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3 AS MARCAS DA PAISAGEM ALÉM DAS FRONTEIRAS:

6.2 Definindo rumos e discutindo trajetos

Concomitante à elaboração da fundamentação teórica desta pesquisa, foram realizadas quatro etapas principais de trabalho de campo. A primeira delas, em julho de 2014, teve duração de 10 dias e percorreu o oeste da área de estudo, passando por municípios como: Alegrete/RS, Uruguaiana/RS, Salto/UY, Colonia del Sacramento/UY, Montevideo/UY, Trinidad/UY, Tacuarembó/UY, Rivera/UY e Bagé/RS, totalizando aproximadamente 3 mil quilômetros percorridos pelas rodovias brasileiras (BR) 290, 472, 158, 293, 153, e 392, e pelas Rutas 2, 3, 5, 14, 21 e 24, no Uruguai (Figura 25).

Figura 25 – Trabalhos de campo

Legenda: Trechos das estradas percorridas nos trabalhos de campo: Etapa I, realizada em julho de 2014 e Etapa II, em janeiro de 2015.

Fonte: Organizado pela autora

A segunda etapa, como pode ser observado também na Figura 25, aconteceu em janeiro de 2015. Com duração de 12 dias, o deslocamento aconteceu no sentido

leste, acompanhando a costa litorânea da área de estudo. Aproximadamente mais 3 mil quilômetros foram percorridos, passando por municípios como: Porto Alegre/RS, Pelotas/RS, Chuí/RS, Punta del Diablo/UY, La Paloma/UY, Rocha/UY, Maldonado/UY, Punta del Este/UY, Montevideo/UY, Minas/UY, Treinta y Três/UY, Rio Branco/UY, Jaguarão/RS, Herval/RS, Pinheiro Machado/RS e Caçapava do Sul/RS, dentre outras.

Além dessas duas maiores saídas a campo, realizaram-se também outras duas de menor duração e percurso: a primeira em outubro de 2014 entre Santa Maria e Pelotas (incluindo trechos de Piratini) e a segunda exclusiva para a “estrada velha da mina” (estrada estadual RS-625), na região das Guaritas, em Caçapava do Sul.

Dos 51 LIP’s registrados inicialmente no trabalho de campo, apenas 42 passaram para a etapa de sistematização e busca de informações aprofundadas. A supressão de alguns locais se deve ao fato de estarem repetidos ou de apresentarem vistas semelhantes da mesma paisagem (comum no decorrer de estradas), não justificando sua avaliação/inclusão nesta relação.

A compilação e sistematização dos dados dos 42 LIP’s, principalmente por haver informações que não estão disponíveis no campo, demandaram pesquisas mais minuciosas. É o caso da presença ou não de espécies raras, endêmicas ou ameaças de extinção junto ao LIP, e da aproximação com a história e com a cultura de cada lugar no intuito de identificar a importância de cada paisagem para a população do local.

A seguir serão apresentadas as avaliações quantitativas dos LIP’s (quadro 7). É importante apenas relembrar que a média apresentada nas tabelas se refere a média simples dos pontos atribuídos ao LIP; já o VPais de cada LIP é calculado pela média ponderada dos valores acima, atribuindo-se peso de 40% ao somatório equivalente ao VEst e 20% a cada um dos valores restantes.

