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Departamento de Expressões e Grupo de Educação Física

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

3.2. E NQUADRAMENTO INSTITUCIONAL DO EP

3.2.3. Departamento de Expressões e Grupo de Educação Física

O Departamento de Expressões tem um total de 49 docentes, com a seguinte distribuição segundo grau académico: mestrado (13), licenciatura (34),

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bacharelato (2). Quanto à situação profissional, existem 24 professores, 13 professores destacados, e 12 professores contratados.

São funções do grupo disciplinar/departamento, presentes no Projeto Educativo de Escolas de Águas Santas (2012): analisar os resultados da avaliação do ensino; comparar com as metas/objetivos propostos; justificar as diferenças obtidas; e, propor estratégias de melhoria.

O Departamento de Expressões é o que estabelece a maior relação entre o pessoal docente e os órgãos diretivos e administrativos da escola, sendo que foi no Grupo de EF (Grupo 620) que se tomaram as decisões mais importantes para a prática docente, sendo importante discorrer acerca da planificação, estabelecimento dos critérios de avaliação e do roulement dos espaços, para proceder a uma correta interpretação e reflexão da ação.

A planificação de EF (conforme quadro 1), estabelece os grandes conteúdos a serem abordados, notando-se já uma divisão por ano de escolaridade. Sendo a condição física e a técnica de corrida (Atletismo) uma preocupação transversal, regista-se para o 11ºano de escolaridade os seguintes conteúdos (conforme quadro 2): Futebol, Atletismo (resistência e salto em altura), Ginástica Artística e Acrobática, Andebol, Voleibol, Basquetebol, e Badminton.

Quadro 1 – Planificação de EF 2012/2013.

10º ANO 11º ANO 12º ANO

Em todos os anos letivos

Testes de Condição Física – Facultativo Com base na Bateria de testes Fitnessgram

Atletismo Técnica de corrida

Resistência orgânica (a desenvolver ao longo do ano letivo 1º Período Voleibol Basquetebol Badminton Futebol Atletismo Ginástica Acrobática Andebol Ginástica Atletismo 2º Período Futebol Atletismo Ginástica Acrobática Andebol Ginástica Atletismo Voleibol Basquetebol Badminton 3º Período Atletismo Andebol Ginástica Voleibol Badminton Basquetebol Ginástica Acrobática Futebol Atletismo

Na planificação específica para o 11ºano de escolaridade (conforme quadro 2), também é visível a preocupação em uniformizar as

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competências/objetivos a atingir pelos alunos; e as experiências de aprendizagem a serem utilizadas.

Quadro 2 – Planificação de EF (11ºano).

Competências/ Objetivos Temas/ Conteúdos

Experiências de Aprendizagem O aluno domina as ações técnico/táticas de

base defensiva zonal e individual e as respetivas ações de ataque aos referidos sistemas defensivos.

O aluno domina as ações técnicas de salto em altura.

O aluno domina os elementos gímnicos acrobáticos em pares e em grupos.

Futebol

Atletismo

Acrobática

Trabalho técnico tático individual e de grupo; trabalho em vagas; jogos reduzidos e jogo formal.

Trabalho técnico individual

Trabalho individual e em grupo O aluno domina as ações técnico/táticas de

base defensiva zonal 5:1 e 3:2:1 e as respetivas ações de ataque aos referidos sistemas defensivas.

O aluno domina os elementos gímnicos de solo: apoio facial invertido, roda, rondada, bem como os diferentes rolamentos. Saltos de eixo sobre o plinto.

Trabalho de resistência de base.

Andebol

Ginástica

Atletismo

Trabalho técnico tático individual e de grupo; trabalho em vagas; jogos reduzidos e jogo formal.

Trabalho individual e com ajudas.

Corrida contínua e intervalada. O aluno domina as ações técnico/táticas de

base defensiva e ofensiva, tanto quando se encontra mais próximo da rede, como quando está longe desta.

O aluno domina as ações técnico/táticas de base defensiva zonal e individual e as respetivas ações de ataque aos referidos sistemas defensivas.

O aluno domina as ações técnico/táticas de base defensiva e ofensiva.

Voleibol

Basquetebol

Badminton

Trabalho técnico tático individual e de grupo; jogos reduzidos e jogo formal.

Trabalho técnico tático individual e de grupo; trabalho em vagas; jogos reduzidos e jogo formal.

Formas jogadas 1X1 e 2X2; mini torneios intraturma.

