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Das maneiras de provocar o desejo e receitas e experiências variadas

homem que não puder satisfazer uma Hastini, ou mulher elefanta, deve recorrer a vários meios para excitar-lhe a paixão. Deve, inicialmente, acariciar seu iôni com a mão e os dedos e só dar início ao ato sexual quando ela estiver excitada ou demonstrar prazer. Essa é uma das maneiras de excitar a mulher.

Pode também recorrer a certos Apadravyas, ou coisas que são colocadas sobre o linga, ou em torno dele, para complementar seu tamanho ou grossura, de modo a torná-lo compatível com o iôni. Na opinião de Babhravya, esses Apadravyas devem ser feitos de ouro, prata, cobre, ferro, marfim, chifre de búfalo, vários tipos de madeiras, estanho ou chumbo, e devem ser macios, frescos, provocativos do vigor sexual e bem justos, para servir aos fins a que se pretende. Vatsyayana, porém, afirma que podem ser feitos de acordo com a preferência natural de cada pessoa.

São as seguintes as diferentes espécies de Apadravyas:

A “pulseira” (Valaya), que tem o tamanho do linga e a superfície exterior recoberta de pequenas saliências ásperas.

O “par” (Sanghati), formado de duas pulseiras.

O “bracelete” (Chudaka), composto por duas ou mais pulseiras unidas entre si de modo a cobrir o comprimento do linga.

O “bracelete simples”, formado por um fio metálico simples enrolado em torno do linga, de acordo com as suas dimensões.

O “Kantuka” ou “Jalaka” é um tubo aberto nas duas extremidades, oco, tendo áspera a superfície exterior e forrado de pequenas saliências macias, que se ajusta às paredes do iôni, sendo preso à cintura do homem.

Quando não se puder conseguir tal objeto, então poderá ser utilizado um tubo improvisado a partir de um talo de uma cabaça, um pedaço de cana amaciada com óleos e extratos de plantas, atado à cintura com cordões, ou ainda uma série de anéis de madeira polida, unidos entre si.

Os objetos enumerados acima podem ser usados com o linga, ou em seu lugar.

Os meridionais acham que o verdadeiro prazer sexual não pode ser conseguido sem a perfuração do linga, e por isso fazem com que seja perfurado como os lóbulos das orelhas de uma criança, para o uso de brincos.

Quando um jovem perfura seu linga, deve fazê-lo com um instrumento afiado e, em seguida, mergulhá-lo na água enquanto estiver sangrando. Deverá manter relações sexuais à noite, e até mesmo com energia, de modo a limpar o orifício. Depois disso, continuará a lavá-lo com cozimentos, e a aumentar-lhe o tamanho colocando pequenas farpas de cana e da Wrightia antidysenterica, ampliando dessa forma, aos poucos, o orifício. Este também pode ser lavado com alcaçuz misturado ao mel, e seu tamanho aumentado com a introdução de talos de planta sima-patra. Finalmente, deverá untar o orifício com um pouco de óleo.

No orifício aberto no linga poderá o homem inserir Apadravyas de diversas formas, tais como o “redondo”, o “redondo de um lado”, o “morteiro de madeira”, a “flor”, a “pulseira”, o “osso de garça”, o “aguilhão do elefante”, a “coleção de oito bolas”, a “madeixa de cabelo”, a “encruzilhada”, e outros objetos denominados segundo suas formas e segundo os meios de uso. Todos esses Apadravyas devem ter áspera a

superfície externa, segundo as necessidades.

As maneiras de aumentar o tamanho do linga devem ser agora descritas.

Quando o homem quer aumentar seu linga deve esfregá-lo com a penugem de certos insetos, que vivem em árvores, e em seguida, depois de esfregá-lo com óleo durante dez noites, deve voltar a esfregá-lo com a penugem, como antes. Com a continuação, ocorrerá a inchação do linga, devendo o homem deitar numa maca e deixar o linga pendurado, através de um buraco feito nessa maca. Em seguida, deve abrandar a dor provocada pela inchação do linga usando poções frias. A inchação, chamada Suka, e que é provocada com frequência pelos habitantes de Dravida, dura por toda a vida.

Se o linga for esfregado com as plantas Physalis flexuosa, shavarakandala, jalasuka, a berinjela, a manteiga de búfala, a planta hastri-charma e a essência da planta vajrarasa, ocorrerá uma inchação que dura um mês.

Esfregando-o com óleo fervido no cozimento dos ingredientes acima, será obtido o mesmo efeito, mas pelo prazo de seis meses.

O aumento do linga também é obtido se ele for esfregado ou molhado com óleo fervido em fogo brando juntamente com sementes de romã, pepino, sucos de planta valuka, a planta hasti-charma e a berinjela.

Além dos meios acima, outros podem ser aprendidos com pessoas experientes e dignas de confiança.