INDICADORES/LIP’s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Abundância/raridade Unid. paisagem. 10 5 5 10 10 10 10 5 3 5 3 7 0 5 10 10 10 5 5 5 10 0 7 5 0 0 7 10 5 5 3 3 3 3 7 5 3 3 5 5 5 5 Integridade 10 10 10 10 10 10 10 10 7 7 7 7 10 5 10 10 10 10 7 7 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Representatividade 10 10 10 10 5 3 3 5 10 10 5 10 3 10 10 10 10 5 10 10 5 5 10 10 5 5 10 10 10 10 10 5 5 5 10 10 5 5 10 10 10 10 VGeo Diversidade 10 5 5 5 3 3 3 5 5 7 7 3 3 5 5 3 3 3 5 3 3 3 5 5 3 5 3 3 5 7 3 3 3 3 5 3 3 3 5 10 10 7 Contr. Geomorf. 10 3 3 7 10 3 3 3 7 7 3 10 3 3 7 7 3 3 7 3 3 7 7 7 3 3 3 3 7 10 3 3 3 3 7 3 3 3 7 7 10 10 Conhec. Científico 10 3 3 10 3 3 3 7 7 10 7 10 3 10 10 3 3 7 7 7 10 3 7 10 3 3 7 10 10 7 3 10 10 10 10 3 3 3 10 10 10 10 Abundância/raridade área de estudo 10 3 3 5 3 10 10 3 3 3 3 5 3 10 10 3 10 10 5 3 3 5 5 3 3 5 5 10 5 5 3 3 5 5 7 3 3 3 3 10 10 10 MÉDIA 10 5,5 5,5 8,1 6,2 6 6 5,4 6 7,0 5 7,4 3,6 6,9 8,9 8 7 6,1 6,5 5,4 6,2 4,7 7,3 7,1 3,9 4,4 6,4 8 7,4 7,7 5 5,2 5,5 5,5 8 5,3 4,2 4,2 7,1 8,8 9,2 8,8 INDICADORES/LIP’s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Abundância/raridade unid. paisagem. 7 3 3 7 10 10 10 5 0 0 0 10 5 10 10 0 10 0 3 3 10 0 7 5 10 7 5 5 5 5 0 0 0 0 10 0 0 3 5 5 0 3 Integridade 10 10 10 10 10 10 10 10 7 7 7 10 10 10 10 10 10 7 7 7 10 10 10 10 10 10 10 7 10 10 10 10 10 10 7 10 10 10 10 10 10 10 Representatividade 10 10 10 5 10 10 10 5 10 5 3 10 10 10 10 5 10 5 5 3 10 3 10 10 10 10 5 10 5 5 5 5 3 3 10 5 3 10 10 10 10 5 VEco Diversidade 10 10 10 10 10 10 10 5 10 5 5 7 10 5 10 5 5 3 5 7 10 5 10 7 7 10 7 10 5 3 5 5 5 5 7 10 5 10 7 7 5 3 Ameaça 0 5 5 10 5 5 10 0 5 5 0 5 5 5 7 0 0 0 0 0 10 0 7 10 5 5 5 5 10 5 0 0 0 0 7 0 0 0 10 10 10 5

Ecossist. x form. rel. 7 10 10 7 5 10 5 10 10 7 10 10 7 10 10 7 10 7 7 7 10 0 10 10 10 10 10 10 10 10 7 7 7 0 10 10 10 10 10 10 10 5

