Demonstração do resultado do exercício

No segundo trimestre de 2015, o Grupo Lupatech apresentou prejuízo de R$ 230.034. No mesmo período de 2016, o prejuízo foi de R$ 51.634. O detalhamento segue:

Tabela 13 – Resultados dos terceiros trimestres de 2015 e 2016 (em milhares de R$)

Nos dois trimestres comparados, os custos dos produtos vendidos foram superiores às receitas operacionais líquidas, cujo resultado foi a geração de

“prejuízo bruto”, ao invés de “lucro bruto”. Após a confrontação entre a receita operacional líquida e o custo dos produtos vendidos, há as demais despesas da entidade a serem levadas em consideração. Por isso, se as receitas operacionais líquidas não forem suficientes para cobrir os custos dos produtos vendidos, é muito provável que a entidade incorra em prejuízos, a menos que obtenha renda significativa de atividades que não façam parte do cerne de seus negócios.

O prejuízo do terceiro trimestre de 2016 foi menor do que o observado em igual período do ano anterior. Porém, enquanto o Grupo não gerar lucro, não é possível falar em melhora de desempenho. Quando mais prejuízo houver, mesmo que em níveis menores do que no passado, maior será o acumulo de prejuízo.

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Os resultados acumulados nos nove primeiros meses de 2015 e 2016 constam a seguir:

Tabela 14 – Resultados dos nove primeiros meses de 2015 e 2016 (em milhares de R$)

O prejuízo acumulado nos três primeiros trimestres de 2015 foi de R$

427.811. Em 2016, foi de R$ 476.897, em igual período de tempo. Quando os efeitos do resultado financeiro líquido são descartados, por não guardar estreita relação com o cerne dos negócios da companhia, a situação é a seguinte: no período analisado, em 2015 houve prejuízo foi de R$ 267.428 e em 2016 foi de R$ 90.310. Então, por esta comparação, nota-se que o desempenho da Companhia, de um ponto de vista relativo, melhorou, pois incorreu em menor prejuízo em suas operações. Não obstante, assim como observado no caso do resultado trimestral, o desempenho observado, se persistente, não será suficiente para o Grupo Lupatech reequilibrar sua situação financeira. Assim, a redução no prejuízo deve ser vista com cautela.

Aspecto positivo é que a redução do prejuízo ocorreu em decorrência de incremento operacional, não em função do comportamento das receitas e despesas financeiras.

O relatório dos auditores independentes contém, como vimos, parágrafo de ênfase quanto à incerteza da continuidade operacional do Grupo. A geração de lucro, principalmente por meio das próprias operações da entidade, é a

Δ %

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9M2015 9M2016 Δ % 9M2015 9M2016 Δ %

Receita líquida de vendas 25.030 20.115 -19,6% 190.856 87.299 -54,3%

Custo dos produtos vendidos -23.187 -20.070 -13,4% -193.493 -114.034 -41,1%

Lucro bruto 1.843 45 -97,6% -2.637 -26.735 913,8%

Margem bruta 7,36% 0,22% N.A. -1,38% -30,62% N.A.

Despesas de vendas -6.386 -3.327 -47,9% -4.072 -2.817 -30,8%

Despesas administrativas -9.935 -9.687 -2,5% -28.340 -20.329 -28,3%

Remuneração dos administradores -536 -614 14,6% -4.701 -2.496 -46,9%

Equivalência patrimonial 2.210 -9.922 -549,0% 0 0 N.A.

Outras receitas e despesas operacionais -84.194 -18.072 -78,5% -130.680 3.644 -102,8%

Lucro (prejuízo) do segmento -96.998 -41.577 -57,1% -170.430 -48.733 -71,4%

Margem do segmento -387,5% -206,7% N.A. -89,3% -55,8% N.A.

Serviços Produtos

resposta necessária para a recomposição de ativos necessários e redução do risco quanto à continuidade das operações.

A geração de lucro dependerá, significativamente, do comportamento das margens obtidas pelos segmentos operacionais de produtos e serviços. A fim de aumentar a compreensão do comportamento das margens obtidas pelo Grupo Lupatech, tem-se, abaixo, decomposição da receita operacional líquida conforme os segmentos de negócios. A informação foi extraída da nota explicativa 27, que versa sobre o reporte de informações por segmento. Ainda, há também o resultado auferido em cada um desses segmentos.

