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Capítulo 3. PRESBIFONIA

V. MATERIAIS E MÉTODOS

3. QUANTO À DIMENSÃO SOCIAL

Referente aos dados demográficos, no grupo M é constituído por: idosas com média de idade de 72,5 anos, com nível de escolaridade de 10% analfabetas, 60% com 1ª grau completo, 20% com 2º grau completo, 10% com pós-graduação, com renda familiar média de 50% recebendo até um salário mínimo, 20% recebendo de 2 a 5 salários-mínimos e 30% recebendo acima de 5 salários; já o grupo H é constituído por idosos com média de idade de 68,4 anos, com nível de escolaridade de 20% analfabetos, 20% com 1º grau incompleto, 20% com 1º grau completo e 40% com 2º grau, com renda familiar média de 20% para até 1 salário mínimo, 20% de 2 a 5 salários – mínimos e 60% de 5 salários mínimos acima.

Quanto à identificação, no grupo M, 20% das entrevistadas são solteiras, 30% são casadas, 50% são viúvas; no grupo H, 80% dos entrevistados são casados e 20% são viúvos.

Quanto ao tipo de moradia, no grupo M, 70% das entrevistadas moram em casa própria, 10% moram em casa alugada e 20% moram em apartamento próprio; no grupo H, 60% dos entrevistados moram em casa própria, 20% moram em casa alugada e 20% moram em apartamento próprio.

Quanto aos arranjos familiares, no grupo M, 40% moram sozinhas, 30% moram com algum familiar e 30% moram com maridos, no grupo H, 100% dos entrevistados moram com esposas.

Embora os homens declarem morarem 100% com as esposas, 80% deles são casados e 20% são viúvos, enquanto somente 30% das mulheres moram com maridos e 50% delas são viúvas. A mulher ao se separar ou ao ficar viúva tende mais a ficar sozinha ou a morar com os filhos devido à liberdade que alcança.

Quanto às atividades, no grupo M, 90% das entrevistadas são aposentadas, sendo: 40% do lar ou domésticas, 30% professora ou monitora de escola e 10% aposentada pelo GDF como auxiliar de limpeza; e 10% das entrevistadas não são aposentadas, sendo 10% do lar, ou sejam trabalham em seus próprios lares; no grupo H, 100% dos entrevistados são aposentados, sendo: 60% aposentados por serem trabalhadores braçais: segurança, eletricista, pedreiro, 20% por serem aposentados pelo GDF e 20% aposentados sendo musicista pelas forças armadas.

Ao questionar: Você se considera idoso, no grupo M, 70% responderam que não – entrevistado nº 4: “Por gostar de sorrir, de tudo, de passear/ viajar/ dançar. Sou uma idosa bem sucedida”; entrevistada nº 5: “Pode ser por fora a idade, mas por dentro sou jovem”; entrevistada nº 8: “Eu não. Por mais que ela está chegando eu não acho, não. A gente tem que se conformar”; entrevistada nº 10: “Nem se lembra da idade e nem se preocupa.” e 30% responderam que sim – entrevistada nº 1: “idosa sim, mas velha não”; entrevistada nº 7: “Em termos sim, de saúde e não porque faz outras coisas, dirigir, cantar, contar piadas”; entrevistada nº 9:“Eu sei que sou idosa, mas não me sinto idosa, porque não estou tolhida das coisas”, já no grupo H, 100% responderam que sim – entrevistado nº1 “Sim. Devido à idade, os longos anos de vivência. já estou cansado”; entrevistado nº 2: “Até poucos dias atrás eu achava que não, mas agora já acho até porque recebo como idoso”; entrevistado nº 3: “Sim. Sou idoso mesmo.”; entrevistado nº 4: “sei que sou idoso mas meu espírito é de jovem. Não pode se entregar, mas saber que é idoso. Conversar”; entrevistado nº 5: “Sim. Porque já não desenvolvo tudo que desenvolvia quando era jovem”.