Conhec. científico: 7 10 10 7 10 7 3 7 3 7 7 7 7 10 7 3 3 3 3 3 10 3 7 10 10 10 7 7 7 7 3 3 3 3 3 3 3 3 10 7 10 10 Abundância/raridade área de estudo 5 3 3 5 3 10 10 3 3 3 3 10 5 10 5 3 10 3 5 3 10 3 5 3 7 5 5 10 5 5 3 3 3 3 7 5 3 3 3 3 3 7 MÉDIA 7 7,6 7,6 7,6 7,8 9 8,5 5,6 6,0 4,8 4,3 8,6 7,4 8,8 8,6 4,1 7,3 3,5 4,3 4,1 10 3 8,3 8,1 8,6 8,3 6,7 8 7,1 6,2 4,1 4,1 3,8 3 7,6 5,4 4,2 6,1 8,1 7,7 7,3 6 INDICADORES/LIP’s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Ativ. econômica 0 0 0 5 0 0 0 0 0 7 10 10 3 0 10 10 7 7 0 0 7 7 7 10 10 10 10 10 10 3 10 10 7 10 10 10 7 0 7 7 7 7 Mitos e lendas 10 0 0 10 7 0 0 0 0 10 7 10 7 7 7 0 0 0 0 0 7 7 0 10 7 10 7 0 10 0 0 7 7 7 7 7 10 0 7 0 7 7 Símbolos 0 0 0 7 0 0 10 0 0 10 7 7 0 0 10 7 7 7 0 0 7 7 7 7 10 10 7 0 7 7 7 7 0 7 10 7 0 0 7 7 7 7 VCult Arte 0 0 5 5 0 0 0 0 0 10 0 10 0 0 10 5 7 0 0 0 7 5 0 10 10 5 5 0 0 0 0 5 0 5 5 0 0 0 5 5 5 7 Uso da terra 10 10 10 10 5 10 10 10 0 0 10 10 10 0 10 5 1 10 5 0 0 10 5 10 0 10 0 0 5 0 0 0 0 0 10 5 10 5 10 10 0 10 Elem. Culturais 10 10 10 0 0 0 10 0 5 10 10 10 10 10 5 5 0 0 10 0 10 10 10 0 10 5 10 5 5 10 10 5 10 5 10 10 10 5 10 10 5 10 Hábito e costume 10 10 10 10 5 5 5 5 5 0 7 5 10 5 10 5 5 5 5 5 10 5 5 10 10 5 5 10 5 10 10 10 10 10 7 10 10 10 10 10 10 10 MÉDIA 5,7 4,2 5 6,7 2,4 2,1 5 2,1 1,4 6,7 7,2 8,8 5,7 3,1 8,9 5,3 3,9 4,1 2,8 0,7 6,8 7,2 4,9 8,1 8,1 7,8 6,2 3,5 6 4,2 5,2 6,2 4,8 6,2 8,4 7 6,7 2,8 8 7 5,9 8,2 INDICADORES/LIP’s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Cores 10 10 10 5 10 5 10 7 5 5 7 6 5 7 7 5 5 5 5 5 7 7 7 5 5 5 5 7 5 10 5 5 5 5 5 5 5 7 7 7 5 5 Diver.de elementos 10 10 10 5 7 5 10 7 10 7 7 5 5 7 5 7 5 5 7 5 5 5 10 5 5 5 7 10 5 7 5 5 5 5 5 7 7 7 10 10 7 3 Texturas 7 10 10 5 7 3 10 5 10 5 5 5 5 5 3 5 3 3 5 3 5 5 10 5 5 5 5 5 3 5 5 5 7 5 5 5 5 7 5 5 5 3 Ampl. Visual 10 5 3 3 3 5 7 5 3 3 3 7 5 10 5 3 3 3 5 3 10 10 10 5 5 5 3 5 3 7 5 3 3 3 3 3 3 5 5 5 3 3 VEst Visibilidade 7 10 10 10 10 7 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 3 10 10 10 10 7 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 10 Irreg. na topografia 10 3 3 10 3 3 3 7 10 10 10 10 3 3 10 10 10 10 7 5 3 10 10 3 3 3 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Raridade 7 5 5 5 5 7 7 5 5 5 5 10 5 7 7 5 7 7 3 3 7 5 7 3 5 7 5 10 5 5 3 3 5 3 10 10 3 3 3 5 10 10 Fauna e flora 3 10 3 3 0 10 3 3 10 10 3 10 3 3 3 3 0 3 0 0 10 3 3 7 3 3 3 3 10 3 3 3 3 3 7 7 7 7 10 10 10 10 Preservação 10 10 10 10 7 10 10 10 0 7 10 10 10 10 10 7 10 10 10 7 10 10 10 10 10 10 10 7 10 10 10 7 10 7 10 7 10 10 10 10 7 10 MÉDIA 8,2 8,1 7,1 6,2 5,7 6,1 7,7 6,5 7 6,8 6,6 8,1 5,7 6,9 6,7 6,1 5,1 6,2 5,7 4,5 7,4 6,9 8,6 5,9 5,7 5,8 6,4 7,4 6,7 7,4 6,2 5,6 6,4 5,6 7,2 7,1 6,6 7,3 7,7 8 6,9 7,1 INDICADORES/LIP’s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Acessibilidade 3 7 7 7 5 7 7 7 3 10 10 7 7 7 7 7 7 3 7 10 5 5 3 7 7 7 7 7 10 7 7 7 7 7 10 7 7 7 7 7 7 Visibilidade 10 10 10 10 10 7 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 10 10 10 10 7 10 10 5 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 7 10 10 5 7 Prox. da estrada 10 3 5 7 5 3 3 10 5 5 5 10 3 5 3 7 3 10 3 3 3 3 3 3 7 5 7 3 10 10 5 10 10 10 10 7 10 5 7 5 5 7 VUso Conectividade 3 5 5 5 5 3 3 3 5 5 3 10 3 3 5 3 3 3 5 5 10 7 7 7 10 3 3 3 3 5 7 3 5 5 7 5 5 5 7 7 7 10

