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CAPÍTULO 2 NEOLIBERALISMO: UMA NOVA CONFIGURAÇÃO PARA O

2.1 DÉCADA DE 1970: UMA NOVA CRISE ESTRUTURAL DO

No contexto de mudanças que sacudiram o mundo ocidental no início da década de 1970 - e prolongando-se pelas décadas seguintes - o sistema capitalista conheceu mais uma crise5 caracterizada, entre outros aspectos, pelo “excesso de mercadorias e estoque,

um excedente de capital-dinheiro e um nível elevado de desemprego, de caráter estrutural” (ALVES, 1996, p. 114)6. Foi, na verdade, uma crise que desestruturou não apenas as

economias dos países do Terceiro Mundo, mas, também, os chamados países pós-capitalistas do Leste Europeu. Aliás, nem mesmo o próprio núcleo central do sistema capitalista, representado pelas nações ricas, deixou de ser afetado. Mais ainda: os países asiáticos que, na década de 1980, haviam conhecido um notável desenvolvimento econômico, na década seguinte também passaram por momentos e situações de desequilíbrio econômico. Em nossa realidade nacional, essa crise ganhou contornos específicos em decorrência da sua condição de país integrante da porção periférica do mundo produtivo capitalista. Foi, portanto, decorrente desta condição que, na década de 1990, o Brasil foi forçado a realizar vários ajustes estruturais os quais, entretanto, não foram capazes de promover o equilíbrio

5 Se, para efeitos de localização histórico-temporal, nos referimos à crise capitalista da década de 1970 como

“mais uma crise”, seja esclarecida que, na verdade, tal crise decorre da própria natureza deste modo produtivo pois faz parte da sua dinâmica a existência de um crescimento à custa da exploração dos que necessitam vender sua força de trabalho para que, assim, possam garantir a sua sobrevivência. Destarte, este dado configura o modo produtivo capitalista como um sistema gerador da marginalização e da exclusão social. Também integrando o caráter conflitivo que permeia o sistema produtivo capitalista, há um outro dado que merece ser destacado: ao mesmo tempo em que o trabalhador é obrigado a exercer uma função de “colaboração” na manutenção de tal sistema, por outro lado, como historicamente tem ocorrido, via processos de conscientização, organização e de mobilização, a classe trabalhadora tem se rebelado contra tal condição.

6 No Brasil, do ponto de vista econômico, a crise atingiu o auge no ano de 1979, quando o País sofreu fortes

cortes no crédito internacional devido à incapacidade de pagar a dívida externa e os banqueiros internacionais se sentiram em situação de risco por conta da elevação da taxa de juros e da recessão que ocorria nos Estados Unidos da América.

econômico; ao contrário, as dívidas externa e interna aumentaram e a inflação foi acelerada. Conseqüentemente, a esfera social também foi afetada.

Passadas três décadas da eclosão da crise que se abateu sobre o modo produtivo capitalista, tal crise ainda não está superada; ao contrário, apresenta-se de forma bastante intensa suscitando novos direcionamentos e estratégias de natureza econômica e política no afã de sua debelação. Ademais, a crise se apresenta como uma dinâmica que permeia não somente o modo produtivo capitalista como a própria vida societal – em seus múltiplos aspectos – assentada neste modo produtivo.

Com a desestabilização ocorrida no sistema capitalista instaurou-se um complexo processo de reestruturação produtiva7 que pode ser visto como uma nova etapa do capitalismo mundial, ou seja, a mundialização do capital de cujo processo resultou um novo tipo de acumulação capitalista8. Esta mundialização, com Amin (2001, p. 17)9, não é por demais recordarmos que, diferente de outras experiências ocorridas no passado, é por natureza polizadora, ou seja, tal fenômeno repousa sobre uma lógica na qual a expansão mundial do capitalismo produz uma relação de desigualdade entre os membros participantes desse processo produtivo. Como que tentando mascarar a assimetria intrínseca à mundialização os países que estão em situação de inferioridade são, por parte daqueles, eufemisticamente, chamados de “parceiros”.

