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CAPÍTULO 5 – METODOLOGIA DA PESQUISA

5.1. Delimitação do objeto de estudo

O conjunto habitacional em estudo localiza-se no Município de Coimbra, região da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais (Figuras 5.1, 5.2 e 5.3). A população deste município é de 7.054 habitantes, sendo que deste total, 5.156 é urbana e 1.898 rural (IBGE, 2010). Situado na microrregião de Viçosa, dista 15 km deste município e 241 km da capital mineira Belo Horizonte. Para tanto é servido pelas rodovias BR 120, MG 280 e MG 358 e, antigamente, também pela linha férrea

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que corta a cidade. Enquanto distrito, em 1873, recebeu o nome de São Sebastião de Coimbra após ter sido desmembrado de Ubá e passado a pertencer a Viçosa. Em 1948, pelo Decreto Lei nº 336, tornou-se município com o nome de Coimbra. Este possui área territorial de 107 km² e suas principais atividades econômicas estão ligadas à agricultura e pecuária(ARANTES, 199-?).

Tal conjunto habitacional, denominado Boa Sorte, foi inaugurado em 27/12/1999 pela Prefeitura Municipal de Coimbra, a partir do programa habitacional Pró-Moradia em parceria com a Caixa Econômica Federal (Figura 5.4 e 5.5).

Figura 5.1: Regiões de Minas Gerais

Fonte:<http://www.minasgerais.net/diretorio/in dex.php?cat_id=751&cat_id_thm=29> Acesso em 16 abr. 2011

Figura 5.2: Região da Zona da Mata/MG Fonte:<http://www.minasgerais.net/diretorio/in dex.php?cat id=763> Acesso em 16 abr. 2011

Figura 5.3: Microrregião de Viçosa, com o município de Coimbra/MG

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Neste programa foi aplicada a modalidade “produção de conjuntos habitacionais”, cujo objetivo é “a execução de obras e serviços que resultem unidades habitacionais inseridas em parcelas legalmente definidas de uma área e dotadas de padrões mínimos de habitabilidade, salubridade e segurança definidos pelas posturas municipais” (PROGRAMA, 2008, p. 18). O Manual de Fomento Pró- Moradia traz algumas diretrizes específicas desta modalidade que devem ser observadas nos projetos das unidades habitacionais, como: previsão de ampliação e método construtivo que permita sua execução com facilidade; compatibilidade do projeto com as características regionais, locais, climáticas e culturais da área; e adoção de soluções técnicas que eliminem barreiras arquitetônicas e urbanísticas visando garantir a acessibilidade. Contudo, tal documentação não define exigências e especificações técnicas que garantam o padrão mínimo de habitabilidade das moradias, que fica a cargo do município.

Ainda segundo este manual, para análise da proposta de financiamento do conjunto habitacional devem ser verificados aspectos relativos ao projeto, como: a solução adotada para o empreendimento, quanto à sua funcionalidade, compatibilidade entre os custos, prazos de execução, aspectos arquitetônicos, metodologia, tecnologia construtiva, especificações, cronogramas, quantitativos das obras e serviços, materiais e equipamentos previstos, além das soluções adotadas para a infra-estrutura e a integração aos sistemas existentes, atentando para a legislação ambiental.

Figura 5.5: Vista parcial da praça e das unidades habitacionais.

Fonte: Acervo da autora. Figura 5.4: Vista parcial do conjunto habitacional

Boa Sorte.

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O conjunto habitacional em estudo localiza-se no limite do perímetro urbano com a zona rural, no prolongamento da Rua Santo Antônio, na estrada que liga a cidade de Coimbra à cidade de Monte Celeste. Fica ao lado da antiga Praça de Esportes, distante 1.200m do centro da cidade, e possui área igual a 8.568,20m². Pelo levantamento documental, consta ainda que a gleba na qual o conjunto foi implantado apresentava topografia plana em toda sua extensão e já era atendido pelos serviços urbanos de coleta de lixo, abastecimento de água e de energia elétrica, como também que seria atendido por rede de esgoto sanitário a ser construída através de recursos provenientes de outro programa governamental.

Documentos da Prefeitura Municipal de Coimbra enviados à Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Habitação, datados do mês de junho do ano de 1997, citam que foi solicitado o valor do empréstimo de R$200.000,00 para a construção das unidades habitacionais e que a contrapartida da prefeitura seria o valor de R$155.000,00, sendo que R$100.000,00 seria equivalente ao terreno, R$33.000,00 à infra-estrutura, R$10.000,00 a equipamentos comunitários e R$ 12.000,00 a ligações domiciliares de água, esgoto e energia elétrica. Nestes constam ainda que, como se trata de uma cidade pequena onde já existia uma creche, um posto de saúde, duas escolas, uma quadra de esportes e um posto policial, não seriam construídos nenhum equipamento comunitário público.

Pelo relatório de trabalho da coordenadora da equipe de trabalho do Projeto de Participação Comunitária da Prefeitura Municipal de Coimbra, foi realizada uma reunião onde foram definidos os seguintes critérios para a seleção das famílias a serem beneficiadas: não possuir nenhum imóvel; possuir renda mensal familiar inferior a três salários mínimos; residir no município há mais de três anos; famílias que residem em áreas insalubres e/ou de risco; comprovação de renda, com comprometimento máximo de 30% da renda mensal.

Segundo relatório, esta reunião definiu ainda que a divulgação do programa junto à população seria feita através de cartazes afixados em locais públicos e nas igrejas, e que as inscrições para cadastramento de famílias interessadas seriam realizadas junto à prefeitura, que posteriormente iria realizar uma abordagem domiciliar para confirmação das informações fornecidas, para coletar mais dados e para verificar o local e as condições de moradia das famílias.

De acordo com documentação de aprovação do conjunto habitacional seria realizado o Projeto de Participação Comunitária assessorado pela Universidade

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Federal de Viçosa, através de uma equipe multidisciplinar do Programa Gilberto Melo, tendo como objetivo buscar soluções para os problemas comuns ao conjunto e trabalhar de forma associativa. Tal projeto ainda pretendia: estimular a formação de grupo de representantes da comunidade para acompanhamento da obra, promover eventos de natureza cultural, pedagógica e recreativa de interesse da comunidade, criar canais de comunicação entre a comunidade e o poder público e assessorar na adaptação da população à nova forma de morar. Entretanto não foi encontrada documentação que comprove a realização destas atividades.