Prox. a centros urb 10 10 5 10 10 7 1 1 3 5 3 3 3 10 3 10 1 10 1 1 1 5 5 5 7 7 5 5 10 10 7 7 7 7 7 10 1 3 7 7 7 7

Habitantes 7 10 10 7 7 3 5 5 5 5 5 5 10 7 5 10 3 7 3 3 3 5 5 5 3 3 3 3 10 10 3 3 3 3 5 7 3 3 3 3 3 3 MÉDIA 7 7,6 7 8 7 5 5 6 6 6 6 8 6 7 6 8 3,7 7,8 4 5 6 5,3 5,8 5,5 6,5 5,8 6 5 8 9 7 7 7 7 8 8,2 6,0 5,0 6,8 6,5 5,7 7 INDICADORES/LIP’s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Integr. X deterior. 10 0 0 0 3 0 0 0 3 3 3 3 0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 RD Vulnerabilidade 10 10 10 10 10 3 3 3 10 10 5 10 3 10 3 10 3 3 3 3 5 3 10 3 5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 3 3 3 3 Área protegida 10 3 3 3 3 0 7 0 3 3 10 10 0 10 10 3 3 3 10 10 0 3 0 0 3 3 3 10 7 10 10 7 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 MÉDIA 10 4,3 4,3 4,3 5,3 1 3,3 1 5,3 5,3 6 7,6 1 6,7 4,3 5,3 2 2 4,3 5,3 1,7 2 3,3 1 2,7 2, 4,3 7,6 4 5 5 4 5 5 6 5 5 4,3 4,3 4,3 4,3 4,3 Valor Paisagístico 6,9 6,8 6,6 5,4 5,4 5,4 5,2 7,7 6,4 6,4 5,7 5,6 5,6 6,5 7,9 5,9 5,7 5,2 5,1 3,9 7,6 5,8 7,5 7,0 6,4 6,5 6,5 6,9 6,1 6,6 5,4 5,4 5,4 5,2 7,7 6,4 5,7 5,6 7,8 7,9 7,2 8,4

Valor Tur. parcial 7,6 7,0 6,7 7,2 6,2 5,5 6,3 5,5 5,6 6,1 6,0 8,2 5,7 6,7 7,1 6,6 5 6,1 4,7 4,2 7,1 5,6 6,9 6,5 6,4 6,3 6,3 6,3 6,3 7,5 5,7 5,8 6,0 5,8 7,7 7,0 5,8 5,4 7,5 7,4 6,7 8,1