Quando questionados a respeito de a partir de que idade você considera uma pessoa idosa, no grupo M, 10% responderam que é antes dos 60 anos – entrevistada nº 7: “Pode ser até antes dos 30 anos. Tenho uma filha assim. Ela gostaria que eu chegasse aos 70 anos logo

pra que eu ficasse mais séria, mas eu sou assim: brincalhona, gosto de contar piadas, passear, sou sonhadora, ... estou pagando pra ir pra Terra Santa ano que vem, em outubro, não sei nem se vou estar viva, mas estou pagando porque eu quero ir lá”; 40% responderam que começa depois dos 60 anos – entrevistada nº 4: “Quando a pessoa está doente, velha. Depende da idade... tem pessoa de 60 anos que já não sai mais de casa”; entrevistada nº 8 “50, 60 anos”; entrevistada nº 9: “60 anos. Mas depende da idade. Tem uns que são novos e se sentem velhos e vice-versa”; entrevistada nº 10: “Depois dos 60 anos começa o processo de carência e limitações das coisas. Peço a Deus que eu vá logo sem faltar nem um pedaço. Queria viver só até a idade que meu pai e minha mãe viveram: um morreu com 69 e o outro com 71 e eu já estou passando da hora...”; 30% responderam que é de 75 acima – entrevistada nº 2: “Mais de 90, 100 anos. A mente é que manda”; entrevistada nº 3: “mais de 100 anos”; 20% não determinaram os anos de vida - entrevistada nº 1: “Não tem marcação”; entrevistada nº 6:“Desde que não consiga andar, nem falar direito”. No grupo H, 40% responderam ser antes dos 60 anos – entrevistado nº 1: “50 anos”; entrevistado nº 4:“44 anos, encontrou na Bíblia (panfleto). Se ele leva uma vida desregrada e a gente precisa voltar a trás, o que ficou prejudicado não volta atrás ai tem que ter uma vida melhor pra recuperar”; 60% responderam ser depois dos 60 anos – entrevistado nº 3: “60 anos em diante”; entrevistado nº 5: “depois dos 60 anos”; entrevistado nº 2: “a partir de 70 anos e tanto, não tem mais a possibilidade de fazer o que o novo faz a pessoa quebra muito”.

As mulheres ao não se considerarem idosas, vislumbram possibilidades a serem vividas, fazem projetos, falam do desejo de não serem dependentes e terem autonomia, enquanto os homens falam do peso de viver, fazendo comparações e falam dos excessos cometidos na época de jovens. Os homens mais que as mulheres tentam marcar uma data cronológica para o início da velhice. Supõe que isso ocorra uma vez que 100% deles estão aposentados e a marcação cronológica venha de encontro com o inicio da aposentadoria.

Quando questionados se já escutaram ou leram a respeito do envelhecimento, no grupo M, 90% responderam que sim, através da UCB: palestras, aula, seminários; TV, revistas e 10% responderam que não; no grupo H, 40% responderam que sim, através de revistas e panfletos e 60% responderam que não.

As mulheres mostram-se mais informadas sobre a velhice por participarem de um grupo de Promoção de Saúde para o Idoso da Universidade Católica de Brasília, onde lá além de aulas, participam de palestras, seminários e debates a respeito do envelhecimento. Talvez

se não participassem do projeto não teriam informações, ou seriam poucas informações como os homens, pois nossa sociedade ainda pouco fala sobre o envelhecimento, ainda prevalece em nossa cultura à exaltação ao o que é jovem, do belo, do viril.

Quanto à percepção do envelhecimento do corpo, o grupo M: 20% citam mãos e cabelos (brancos) – entrevistada nº 6 diz: “as mãos começaram engenhando”; 10% citam mente e pele, 10% perna e joelho, 10% rosto, 10% braços – entrevistada nº 5 diz: “os braços envelheceram mais rápido que o rosto, pois mexia com água fria nas casas dos outros e o rosto não envelheceu tão rápido”, 10% rugas, 10% frieza sexual depois dos 60 anos e 10% não percebeu nada – entrevistada nº 9: “não percebeu porque não tinha vaidade”; no grupo H, 20% diminuição do sono e cansaço, 20% diabetes – entrevistado nº 2: “só depois que aposentou. Teve diabetes e viu que já não era igual à antes”, 20% corpo – entrevistado nº 3: “nos 60 anos: o corpo”, 20% rosto e cabeça e pescoço e 20% pigmentos das células do corpo.

