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DA ETAPA QUALITATIVA: ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS E QUESTIONÁRIOS

(DIÁRIO DE PESQUISA, 2018) A adoção de um capítulo eminentemente metodológico nem sempre

1.2 DA ETAPA QUALITATIVA: ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS E QUESTIONÁRIOS

Destaque-se inicialmente que, para que pudesse ser realizada a coleta de dados junto aos sujeitos delimitados para a pesquisa, foi procedida a submissão do projeto para apreciação ética junto ao CEP/Plataforma Brasil no dia 05 de abril de 2018, obtendo-se o parecer autorizativo da pesquisa no dia 25 de abril de 2018, o qual segue aos documentos anexos.

Considerando-se o aprimoramento do projeto e a ampliação dos sujeitos de pesquisa, conforme descrição trazida no respetivo capítulo, procedeu-se nova submissão do projeto para apreciação ética no dia 25 de junho de 2018, sendo o mesmo aprovado sem ressalvas no dia 25 de julho de 2018, conforme parecer presente nos documentos anexos.

Assim, passa-se a apresentar os instrumentos de coleta de dados utilizados após a concretização da fase exploratória da pesquisa e depois de realizada a qualificação do material de tese, momento em foi possível a delimitação final da problemática de pesquisa e da elaboração da proposta de tese.

1.2.1 Autorização, contato e coleta de dados com os gestores em nível municipal, estadual e federal

No dia 09 de abril de 2018 foi encaminhado ao Núcleo de Educação Permanente da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa solicitação de autorização para a realização de entrevistas com gestores lotados junto à Secretaria de Saúde do Município de Ponta Grossa. O pedido foi apreciado e a autorização foi encaminhada ao pesquisador no dia 19 de abril de 2018, autorizando a realização da pesquisa por meio de entrevistas semiestruturadas.

Diante da autorização concedida, foi realizado contato telefônico no dia 26 de junho de 2018 com a diretora de saúde mental no município de Ponta Grossa, solicitando a realização de entrevista com a profissional, a qual foi agendada para o dia 04 de julho de 2018. Na data agendada, foi realizada entrevista semiestruturada, conforme roteiro presente nos apêndices da tese, sendo fornecida pela profissional, ainda, dados epidemiológicos sobre o suicídio em Ponta Grossa, os quais foram incluídos no capítulo pertinente do estudo.

Mediante protocolo junto à Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, Superintendência de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção às Condições Crônicas, Divisão de Saúde Mental (DVSAM/DACC/SAS/SESA), no dia

09 de abril de 2018, solicitou-se autorização para realização de pesquisa junto aos gestores do órgão por meio da realização de entrevista semiestruturada.

O pedido foi apreciado e a resposta sobreveio no dia 20 de abril de 2018 por meio do ofício 209/2018, autorizando a realização da pesquisa; no entanto, foi solicitado pelo órgão que a mesma se desse mediante o envio de questionário, o qual seria respondido pela Divisão de Saúde Mental em conjunto com a área técnica da Vigilância Epidemiológica. Diante disso, adequou-se o roteiro inicial de entrevista semiestruturada para a confecção de um questionário, o qual foi encaminhado para o órgão no dia 07 de julho de 2018.

Segundo Minayo (2013, p. 268), o questionário é colocado “em um lugar de complementaridade em relação à técnicas de aprofundamento qualitativo”, considerando-se a impossibilidade de se promover um aprofundamento dos fatos e relações humanas diante de um roteiro com pouca flexibilidade e diante da ausência do pesquisador no momento da elaboração do dado propriamente dito.

O questionário foi respondido pela equipe técnica, conforme adiante será apresentado, sendo devolvido ao pesquisador no dia 16 de outubro de 2018.

