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Capítulo 3. PRESBIFONIA

V. MATERIAIS E MÉTODOS

1. DELINEAMENTO DO ESTUDO

O estudo foi de caráter transversal de natureza mista sendo quantitativa e qualitativa exploratória, a partir de uma amostra por conveniência. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília – UCB / DF sob o protocolo de nº 166/2009. (Anexo 1)

A escolha da metodologia foi baseada emGoldenberg (1997, p.62), pois segundo ela: “é o conjunto de diferentes pontos de vista, e diferentes maneiras de coletar e analisar os dados (qualitativa e quantitativamente), que permite uma idéia mais ampla e inteligível da complexidade de um problema”.

A integração da pesquisa quantitativa e qualitativa permite ao pesquisador fazer um cruzamento das suas conclusões de modo a ter maior confiança que seus dados não são produto de um procedimento específico ou de alguma situação particular. Não se limita ao que pode ser coletado em uma entrevista: pode entrevistar repetidamente, aplicar questionários, investigar diferentes questões em diferentes ocasiões, utilizando fontes documentais e dados estatísticos. É o processo da pesquisa que qualifica as técnicas e os procedimentos necessários para as respostas que se quer alcançar. (GOLDENBERG, 1997)

A pesquisa qualitativa responde questões muito particulares, pois se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Sendo que esse conjunto de fenômenos humanos é entendido como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre

o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e compartilhada com seus semelhantes (MINAYO, 2007).

A pesquisa qualitativa realiza uma aproximação fundamental e de intimidade entre sujeito e objeto, uma vez que ambos são da mesma natureza: a abordagem dialética atua em nível dos significados e das estruturas, entendendo estas últimas como ações humanas carregadas por objetivos e, logo, portadoras de significado. Ao mesmo tempo, tenta conceber todas as etapas da investigação e da análise como partes do processo social analisado e como sua consciência crítica possível. Assim, considera os instrumentos, os dados e a análise numa relação interior com o pesquisador, e as contradições como a própria essência dos problemas reais(MINAYO; SANCHES, 1993).

Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos. Estes dados não são padronizáveis, o que obriga ao pesquisador a ter flexibilidade e criatividade no momento de coletá-los e analisá-los, ou seja, o bom resultado da pesquisa depende da sensibilidade, intuição e experiência do pesquisador (GOLDENBERG, 1997).

Este tipo de pesquisa se ocupa da investigação de eventos qualitativos mas com referenciais teóricos menos restritivos e com maior oportunidade de manifestação para a subjetividade do pesquisador (PEREIRA, 1999). A abordagem qualitativa se aprofunda no mundo dos significados. Sendo que este nível de realidade não é visível, precisa ser exposta e interpretada, em primeira instância, pelos próprios pesquisados (MINAYO, 2007).

Já a método quantitativo, é caracterizado pelo positivismo lógico. Sendo orientados à busca da magnitude e das causas dos fenômenos sociais, sem interesse pela dimensão subjetiva e utilizam procedimentos controlados; são objetivos e distantes dos dados (perspectiva externa, outsider), orientados à verificação e são hipotético-dedutivos, assumindo uma realidade estática, sendo orientado aos resultados, que podem ser replicáveis e generalizáveis (SERAPIONI, 2000). O quantitativo almeja o produto, isto é, os resultados finais matematicamente trabalhados (TURATO, 2005).

Estando o objeto de estudo bem definido, verifica-se somente se este corpo de conhecimentos vale em outras situações, ainda não exploradas empiricamente. Neste caso podem-se utilizar métodos de pesquisa quantitativa como um questionário estruturado ou uma

sondagem. Porém, existindo áreas de interesse que ainda não tem ainda desenvolvido um adequado conhecimento teórico e conceitual, ou não foram formuladas hipóteses precisas ou ainda não sabemos com clareza o que estamos buscando. Nesses casos, os métodos qualitativos ajudam no trabalho de construção do objeto estudado, facilitam na descoberta de dimensões não conhecidas do problema e permitem também formular e comprovar novas hipóteses (SERAPIONI, 2000).

A premissa básica da integração dos métodos quali e quantitativos repousa na idéia de que os limites de um método poderá ser contrabalançado pelo alcance do outro. Nesta perspectiva, deixam de ser percebidos como opostos para serem vistos como complementares (GOLDENBERG, 1997).