Embora fisiologicamente os entrevistados apresentem características que são inerentes a presbifonia, avaliam a voz, dizendo que com a idade a voz está, no grupo M: 10% regular, 20% normal, 30% boa ou bem – entrevistada nº 2: “Boa. Fico feliz com ela”, 40% razoável – entrevistada nº 5: “Mais ou menos. Não vou dizer que está boa ou ruim”, entrevistada nº 7: “Razoável. Não vou dizer que é boa porque não tenho idade de jovem”; no grupo H: 60% boa, 20% de acordo com a idade e 20% mais lenta.

Nos últimos 15 dias a voz está, no grupo M, 40% normal ou a mesma coisa, 30% boa ou bem, 10% rouca – entrevistada nº 4: “Rouca, porque gripei. Tenho alergia ao tempo então fico assim tossindo e a voz ficou assim”, 10% não muito boa – entrevistada nº 5: “Não está muito boa, por causa da falta de ar”; no grupo H, 20% a mesma coisa, 20% normal, 60% está boa, 20% abatida – entrevistado nº 2: “a voz está mais fraca”.

Quanto questionado a respeito da voz em relação à juventude, no grupo M, 40% referem que está um pouco diferente de quando jovens, 40% referem que está um pouco diferente de quando jovem, percebem tremor e instabilidade, 10% referem que está igual a quando eram jovens, só pra cantar que sente tremor, 10% referem não ser tão igual a quando jovem; no grupo H, 80% referem que a voz está um pouco diferente de quando jovem – entrevistado nº 1: “está mais grave”; entrevistado nº 3: “a voz está decaindo, não é como jovem”; entrevistado nº 4: “tem tremor, o grito mudou, está mais fraco”, entrevistado nº 5: “a dicção está embolada” e 20% referem estar igual a quando jovem.

Nota-se que ambos os grupos conseguem caracterizar uma parte do corpo ou um evento fisiológico que deu início ao envelhecimento corporal, enquanto que a voz está normal em 20% é boa ou bem em 30%, somando 50% das mulheres e os homens 60% dos que acham que está boa. Mostrando-nos os dados que não há percepção do envelhecimento vocal. Sabem que a voz já não é mais igual a quando jovens, somando as mulheres mais de 80% (só 40% percebem tremor e instabilidade), e 80% dos homens. Sendo que os homens referem mas perceber algumas características que antes não existia tais como: está mais grave, tem tremor, dicção embolada

Quando questionados se a voz interfere na comunicação, ambos os grupos: M e H dizem que: 60% acham que a voz interfere na comunicação e 40% acham que não, que a voz não interfere na comunicação.

Para o idoso ser compreendido, é preciso: no grupo M, 10% dizem que é preciso falar devagar, 10% diz que é preciso ter compreensão, 10% que é preciso está bem, 30% dizem que é preciso repetir a palavra, 10% dizem que é preciso falar alto – entrevistada nº 5 diz: “Falar alto, pois é meu jeito. As pessoas da minha casa reclamam” e 30% dizem que é preciso falar normalmente; no grupo H, dizem que é preciso ter saúde, 30% dizem que é preciso repetir algumas vezes, 10% dizem que é preciso falar mais alto, 40% dizem que é preciso expressar bem ou explicar bem os assuntos a serem divulgados.

Fazendo uma avaliação da voz, o idoso pode dizer que, no grupo M, 60% dizem que é boa – entrevistada nº 6: “Boa e gosto dela do jeito que ela é”, entrevistada nº 9: “Ela ainda esta boa”, 30% diz que está bem – entrevistada nº 2: “Está bem. Tenho que aceitar muito e me sentir feliz”, 10% diz que está 50% - entrevistada nº 10: “Ela não esta 100%, está só 50%”; no grupo H, 20% está ótimo e 80% está bem – entrevistado nº 5: “me sinto bem com a voz que Deus me deu”.