Na definição dos critérios de avaliação, o Grupo de EF definiu 50% para o domínio motor, 30% para o domínio socioafetivo (comportamento – 10%; responsabilidade / autonomia / cooperação / tolerância / organização – 10%; assiduidade / pontualidade – 10%), e 20% para o domínio cognitivo. Define-se também que, mediante apresentação de atestado médico, os alunos que não cumprem 50% das aulas de uma dada UT são avaliados pelos seguintes critérios: teste de avaliação (50%), testes práticos (arbitrar jogos, realizar

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ajudas,...) e quotidiano de sala de aula (20%), sendo os restantes 30% igualmente distribuídos no domínio socioafetivo.

O roulement foi também uma definição com grande importância para o planeamento e realização do processo ensino aprendizagem. Estabeleceu-se a existência de 6 espaços, realizando-se a rotação sequencialmente, de forma semanal, na seguinte ordem: pavilhão desportivo (espaço 1), pavilhão desportivo (espaço 2), pavilhão desportivo (espaço 3), sala de ginástica (espaço 1), sala de ginástica (espaço 2), espaço exterior.

Neste nível de organização também se estabeleceram as regras de utilização do pavilhão desportivo, salas de ginástica, e campo desportivo exterior, que o professor, como principal modelo, deve cumprir e respeitar. A utilização de calçado apropriado, a proibição de comer ou beber nestes espaços, os horários de utilização, a requisição e respeito pelo material com ajuda do professor e funcionário, são aquelas a que o professor deve atender com maior atenção. Consoante a duração da aula, 45 minutos ou 90 minutos, os alunos dispõem, respetivamente, de 5 e 10 minutos para se equiparem (início da aula) e desequiparem (final da aula).

A integração nestes grupos permitiu-nos conhecer melhor a profissão de professor de EF. Batista & Queirós (2013) identificam o EP como uma forma de socialização na profissão, sendo um processo gradual tendo em vista a participação ativa e autónoma do EE, cuja participação em diferentes grupos favorece a troca de conceções e entendimentos.

3.2.4. Núcleo de Estágio

Consoante preconizado no regulamento da unidade curricular de EP (Matos, 2012b), este relatório reflete sobre a prática pedagógica desenvolvida em torno de um núcleo de estágio de uma escola cooperante. Batista & Queirós (2013) revelam que este grupo é formado pelos EE, PC e OE, devendo assumir um funcionamento na forma de comunidades de prática, em que o EE constrói novos conhecimentos e competências.

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O núcleo foi constituído por 6 elementos, a saber: OE, PC, e 4 EE, incluindo o autor do presente documento. Na figura 1 podem observar-se os EE e o PC deste núcleo de estágio.

Figura 1 – Professor cooperante e estudantes estagiários do núcleo de estágio em que estivemos inseridos.

Batista & Queirós (2013) indicam a importância do PC no EP, ao ser responsável por acompanhar os EE e estabelecer uma relação entre eles e as organizações (escola e FADEUP). Nesta organização existiu um acompanhamento dos EE por parte do PC, que se concretizou em reuniões de núcleo semanais, que decorriam à 3ªfeira, entre as 10h05 e as 11h35, em que se discutiam e refletiam as práticas dos EE durante a semana anterior e se perspetivavam as seguintes. De cada reunião resultou uma ata, elaborada consecutivamente por EE diferentes.

O PC organizou e orientou um conjunto de observações em que foi possibilitado o conhecimento das dinâmicas e particularidades dos diferentes níveis de ensino. Nestas sessões todos os EE marcavam presença, correspondendo a momentos de partilha, discussão, e reflexão.

O PC orientou também a organização e realização da atividade de núcleo – “Uma manhã qualquer”. Esta atividade, realizada no âmbito das atividades desportivas, visou a integração e socialização de toda a comunidade

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escolar, correspondendo a uma das tarefas do EE, expresso nas normas orientadoras da unidade curricular do EP (Matos, 2012a).

O acompanhamento da OE reviu-se nas aulas observadas, previstas nas normas orientadoras do EP (Matos, 2012a), tendo-se realizado para cada EE 3 observações, uma em cada período escolar, de que resultavam reflexões coletivas das aulas.

Além disto, a OE interveio na construção do estudo de investigação- ação, tendo-se realizado a apresentação do seu projeto em janeiro de 2013.

Entre os EE existiu um clima positivo de cordialidade, tendo-se verificado uma boa organização que possibilitou a reunião em momentos chave para a resolução de diversos problemas: organização do projeto PRESSE (Educação Sexual), reflexão acerca das observações de aula realizadas; organização da atividade de núcleo, elaboração do poster de núcleo; realização dos modelos de estrutura de conhecimento...

Tendo lecionado modalidades e anos de ensino diferentes, a partilha de informação foi uma realidade que possibilitou o desenvolvimento de diversos saberes.

É nossa convicção que a heterogeneidade de crenças, pensamentos e conceções dos EE contribuiu para o seu mútuo enriquecimento, na procura de competências que ajudem na infinita tarefa de “ser professor”.

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