• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 4 Metodologia

4.3. Caracterização dos participantes da investigação

4.3.3 Dados referentes aos professores entrevistados de Portugal e do Brasil

Os professores pesquisados contribuíram com as informações que contextualizam a investigação relativamente à caracterização dos mesmos em Portugal e no Brasil. Apresentamos os dados referentes à faixa etária e género dos professores participantes, tempo de atuação docente, formação académica, cursos de Pós-graduação, número de professores com formação em Educação Especial, bem como tempo de atuação como professor de Educação Especial, quantidade de formação continuada ao longo do ano, tanto de curta como de longa duração, professores com alunos incluídos antes do aluno investigado e número de alunos incluídos por sala do Ensino Regular.

a) Idade dos Professores

Na figura a seguir, apresentamos a idade dos professores que participaram desta investigação nos dois países:

Figura 6: Idade dos professores

Podemos observar que, tanto em Portugal como no Brasil, o maior número de professores se situa na faixa etária igual ou acima dos 46 anos.

Quanto ao género dos professores que participaram da pesquisa, no Brasil todos eram do sexo feminino e em Portugal, nove eram do sexo feminino e apenas um do sexo masculino.

b) Tempo de atuação docente

Outro fator importantíssimo nesta investigação prende-se com o tempo de atuação profissional do professor em sala de aula:

Para trabalhar a noção de tempo de atuação profissional, recorremos à literatura que aborda esta temática. Apresenta Huberman (1995) algumas faixas de tempo para caracterizar a trajetória da carreira. O início da carreira é definido pelos 03 primeiros anos de docência, considerado como o tempo da descoberta. Já a fase seguinte abrange o ciclo da carreira profissional, que corresponde aos 04 e 06 anos de experiência docente e é marcado pela estabilização e consolidação do repertório pedagógico, além da construção de uma identidade profissional como professor. A fase seguinte é muito mais extensa, pois vai dos 07 aos 25 anos de experiência, período no qual pode configurar questões diversificadas, mudança, ativismo, bem como uma atitude de revisão cheia de interrogações pertinentes à carreira. O ciclo seguinte corresponde ao tempo entre 25 e 35 anos de experiência e pode ser caracterizado como o patamar do desenvolvimento da carreira. O quinto e último ciclo da

0 a 3 anos 4 a 6 anos 7 a 25 25 a 35 35 a 40 45 a 55

anos anos anos anos

Brasil

carreira profissional desenvolve-se entre os 35 e os 40 anos de experiência e constitui a fase de desinvestimento/preparação para a reforma. Considera-se ainda que a atuação dos professores dos 45 aos 55 anos se caracteriza, ou por uma atitude de serenidade e distanciamento afetivo ou de conservadorismo e lamentações segundo Pryjma (2003).

A referência para situar a trajetória profissional dos professores pesquisados foi elaborada de acordo com as faixas etárias construídas por Huberman (1995).

Figura 7: Tempo de atuação

Podemos observar que em Portugal os professores estão no ciclo correspondente à experiência e no Brasil inserem-se na fase de interrogações e revisões referentes à carreira.

c) Formação académica

Tabela 5: Formação académica

Graduação Especializações

Lato Sensu

Strictu Sensu

Portugal Ciências da Educação (Pedagogia) - 02 Letras: Português e Francês - 01 Educação Especial - 07 Educação Infantil – 02 Reeducação Visual - 01 Deficiência mental e visual - 01 Psicomotricidade – 01 Adm. escolar – 01 Mestrado – 01 Doutoramento - 01 Brasil Pedagogia - 05 Letras: Português e Inglês - 01 Fonoaudiologia - 01 História - 01 Psicologia -01 Educação Especial – 05 Psicopedagogia - 02 Psicomotricidade- 01

d) Formação em pós-graduação - lato sensu

Em relação as especializações lato sensu, foi possível perceber que em Portugal apresenta um número elevado de professores com especializações, já no Brasil os professores participantes desta investigação apresentam um número menor de especializações e a especialização que mais predomina é em Educação Especial.

e) Formação em pós-graduação - strictu sensu

Na Especialização stricto sensu temos apenas em Portugal um professor com mestrado e outro com doutoramento.

f) Professores com formação específica em Educação Especial

Partindo do pressuposto de que o professor necessita de formação específica para atuar na Educação Especial, podemos observar que, no Brasil, apenas 50% dos professores possuem especialização, ou seja, no Brasil temos 05 professores e em Portugal, 07.

