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RESULTADOS E ANÁLISE REFERENTE AO PROTOCOLO DE DADOS SÓCIO-

Capítulo 3. PRESBIFONIA

V. MATERIAIS E MÉTODOS

1. RESULTADOS E ANÁLISE REFERENTE AO PROTOCOLO DE DADOS SÓCIO-

a) Dados Pessoais:

Tabela 1– Dados Pessoais

Grupo M Grupo H

Idade 60 a 69 anos 30% 40%

> ou = 70 anos 70% 60%

Média Aritmética 72,50 anos 68,4 anos

Escolaridade Analfabeto 10% 20% 1º Grau Incompleto - 20% 1ª Grau Completo 60% 20% 2º Grau 20% 40% Pós-graduação 10% - Renda Familiar (Salário Mínimo) Até 1 salário 50% 20% De 2 a 5 salários 20% 20% Acima de 5 salários 30% 60%

A média de idade entre os idosos do grupo M é de 72,5 anos e do grupo H é de 68,4 anos, sendo que o grupo H é 4,1 anos mais novo do que o grupo M, ainda nessa comparação

podemos observar que o percentual é maior na faixa etária maior ou igual a 70 anos, superior a 70 e 60% respectivamente.

A escolaridade é apresentada assim: no grupo M temos: 60% possuem o 1º grau completo; 20% o 2º grau; 10% analfabetas e 10% com pós-graduação e no grupo H: 40% com 2º grau completo, 20% de analfabetos, 20% com 1º grau incompleto e 20% com 1º grau incompleto. Sendo o grupo feminino o grupo que apresenta melhor nível de escolaridade.

A renda familiar, no grupo M é de 50% com até um salário mínimo; 20% de 2 a 5 salários – mínimos e de 30% acima de 5 salários – mínimos e no grupo H, 20% com até um salário mínimo; 20% de 2 a 5 salários – mínimos e de 60% acima de 5 salários – mínimos. Demonstrando que as mulheres ainda, são as que apresentam maior proporção com baixa média de renda mensal.

Camarano (2006, p.90) cita que “outro aspecto que tem recebido atenção é a feminilização da velhice, pois a maior proporção da população idosa é de mulheres, viúvas, sem experiência no mercado de trabalho formal e com baixa renda”.

b) “Ser idoso”:

Você se considera idosa (o)?

Grupo M:

• 70% responderam que não, por diversos motivos: • 30% responderam que sim,

Grupo H:

• 100% responderam que sim.

No grupo M, 70% não se consideram idosas e no grupo H, 100% deles se consideram idosos. Observa-se divergência dos dados entre os grupos, apresentando dados significativos refletindo à forma que percebem a idade, pela forma que passam pela vida e como vêem a vida. As mulheres, ao não se considerarem idosas, apresentam perspectiva de vida e projetos futuros, enquanto 100% dos homens ao se considerarem idosos, falam do cansaço (deles e da

vida) e de quando eram jovens. Não demonstra em suas falas ter perspectiva de vida e projetos futuros.

Segundo Motta (2006), a velhice é um fenômeno biopsicossocial, onde não existe singularidade e nem é tão evidente como costumam dizer. Ou seja, não existe velhice, e sim existem “velhices”; o que também quer dizer que não existe velho, existem velhos; “velhos e velhos”, em pluralidade de imagens socialmente construídas e referidas a um determinado tempo do ciclo da vida. Talvez para no caso dos homens, a não-valorização do ser idoso, marcada pela idéia estereotipada que se faz da velhice, aumenta o sentimento de inutilidade e pode acentuar o declínio de suas competências relacionadas com as condições de autonomia e independência (BERTACHINI, 2007). Numa sociedade que privilegia a juventude e restringe à beleza jovem, o corpo velho remete a antevisão da senilidade, perdas e proximidade da morte (MOTTA, 2006).

A partir de que idade você considera uma pessoa idosa:

Grupo M:

• 10% responderam que é antes dos 60 anos

• 40% responderam que começa depois dos 60 anos. • 30% responderam que é de 75 acima.

• 20% não determinaram os anos de vida.

Grupo H:

• 40% responderam ser antes dos 60 anos. • 60% responderam ser depois dos 60 anos.

Esses dados expressam a dificuldade por categorizar a velhice, pautando-se por ela não ser um estado, mas um constante e sempre inacabado processo de subjetivação. Assim, podemos dizer que na maior parte do tempo não existe um “ser velho”, mas um “ser envelhecendo” (GOLDFARB, 1998).

