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D EMÊNCIA Deterioração

global e orgânica do funcionamento intelectual sem alteração no nível de consciência. Freqüentemente é acompanhada de: "distraibilidade"; déficit de memória; dificuldade em cálculos; alteração no humor e afeto; prejuízo no julgamento e abstração; e dificuldades com a linguagem. JUÍZOCRÍTICO É a capacidade que temos para perceber e avaliar adequadamente a realidade externa e separá-la dos aspectos do mundo interno (subjetivos). Significa separarmos os sentimentos, impulsos e fantasias próprios, de sentimentos e impulsos de outras pessoas. Refere-se, ainda, à possibilidade de termos uma visão realista de nós mesmos, nossas dificuldades e nossas qualidades. A capacidade de julgamento é necessária para todas as decisões diárias, para estabelecer prioridades e prever conseqüências. Os distúrbios do julgamento podem estar relacionados a uma ou mais áreas, como dinheiro ou sexualidade, mantendo as demais áreas adequadas.

Doença de Alzheimer (DA)

Esta doença foi descrita pelo médico alemão Alois Alzheimer (1864- 1915) como degenerativa, isto é, que produz atrofia, progressiva, com início mais freqüente após os 65 anos. Produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, afetando também as áreas da linguagem e produzindo alterações no comportamento. As causas da DA ainda não são conhecidas, mas sabe-se que existem relações com certas mudanças nas terminações nervosas e nas células cerebrais que interferem nas funções cognitivas. Alguns fatores têm se mostrado importantes quando se avalia o desenvolvimento desta doença:

• Aspectos neuroquímicos: diminuição de substâncias através das quais se transmite o impulso nervoso entre os neurônios, tais como a acetilcolina e noradrenalina.

• Aspectos ambientais: exposição/intoxicação por alumínio e manganês. • Aspectos infecciosos: como infecções cerebrais e da medula espinhal. • Pré-disposição genética em algumas famílias, não necessariamente hereditária.

Você pode obter maiores informações sobre esta e outras patologias relacionadas a demência, esquecimento e alterações cognitivas no seguinte endereço eletrônico: http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php.

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ATIVIDADES

3. Explique de que forma os estudos de Gall contribuíram para a construção de uma visão localizacionista das funções cerebrais. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________

RESPOSTA COMENTADA

Mesmo ao trabalhar com um modelo falho, os princípios utilizados de que existiriam áreas responsáveis por funções específicas possibilitou a construção de uma lógica localizacionista. Ele não foi o primeiro a lançar idéias sobre as funções cerebrais, mas seu trabalho sobre frenologia instigou vários pesquisadores a derrubarem suas teorias. A hipótese de Gall, sobre a localização funcional cerebral, permitia a descrição de 37 áreas representando diferentes faculdades mentais no córtex cerebral (verifique na Figura 15.1), que embora falsas, representaram um dos marcos iniciais dos estudos localizacionistas.

4. Correlacione as duas colunas:

RESPOSTA COMENTADA

(1,C ); (2,D ); (3,E ); (4,B ); (5,A ). Antes de termos um mapeamento celular do córtex por Brodmann, os estudos sobre a localização funcional desenvolvidos por Broca e por Wernicke começaram a desvendar um dos mistérios mais importante sobre as funções cerebrais superiores. Deste modo, obter conhecimento sobre a organização anatômica e funcional da linguagem possibilitou a construção de um conceito de self (James) e conseqüentemente de consciência (Damásio).

DESCOBRIDORES FUNÇÃO

1 Wernicke A Área relacionada à expressão lingüística. 2 Damásio B Definiu consciência como fenômeno seletivo,

contínuo, pessoal e não auto-referenciável. 3 Brodmann C Área relacionada à percepção lingüística. 4 James D Conceito de self, de consciência central. 5 Broca E Construção de um mapa citoarquitetônico

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5. Como podemos definir a lateralização cerebral?

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RESPOSTA COMENTADA

Por lateralização cerebral, entende-se que algumas funções cerebrais apresentam predomínio funcional em um dos hemisférios cerebrais. Este tipo de visão originou o termo hemisfério dominante, mas isto não significa que a função esteja situada apenas naquele hemisfério. Não ocorre exclusividade funcional. Ou seja, os dois hemisférios participam das mesmas funções, só que de modos diferentes.

6. Complete a tabela a seguir, baseando-se nas funções globais ou específicas que apresentam predomínio hemisférico. Como visto na Figura 15.4.

RESPOSTA COMENTADA

Funções tais como gerar relações espaciais e qualitativas, produzir compreensão lingüística (tanto pela leitura como pela escrita), identificar objetos e animais, apresentar preferências motoras lateralizadas e facilidade para execução de cálculos matemáticos representam aspectos específicos sensoriais, motores ou cognitivos. Deste modo, estas são funções lateralizadas (hemisfério esquerdo). Por outro lado, ao assumirmos como globais as seguintes funções cerebrais: compreensão prosódica, compreensão musical, reconhecimento de categorias de objetos e pessoas, assim como a compreensão das relações espaciais quantitativas, podemos também agrupá-las como sendo produzidas por um hemisfério específico (direito).