Em nível federal, procedeu-se contato direto com o representante do poder público, considerando-se que o mesmo já não integra os quadros de servidores diante de sua aposentadoria, descartando-se a necessidade de autorização do órgão público. Deve-se frisar que tal sujeito foi selecionado utilizando-se o critério de relevância e autoridade, considerando-se que o mesmo foi responsável, no ano de 2005, pela coordenação do grupo que elaborou a Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio. O entrevistado foi alocado no grupo referente aos gestores uma vez que o roteiro de entrevistas adotado foi o mesmo utilizado junto aos demais representantes do poder público, dada sua atuação profissional anterior.

O contato com o entrevistado foi realizado dia 10 de setembro de 2018 e a entrevista foi realizada em 24 de setembro de 2018, via Skype, considerando-se que o mesmo possui residência na cidade do Rio de Janeiro.

Tentou-se, ainda, em caráter complementar, a realização de entrevista junto a Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, em 2018, porém não houve o retorno dos contatos realizados junto ao Ministério, inviabilizando a realização da mesma.

Destaque-se que para a realização da coleta de dados junto aos gestores em níveis municipal e federal, optou-se, com a concordância dos sujeitos, pela realização de entrevistas semiestruturadas.

Nessa abordagem de entrevistas o roteiro deve desdobrar-se em vários indicadores considerados essenciais e suficientes em tópicos que contemplem a abrangência das informações esperadas. Tal roteiro deve ser construído de forma que permita certa flexibilidade nas conversas e a absorver novos temas e questões trazidas pelo interlocutor como sendo de sua estrutura de relevância (MINAYO, 2013).

A opção por tal modalidade de roteiro e coleta de dados se deu na medida em que a problemática da pesquisa debruça-se ao processo de análise de políticas públicas desenvolvidas com vistas à prevenção do suicídio; sendo assim, poderia surgir, como de fato ocorreu, informações e dados não disponíveis em documentos públicos e que não seriam identificados em roteiros fechados de entrevistas. Tal situação foi verificada no procedimento de coleta junto ao gestor em nível estadual, cuja autorização de pesquisa trouxe a ressalva de que a mesma deveria se dar por meio de questionário enviado por e-mail à equipe responsável pela área de saúde mental da Secretaria Estadual de Saúde.

Após a realização das entrevistas e das respectivas transcrições, o material foi devolvido aos sujeitos de pesquisa para que os mesmos pudessem verificar o conteúdo e a fidedignidade dos dados que passariam a compor essa pesquisa.

1.2.2 Contato e coleta de dados com o voluntariado do Centro de Valorização da Vida (CVV)

Após a definição da problemática do estudo e de sua delimitação, passou-se à escolha dos sujeitos de pesquisa que poderiam colaborar no processo de coleta de dados. Como a amplitude do problema proposto exigia, passou-se a compreender o Centro de Valorização da Vida como uma entidade organizada hierarquicamente nos níveis federados, ou seja, em nível federal, estadual e municipal.

Deve-se destacar que essa divisão se deu exclusivamente para os fins de organização da coleta de dados da presente tese, na medida em que o CVV possui tão somente uma presidência em nível federal e suas direções em níveis

municipais, conforme se aferiu por meio das entrevistas realizadas (DIÁRIO DE CAMPO, 2018).

No entanto, considerando-se o aspecto espacial, como restará adiante apresentado, adotou-se como posto do CVV de referência para pesquisa em nível municipal o da cidade de Londrina, Paraná, considerando-se ser o mais antigo e melhor estruturado no interior do estado, conforme informações coletadas junto ao próprio voluntariado (DIÁRIO DE CAMPO, 2018).

O contato com o referido posto foi promovido no dia 27 de julho de 2018 e a entrevista realizada no dia 1º de setembro de 2018 com o coordenador local.

Como representatividade em nível estadual, selecionou-se o único posto existente na cidade de Curitiba, Paraná. Nesse caso a escolha se deu a partir do critério geográfico, considerando-se tratar da capital do estado. O contato com o coordenador do posto foi igualmente promovido no dia 27 de julho de 2018 e a entrevista realizada em 02 de agosto de 2018.

