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4 PROPOSTA DE TRABALHO

4.2 DEFINIÇÃO DA REDE DE PRECEDÊNCIA

4.2.1 Rede de Precedência Estrutura Convencional

Para a realização de uma estrutura convencional. Tem-se que o primeiro pacote de trabalho realizado é a própria instalação do canteiro, que exige os documentos legais que permitem a execução da obra já aprovados, Alvará de Obra, Projeto Arquitetônico, entre outros, definindo portanto como antecessora a própria autorização de início de obra.

Como a delimitação do tema desta pesquisa é a execução de um bloco padrão de projetos utilizados no Programa Minha Casa Minha Vida, questões de áreas de vivência, refeitório, entre outras instalações comuns a vários blocos e que são questões de qualidade de vida no trabalho e não de premissas para obtenção de produção não foram caracterizadas.

Com a implantação do terreno e conhecendo as características de execução do bloco fazem-se as instalações provisórias necessárias para o desenvolvimento da obra, compreendendo uma estação de carpintaria, bancada de armador, estação de pré-moldados, almoxarifado, baias de agregados, local de armazenamento de corpos de prova de concreto, além de água de boa qualidade e pressurizada em acordo as necessidades da obra e energia elétrica com demanda de carga instalada suficiente para os equipamentos necessários ao desenvolvimento da obra.

Nesta etapa identifica-se como atividade inicial do pacote o fornecimento de água e energia elétrica e como atividades de entrega as bancadas de carpintaria e armação.

Com a bancada de carpintaria realizada é possível fabricar os piquetes necessários para marcação dos limites do terreno, perímetro do bloco e afastamentos. Com a marcação destes pontos é possível liberar a execução do Gabarito do Bloco, próximo pacote de trabalho, e então a conferência de esquadro e referência de nível do gabarito as entregas para a realização das fundações.

Após o recebimento do esquadro e referência de nível do gabarito pode-se iniciar as marcações dos eixos das estacas. E então inicia-se a execução das mesmas, sendo que caso seja metodologia executiva que dependa da realização de armadura para garantir a torção na cabeça da estaca estas já devem ter sido fabricadas.

Com a concretagem e arrasamento das estacas, após conferência das excentricidades das estacas e verificação técnica dos controles de execução de obra para avaliar a necessidade ou não de reforços, libera-se o serviço para realização dos blocos e baldrames.

Estas peças estruturais apesar de serem parte da estrutura do prédio e o elo entre estrutura e fundações, são consideradas um pacote de trabalho separado pelo fato de ter a realização do piso pobre.

O piso pobre pode ser considerado a concretagem do piso do andar térreo. Contudo para que possa ser executado é necessário que todos os serviços que vão abaixo deste estejam realizados, portanto dentro do pacote de trabalho “Piso Pobre” estão todas as instalações enterradas necessárias para ligar prumadas de água fria, esgoto, incêndio, instalações elétricas, telefonias e outros previstos em projetos.

Este pacote retrata com nitidez o fundamento desta pesquisa, mostrando que as composições de serviços devem estar com os insumos agrupados em “meta-

dados” que compõe um pacote de trabalho que irá agregar valor a obra, no momento em que estes insumos são aplicados na obra e as composições estarem agrupadas, no caso, o piso pobre, portanto a composição irá conter itens relativos a instalações, que no processo de orçamentação usual estaria discriminado dentro de instalações elétricas, instalações hidráulicas, sanitárias e de telefonia.

Com a mesma linha lógica, o serviço de entrega do Bloco e Baldrame para o início do piso térreo pode ser considerado a desforma e limpeza de resíduos desta atividade para o início de aterramento dentro das “grades” do bloco e baldrame, abertura de valas, colchão drenante, outros serviços que estão descriminados no Apêndice A –“Modelo de Cronograma em Estrutura Convencional” - para projetos de edificação de (quatro) 4 pavimentos padrão de edificação do plano do Governo Federal “Minha Casa Minha Vida”.

O serviço que determina o fim do Pacote de Trabalho Piso Térreo é o serviço que ocorre após a concretagem que, considerando que a metodologia aplicada na execução seja a de “Piso Zero”, existem duas atividades que foram consideradas além do reguamento realizado na aplicação do concreto, “float” ou “Bailarina” eo tempo de cura, que por ser um período de “descanso” do concreto foi considerado no plano podendo ocorrer em dias não úteis, domingo, por exemplo, e no modelo também foi considerado que o ciclo de vida padrão das atividades seriam de 5 (cinco) dias, tratando-se de Estrutura Convencional. Tendo isto posto a entrega do Piso Térreo fica sendo o fim do acabamento do piso, ou “Bailarina”.