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A maneira como passamos a ver um objeto após o mesmo alterar o nosso modo de interagir com o mundo desperta uma modificação no

estado de ATENÇÃO sobre o mesmo objeto e/ou sobre o mundo que nos

cerca. É esse aumento da atenção, pode-se dizer, que nos permite formar a memória operacional (para mais detalhes reveja o conteúdo da Aula 14 desta disciplina), que consiste na capacidade de armazenar de forma lógica e seqüencial um determinado conjunto de imagens, permitindo a realização de uma ação específica e direcionada. As bases para a memória convencional, a partir da qual se forma a noção de passado, presente e futuro surgem deste processamento operacional, o que nos permite pensar na consciência como uma base para a formação da linguagem humana (Aula 10 desta disciplina), para a criatividade e para a noção de moral, bem como para todas as outras atividades altamente sofisticadas que a mente humana é capaz de processar.

Embora a consciência seja a base para a formação de linguagem, do pensamento lógico e abstrato, da criatividade, da compreensão das emoções e sentimentos (reveja a Aula 12 desta disciplina), não devemos confundi-la com estes processos. Simplificando, podemos assumir que a formação de uma consciência central irá depender do estado atencional do indivíduo, enquanto o fenômeno de ampliação da consciência estará relacionado ao estado de VIGÍLIA (exceto durante o sono REM, Aula 13 desta disciplina) e às memórias de cada um.

ATENÇÃO

É uma dimensão da consciência que designa a capacidade para manter o foco em uma atividade. É muito importante para direcionar ainda o esforço voluntário para selecionar certos aspectos de um fato, experiência do mundo interno (por exemplo, memórias), ou externo, fazendo com que a atividade mental se volte para eles em detrimento dos demais. Em geral, relaciona-se com os estados de vigilância e concentração. VIGILÂNCIA Representa a nossa capacidade de voltar o foco da atenção para os estímulos externos. Pode estar: aumentada – hipervigil – podendo haver, neste caso, um prejuízo da atenção para outros estímulos; ou diminuída – hipovigil – quando você torna-se desatento em relação ao meio. CONCENTRAÇÃO É a capacidade de manter a atenção voluntária em processos internos do pensamento ou em alguma atividade mental, como esperamos que você esteja mantendo neste momento, ao ler este texto.

Pensar ou não pensar, eis a questão?

Realmente temos esta opção? Se compreendermos o ato de pensar como um conjunto de funções integrativas capazes de associar conhecimentos novos e antigos, integrar estímulos externos e internos, analisar, abstrair, julgar, sintetizar e criar, fica difícil acharmos que temos alguma opção... Pensar é um processo quase automático e contínuo. Pense bem nisso! Para facilitar a sua análise acrescentamos aqui alguns aspectos correntemente utilizados para se avaliar o pensamento:

• Produção (ou forma). Esta característica do pensamento se refere a como o indivíduo concatena as idéias, em que seqüência se segue ou não as leis da sintaxe e da lógica. Normalmente, a produção do pensamento segue uma lógica (ou coerência).

• Curso. Compreende a quantidade de idéias que vêm ao pensamento (podendo variar entre a abundância e a escassez) e a velocidade com que as idéias passam pelo pensamento, de modo que o curso pode ser rápido, lento ou estar completamente bloqueado.

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• Conteúdo. Representa a(s) idéia(s) propriamente dita(s) do pensamento, assim como sua conexão ou não com a realidade, refletindo ou não aspectos reais do mundo externo ou interno.

Os transtornos mais comuns do pensamento são representados pela esquizofrenia; mania; HIPOCONDRIA e transtornos obsessivos compulsivos (TOC).

HIPOCONDRIA

Preocupação excessiva com a própria saúde, interpretação exagerada de sinais e sintomas, crença irreal de que é portador de uma doença grave.

Ilusão ou realidade? Como entender a esquizofrenia...

Esta doença é descrita como um distúrbio do pensamento e da vontade, que distorce a percepção do mundo e da realidade. Isto a torna de grande importância social uma vez que acomete aproximadamente 1% da população e cerca de 50% dos pacientes tentam o suicídio com cerca de 10% de sucesso. É caracterizada por perda de contato com a realidade e por sintomas psicóticos. Esta doença se torna aparente na adolescência e persiste por toda vida. O seu nome significa mente dividida, isso porque os pacientes oscilam de um estado normal para outro anormal. Os sintomas se classificam em duas categorias: os sintomas positivos (desilusão, alucinações, fala desorganizada associada à forma de pensamento ilógico e comportamento bizarro) e os sintomas negativos (redução na expressão das emoções, distanciamento emocional, agressividade¸ falta de motivação, déficits de atenção e escassez na fala). A esquizofrenia foi formalmente descrita pela primeira vez pelo psiquiatra belga Benedict Morel, em 1852, que a denominou de démence precoce. Somente em 1911, com o psiquiatra suíço Eugen Bleuler, é que o termo esquizofrenia foi introduzido.

Várias são as teorias sobre as bases neuroanatômicas e neuroquímicas relacionadas a esta doença. Para saber mais, faça uma pesquisa na Internet sobre o assunto e descubra que várias pessoas de destaque nas artes, ciências e tecnologia eram (e são) esquizofrênicas. Comece sua busca pelo endereço eletrônico http://www.icb.ufmg.br/~neurofib/ NeuroMed/Seminario/Esquizofrenia/neuro.html e conheça mais sobre esta e outras doenças que comprometem o estado da nossa mente.

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