Utilizou-se como recurso metodológico na presente dissertação entrevista semi- estruturadas por combinar perguntas abertas e fechadas, onde o informante tem a possibilidade de conversar sobre o tema proposto. Onde o pesquisador segue um conjunto de questões previamente definidas, fazendo em um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal. Deverá ficar atento para dirigir, no momento que achar oportuno, a discussão para o assunto que o interessa fazendo perguntas adicionais para elucidar questões que não ficaram claras ou ajudar a recompor o contexto da entrevista, caso o informante tenha “fugido” ao tema ou tenha dificuldades com ele. Esse tipo de entrevista é muito utilizado quando se deseja delimitar o volume das informações, obtendo assim um direcionamento maior para o tema, intervindo a fim de que os objetivos sejam alcançados. Desse modo, este tipo de entrevista colabora muito na investigação dos aspectos afetivos e valorativos dos informantes que determinam significados pessoais de suas atitudes e comportamentos. As respostas espontâneas dos entrevistados e a maior liberdade que estes têm podem fazer surgir questões inesperadas ao entrevistador que poderão ser de grande utilidade em sua pesquisa (BONI; QUARESMA, 2005).

Tratou-se de uma pesquisa exploratória, pois o objetivo era investigar quais as implicações da presbifonia que iriam influenciar na qualidade de vida do idoso. Em pesquisa que apresentam fatores humanos, se faz necessário fazer um estudo prévio da realidade, na fase de planejamento da pesquisa, com a finalidade principal de elaborar um instrumento baseado nas experiências reais dos sujeitos, no seu vocabulário e ambiente de vida. Em outras palavras, a pesquisa exploratória, ou estudo exploratório, teve por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se inseria.

Pressupõe-se que o comportamento humano é melhor compreendido no contexto social onde ocorre. A pesquisa exploratória permite que a realidade seja percebida tal como ela é, e não como o pesquisador, pensa que seja. Leva o pesquisador, freqüentemente, à descoberta de enfoques, percepções e terminologias novas para ele, contribuindo para que, paulatinamente, seu próprio modo de pensar seja modificado. Isto significa que ele, progressivamente, vai ajustando suas percepções à percepção dos entrevistados. Ou seja, ele vai conseguindo controlar, quase que imperceptivelmente, o seu viés pessoal (PIOVESAN, TEMPORINI, 1995).

1.1. Participantes:

Os sujeitos participantes da pesquisa foram no total de quinze, divididos em 2 grupos de idosos:

Grupo M – grupo constituído por dez idosas que foram convidadas da amostra de

setenta mulheres participantes do Projeto de Promoção da Saúde do Idoso da Universidade Católica de Brasília (UCB). Neste projeto de Promoção à Saúde tem cadastrada uma média de 305 idosas que são convidadas a participar de atividades como aulas de língua inglesa e portuguesa, informática, natação, musculação, ginástica, dentre outras modalidades de atividade física, ficando a critério da participante a escolha de quais destas atividades ela deseja participar. A amostra deste estudo de dez idosas é exclusivamente feminina por fazer parte do estudo analítico transversal, desenvolvido no laboratório de Reabilitação Cardiopulmonar da Universidade Católica de Brasília (UCB), pelo fisioterapeuta MsC Renato Valduga cuja dissertação de Mestrado em Gerontologia teve como título: Correlação entre o padrão postural e o nível de atividade física em mulheres idosas (2009), (amostra constituída de setenta idosas entre 60 e 80 anos de idade). Foram utilizados a biofotogrametria e o método Flexicurva para avaliação do padrão postural das voluntárias. Essas idosas também fazem parte do estudo da fisioterapeuta Profª MsC Erika Baptista Gomes (UCB) cujos dados estão sendo utilizados para fins de doutorado.

Grupo H - amostra por conveniência composta por cinco homens idosos (idade acima

de 60 anos), escolhidos na comunidade do bairro de Águas Claras, situado na região administrativa do Distrito Federal em Taguatinga.

Para facilitar a citação dos grupos no decorrer da pesquisa, foram nomeados respectivamente por: Grupo M e Grupo H.

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