A respeito desse movimento expansionista do capital e, conseqüentemente, do sistema sobre ele estruturado, acompanhando a análise de Meszáros (2002, p. 252 et seq.), entendemos sua existência em função de uma tendência histórica que tem possibilitado sua ocorrência de maneira até irresistível, no sentido de, para poder se expandir, o capital ter buscado superar qualquer tipo de barreira ou obstáculo que se interponha em seu caminho,

7 Ainda que estejamos falando de reestruturação produtiva no singular, todavia, isso não significa dizer que que o

mesmo seja um processo homogêneo. Ao contrário, como apontam Leite e Rizek (1997), dentre outros pesquisadores e autores, existem diferentes caminhos buscados e trilhados pelos setores produtivos. Tal diversificação deve ser compreendida à luz da própria dinâmica da história e da cultura de cada país no qual o processo de reestruturação produtiva esteja ocorrendo. Talvez, o que se possa apontar como sendo um dado convergente na reestruturação – além da salvaguarda do capital – seja a conjugação de esforços e tentativas feitas pelos detentores do capital para tentarem anular as conquistas históricas obtidas pela classe trabalhadora.

8 Ao invés de globalização, Chesnais (1996, p. 24), prefere utilizar o termo mundialização por considerá-lo como

possuindo melhor nitidez conceitual, ou seja, ser um termo que melhor retrata o fato de a economia ter se tornado mundial e, conseqüentemente, ter conferido direito aos países do chamado Grupo dos Sete - o G-7 – exercerem um vantajoso poder de direção e domínio das forças econômicas e financeiras, desencadeadas pela liberalização. Da nossa parte, mesmo concordando com a observação deste autor, estamos usando ambos os termos para nos referirmos ao novo cenário econômico que foi configurado nas últimas décadas do século passado.

9 Para este autor, a mundialização ocorrida há tempos remotos (como na Europa, no período de 1200 a 1500)

quer sejam obstáculos naturais ou fronteiras culturais e nacionais. Entretanto, se por um lado esse movimento é inexorável, por outro lado, não podemos deixar de identificá-lo como sendo um processo que também, intrinsecamente, se sustenta em “pés de barro” uma vez que essa “invasão universal” (na expressão usada por Meszáros) se torna insustentável com o esgotamento dos domínios a invadir e subjugar.

Tendo em vista que esta nova etapa do capitalismo está bastante sintonizada com o projeto de globalização temos, pois, a chamada globalização neoliberal. Nesta união “el neoliberalismo es la teoria y la política que sintetiza os intereses de la fracion dominante del capital transnacional” (MARTINEZ, 2006, p. 9) uma vez que tal globalização, na verdade, significa globalização econômica, assentada numa desigual integração econômica dos países sem que seja alterado o clássico fosso existente no mundo capitalista: países ricos, desenvolvidos versus países pobres, subdesenvolvidos. Tal fosso é aprofundado mais ainda na medida em que um grupo restrito de países – visibilizado no G-7 (Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Japão, França, Itália e Alemanha) - usurpa para si o direito de ter nas mãos a condução dos rumos sociais, políticos, econômicos e culturais do “concerto das nações”. É, ainda, um tipo de globalização em cujo interior se esconde uma dramática realidade de relações de assimetria econômica e de poder entre os países que integram o mundo produtivo capitalista e que resulta em uma nova divisão na “ordem mundial”: países centrais X países periféricos. Para melhor compreendermos a dimensão dessa assimetria, basta, a título de exemplo, verificarmos (a partir dos dados apresentados por Dupas, 2005, p. 21 et seq.) que enquanto, de um lado, os seis grandes países do núcleo central capitalista (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, França e Itália), no ano de 2004, geraram um PIB na ordem de mais de um trilhão de dólares, por outro lado, os 204 países que integram a porção capitalista periférica produziram um PIB de apenas 100 bilhões de dólares. Por sua vez, como veremos de modo mais detalhado em outro momento, o delineamento deste tipo de globalização, assentada na ideologia neoliberal, resultou em profundos impactos na educação bem como nos sistemas que regem o processo educativo.

