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PARTE II – MATERIAIS E MÉTODOS

4 METODOLOGIA UTILIZADA

4.2 Procedimentos técnicos adotados

4.2.2 Dados primários

A obtenção dos dados primários realiza-se através do levantamento de dados no local do fenômeno em estudo e / ou em laboratório. De acordo com Gil (1994), os elementos mais importantes para o delineamento (sistematização e estruturação) de uma pesquisa de campo ou laboratório são os procedimentos adotados para a coleta de dados, que nesse trabalho foi efetuado através da pesquisa empírica e de campo utilizando as técnicas de observação e entrevistas pessoais.

A Pesquisa de campo é utilizada na coleta de informações e / ou conhecimentos sobre

em estudo; facilidade de acesso na amostragem de indivíduos, população ou classe de fenômenos. Contudo, possui como desvantagens: interferência nos resultados pela dificuldade de controle na coleta de dados, com a possibilidade de se obter respostas falsas nas entrevistas (em ciências sociais), pois o comportamento verbal muitas vezes não é confiável (LAKATOS e MARCONI, 1992).

A Observação é o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano, podendo ser utilizada como procedimento científico. Nesse sentido, constitui um elemento fundamental e imprescindível durante o processo de pesquisa. É, todavia, na fase de coleta de dados que seu papel se torna mais evidente, podendo estar presente em vários momentos da pesquisa, chegando a ser considerada como método de investigação (GIL, 1994).

Para Lakatos e Marconi (1992), a observação pode ser sistematizada em: observação direta extensiva que utiliza as técnicas de questionário, formulário, medidas de opinião e de atitudes, testes, sociometria, análise de conteúdo, história de vida, pesquisa de mercado; e observação direta intensiva que utiliza algumas técnicas, dentre elas a observação simples, participante, sistemática e a entrevista, que foram adotadas neste estudo.

Na observação simples o pesquisador observa de maneira espontânea os fatos que ocorrem numa comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, sendo muito útil quando é dirigida ao conhecimento de fatos ou situações que tenham certo caráter público (hábitos de compra, de vestuário, de convivência social, de freqüência de lugares etc.). É mais adequada aos estudos exploratórios qualitativos (GIL, 1994).

Na observação participante o pesquisador interage com os membros da situação investigada, podendo assumir o papel de um membro do grupo, chegando ao conhecimento da realidade local a partir do interior do mesmo, sendo necessário manter um relacionamento agradável e de confiança. O pesquisador observa a distinção entre ciência popular e ciência dominante, envolvendo posições valorativas derivadas do humanismo e de concepções marxistas. Interessa-se pela minimização da relação entre dominantes e dominados, prioriza a investigação junto às minorias (GIL, 1996).

A Observação sistemática é utilizada em pesquisas cujo objetivo é a descrição com maior precisão de fenômenos ou o de teste de hipóteses, podendo ocorrer em situações de campo ou laboratório, neste último, torna-se quase um procedimento experimental. O

pesquisador, antes da coleta de dados, deve realizar estudos exploratórios visando elaborar um plano específico para a organização e registro das informações, estabelecendo, de antemão, as categorias necessárias à análise da situação (GIL, 1994).

A Entrevista, segundo (GIL, 1994), é a técnica em que o investigador formula perguntas para a coleta de dados frente ao investigado, visando obter informações para a investigação, sendo considerada, por muitos autores, a técnica ‘por excelência’ da investigação social.

Para Selltiz et alii (1967, p. 272), “[...] a entrevista é a técnica mais adequada para a revelação de informação sobre assuntos complexos, emocionalmente carregados ou para verificar os sentimentos subjacentes a determinada opinião apresentada.” Portanto, é adequada para a obtenção de informações sobre o que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem, desejam, pretendem fazer, fazem, fizeram, e sobre as explicações ou razões a respeito de fatos e eventos do cotidiano.

Com relação à classificação das entrevistas, Gil (1994) discorre que o grau de estruturação é a forma mais usual de classificá-las. As entrevistas mais estruturadas predeterminam o número de respostas a serem obtidas, enquanto as menos estruturadas são mais espontâneas, não estando sujeitas a interrogações pré-estabelecidas. São elas: informais, focalizadas, por pautas (roteiro de entrevista) e formalizadas (estruturadas). Foi adotado neste trabalho a entrevista informal e a entrevista por pautas ou roteiros de entrevistas (apêndices A, B, C, D e E).

Entrevista informal – é a menos estruturada. Visa à obtenção de uma visão geral do fenômeno através da percepção do entrevistado sobre diversos aspectos da realidade local em estudo. É recomendada nos estudos exploratórios, por oferecer uma visão panorâmica do fenômeno, e na investigação de certos problemas psicológicos, pois o investigado tem a liberdade de expressar opiniões e atitudes diversas sobre o objeto de pesquisa.

Entrevista por pauta (roteiro de entrevista) – apresenta algum grau de estruturação, ao guiar-se por uma relação de pontos de interesse ou pautas, ordenadas e com alguma relação entre si. Nesse sentido, o entrevistador faz poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar livremente sobre cada pauta, evitando o afastamento destas, de forma sutil, visando preservar a espontaneidade do processo. Conforme a experiência e a memória do pesquisador, após o término, a entrevista poderá ser reconstruída de forma mais estruturada, possibilitando

uma análise mais objetiva das respostas do formulário.

As perguntas dos formulários podem ser abertas ou fechadas, determinando o maior ou menor grau de estruturação deste tipo de entrevista. As perguntas abertas permitem ampla variedade de respostas, expressas livremente pelo entrevistado. Nas perguntas fechadas, é permitido ao entrevistado apenas a escolha entre um número limitado de respostas (GIL, 1994). Foi adotado neste trabalho um roteiro de entrevista com perguntas abertas.

O levantamento é a pesquisa em que as pessoas são interrogadas diretamente. Quando envolve todo o universo de pesquisa, tem-se um censo. Porém a maioria dos levantamentos envolve a pesquisa de uma determinada amostra significativa do universo em estudo, que pode ser obtida a partir de métodos estatísticos, ou através da definição do pesquisador de acordo com os objetivos a serem atingidos (GIL, 1996).

Para facilitar a compreensão, a coleta de dados primários deste trabalho foi sistematizada em três etapas: a observação simples, a observação participativa, a observação sistemática através do levantamento do potencial ecoturístico da Serra de Itabaiana e as entrevistas pessoais.

A observação simples ocorreu durante o processo inicial da pesquisa, através de visitas à Serra de Itabaiana e seu entorno, ocorrendo também a realização de entrevistas simples junto às pessoas do local e àquelas que tiveram e / ou têm contato com a Serra de Itabaiana, objetivando coletar dados iniciais para, em conjunto com os dados secundários, estruturar e esquematizar os procedimentos técnicos que foram adotados.

A observação participativa transcorreu em conseqüência à observação simples, com a intensificação das visitas e dos contatos com as pessoas do local, havendo uma abertura para depoimentos e desabafos surpreendentes de alguns atores locais, sobre a problemática em estudo, além da participação do pesquisador no processo participativo de criação da Associação dos Amigos e Voluntários da Serra de Itabaiana.