Legenda quadro 7

LOCAIS DE INTERESSE PAISAGÍSTICO

01 Santa Bárbara 30°21'54" 53°32'19" 22 Fort. Sta Teresa 33°58'3" 53°33'9" 02 Ban. S. Gabriel 30°19'4" 54°24'8" 23 Cerro de Brum 34°0'1" 53°34'33" 03 Ban. Inhatium 30°15'36" 54°30'42" 24 Laguna Negra 34°0'47" 53°35'53" 04 Ser. do Caverá 30°13'55" 55°01'30" 25 Palmares 34°10'43" 53°44'58" 05 Seival 30°12'24" 55°04'00" 26 Camino del indio 34°4'52" 53°51'28" 06 Pq. do Espinilho 30°12'7" 57°30'17" 27 Cerro de Rocha 34°25'26" 54°23'46" 07 Arroyo Boycua 30°52'36" 57°41'25" 28 Cerro Cordillera 34°22'58" 54°40'42" 08 Granitos Flores 33°10'31" 57°07'15" 29 Pan de Azucar 34°50'43" 55°10'55" 09 Mesa 1 – Tac. 31°57'1" 56°1'60" 30 Morro da Cruz 34°45'20" 55°13'33" 10 Batoví 31°52'54" 56°0'56" 31 Rincon de Paz 34°28'33" 55°12'33" 11 Cementério 31°48'35" 56°10'2" 32 Sierra de Minas 34°21'19" 55°8'25" 12 Cuñapiru 31°32'5" 55°37'21 33 Abra de Zabaleta 34°30'4" 55°27'13" 13 Cerca de pedra 30°41'49" 55°50'15" 34 Cerro de Verdum 34°22'27" 55°17'27" 14 Areal do Caty 30°28'24" 56°14'40" 35 Cerro Arequita 34°18'0" 55°16'13" 15 Jarau 30°13'1" 56°30'25" 36 Mirad. Penitente 34°22'42" 55°4'40" 16 Palomas 30°49'48'' 55°21'52'' 37 Cerro Marmarajá 34°14'9" 54°56'40" 17 Galpão d Pedra 30°57'37" 53°38'16" 38 Cerros Blancos 34°1'49" 54°46'56" 18 C. da Angélica 30°37'58" 53°23'41" 39 Chuchu Porongo 34°14'16" 54°56'6" 19 Serra Apertado 30°46'19" 53°11'25" 40 Pedra Pintada 34°01'8" 54°46'9" 20 Porongos 30°46'7" 53°11'21" 41 Pedra da Cruz 30°51'54" 53°15'22" 21 E. Ecol. Taim 32°32'27" 52°32'22" 42 Guaritas 30°52'50" 53°28'19"

Nota-se que, além do VPais de cada LIP, a tabela anterior apresenta o VTur de cada paisagem. Este valor, no entanto, subdivide-se em parcial e final. O parcial desconsidera o Risco de Degradação; já o VTur final inclui na sua avaliação a probabilidade da degradação. Essa comparação serve de alerta para iniciativas que podem acarretar consequências inversas à desejada pela conservação e, principalmente, reforça que há necessidade de medidas de conservação específicas além da promoção para uso turístico.

Nem todas as paisagens identificadas foram selecionadas e incluídas nas propostas de estradas paisagísticas. Alguns LIP’s encontram-se relativamente isolados, não justificando o deslocamento para sua apreciação, como é o caso do Cerro do Jarau, em Quaraí/RS, ou da Serra do Caverá, em Rosário do Sul e

Alegrete/RS. De forma alguma essa situação invalida ou diminui a importância desses locais, abrindo inclusive possibilidades de outras iniciativas, vinculadas ou não à estrada. Nesse sentido, apenas 22 LIP’s compõem os trechos de estradas paisagísticas do Pampa.

A distância entre LIP’s foi o principal indicador utilizado para a definição dos trechos. Partiu-se do pressuposto estabelecido por Tilden (1957) de que a interpretação precisa seguir um roteiro para atingir mais facilmente seus objetivos, e da própria característica de um “trecho” de estrada paisagística, que só faz sentido quando suas paisagens podem ser observadas em deslocamento, por um contexto e distância relativa. A proximidade com estabelecimentos turísticos já consolidados e o consequente fluxo de pessoas/viajantes pelas estradas também foram considerados.

Sendo assim, considerando a avaliação quantitativa e os indicadores apontados anteriormente para a definição de estradas paisagísticas, serão apresentados quatro trechos potenciais para estradas paisagísticas. Diante do reconhecimento das distintas paisagens do Pampa, esses trechos são eixos que atravessam áreas de elevado valor ambiental, que mantêm níveis de tráfego moderado, e que oferecem ao usuário uma experiência de viagem que ressalta os valores naturais e culturais de cada área.