Tabela 15 – Resultado por segmento: produtos e serviços (em milhares de R$)

Tanto no segmento de produtos como no de serviços houve queda de receita quando os períodos de nove meses são comparados, 19,60% e 54,30%, respectivamente. Os custos dos produtos vendidos também foram reduzidos de um período para o outro. No segmento de produtos a redução foi de 13,40% e no segmento de serviços a redução foi de 41,10%. Assim, em ambos os casos a redução de custos foi proporcionalmente menor do que a redução das receitas, reflexo provável da presença material de custos fixos indiretos no processo produtivo/ prestação de serviços.

No primeiro, produtos, a queda na receita, 19,60%, foi acompanhada por redução nos custos de 13,40%. Nos três primeiros trimestres de 2015, o lucro bruto acumulado do segmento de produtos foi de R$ 1.843 e em igual período de 2016 foi de R$ 45 (redução de 97,60%). Não obstante, o resultado líquido do

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segmento de produtos apresentou desempenho melhor: prejuízo de R$ 96.998, em 2015, e de R$ 41.577 em 2016.

Em relação ao segmento de serviços, houve queda de 54,30% na receita operacional líquida. O custo dos produtos vendidos recuou em 41,10%. Nos três primeiros trimestres de 2015, esse segmento apresentou prejuízo bruto de R$

2.637; em igual período de 2016, ocorreu prejuízo de R$ 26.735. Quanto ao resultado líquido do segmento, houve prejuízo de R$ 170.430 e R$ 48.733, nos primeiros três trimestres de 2015 e 2016, respectivamente.

Os dados apresentados permitem afirmar que os dois segmentos operacionais do Grupo não vêm contribuindo para a geração de lucro. Ainda mais detalhadamente, a tabela a seguir mostra a composição da receita de ambos os segmentos:

Tabela 16 – Receita líquida por segmento operacional (em milhares de R$) Acumulado

9M2015 9M2016 Δ %

Produtos 25.030 20.115 -20%

Válvulas Oil & Gas 7.504 3.500 -53%

Válvulas Industriais 10.995 16.615 51%

Cabos de ancoragem 6.531 0 -100%

Serviços 190.856 87.299 -54%

Oilfield Services Brasil 105.232 58.051 -45%

Oilfield Services Colômbia 66.433 23.732 -64%

Tubular Services & Coating 19.191 5.516 -71%

Total 215.886 107.414 -50%

Com exceção do produto “Válvulas industriais”, houve redução de receita nos demais produtos e serviços. Em alguns casos, a redução chegou a 100%. Globalmente, a receita operacional líquida foi reduzida em 50%.

As informações contábeis provenientes da DRE mostram que, apesar da redução do prejuízo antes das receitas e despesas financeiras, os segmentos de produtos e serviços não estão gerando resultados positivos.

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O resultado líquido do período é uma das principais métricas para a avaliação de desempenho das entidades de maneira geral, principalmente por reconhecer as receitas e despesas pelo regime de competência. Não obstante, o Grupo também vale-se do EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) para esse fim. Como enfatizado no Relatório de Administração (RA) que acompanha as demonstrações contábeis referentes ao terceiro trimestre de 2016, especificamente o “EBITDA Ajustado das Atividades Continuadas”. A métrica utilizada consta da tabela a seguir:

Tabela 17 – EBITDA Ajustado nas Atividades Continuadas (em milhares de R$)

A Gestão do Grupo assim explica a métrica: “Ebitda das Atividades Continuadas é calculado como o lucro (prejuízo) líquido das atividades continuadas, antes do imposto de renda e da contribuição social, das receitas (despesas) financeiras, do resultado de equivalência patrimonial em coligadas e da depreciação e amortização. O Ebitda Ajustado das Atividades Continuadas reflete o Ebitda das Atividades Continuadas, ajustado para excluir as despesas com participação dos empregados e administradores nos lucros e resultados, provisões para perdas em estoques, resultado líquido na alienação de ativos, provisões de contingências, provisão de multas com clientes e despesas relacionadas ao processo de reestruturação e outras despesas extraordinárias da Companhia. O Ebitda Ajustado das Atividades Continuadas não é uma medida utilizada nas práticas contábeis adotadas no Brasil, não representando o fluxo de caixa para os períodos apresentados e não deve ser considerado como sendo uma alternativa ao lucro líquido na qualidade de indicador do desempenho operacional ou como uma alternativa ao fluxo de caixa na qualidade de indicador de liquidez. O Ebitda Ajustado