O Pacote de Trabalho sucessor ao Piso Pobre quando aplicado a metodologia construtiva em Estrutura Convencional é o Pacote de Trabalho Supra Estrutura. A partir desta etapa aplica-se de outro conceito do Last Planner complementar ao conceito do Pacote de Trabalho, que é a definição de um conjunto de dados transferíveis sem perda das características de suas informações. Portanto é necessário utilizar a “unidade de controle”, que é a menor unidade de trabalho mensurável que se quer controlar dentro de um ciclo de vida, ou seja, existem partes menores do Pacote de Trabalho que são aplicados em momentos diferentes na obra.

No exemplo citado a menor unidade dos pacotes de trabalho que fora considerada aplicada junto foi o Pavimento, adotando-se assim este como sendo a unidade de controle padrão para a formação do modelo de planejamento, com um ciclo de vida de 5 (cinco) dias.

Na formação da rede de precedência, neste trabalho foi aplicado como parâmetro que só poderiam existir no máximo duas antecessoras a unidade de controle de um Pacote de Trabalho.

Como exemplo, a primeira antecessora seria a unidade de controle do pavimento anterior do mesmo pacote de trabalho, ou seja a Alv. Externa 2.º Pavimento teria a Alv. Externa do 1.º Pavimento pronta. E a segunda antecessora seria o Pacote de Trabalho precedente da cadeia crítica, conforme elos relacionados na aplicação da Teoria das Restrições, na mesma unidade de controle, ou seja, para a Alv. Externa 2.º Pavimento seria a Supraestrutura do 2.º pavimento pronta.

A criação deste parâmetro de predecessoras foi necessário para obter uma facilidade de retroalimentação do planejamento, pois se necessário for reposicionar um pacote de trabalho apenas duas ligações serão necessárias de serem desconectadas, a conexão realizada com o pacote de trabalho antecessor na mesma unidade de controle e a unidade de trabalho antecessora do mesmo pacote de trabalho. Deste modo, a regra foi criada somente para melhorar o desempenho na retroalimentação e reprogramação dos pacotes de trabalho dentro da rede de precedência do planejamento.

O inicio da Superestrutura se dá através da Transferência dos Eixos e referencias de nível (RN) ao Pavimento, para assim iniciar-se a marcação dos eixos dos pilares e posicionamento das formas. A sequência utilizada para estes serviços pode ser consultada em bibliografias referente a prática de obras não sendo o foco desta pesquisa.

O serviço de entrega da Supraestrutura, a exemplo do que ocorre com o Piso Pobre, é a execução do acabamento da superfície da laje com a “bailarina”, ou seja, é possível iniciar a marcação dos pilares do 2.º pavimento após o término da laje do 1.º pavimento. Contudo para o próximo pacote de trabalho, Alvenaria Externa o serviço de entrega dar-se á com a retirada das escoras do pavimento.

Deste modo, em acordo com o que recomenda a boa técnica, somente terá inicio a Alv. Externa 28 (vinte oito) dias após a realização da concretagem e com o conhecimento de resultados de corpos de prova do concreto alcançando a resistência solicitada em projeto. Em caso negativo, será preciso ter aval do calculista da estrutura, pois deste momento em diante é possível retirar todo o escoramento da laje do Pavimento.

A sequência da execução da Supraestrutura se dá regularmente com o planejamento das etapas com ciclo de vida de execução de 5 dias para cada pavimento (unidade de controle) como é possível observar no modelo completo de planejamento apresentado no Apêndice A.

Porém, deve ser considerado que a sequência do plano da obra que contempla a evolução da execução dos pacotes de trabalhos sucessores a supraestrutura se dá com uma “latência”, ou seja, um período em que nada ocorre na unidade de controle (pavimento) após a realização do pacote de trabalho (Supraestrutura) até o início do próximo pacote de trabalho (Alvenaria). Nesta pesquisa o período de 28 dias, considerando ser o período de verificação da resistência do concreto da supraestrutura. A sequência completa dos pacotes de trabalho consideradas para a tecnologia Estrutura Convencional estão no apêndice A.

A figura 10 “rede de precedência na Estrutura convencional” mostra a definição da EAP após o estudo para a definição dos Pacotes de Trabalho e a organização da sequência dos pacotes de trabalhos realizados com base na precedência para obras de estrutura convencional.

Figura 10: Rede de Precedência Estrutura convencional. Fonte: CHIBINSKI, M. (2011, p.7.)