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A avaliação acontece diariamente e em todos os setores. Podemos afirmar que a avaliação é comum a toda a sociedade e a escola como parte integrante da sociedade não escapa a esta realidade. A pressão social e política para avaliar todos os serviços providenciados pelo estado levou ao desenvolvimento de procedimentos de avaliação de escolas e à publicitação dos seus resultados satisfazendo, assim, a sede de informação revelada pela sociedade.

O sistema de avaliação externa foi definido em dezembro de 2002 com a publicação do decreto-lei nº31 e desde que se começou a realizar sistematicamente nunca foi objeto de uma avaliação profunda. O

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processo foi decorrendo com alguma normalidade e sendo alargado a todas as escolas públicas nacionais. Foi sofrendo algumas alterações ao longo do primeiro ciclo de avaliação com base no proposto pelo CNE porém nunca foi realizado um estudo sobre o impacto ou consequências da sua aplicação.

Após a leitura das publicações, dos relatórios, dos estudos e a análise dos estudos empíricos relacionadas com a temática, percebemos que uma das áreas, ainda, pouco estudada é a que relaciona a avaliação externa e as lideranças intermédias de gestão. Este estudo surge, assim, numa tentativa de preenchimento de algumas dessas lacunas. É neste contexto que definimos a pergunta orientadora deste estudo e que funcionará como guia ao longo da investigação:

Qual o impacto e Efeitos da Avaliação Externa de Escolas nas Estruturas Intermédias de Avaliação?

3. Objetivos

Após a definição do problema elaboramos um conjunto de objetivos a que pretendemos responder no final do projeto de investigação. Os objetivos delineados são:

1º problematizar a avaliação externa nos seus fundamentos teóricos e metodológicos;

2º analisar as perspetivas dos órgãos de gestão intermédia de uma escola do ensino básico quanto às dimensões organizacional, curricular e pedagógica;

3º analisar o impacto e os efeitos da avaliação externa das estruturas intermédias de gestão. Com base na definição destes objetivos, foram traçadas linhas orientadoras para a investigação. Definiu-se a metodologia investigativa a empregar optando-se por uma abordagem mista, escolheram-se como métodos de recolha de dados o inquérito por entrevista, o grupo de discussão, o inquérito por questionário e a análise documental. Para o tratamento de dados optamos por utilizar a análise estatística e a análise de conteúdo.

A estrutura do trabalho está organizada em seis capítulos, sendo que no início podemos encontrar a introdução onde fazemos uma breve contextualização do problema.

O primeiro capítulo corresponde ao estado da arte e aqui faremos uma abordagem à literatura existente sobre avaliação externa de escolas e alguns estudos empíricos que foram desenvolvidos nos últimos anos, estudando-os pormenorizadamente. Ainda neste capítulo, faremos a análise de relatórios

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publicado pela OCDE, “A avaliação dos estabelecimentos de ensino à lupa” desenvolvido pela Eurydice, o parecer do Conselho Nacional de Educação apresentado em 2010 e o estudo de José Maria Azevedo. No final do capítulo, definimos o problema e os objetivos da investigação.

No segundo capítulo, corresponde ao quadro teórico que suporta esta investigação. Falaremos do conceito de avaliação, de avaliação de escolas, dos modelos e práticas de avaliação (avaliação interna e externa) e das funções da avaliação (diagnóstica, formativa e sumativa). De seguida, abordaremos conceitos a que chamamos conceitos-chave porque nos parecem essenciais para fundamentação do modelo de

avaliação de escolas em vigor neste momento em Portugal. Os conceitos abordados são: accountability,

qualidade, eficácia/eficiência, melhoria e liderança.

O terceiro capítulo diz respeito ao processo de avaliação de escolas em Portugal, iniciando-se com a análise dos diferentes projetos de avaliação de escolas desenvolvidos a partir de 1992. Depois, é apresentada a evolução legislativa das lideranças intermédias, começando com a publicação do decreto 3:901 em 1917 e terminando com a recente publicação do despacho nº 137/2012 de 2 de julho. No final do capítulo, ainda faremos uma reflexão sobre o papel do coordenador de departamento.

O capítulo quatro corresponde ao enquadramento metodológico onde referimos as opções metodológicas, o estudo de caso, a recolha de dados e onde é realizada a caraterização da escola objeto deste estudo, assim como, dos participantes neste estudo. Pretendemos com este capítulo demonstrar quais os passos dados na recolha das informações essenciais para o crescimento deste estudo. São referidos, para além dos instrumentos de recolha de dados (inquérito por questionário, inquérito por entrevista e grupo de discussão), as técnicas de recolha de dados e a ética subjacente a todo este processo. No capítulo cinco realiza-se a análise e tratamento de todos os dados recolhidos. Faremos uma análise estatística dos resultados obtidos através da aplicação do inquérito por questionário e uma análise de conteúdos da entrevista feita à coordenadora da equipa de autoavaliação e do grupo de discussão desenvolvido com a colaboração dos coordenadores de departamento. No término do capítulo realizamos uma análise aos documentos internos (projeto educativo e regulamento interno) da escola, aos documentos desenvolvidos pela equipa de autoavaliação, ao relatório da avaliação externa que decorreu no ano letivo de 2008/2009 e ao relatório da coordenadora da equipa de autoavaliação à data da visita da equipa de avaliação externa.

O capítulo seis representa a conclusão do estudo, onde serão apresentadas as principais apreciações, se identificam as limitações e se apontam caminhos para novas investigações.

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Em anexo, inclui-se o pedido de autorização para a realização do estudo, a autorização, o pré-teste do inquérito por questionário, o inquérito por questionário, o guião do inquérito por questionário, o inquérito por questionário, o guião do inquérito por entrevista à coordenadora da equipa de autoavaliação, a transcrição do inquérito por entrevista à coordenadora da equipa de autoavaliação, o guião do inquérito por entrevista aos coordenadores de departamento, a transcrição do inquérito por entrevista aos coordenadores e, por fim, a transcrição do relatório apresentado pela coordenadora da equipa de autoavaliação à data da realização da visita da equipa de avaliação externa.

Capítulo II