Freud explica que la noción de una inercia neuronal está presente ya en la obra de Fechner y que de este principio van a derivarse acciones secundarias, al mismo tiempo que son propiamente específicas para el fin de la descarga: el cese del estímulo que amenaza la tendencia a la inercia y la huida ante el estímulo. Estas acciones o funcionamiento secundario mantienen la inercia “imperturbable”. La dificultad ante la amenaza se resuelve entonces con la huida, pero de inmediato surge un problema, cómo huir de los estímulos endógenos que proceden de los tejidos del cuerpo y que en un primer momento son indiscernibles de los estímulos externos. Estos estímulos endógenos que entran a complicar el mantenimiento de la inercia son los precursores de lo que en la obra de Freud serán las pulsiones. “Estos provienen de células del cuerpo y dan por resultado grandes necesidades: hambre respira- ción, sexualidad.” Los estímulos endógenos “resignan” el principio de inercia neuronal en la medida en que no hay huida posible ante ellos, como si la hay ante los estímulos exteriores, de ahí que impliquen un extra de esfuerzo, una vuelta que Freud llama <<acción específica>> ante la demanda que plantean.

Simpósio 3

O amor, a oralidade e seus destinos

(Love, orality and their destinies)

Coordenação: Maria Virginia Cremasco (Universidade Federal do Paraná, PR/Br./AUPPF). Participação:

- “Pró- Ana” na internet e “Ana” na realidade: uma lei atuante (“Pro-Ana” on the Internet and “Ana” in real life: an active law) Maria Virginia Cremasco (Universidade Federal do Paraná, PR/Br./AUPPF). Resumo:

Em julho de 2008 os senadores franceses modificaram o texto da lei 223-14 que visava lutar contra as incitações à busca de uma magreza extrema ou à anorexia. O novo texto interdita a apologia das disfunções de comportamento alimentar, de auto- mutilação e de comportamentos que colocam em risco a saúde das pessoas. Essa alteração visou sobretudo atingir os sites “pro-Ana”, que tendem a justificar a anorexia (“Ana”) como uma escolha de vida reservada à uma elite. A internet oferece às anoréxicas, famintas de valores, um meio adaptado à expressão de sua doença. Leis a serem seguidas: controle, sucesso, perfeição, isolamento, sacrifício, transformação, resistência, ocultação ou mentira, solidariedade e revolução. Nessas mesmas leis temos a realidade de Ana, 14 anos, ameaçada de internamento pelo médico que tenta assim por um limite em seu ascetismo alimentar. Os prós- Ana assim como Ana, se- guem comportamentos obsessivos. Qual lei atua sobre esses corpos, esse lugar silencioso da ausência? A clínica questiona a oralidade e seus destinos.

- Incursões teóricas e clínicas sobre o funcionamento aditivo (Theoretical and clinical forays into additive functioning) Marta Matos (Universidade Paris VII - Denis Diderot, Paris/Fr.) Resumo:

Em Jacinto a comida serve para compensar a fragilidade do eu, numa variação flutuante segundo o vislumbre de projecto profissional e de segurança financeira. No limite da obesidade, J. vive a sua imagem corporal com sofrimento. Sem se tratar de um caso de bolimia, é uma ilustração que discute o «funcionamento aditivo». A partir de uma incursão sobre a noção de adicção na história da psicanálise, interrogam-se também outras ilustrações da economia aditiva, nomeadamente no papel assumido pelo trabalho e na dependência duma relação amorosa (Antoine). O termo de adicção é usado em França por J. McDougall primeiramente a propósito da « sexualidade aditiva » (1978). Em Antoine, a relação amorosa após uma iniciação sexual traumática abre o lugar ao segredo (verdade íntima) mistu- rada com a vergonha (fantasmas obsessivos). Toda a realidade psíquica do inconfesssável assume o lugar duma verdadeira substância aditiva, numa revisitação do traumático como via de contacto com o afecto, alicerçada numa posição masoquista.

- Melancolia e bulimia: pathos, oralidade e amor

(Melancholia and bulimia: mental suffering, orality and love)

Ana Cleide Guedes Moreira (universidade Federal do Pará, PA/Br./AUPPF) e Jacqueline Orengel (Instituto Sedes Sapientiae, SP/Br.) Resumo:

Há palavras na língua portuguesa que sobrevivem há séculos, desde a antiguidade clássica, nascidas na língua grega. A melancolia, cara, ainda hoje, aos poetas e escritores, é uma delas. Bulimia, outra. Palavras que resistem ao tempo são aquelas que tem algo a dizer, paixões que continuam sendo ditas por elas ensejando sua existência perene, na linguagem. Pathos, que dá origem a psicopatologia, é

va de alimentos, acompanhada de dolorosos esforços de purgação e vômitos, podendo levar à prostração e a morte, em ambos os se- xos.Aqui trabalha-se com a hipótese de que em cada caso, há que se construir sua psicopatologia fundamental, em uma clínica que dê suporte à travessia de processos melancólicos, levando em conta a subjetividade e sua vulnerabilidade no seu contexto histórico-social. - Melancolia, distúrbio da oralidade