Integrando a reestruturação produtiva, vem ocorrendo um processo de transição do fordismo para o toyotismo. Nesta nova modalidade produtiva, a produção é pautada diretamente pela demanda para que ela seja variada, diversificada e pronta para suprir o consumo. É, pois, o consumo quem determina o que deve ser produzido. Terminado o estoque mínimo, a produção é retomada para atender às exigências do mercado, no menor tempo e com melhor qualidade (ANTUNES, 1997, p. 26). Ainda a respeito desta recente modalidade produtiva ressalte-se que, além dos seus aspectos técnicos e econômicos, ela tem

gerado fortes impactos no seio da classe trabalhadora ao obscurecer a sua perspectiva de classe e, ainda, capturar a sua subjetividade à lógica do capital (ALVES, 2000, p. 39 et seq.). Nesta captura, em função da necessidade de o trabalhador garantir o seu posto de trabalho, dá- se uma diminuição e até mesmo perda da sua identidade como membro de uma classe socialmente explorada; ainda: sua identidade de classe é convertida em identidade corporativa, ou seja, o trabalhador se atém mais à empresa da qual depende a venda da sua força de trabalho. Tal transmutação constitui-se, pois, num elemento desafiador para a perspectiva da luta pela emancipação da classe trabalhadora e aqui se pode encontrar uma das razões de o movimento sindical, de algum tempo, ter entrado em crise, o que pode ser visibilizado na queda da taxa de sindicalização, dificuldades em mobilização dos trabalhadores para a luta contra o capital e no decréscimo no número de greves.

Da reestruturação produtiva também fazem parte: a introdução de novos padrões de gestão e de organização do trabalho e a nova política de relações entre os sindicatos dos trabalhadores e o patronato, com conseqüente flexibilização do trabalho. Analisando as transformações ocorridas no mundo capitalista, Harvey (1999, p. 140) identifica a existência de um processo de transição do fordismo para a chamada acumulação flexível. Para Harvey, este tipo de acumulação se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organização.

Tendo em vista que a máxima obtenção de lucro e a acumulação se constituem em dinâmicas fundamentais para a manutenção do capitalismo, podemos dizer que, em última análise, a reestruturação produtiva é, na verdade, uma ação agressiva deste modo produtivo na busca de sua recomposição. Conseqüentemente, para esta recomposição ser alcançada faz-se necessário que a exploração da força de trabalho seja realizada no máximo grau possível para que também, assim, sejam obtidas maiores margens de lucro. Parafraseando Meszáros (2002, p. 44), podemos dizer que, desta maneira, perpetua-se a subordinação estrutural do trabalho ao capital.

Refletindo sobre os impactos provocados pela acumulação flexível no mundo do trabalho, dos quais sobressaem-se os altos níveis do desemprego estrutural, Harvey (1999, p. 144) sinaliza que este tipo de acumulação ocasionou uma radical separação entre os trabalhadores ao dividi-los em dois grupos distintos: o centro e a periferia. O primeiro é composto por um número cada vez menor de trabalhadores que, para garantirem o emprego,

devem atender à expectativa de serem adaptáveis, flexíveis e geograficamente móveis. Por sua vez, o segundo grupo desdobra-se em dois sub-grupos: (i) o dos empregados em tempo integral, com habilidades facilmente disponíveis para o mercado de trabalho e, ainda, passíveis de alta rotatividade e (ii) o dos empregados em tempo parcial, empregados casuais, pessoal com contrato por tempo determinado, temporários, sub-contratados e treinados com subsídio público, tendo ainda menos segurança de emprego do que aqueles que integram o primeiro subgrupo periférico.