Finalmente, em nível federal, procedeu-se a entrevista com o presidente nacional do CVV, o qual se encontra vinculado ao posto de Santo André, São Paulo, em que pese a entrevista tenha se dado junto ao primeiro posto do CVV no Brasil (posto da Abolição), na capital paulista. O contato com o presidente nacional da entidade ocorreu inicialmente em 31 de julho de 2018, sendo a entrevista realizada no dia 06 de setembro de 2018.

Deve-se destacar que todas as entrevistas foram realizadas nos respectivos postos do CVV em suas cidades-sedes, viabilizando-se o contato, ainda que indireto, com os atendimentos prestados, cujas percepções foram objeto de registro no diário de pesquisa.

Para a realização da coleta de dados juntos aos voluntários optou- se, com a concordância de todos os sujeitos, pela realização de entrevistas semiestruturadas, conforme estruturação anteriormente apresentada. Após a realização das entrevistas e das respectivas transcrições, o material foi devolvido aos sujeitos de pesquisa para que os mesmos pudessem verificar o seu conteúdo.

Foram realizados alguns contatos com órgãos públicos com vistas ao levantamento de dados que pudessem dar suporte à pesquisa, sendo que esse processo merece registro para fins de compreensão da estrutura final da tese.

Inicialmente deve-se ressaltar a dificuldade encontrada para aferição dos índices populacionais municipais, especialmente no tocante à faixa etária, cor e raça e estado civil. As projeções realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não contemplam essas variáveis em níveis municipais, sendo considerados tais parâmetros apenas nos anos em que é promovido o censo demográfico ou contagens populacionais.

Assim, buscaram-se tais informações junto à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa por meio de sua Central de Atendimento ao cidadão, mediante protocolo no dia 05 de julho de 2018. No dia 06 de julho de 2018 foi encaminhada ao pesquisador, por meio do Órgão Gestor Municipal, a resposta à solicitação, a qual afirmou:

A Prefeitura Municipal de Ponta Grossa não dispõe de todas essas informações, sendo assim sugerimos que entre no site do IBGE onde poderá encontrar várias informações através de resultados de censo e se necessário entrar em contato com o IBGE para maiores informações.

Visando a construção do trabalho de forma completa e abarcando categorias das mais diversas possíveis, promoveu-se no dia 07 de julho de 2018 protocolo junto ao Serviço de Informação ao Cidadão do Governo Federal, buscando-se as informações necessárias acerca da população do município de Ponta Grossa e do Estado do Paraná que, por sua vez, não se encontravam disponíveis em canais públicos de acesso à população.

O protocolo foi respondido no dia 11 de julho de 2018 com a apresentação dos links para acesso aos dados do censo populacional realizado pelo IBGE, bem como das projeções populacionais absolutas, considerando-se apenas a divisão por sexo em âmbito estadual.

Dessa forma, não foi possível a mensuração dos dados para determinadas categorias populacionais do estado do Paraná e do município de Ponta Grossa do mesmo modo que se procedeu em nível federal, considerando-se a ausência de dados oficiais quanto aos grupos populacionais de cada esfera da federação.

Sobre tais dados destaque-se que, durante o processo de coleta e busca pelos dados, houve pronto atendimento, tanto em nível municipal quanto em nível federal, demonstrando certa eficiência em se promover o retorno aos protocolos realizados.

Por outro lado, é imperioso registrar que a ausência de dados consideravelmente básicos acerca de projeções populacionais por categorias especiais inviabilizam a elaboração de políticas públicas de modo direcionado a grupos em condição de maior vulnerabilidade, na medida em que sequer se tem pleno conhecimento quantitativo de tais populações – especialmente em nível estadual e municipal – salvo nos anos em que há contagem populacional ou realização de censos demográficos.

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