Brasil

0 a 3 anos 4 a 6 anos 7 a 25 25 a 35 35 a 40 45 a 55

anos anos anos anos

Brasil Figura 8: Professores com especialização em educação especial

g) Tempo de atuação como professor de Educação Especial

É interessante observar a relação entre o tempo de atuação dos professores e a sua formação em Educação Especial. O percentual é pouco significativo, considerando que em Portugal 06 professores situam-se na faixa de atuação entre os 25 e os 35 anos de trabalho e no Brasil 08 professores estão na faixa entre os 7 e os 25 anos de exercício profissional.

h) Política de formação contínua

Quanto à Formação Contínua, é necessário compreender como os países se organizam para a efetivação desta política educacional. Fizemos o levantamento da forma e quantidade de cursos que os professores realizaram durante um ano letivo (período correspondente à investigação) afim de obterem maiores conhecimento. Em Portugal, os professores podem beneficiar da formação oferecida pelo Ministério de Educação e também aceder a outros processos formativos disponibilizados por instituições privadas. No Brasil, a formação contínua pode ser oferecida por instituições públicas (Ministério de Educação e Cultura, Secretarias de Educação, Universidades Públicas) ou por instituições privadas (Universidades, Empresas e Associações de Classe).

Em Portugal, 10 professores participaram da formação oferecida pelo ministério, com o objetivo de obter pontuação para promoção no contexto do plano de carreira. Procuram em média 1 ou 2 formações por ano, além daquela disponibilizada pelo Ministério.

No Brasil, 10 professores participaram nas formações oferecidas pelo Sistema de Ensino (Secretaria de Educação) ou por instituições privadas de ensino superior, numa média de 3 a 7 cursos de curta duração por ano.

i) Professores com alunos incluídos antes do aluno investigado

Um aspecto muito importante para a efetivação de uma política de educação inclusiva é o número total de alunos por sala de aula. A investigadora perguntou aos professores se, antes do aluno com a SXF, haviam tido outro aluno incluído na sala de aula, independentemente do diagnóstico. A tabela a seguir, expressa os valores sobre os alunos incluídos, por sala de aula, no Ensino Regular.

Tabela 6: Alunos incluídos antes do aluno investigado País Alunos incluídos em sala de aula

antes do aluno investigado

Ausência de aluno incluído antes do aluno investigado

Portugal 09 professoras 01 professora

Brasil 08 professoras 02 professoras

j) Quantidade de alunos incluídos por sala do ensino regular

Básico. Neste aspeto, tanto Portugal como o Brasil tem a mesma quantidade de alunos incluídos nas salas de aula. A diferença está na organização estrutural. Em Portugal, as Unidades Estruturadas de Ensino são salas de aulas que ficam dentro das escolas de ensino básico. Os alunos dividem o tempo letivo entre a sala de aula do ensino regular e a Unidade Especializada.

As unidades realizam trabalhos seguindo horários específicos com os alunos e cumprindo programação única para cada caso. No Brasil, existem escolas de Educação Especial para alunos com Necessidades Educativas Especiais. Estas estão fisicamente separadas das de ensino regular, ou seja, no caso brasileiro não ocorre uma integração direta entre ensino regular e ensino especial, numa mesma escola, no percurso de um ano letivo.

Tabela 7: Alunos incluídos por sala de aula

País Sala Regular Educação Especial - Unidade

Portugal 02 a 03 alunos Unidade - 06 a 08 alunos

Brasil 02 a 03 alunos Educação Especial - 04 a 07 alunos