1T16 2T16 3T16 Total

Lucro Bruto -8.566 -13.350 -4.774 -26.690

Despesas c/ Vendas, Gerais e Administrativas -13.237 -11.927 -10.996 -36.160

Honorários dos Administradores -1.055 -1.055 -1.000 -3.110

Depreciação e Amortização 12.579 12.637 11.823 37.039

Outras Despesas Operacionais 3.314 -18.451 709 -14.428

Ebitda das Atividades Continuadas -6.965 -32.146 -4.238 -43.349

Provisão para remuneração variável 0 -394 0 -394

Prov. para Perdas, Impairment e Res. Liq. na Alienação de Ativos 6.438 14.403 -3.064 17.777

Multas (Reversão de Multas) com Clientes 129 1.391 69 1.589

Processo de Reestruturações e Outras Despesas Extraordinárias 5.142 5.278 4.344 14.764

Ebitda Ajustado das Atividades Continuadas 4.744 -11.468 -2.889 -9.613

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das Atividades Continuadas não tem um significado padronizado e a definição de Ebitda Ajustado das Atividades Continuadas da Companhia pode não ser comparável ao Ebitda Ajustado das Atividades Continuadas conforme definido por outras Companhias. Ainda que o Ebitda Ajustado das Atividades Continuadas não forneça, de acordo com as práticas contábeis utilizadas no Brasil uma medida do fluxo de caixa operacional, a Administração o utiliza para mensurar seu desempenho operacional. Adicionalmente, a Companhia entende que determinados investidores e analistas financeiros utilizam o Ebitda Ajustado das Atividades Continuadas como indicador do desempenho operacional de uma Companhia e/ou de seu fluxo de caixa.”

Como já mencionamos em RMAs anteriores, optamos por apresentar a explicação acerca do “Ebitda Ajustado” com base nas análises da própria Companhia, pois entendemos que é uma métrica erigida do conhecimento do negócio e experiência acumulada dos executivos e técnicos do Grupo.

7.2.1 Segregação entre Recuperandas e Não Recuperandas

Quando o prejuízo acumulado dos três primeiros meses de 2016 (R$ 476.897) é segregado pela parcela de contribuição das Recuperandas e Não Recuperandas para a formação do resultado do período, vê-se que as controladas que não estão contempladas na recuperação judicial apresentam prejuízo de R$

36.065. As Recuperandas, por sua vez, apresentam prejuízo de R$ 440.832, de acordo com a tabela abaixo. Gradativamente, espera-se que o desempenho das Recuperandas apresente sinais de recuperação, no decorrer da recuperação judicial.

Em linha com nossas análises em outros RMAs, o acompanhamento mensal das receitas e despesas do Grupo nos permite compreender as alterações no desempenho do Grupo.

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Tabela 18 – Resultado do período segregado em Recuperandas e Não Recuperandas: 2016, acumulado até 30/09/2016

Milhares de R$ % Milhares de R$ % Milhares de R$ % RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 80.956 100,00 26.457 100,00 107.413 100,00 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (91.847) -113,45 (42.257) -159,72 (134.104) -124,85

LUCRO BRUTO (10.891) -13,45 (15.800) -59,72 (26.691) -24,85

RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS (48.629) -60,07 (14.990) -56,66 (63.619) -59,23

Com vendas (5.703) -7,04 (440) -1,66 (6.143) -5,72

Gerais e administrativas (27.170) -33,56 (2.846) -10,76 (30.016) 22,38 Remuneração dos administradores (3.109) -3,84 - 0,00 (3.109) 11,65 Outras receitas, despesas operacionais líquidas (12.647) -15,62 (11.704) -44,24 (24.351) -22,67 LUCRO (PREJUÍZO) ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO (59.520) -73,52 (30.790) -116,38 (90.310) -84,08 RESULTADO FINANCEIRO (477.485) -589,81 (3.263) -12,33 (480.748) -447,57

Receitas financeiras 6.385 7,89 168 0,63 6.553 6,10

Despesas financeiras: (534.308) -660,00 (3.727) -14,09 (538.035) -500,90

Juros e outros (139.520) -172,34 (3.727) -14,09 (143.247) -133,36

Ajuste a valor presente (394.788) -487,66 - (394.788) -367,54

Variação cambial, líquida 50.438 62,30 297 1,12 50.735 47,23 PREJUÍZO ANTES DO IR E DA CSLL (537.005) -663,33 (34.053) -128,71 (571.058) -531,65 IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 96.173 118,80 (2.013) -7,61 94.160 87,66

Correntes (275) -0,34 (2.013) -7,61 (2.288) -2,13

Diferidos 96.449 119,14 0,00 96.449 89,79

PREJUÍZO DO PERÍODO (440.832) -544,53 (36.065) -136,32 (476.897) -443,98

Recuperandas Não Recuperandas Consolidado

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