Ainda a respeito da comunicação é perguntado ao idoso, qual a importância da voz pra você, no grupo M, 20% diz que é tudo – entrevistada nº 9: “É tudo. A pessoa que não tem uma voz pra expressar fica totalmente sem nada”, 10% diz que é muito grande – entrevistada nº 2: “Muito grande. Sem ela não somos nada! Quantas vezes já tive rouquidão e fiquei sem falar e ficava mais nervosa. Mudo se acostuma e nós não. Acabou a vida, sem ela (a voz) não somos nada”, 20% diz que é muito importante – entrevistada nº 3: “É muito importante. Só de falar já é importante, pois ter vontade de falar e não poder é muito ruim”, entrevistada nº 7: “É até

difícil de dizer de tão importante que é. Ela é tudo!”, 20% diz que é para falar – entrevistado nº 5: “Pode falar com as pessoas. Querer falar e não poder ser triste. Embora, ela seja alta, mas eu vou controlando porque ela ainda não treme”; entrevistada nº 6: “Ah! Tudo né ... Já pensou sem falar deve ser muito ruim ... (risos)”, 40% diz que é para comunicar – entrevistada nº 1: “Tudo. Deus me livre de ficar sem voz... Como eu ia me comunicar com as pessoas?”; entrevistada nº 4: “Ah! Falar, se comunicar, cantar, sorrir. Sem ela não somos nada”; entrevistada nº 8: “Nunca tinha pensado, não posso nem explicar ... Ah! Pra poder comunicar”; entrevistada nº 10: “Muita, muita. É muito importante. Uma vez fiquei sem falar por 2 dias na época da quaresma (Semana Santa), quase morri! Achei que não ia suportar o quanto foi difícil. Minha família ia conversar comigo e eu tinha que escrever tudo no papel”; grupo H, 20% que é transmissora – entrevistado nº 1: “Ah! Ela transmite sons, atenção, sem ela não tem como anunciar nada. Através da voz traz alegria, sentimentos”, 20% que é tudo – entrevistado nº 5: “Alegria, satisfação, minha vida”e 60% que é para a comunicação – entrevistado nº 2: “É uma coisa muito boa. Sem ela é difícil de se comunicar”, entrevistado nº 4: “É tudo da comunicação, porque na fala sem voz não somos nada e a vida sem saúde é igual”, entrevistado nº 5: “É um meio de comunicação”.

Ambos os grupos referem que a voz é importante na comunicação (60%). Ao fazerem avaliação da própria voz, acham que está boa em 60% das mulheres e em 80% dos homens. Ao perguntar a importância da voz pra você, o destaque é para a comunicação. Por ela ser tudo: transmissora, comunicadora, servir pra falar.

VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES:

Com o intuito de aprofundar o conhecimento a respeito das implicações da presbifonia no processo do envelhecimento vocal em sujeitos idosos através da detalhamento das implicações da presbifonia quanto às dimensões biológica, social e psicológica nos sujeitos idosos, podemos concluir que:

Quanto à dimensão biológica, nos idosos do grupo A e B participantes do estudo, o envelhecimento vocal vem acontecendo de forma natural e gradual igualmente as outras funções do corpo. Apresentaram alterações que correlacionam as características inerentes a presbifonia, tais como: menor tempo de fonação, rouquidão e aspereza vocal, tendência a qualidade vocal instável, trêmula e com desgaste; intensidade diminuída, diminuição também da função da musculatura extrínseca e intrínseca da laringe e dos demais órgãos fonatórios, da precisão articulatória, mudança do ar expirado, da qualidade da contratura muscular, na cavidade oral (perda de dentes e utilização de próteses dentárias) e da coordenação neuromuscular do ato fonatório.