Não há dúvida que, para melhor usufruir dessas paisagens, o ideal é uma organização que envolva a segurança no trânsito, limites de velocidade e a criação de um conjunto de serviços ao viajante (áreas de descanso, miradores, informações sobre o entorno, caminhos paralelos, trilhas interpretativas para pedestres e bicicletas). Há uma infinidade de medidas que devem ser tomadas nos quatro trechos de estrada selecionados nesse trabalho, entre os quais se destacam principalmente os relacionados a: (a) sinalização de entrada e saída; (b) painéis interpretativos em cada um dos LIP’s; (c) placas sinalizadoras dos caminhos de acesso às paisagens quando possível; (d) itinerários temáticos alternativos como trilhas; (e) estrutura de miradores; e ainda, (f) sinais de identificação de elementos singulares do local.

Dentre as medidas principais está a redução da velocidade. Conforme abordado anteriormente, é sabido que um condutor normal a 70km/h aprecia de 30º a 40º de cada lado e que se a sua velocidade aumentar para 100km/h, verá menos

de 20º para cada lado. Esta informação é fundamental para garantir a capacidade de leitura da paisagem e a efetividade de uma estrada paisagística que busque a integração da paisagem com seus moradores e viajantes.

No entanto, a proposta desta pesquisa restringiu-se à elaboração de um plano de interpretação que culminou em um folheto (folder), cujos conteúdos podem ser apropriados por outros materiais interpretativos, como painéis. Sendo assim, acredita-se que alterações efetivas no meio físico da estrada precisam ser discutidas no âmbito da gestão pública e política de cada localidade, de acordo com as possibilidades de cada administração.

A elaboração do folder, além de seguir os pressupostos da interpretação ambiental, contou com o auxílio da linguagem artística para representar e traduzir a paisagem visível em cada estrada. O artista contratado, Vicent Lyh, é estudante do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria, e seu trabalho pode ser conferido nos mapas artísticos incluídos nos folders elaborados para esta pesquisa.

7 ESTRADAS PAISAGÍSTICAS DO PAMPA URUGUAIO-SUL-RIO-GRANDENSE

Ao término dos levantamentos propostos (bibliográficos, de campo e de laboratório) e utilizando os critérios já apresentados anteriormente, foram definidos quatro trechos de estradas paisagísticas para a área de estudo proposta. Ao todo, trata-se de 480 quilômetros de estradas paisagísticas presentes no pampa uruguaio-sul-rio-grandense e que apresentam grande potencial turístisco e de conservação.

As EP’s Guaritas, Palmares, Sierra de Minas e Mesetas integram 22 LIP’s (figura 26). Duas delas, a EP Sierra de Minas e a EP Palmares, são integralmente uruguaias. A EP Mesetas cruza a fronteira administrativa, integrando trechos nos territórios uruguaio e brasileiro, enquanto a EP Guaritas é unicamente brasileira.

Figura 26 – Estradas paisagísticas do pampa uruguaio-sul-rio-grandense

Ainda que a comparação entre os trechos de estradas paisagísticas não seja um objetivo deste trabalho, e que tampouco pareça adequada, considerando a diversidade e a singularidade do conjunto dos LIP’s de cada trecho, é interessante estimar seus valores turísticos e riscos de degradação. Através de uma média aritmética simples estimou-se o VTur e o RD de cada estrada. Dentre elas, a que apresenta maior Valor Turístico – VTur é a EP Sierra de Minas (6,19), seguida pela Mesetas (6,11), Palmares (5,92) e Guaritas (5,82). Por outro lado, a que apresenta maior RD é a EP Mesetas (5,93), seguida pela Sierra de Minas (5,33), Guaritas (3,80) e Palmares (2,41). Nos itens subsequentes, esses trechos paisagísticos e os LIP’s que os compõem serão descritos em detalhe.