As experiências e receitas diversas são as seguintes:

Se o pó da planta de caule leitoso e da planta kantaka for misturado aos excrementos de um macaco e ao pó da raiz da planta lanjalika, e essa mistura for lançada sobre uma mulher, ela não amará mais ninguém, depois disso.

Se o homem preparar uma espécie de pasta com os sucos dos frutos da Cassia fistula e da Eugenia jambolana, misturando-lhe o pó obtido da planta soma, da Vernonia

anthelmintica, da Eclipta prostata e da lohopa-jihirka, e aplicar essa pasta ao iôni da

mulher, antes das relações sexuais, seu amor por ela desaparecerá.

Produzem-se os mesmos resultados se o homem tiver relações com uma mulher que se tenha banhado em soro de leite de búfala, a que previamente se adicionou pó da planta gopalika, da banu-padika e do amaranto amarelo.

Uma mulher consegue levar o marido a repudiá-la se usar um unguento preparado com flores de Nauclea cadamba, com bolota e com a planta Eugenia jambolana.

As grinaldas das flores acima mencionadas, se usadas pela mulher, produzem os mesmos efeitos.

Um unguento feito da fruta do Asteracantha longifolia (kokilaksha) provocará a contração do iôni da mulher Hastini ou elefanta, por toda a noite.

juntamente com o pó da planta Physalis flexuosa, misturada com manteiga derretida e mel, aumentará o iôni da mulher Mrigi ou corça.

Um unguento feito da fruta da Emblica myrabolans mergulhado no suco leitoso da planta de caule leitoso, da planta soma, da Calotropis gigantea, e do suco da fruta da

Vernonia anthelmintica, tornará brancos os cabelos.

A essência das raízes da planta madayantaka, do amaranto amarelo, da planta anjanika, da Clitoria ternatea, e da planta shlakshnaparni, usada como loção, fará crescer os cabelos.

O unguento preparado com a fervura das raízes acima no óleo não só escurecerá o cabelo como impedirá sua queda e recuperará os que tenham caído.

Embebendo sete vezes a laca no suor de um testículo de cavalo branco e aplicando-a seguidamente a um lábio vermelho, ele ficará branco.

A cor dos lábios pode ser recuperada pela aplicação da planta madayantika e de outras já mencionadas.

A mulher que ouvir um homem tocar uma flauta de cana que tenha sido previamente embebida nos sucos da planta bahupadika, da Tabernamontana coronaria , do Costus

speciosus ou arabicus, da Pinus deodora, da Euphorbia antiquorum, da vajra e da

kantaka, converte-se em sua escrava.

A mistura do estramônio (dathura) com os alimentos provoca envenenamento.

Misturada com óleo e cinzas de qualquer erva, com exceção da kusha, a água torna-se da cor do leite.

Se uma mistura obtida com a trituração da myrabolans amarela, da bolota, da planta shrawana e da priyangu for aplicada às vasilhas de ferro, estas adquirem uma cor vermelha.

Quando se acende uma lâmpada cheia de óleo extraído das plantas shrawana e priyangu e cuja mecha é feita de pano e de escama de serpente, e se colam perto pedaços de madeira compridos, estes tomarão o aspecto de serpentes.

Beber leite de uma vaca que tenha junto de si um vitelo branco é de bom agouro, traz fama e conserva a vida.

As bênçãos dos venerandos brâmanes, bem propiciadas, têm os mesmos efeitos. Há também alguns versículos, em conclusão:

Assim escrevi em poucas palavras a “Ciência do Amor”, depois de ter lido os textos dos autores antigos e de acordo com as formas de prazer neles mencionadas.

Aquele que conhece os verdadeiros princípios dessa ciência respeita Dharma, Artha e Kama, leva em conta as suas próprias experiências, bem como os ensinamentos dos outros, não se deixando conduzir apenas pelos ditames de seus próprios desejos. Quanto aos erros na ciência do amor, que mencionei nesta obra, baseado em minha própria autoridade de autor, foram todos, depois de cuidadosamente censurados, proibidos também.

Um fato não é nunca visto com tolerância pela simples razão de ser autorizado pela ciência, pois devemos lembrar ser intenção da ciência que suas regras só sejam obedecidas em determinados casos. Depois de lidas e ponderadas as obras de Babhravya e outros autores antigos, e de reflexões sobre o significado das regras por eles formuladas, foi escrito o Kama Sutra, em benefício do mundo, segundo os preceitos da Sagrada Escritura, por Vatsyayana, quando estudante da religião e inteiramente entregue à contemplação da Divindade.

Esta obra não deve ser usada apenas como instrumento para a satisfação de nossos desejos. Aquele que conhece os verdadeiros princípios desta ciência e que preserva seu Dharma, Artha e Kama, e que respeita os costumes, certamente conseguirá dominar seus sentidos.

Em suma, o homem sagaz e prudente, praticando Dharma, Artha e também Kama, sem se tornar escravo de suas paixões, consegue êxito em todos os seus empreendimentos.

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