Transmissão PET
4.4 Dimensionamentos dos Sistemas
4.4.10 Custos Incorridos Pelos Consumidores – CIC
e acordo com o procedimento indicado na Figura 4.2, as próximas Tarefas a serem executadas pela ABTI são e, f e g, que correspondem, respectivamen-te, a:
 Hierarquização das configurações evolutivas dos sistemas intermediários I
t S ;
 Pesquisa do Conjunto de Decisão, formado pelas AET mais não dominadas;
 Pesquisa da AET de mínimo custo total e de mínima EENS (ótima).
Entretanto, para que estas tarefas sejam realizadas com sucesso, tornam-se necessá-rios estabelecer os modelos de obtenções dos Custos Incorridos pelos Consumidores - CIC
e dos Custos Incorrido pelo Sistema – CIS, o que é feito a seguir.
Os custos decorrentes das reduções dos níveis de confiabilidade das AET, provocados pelas postergações das adições dos reforços previstos, ou seja, os custos dos aumentos das freqüências e/ou durações das interrupções são estimados pela quantificação do valor da
energia interrompida que resulta da simulação do sistema de transmissão RI
t
S degradado.
4.4.10.1 Método de Custeio das Interrupções
m dos avaliadores mais adequados para priorizar investimentos em adições de reforços de transmissão é o custo de interrupção ou Custo Social da Energia não Suprida - CENS. Este custo é mais adequado do que o custo do não faturamento da venda de energia porque representa, em última análise, o quanto a sociedade está disposta a in-vestir na rede, através das concessionárias (preços das tarifas de energia), para evitar os prejuízos que as interrupções no fornecimento de energia lhe causa.
Considerando constante o custo unitário de interrupção, pelos motivos já menciona-dos, o valor do custo de interrupção associado a uma determinada AET - a pode ser men-surado, através do produto do custo unitário de interrupção (em US$/MWh) pelo montante da EENS (MWh) decorrente da interrupção de fornecimento de energia, por meio da equa-ção apresentada abaixo:
a t EENS uf C a t CENS u (4.47)
Deste modo, para efeito de análise econômica das AET formuladas, os valores de
a t
CENS verificados ao longo dos anos do horizonte de estudo – h, são trazidos a valor pre-sente através de uma taxa de desconto - W, de acordo com as seguinte expressão:
D
¦ u ¦ h 1 t 1 IJ t a t EENS Cuf h 1 t 1 IJ t a t CENS a CENS (4.48)Uma vez que o valor do Cuf é constante, por definição, deduz-se que:
¦ u h 1 t 1 IJ t a t EENS Cuf a eq CENS (4.49)Substituindo (4.10) nesta equação, obtém-se a equação de custo em função dos valo-res equivalentes de a
eq
EENS , representativos de cada sistema degradado I
t
S , podem-se calcular os custos decorrentes das interrupções através da seguinte expressão geral:
a eq EENS h) , FVA( Cuf a eq CENS u W (4.50)
4.4.10.2 Comportamento dos Custos das EENS
ara efeito de análise do comportamento da função custo de interrupção, descrita através da equação (4.40), inicialmente consideramos apenas a dependência com os parâmetros W e h, ou seja, supondo que o Cuf = 1 e que a
eq EENS .
Com estas considerações, o comportamento da função K1 CENSaeq f(W,h) é do tipo não linear crescente com o parâmetro h, conforme pode ser visto na Figura 4.14.
Variação da Função Custo - K1=CENS(eq) (Cuf=1 US$/MWh e EENS(e q)=1 MWh)
2 3 4 5 6 7 8 9 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 h K1=CENS(e q) 10% 15% 20%
Figura 4.14: Variação de CENSaeq em Função dos Parâmetros W e h
Destes comportamentos pode-se inferir que, quanto maior o ano horizonte de estudo, menor será a influência da variação da taxa de desconto no custo de interrupção, ou seja, maior será a redução do custo de interrupção. Em números, significa que;
 No HPCP (5 anos) 5% de acréscimo na taxa de desconto de 10% a.a. tem o efeito de reduzir o custo de interrupção em cerca de 13%. Já um aumento de 5% na taxa de desconto de 15% a.a. decresce o CENSeq em cerca de 12%;
 No HPMP (10 anos) 5% de acréscimo na taxa de desconto de 10% a.a. tem o efei-to de reduzir o cusefei-to de interrupção em cerca de 22%. Já um aumenefei-to de 5% na taxa de desconto de 15% a.a. decresce o CENSeq em cerca de 20%;
 No HPLP (15 anos) 5% de acréscimo na taxa de desconto de 10% a.a. tem o efeito de reduzir o custo de interrupção em cerca de 30%. Já um aumento de 5% na taxa de desconto de 15% a.a. decresce o CENSeq em cerca de 25%.
Por outro lado, considerando a dependência dos parâmetros FVA(W,h) e EENSa
eq, ou seja, supondo inicialmente que o parâmetro custo unitário Cuf = 1, o comportamento da função a ) eq (EENS f a eq
CENS apresenta uma característica não linear, monotonicamente
cres-cente, com o valor do parâmetro EENSa
eq, como pode ser visto na Figura 4.15.
E E N S e qa CENS aeq S1eq S 2eq S RS eq) H P C P H P L P H P M P S eqRI M a io r W o u h Figura 4.15: Variações de a eq
CENS em Função das a eq EENS
Os comportamentos desta curvas revelam que, quanto maior o nível de reserva de capacidade de transmissão existente no sistema, o que é normalmente verificado no di-mensionamento pelo critério de “N-1” componentes da rede de transmissão, mais próxima da origem do plano cartesiano fica o sistema RS
t S .
No outro extremo, quanto menor o nível de reserva de capacidade de transmissão e-xistente no sistema, o que é normalmente verificado no dimensionamento pelo critério de “N-0” componentes, mais distante da origem fica o sistema RI
t S .
Infere-se, ainda, que sistemas de transmissão com predominância de problemas de sobrecargas em condições de contingências a curvatura torna-se côncava, enquanto que em redes com predominância de violações de tensões a curvatura torna-se convexa.
Em outras palavras, a curvatura depende do grau de não linearidade dos valores de
a t
EENS anuais, que por sua vez dependem, fortemente, da topologia da rede de transmis-são, do nível de reserva de capacidade de transmissão do sistema degradado e do período de postergação das adições dos reforços previstos.
Já as inclinações das curvas dependem do valor adotado para mensurar o custo da EENS, ou seja, depende diretamente do parâmetro Cuf.