• Nenhum resultado encontrado

3 METODOLOGIA

3.2 DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA ANALÍTICA DE PARTIÇÃO DE PROJETO (EAP)

Tendo em vista que a EAP a ser formada deve atender em sua organização a sequência construtiva da obra, foi necessário criar uma rede de precedência entre os pacotes de trabalho para então definir os pacotes de trabalho em uma lista conforme a sequência operacional.

Um parâmetro adotado para a organização da EAP foi o encadeamento entre as tarefas, conforme a recomendação da Teoria das Restrições que preconiza que em todo macro fluxo ou fluxo existe ao menos um elo fraco entre os pacotes de trabalho. Desta forma foi possível ordenar os pacotes de trabalho de acordo com sequência produtiva das atividades.

3.2.1 Rede de Precedência

A rede de precedência criada teve como premissa ter preferencialmente duas predecessoras no máximo, sendo uma o pacote de trabalho logo antecessor e a segunda a unidade de controle dentro do mesmo pacote de trabalho logo antecessor, buscando que uma delas pudesse ser suprimida devido às restrições adotadas no pacote de trabalho anterior, ou seja, sendo o pacote de trabalho alvenaria externa, este teria como predecessora o pacote de trabalho supraestrutura, o pacote de trabalho alvenaria externa na unidade de controle do segundo pavimento teria a ligação com o pacote supraestrutura do segundo pavimento e ligação com alvenaria externa do primeiro pavimento.

Os procedimentos de execução de serviço e as condições de entrega de serviços constantes em documentos da qualidade, o macro fluxo da obra e o momento de realização estudada durante a definição dos pacotes de trabalho são utilizados para a definição da rede de precedência, bem como o estudo dos gargalos produtivos, determinando assim restrições entre os pacotes de trabalho.

3.2.2 Teoria das Restrições

A teoria das restrições foi utilizada para identificar gargalos produtivos na obra, sejam estes por escassez de recursos, delimitação devido às condições de apoio logístico disponível, automação ou garantias da qualidade.

Um exemplo avaliado foi o caso da marcação da alvenaria, que é um serviço necessário de acordo com a necessidade de garantir a qualidade da obra onde dois ou, no máximo, quatro profissionais realizam a marcação da unidade de controle pavimento e liberam este serviço para elevação da alvenaria que pode ser realizado por oito ou dez profissionais.

3.2.3 Caminho Crítico

O caminho crítico estabelecido neste estudo foi utilizado para descrever a corrente de encadeamento entre as tarefas, sendo que como definição do modelo de planejamento proposto o caminho crítico deve ser obrigatoriamente o tempo mínimo necessário para realizar os pacotes de trabalho conforme a sequência determinada pelas restrições de fluxo entre eles.

O caminho crítico então foi utilizado como uma forma de transcrever as restrições dos pacotes de trabalho contidas dentro da premissa de não romper os elos fracos identificados durante o encadeamento das tarefas, após a aplicação da teoria das restrições e definição da sequência produtiva.

Utilizando a analogia utilizada no conceito de planejamento de origem da Teoria das Restrições, a corrente crítica, onde a sequência produtiva da obra pode ser transcrita como uma corrente onde as ligações entre as tarefas são os gargalos produtivos, as restrições entre as tarefas que definem o caminho crítico no Cronograma de Gantt deve representar a sequência produtiva da obra conforme as restrições da análise dos gargalos produtivos.

3.2.4 Sistemas de Informação e a Opção do MS-Project

O uso de ferramentas e softwares de informática é imprescindível para a movimentação dos dados gerados e depuração dos mesmos para análises e apoio das descrições a serem tomadas ao longo da evolução de uma obra. O Sistema de Informação foi definido pensando-se no atendimento da finalidade e da transferência mínima de dados para demonstração e exercício do modelo de planejamento, assim como a busca dos softwares mais usuais entre empresas e que representassem menores investimentos visando sua utilização em empresas de menor porte. Optou- se então em utilizar o Excel e o Software Microsoft Project.

O Excel, ferramenta do Microsoft Office, foi utilizado para realizar a depuração e a realização da transferência de dados de uma plataforma a outra. As planilhas em Excel foram montadas de modo que a sua estrutura possa ser alimentada diretamente do planejamento escrito no Microsoft Project.

O Ms-Project foi utilizado como ferramenta para realização do cronograma do planejamento, pois funciona como um apoio para estabelecimento da lógica do raciocínio e da transcrição deste ordenados em uma lista conforme a sequência do trabalho.

A interface do Ms-Project apresenta um “grid” do seu lado esquerdo e o “Cronograma de Gantt” no lado direito. No “grid” apresenta campo para inserção das tarefas, podendo ser hierarquizadas conforme a conveniência do usuário. Também há os campos para determinação de início e término das tarefas. A duração é importante pelo fato de ser estipulado neste trabalho os ciclo de vida dos pacotes de trabalho. O campo das predecessoras serve para transcrever a sequência de trabalho estipulado pelo encadeamento entre os pacotes de trabalho e deve, também, coincidir como caminho crítico entre as tarefas.

O gráfico de Gantt pode ser montado de forma a demostrar o caminho crítico e o Gantt de controle demonstrar a evolução das tarefas com uma barra de evolução no meio da barra de Gantt e assim, graficamente, pode-se analisar a evolução do projeto. Foi determinado que se assumisse apenas as medições 0 ou 100% para ciclos regulares, 50% e 100% para ciclos onde a duração fosse dobrada e caso houvesse durações maiores que seriam fracionadas conforme o denominador do ciclo de vida padrão determinado.

Sendo assim o MS-Project foi utilizado para determinação do tempo total do projeto e na realização da distribuição do tempo de acordo com a evolução do projeto. Esta distribuição será a mesma transcrita em Excel e assim possibilitando a distribuição dos recursos conforme a evolução física do projeto no tempo.

3.2.5 Organização da Estrutura do Projeto

A organização da Estrutura Analítica do Projeto foi à sequência produtiva da obra respeitando as restrições e elos produtivos identificados como gargalos de produção. O projeto foi escrito de forma a estar ordenado de acordo com a evolução natural da obra, ou seja, de acordo como os pacotes de trabalho aparecem da rede de precedência da obra. Esta organização foi definida para que EAP gerasse seus pacotes de trabalho agrupando as atividades a serem realizadas conforme a natureza do produto e os insumos iriam convergir no momento da realização da operação de conversão, os insumo em um produto final de entrega, ou, um entregável, percebido e pago pelo cliente.

Deste modo, a evolução natural dos serviços foi à metodologia de hierarquização entre as atividades, sendo que a realização do pacote de trabalho dentro de uma unidade de controle seria o nível de programação do planejamento. Com esta premissa a EAP foi organizada conforme os pacotes de trabalho aparecem dispostos na linha do tempo, listados, portanto conforme a sequência cronológica da execução dos serviços e conforme o caminho crítico do modelo de obra.