(Melancholia as an orality disorder)

Ana Cecilia Magtaz (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, SP/Br./AUPPF). Resumo:

A melancolia é um distúrbio da oralidade por excelência. Essa hipótese possibilita-nos pensar em uma melancolia parcial presente nas neuroses de transferência - manifesta pela via dos distúrbios da oralidade, suscetíveis de manifestarem-se em diversas en- tidades clínicas - e explicitar a utilidade desta compreensão para a clínica em geral. Pretende-se, neste trabalho, apresentar a pesquisa sobre o “demônio do meio dia”, a acídia religiosa, experiência fascinante da idade média, no intuito de aprofundar a reflexão sobre o problema da estagnação presente na melancolia. Pensar a melancolia como um distúrbio da oralidade acena para a importância da acídia e da ilusão negativa no funcionamento do humano.

Simpósio 4

Sujeito e subjetividade na psicopatologia fundamental e na psicanálise: usos e abusos

(Subject and subjectivity in fundamental psychopathology and in psychoanalysis: uses and abuses) Coordenação: Vinicius Anciães Darriba (Universidade Federal do Paraná, PR/Br.).

Participação:

- Sujeito, saber e o estatuto da dificuldade na psicanálise (Subject, knowledge and the place of difficulties in psychoanalysis) Vinicius Anciães Darriba (Universidade Federal do Paraná, PR/Br.) Resumo:

Recorrentemente o psicanalista é convocado a se atualizar buscando fora de seu campo saberes que abordam o contemporâneo nos termos da ‘produção da subjetividade’, dos ‘modos de subjetivação’. Por que se entende que ele deveria fazer isso? Não me parece descabido arriscar uma generalização acerca dos motivos de tal interpelação: entende-se que a atualização do saber acerca do sujeito representaria para o psicanalista um aporte para a efetividade de sua clínica. Estendendo a generalização um pouco mais, certa asso- ciação pode ser estabelecida entre esta convocação a uma ampliação de seu saber e a confrontação com os chamados ‘casos difíceis’, o ‘difícil’ aí reportado ao que faz impasse à direção do tratamento.

Deixando de lado, inicialmente, o exame da noção de sujeito na psicanálise e a problematização da possibilidade de um saber acerca do mesmo, começaremos por interrogar que estatuto atribuir à dificuldade dos ‘casos difíceis’ na psicanálise. Para tal, partiremos do modo como a clínica psicanalítica é concebida, em seus primórdios, por Freud. A hipótese que encaminharemos é que a requisição à psicanálise de que se beneficie dos saberes sobre a subjetividade e o sujeito que seu tempo lhe oferta, antinômica à noção de sujeito que lhe é própria, convida-a a se restringir a sua dimensão terapêutica.

- Notas para uma discussão em torno à noção do sujeito no campo analítico (Notes for a discussion on the notion of the subject in the analytic field)

Antonio Godino Cabas (Universidade Federal do Paraná, PR/Br./Escola da Coisa Freudiana, PR/Br.) Resumo:

O propósito desta intervenção é de cunho epistêmico. Começa chamando a atenção sobre a literatura – dita analítica- da atualidade e aponta uma constante: a referência à noção de “sujeito” e ao tema da “subjetividade”. Simplesmente porque, apesar da repetição, tais noções aparecem em contextos tão diversos e desencontrados que somos levados a considerar estarmos diante de um sintoma. Uma análise detida das ditas referências nos faz ver que várias disciplinas, além da psicanálise, incluem tais noções nos seus cálculos, embora desde uma perspectiva diferente. É o caso da filosofia política, da sociologia, do estruturalismo e da crítica contemporânea. Entre outras e por citar alguns exemplos.

Nossa tese é que é rigorosamente lícito que cada disciplina venha a forjar as definições pertinentes ao seu próprio campo e, portanto, vir a ter uma definição própria da noção de sujeito. Contudo julgamos não pertinente a transposição das mesmas de um campo para outro sem respeitar o principio da territorialidade do saber.

Tal o sintoma – ou ao menos assim nos parece - que afeta à psicanálise contemporânea. Pois não raro recorre a uma definição que se assenta em um outro saber, um saber distinto – por vezes no avesso da psicanálise. Ocorre que o sujeito da psicanálise, é a antípoda

Documentos relacionados