Como podemos inferir, juntamente com a diversificação dos tipos de trabalhadores há um grande impacto sobre a classe trabalhadora, ou seja, o solapamento da sua organização e a transformação da base objetiva da luta de classes (Ibid., p. 145)10 uma vez que esta classe laboral terminou sendo diluída e enfraquecida e, assim, teve diminuído o seu poder de força no enfrentamento com o poder do capital.

Para a análise da reestruturação produtiva convém situarmos que ela não se fez de forma homogênea em todos os países que integram o mundo capitalista. Ao contrário, a sua ocorrência adquiriu feições específicas tendo em vista as peculiaridades sociais, econômicas, culturais e políticas dos países nos quais ela aconteceu.

Fazendo um pequeno aparte sobre o processo de reestruturação produtiva na realidade brasileira11, constata-se que este processo tem sido implementado sob o discurso da modernização da economia nacional e da necessidade premente de articulá-la à economia internacional. Entretanto, a exemplo de outros projetos modernizadores que resultaram em benefícios apenas para os donos do capital, este projeto de modernização, por um lado, tem proporcionado ganho de produtividade para o capital industrial, por outro lado, ele tem concorrido para o aprofundamento da precarização do trabalho. Dentre outras expressões, esta precarização tem resultado em altíssimos níveis de desemprego que, obviamente, tem gerado profundos impactos sociais. Tais impactos, em última instância, acentuaram o histórico fosso da divisão social que tem permeado a sociedade brasileira de tal modo que hoje convivemos com um quadro de exclusão social formado por um exército industrial de reserva, sem mínimas perspectivas de que, novamente, possam ser readmitidos, como cidadãos, à vida societal.

10 No entendimento de Harvey (1999, p. 141), a acumulação flexível parece implicar níveis relativamente altos

de desemprego estrutural, rápida destruição e construção de habilidades, ganhos salariais modestos (quando há!) e o retrocesso do poder sindical.

11 Para a reestrutura produtiva em nosso país, Leite (1997) chama a atenção para a ocorrência de uma

especificidade que deve ser levada em consideração que, sobretudo, está relacionada com o próprio contexto político e econômico vivido pelo Brasil ao longo das décadas de 1970 e 1980.

No Brasil, diferente de períodos anteriores à década de 1990, quando a reestruturação produtiva estava circunscrita quase que apenas à renovação tecnológica do setor industrial (e mais especificamente ao setor automobilístico), este processo reorganizador tem se caracterizado pela adoção de novas estratégias produtivas de caráter sistêmico e interligadas entre si, incluindo a implantação de estratégias de gestão do processo produtivo. Na análise de Alves (2000, p. 202 et seq.), a descentralização produtiva configurou-se como sendo uma das principais estratégias, sobretudo no setor industrial, através das quais ocorreu a reestruturação produtiva em nosso país e, do ponto de vista de vista da classe trabalhadora, ela tem suscitado preocupações em decorrência dos impactos gerados por um dos “braços” dessa descentralização, ou seja, a terceirização caracterizada como um tipo de descentralização produtiva, centrado na lógica da focalização da produção, isto é, a empresa tende a concentrar seus esforços e se especializar na produção daquelas mercadorias sobre as quais ele detém evidentes vantagens competitivas (ibid., p. 205).

Se por um lado, a terceirização é vantajosa para o capital por, entre outros fatores, possibilitar sensível redução nos custos da produção e da administração, por outro lado, ela se constitui em algo prejudicial para a classe trabalhadora, uma vez que, ao mesmo tempo em que esta classe fica mais vulnerável ao controle que os detentores do capital procuram exercer sobre ela, também fica mais enfraquecida no processo de participação da histórica luta entre as forças sociais que representam o capital e o trabalho.