Há um alto índice de correlação, significativa entre TMF dos fonemas /a/, /i/, /u/, /s/ e /z/ e a Ventilação Voluntária Máxima (VVM) ou seja, para manter a vocalização de um fonema por um longo período de tempo o indivíduo necessita de resistência dos músculos expiratórios (avaliada por VVM) e não necessariamente uma força elevada (avaliada por PImax e PEmax). Podemos dizer que houve de fato decréscimo gradual da função pulmonar resultando numa diminuição do suporte aéreo para a produção da voz. Sendo esta uma característica intrínseca ao envelhecimento vocal, a presença de redução da capacidade pulmonar com diminuição dos tempos máximos de fonação, restrição da intensidade sonora, aumento nas pausas articulatórias e diminuição da velocidade de fala

Quanto à dimensão psicológica, ao deteriorar a voz, toda a personalidade sofre com isso, gerando sentimentos de inadequação e insegurança. O idoso consegue percebe que seu corpo está envelhecendo por olhar a imagem refletida no espelho, mas quase não percebe que

sua voz já não é a mesma, e que também está envelhecendo. O que de fato sabe e sente que está sendo restringido socialmente por não se fazer entendido, por ser estereotipado de velho com um discurso prolixo, repetitivo, voltado para as memórias do já vivido, diminuindo assim sua auto-estima e sua auto-imagem.

Quanto à dimensão social, de acordo com os dados do presente estudo, são as mulheres mais do que os homens, conscientes do envelhecimento e do que é envelhecer. Pois, embora apresentassem uma diferença média de 4,1 anos a mais que os homens, não se consideravam idosas, ainda se mantinham ativas fazendo cursos, integradas em suas redes sociais e planejando o futuro, diferente dos homens, que se diziam ser idosos (embora com menos idade do que elas) e sem explicitação de projetos para o futuro. São elas candidatas a um envelhecimento mais bem – sucedido do que eles. Igualmente para ambos os grupos, a voz não interfere na comunicação, mas questionado sobre a importância da voz, 40% das mulheres e 60% dos homens disseram que é importante para se comunicar. O presente estudo confirma o processo de degeneração da voz. Os idosos têm a consciência de que a voz pode limitá-los, chegando a ter privações em algumas situações sociais. Pelo controle da fonação (independente das palavras ou do que é dito) poderá se ajustar às situações sociais, mantendo um bom contato e equilíbrio com o outro. Podemos observar que para o idoso o importante é se comunicar. O ato comunicativo ultrapassa as alterações vocais, pois a comunicação faz com que se mantenha vivo, ativo, interagindo, fazendo trocas com o outro, se apropriando de ser social. É através da sua linguagem que irá tornar-se tão único, com suas especificidades individuais e sócio-interacionais que se estabelecem na sua história.

É necessário preservar a voz do idoso da melhor forma possível. Buscando estimular um padrão vocal mais adequado, reintegrando este idoso a convivência com seus pares e com a sua própria auto-estima.

A presbifonia representa um desafio pois não pode ser abordar somente sob o prisma biológico, uma vez que todas as outras dimensões são igualmente afetadas. E essa forma de atuação / intervenção não é muito comum em nosso meio profissional, uma vez que somos preparados academicamente a problemática biológica das alterações. Podemos dizer então que um dos desafios da fonoaudiologia é a mudança de posição do profissional gerontólogo. Ele necessita distanciar de uma postura que dite regras, prescreva hábitos, proíba abusos. Além disso, é importante tentar criar novas alternativas de atuação, pensando em processos contextualizados, que possam ir ao encontro das reais necessidades do idoso “envelhescente”.

Nesse contexto, a intervenção fonoaudiológica pode ser agente facilitador, possibilitando uma (re) construção das representações e conteúdos individuais de cada um. Torna-se igualmente importante uma maior divulgação e esclarecimento para população do que é o profissional da fonoaudiologia, pois a muitos é obscuro o que é e pra que veio esta profissão. É necessário tirar o estigma que é uma ciência só de crianças e adolescentes com problemas de fala ou para portadores de necessidades especiais. Sua contribuição é muito importante e necessária pra a promoção de saúde do idoso. E é pela gerontologia que poderemos trilhar nessa estrada que acolhe os caminhantes grisalhos e sulcados pela vida que poderemos indicar a terem uma qualidade de vida melhor.

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