Quanto à divergência de uma definição certa de idade para homens e mulheres de quando você considera uma pessoa idosa, Motta (2006) nos diz que a idade não é um fator natural e sim simbólico, definido culturalmente, é a representação corporal e ideacional referida à passagem do tempo, convencionada para regular a participação social. A idade expressa em anos é também classificatória (administrativa e perante as leis) de pessoas e grupos demográficos (crianças, adolescentes, jovens, velhos). Com essa categorização da idade construída socialmente, as representações da velhice e do envelhecimento são vistas como projeções e decorrências do tempo, mas um tempo sempre sujeito a limites variados e redefinições.

c) Moradia:

Quanto ao tipo de moradia: Tabela 2 – Tipo de Moradia

TIPO DE MORADIA CONDIÇÃO GRUPO M GRUPO H

CASA PROPRIA 70% 60%

ALUGADA 10% 20%

APARTAMENTO PROPRIO 20% 20%

ALUGADA - -

No grupo M, 70% das entrevistadas moram em casa própria, 20% em apartamento próprio e 10% somente, moram em casa alugada, enquanto no grupo H, 60% moram em casa própria, 20% em apartamento próprio e 20% em casa alugada.

Segundo Camarano (2006), a universalização da Seguridade Social implementada no início da década de 90 tem mudado o quadro econômico dos idosos no Brasil, uma vez que a pobreza entre os idosos tem decrescido desde o início da década citada. Já para Motta (2006), os idosos continuam mantidos como fatia importante do mercado de consumo, principalmente os que recebem aposentadorias e altas pensões, sendo cada vez mais independentes do montante de seus recursos financeiros.

Quanto aos arranjos familiares:

Grupo M:

• 40% moram sozinhas;

• 30% moram com algum familiar; • 30% moram com maridos.

Grupo H:

• 100% dos entrevistados moram com esposas.

Viver só pode ser um estágio temporário da velhice e pode representar preferência. A localização geográfica nem sempre pode ser traduzida em maior ou menor aproximação / freqüência de filhos / netos. As mulheres idosas têm maior propensão a viverem sozinhas do que os homens. Eram aproximadamente 15% em 2003, e de residentes na casa de outros parentes como: mãe, sogra, irmãs, 16,1% (CAMARANO, 2006).

d) Atividades: Grupo M:

• 90% das entrevistadas são aposentadas, sendo: 40% são trabalhadoras do próprio lar ou empregadas domésticas, 30% professora ou monitora de escola e 10% aposentada pelo Governo do Distrito Federal como auxiliar de limpeza.

• 10% das entrevistadas não são aposentadas, sendo 10% trabalhadoras no próprio lar.

Grupo H:

• 100% dos entrevistados são aposentados, sendo: 60% aposentados por serem trabalhadores braçais: segurança, eletricista, pedreiro, 20% por serem aposentados pelo Governo do Distrito Federal e 20% aposentados como musicista pelas forças armadas.

Segundo Pacheco e Carlos (2006), a aposentadoria é vista como parte do processo de desengajamento, apresenta aos trabalhadores o tempo liberado como recompensa. A proporção de idosos sem rendimentos é baixa, sendo maior entre as mulheres, decrescendo com a idade. A fonte de renda do idoso advém principalmente, dos benefícios previdenciários (aposentadoria e pensões). Em contrapartida a renda do trabalho baixou (LIMA-COSTA; CAMARANO, 2008).

e) Envelhecimento:

Já escutou, leu a respeito do envelhecimento:

Grupo M:

• 90% responderam que sim, através da Universidade Católica de Brasília: palestras, aula, seminários; TV, revistas.

• 10% responderam que não.

Grupo H:

• 40% responderam que sim, através de revistas e panfletos. • 60% responderam que não.

Aconteceu um acréscimo de 30 anos na esperança de vida do homem, no século XX. Esse aumento do tempo de vida exigiu novos estatutos e formulação de políticas públicas de prevenção de saúde no envelhecimento, tanto a médio quanto a longo prazo e tanto em nível local como em nível nacional. Com isso a questão começou a ser discutida no território nacional, já no final da década de 1980. Desde então, o tema vem sendo introduzido na agenda de discussões do país por diversos trabalhos acadêmicos com apoio das UnATIs que buscam resgatar o valor social do idoso, tentando garantir assim sua plena cidadania (VERAS, 2006). Segundo Camarano (2006, p. 91) “são as mulheres mais do que os homens que participam de atividades extradomésticas, de organizações e movimentos de mulheres, fazem cursos especiais, viagens e trabalho remunerado temporário”.

f) Profissional que “cuida” da voz

Quando perguntado sobre a existência do profissional que cuida da voz e seu nome:

Grupo M:

• 50% responderam que não sabiam, nunca ouviram falar. • 50% responderam que sim, sendo que:

o 60% deste grupo não acertaram o nome o 40% responderam: Fonoaudiólogo.

Grupo H:

• 40% responderam que não sabiam. • 60% responderam que sim, sendo que:

o 20% deste grupo atribuíram a Deus a “especialidade”, o 20% sabiam que existia, mas não sabiam o nome o 20% responderam: Fonoaudiólogo.

A fonoaudiologia é a ciência relativamente nova, que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição. A profissão de fonoaudiólogo no Brasil foi regulamentada pela Lei nº 6.965, sancionada em 9 de dezembro de 1981, sendo regulamentada pelo decreto nº 87.218, de 31 de maio de 1982 (SBFa, 2009).

2. RESULTADOS E ANÁLISE REFERENTE AO PROTOCOLO DE ANAMNESE E

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