No processo de mudança de gestão da produção, desencadeado pela reestruturação produtiva ocorrida em nosso país, novamente podemos identificar um caráter conservador do empresariado nacional uma vez

que mesmo com a implementação de técnicas e métodos japoneses no processo de modernização tecnológica, em especial no setor mais internacionalizado da indústria, a postura avessa à negociação com trabalhadores e sindicatos permanece prática corrente (RAMALHO, 2002, p. 87).

Exemplificando em que consiste a posição conservadora do empresariado brasileiro, este autor diz que tal postura se expressa de variadas maneiras, tais como: (i) desconsideração da organização sindical dos trabalhadores bem como das suas reivindicações (ii) e realização de tentativas visando a inibir a organização sindical ao demitir militantes sindicais, proibir o acesso destes ao ambiente de trabalho e, até mesmo, não admitir trabalhadores nos quadros de suas empresas pelo simples fato de serem sindicalizados.

Ainda em relação ao Brasil, podemos apontar como resposta à reestruturação produtiva o caminho adotado, por adesão deliberada e, mais ainda, por estratégia de

sobrevivência, por um considerável número de empresas nacionais de se associarem ao capitalismo internacional e, com esta associação, por um lado, o capital se põe a salvo. Em contrapartida o mesmo não se pode dizer em relação ao trabalho e, mais especificamente, aos trabalhadores cujo destino, quase sempre, é a perda do seu posto de trabalho, o desemprego ou, quando muito, sujeição a novas formas de exercício da atividade laboral em condições diferentes (para pior) da situação anterior.

Retomando a análise que vínhamos desenvolvendo sobre a reestruturação produtiva em âmbito mundial, identificamos que, diante do cenário da nova crise, o sistema capitalista procurou alternativas para se reestruturar, de modo defensivo, através da busca da recomposição dos mecanismos de reprodução do capital pela exacerbação da exclusão social12 e, para dar suporte político e ideológico a tal reestruturação, serviu-se do neoliberalismo. Entretanto, podemos adiantar que, de acordo com o estágio do desenvolvimento capitalista dos países nos quais foi implementado, o neoliberalismo apresentou e apresenta variadas versões e materializações.

Neste novo estágio da reprodução e acumulação capitalista, os países periféricos não somente estão excluídos da possibilidade de exercerem um controle sobre a dinâmica da economia neoliberal como, também, estão privados de circularem livremente por ela, uma vez que há um forte controle exercido pelos países centrais. Ademais, como podemos inferir das palavras de Santos (2002a, p. 31), no processo de implementação do neoliberalismo, os países periféricos e semi-periféricos, praticamente, não tiveram liberdade para optarem ou recusarem tal implementação uma vez que as agências financeiras multinacionais colocaram como condição para renegociação da dívida externa a adoção dos chamados programas de ajuste estrutural que integram o projeto neoliberal.

Em síntese, o ajuste estrutural contempla as seguintes medidas ou recomendações: redução dos gastos públicos, privatização através das vendas de empresas estatais, desenvolvimento de mecanismos de desregulação para, assim, ser reduzida intervenção do Estado no mundo produtivo. Ainda no que diz respeito ao Estado, o ajuste estrutural recomenda que esta instância política reduza sua atuação na promoção dos chamados serviços sociais – tais como: saúde, educação, moradia, transporte público, aposentadorias etc. – para que sejam assumidos pelo mercado, ou melhor dizendo, sejam privatizados.

12 Seja observado que o processo de ajuste para a reconstrução do capitalismo, apesar de fortemente calcado no

Como será abordado na próxima seção, podemos dizer que, ao ser utilizado como suporte ideológico para a reorganização capitalista, o neoliberalismo também favoreceu a expansão capitalista, uma vez que ampliou a adesão de outras nações que, pelas mais diversas razões, ainda, não haviam adotado o modo produtivo capitalista como, por exemplo, a Rússia e a China.

2.2 O NEOLIBERALISMO: UM PROJETO IDEOLÓGICO EM RESPOSTA À CRISE