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Desafios Contemporâneos na Formação do Professor de Geografia

O objeto da Geografia escolar não deve ser apenas repassar informações. Deve, também, desafiar o educando a pesquisar. Hoje o profissional (de Geografia) não se fechar nas diversas gavetas que se tenta criar ao redor da Geografia. O geógrafo especialista na “Geografia física”, por exemplo, não está alheio à Geografia política. Essa postura nos faz ser dinâmicos, nos especializar e não sermos alienados quanto ao dinamismo do espaço.

O objeto da Geografia estudado de forma crítica possibilita adquirirmos uma boa base para elaborar uma reflexão pessoal e coletiva do que é a Geografia na nossa formação e também no futuro das nossas atividades profissionais. Para Vesentini (2009, p. 130-131):

Assim, a introdução de um ensino crítico, na verdade, não diminui; ela aumenta o interesse dos alunos pela disciplina. Observei isso pela minha prática como docente e também pelo testemunho de dezenas de colegas professores, alguns meus ex- alunos no curso de Geografia da USP. Pergunte a qualquer adulto que tenha estudado pela Geografia tradicional qual é a imagem que ele tem da disciplina: invariavelmente será a de um amontoado de informações inúteis, uma decoreba de nomes de capitais, rios principais, unidades do relevo deste ou daquele continente, país ou região. Essas pessoas, em geral, menosprezam a Geografia e não têm o menor interesse em voltar a estudá-la. Mas, por outro lado, pergunte aos que efetivamente tenham estudado uma Geografia crítica com um bom professor qual é a imagem que têm da disciplina: eles recordarão de conteúdos e atividades dinâmicos, que os ajudaram a compreender os grandes problemas do mundo, do país e de seus locais de moradia. Muitos destes, quando entram na universidade, sentem uma atração pelo curso de Geografia e, mesmo sendo alunos de outros cursos (economia, administração, jornalismo, história, sociologia, às vezes até física ou matemática etc.), é comum que – conforme observei pela minha prática como docente durante duas décadas e meia na USP – venham fazer disciplinas optativas na Geografia.

O ensino crítico da Geografia ou de qualquer ciência aguça no aluno o senso de responsabilidade com o processo de ensino e aprendizagem, pois assumir qualquer empreendimento de forma critica é assumir a si mesmo de modo integral.

A política de inclusão referente à educação avançou significativamente. Temos em âmbito nacional ofertas inclusivas para ingresso na Educação Superior com bolsas de estudos, condições de ingresso em universidades públicas e privadas por programas, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que, mesmo com os recursos aplicados, os resultados ainda não são condizentes com os investimentos do governo.

A educação no Brasil, que em outras épocas tinha muito menos recursos, hoje é assistida com recursos expressivos no que cabe à formação de professores, inovações tecnológicas, material didático, infraestrutura etc. Essas condições devem refletir no processo de ensino e aprendizagem.

A compreensão espacial do processo de aprendizagem necessita ser percebida dentro da atividade socioeconômica que está presente no espaço hoje. Afirma Vesentini (2009, p. 130-131):

Não nego que existe hoje – como já existia no passado, cabe ressaltar, talvez até numa proporção maior – um “analfabetismo geográfico” entre os alunos e mesmo entre a população brasileira em geral. Mas isso é consequência da queda de qualidade da escola e também da nossa mídia, além do modo de vida “moderno” da população tida como alfabetizada, que hoje assiste a novelas todos os dias, a péssimos programas de TV todos os domingos etc. Ou seja, lê pouco e tem um lazer com mais atividades passivas e que não exigem participação nem reflexão.

Muitas escolas públicas não têm dado conta de situações básicas e essenciais para o processo de aprendizagem, por exemplo, as habilidades de ler, escrever e interpretar. Ouve-se constantemente professores reclamando da falta de atenção dos alunos às atividades escolares. “Mas, por que existe esse crescente desinteresse dos alunos pela disciplina e essa crescente desilusão do professorado com a profissão?” questiona Vesentini (2009). E acrescenta: “Alguns geógrafos e professores fazem uma averiguação em escolas, e, como não podia deixar de ser, constatam a desilusão dos professores com a carreira e com o ensino da Geografia, além do desinteresse dos alunos” (Idem, p. 131). Na história da educação no Brasil:

Há o fato inegável de que, no mínimo desde o final dos anos 1960 – portanto, bem antes do professorado brasileiro começar a falar numa Geografia crítica, algo que por aqui começou timidamente nos anos 1980 e se expandiu a partir dos anos 1990 –, existe uma crescente insatisfação dos docentes em geral (e não apenas dos de

Geografia) com a profissão. E, também, um crescente desinteresse dos alunos por todas as disciplinas. Não apenas pela Geografia e, sim, com as disciplinas escolares em geral. É engraçado que os “pesquisadores” que afirmam esse despropósito não se preocupam minimamente com o fato de que esse mesmo desinteresse e desilusão existem nas demais disciplinas escolares: na língua portuguesa, na matemática, na história, na educação artística, nas ciências etc. Em segundo lugar, cabe lembrar que também uma grande parte dos professores de matemática (ou de português, de química, de história) está desiludida com a carreira docente, e isso numa proporção no mínimo igual à dos docentes de Geografia. Os alunos também se desinteressam pelas suas aulas e não apenas pelas lições de Geografia. E não existe nenhuma matemática crítica (ou química ou física críticas) para ser considerada a “culpada” por essa situação (Ibidem, p. 132).

Em relação ao processo educacional no Brasil, são percebíveis muitas situações difíceis, e também muitas tentativas de solucionar ou amenizar os inúmeros problemas na relação docente e discente nas escolas públicas do país. Muitos estudiosos ligados à educação dão a sua contribuição teórica e reflexiva, dentre eles Vesentini (2009, p. 133), que questiona, “Como entender então esse fato? É óbvio que a explicação não está na introdução – bastante incompleta, reiteramos – de um ensino crítico ou progressista”. Continua o autor, “devemos buscar a elucidação dessa realidade em outro lugar, em algo que é comum a todas as disciplinas escolares, a todo professorado e também a todo alunato” (Idem).

As escolas, no decorrer do processo educacional, tiveram várias dificuldades oriundas de diversas situações.

A explicação para isso, de forma resumida – pois o tema seria material para pesquisas detalhadas e várias teses nas áreas de pedagogia, psicologia e sociologia da educação –, encontra-se, a nosso ver, em dois fatores ou complexos de fatores principais.

Primeiro, na desvalorização do ensino e da carreira docente no Brasil. Segundo, nas mudanças na vida social e, em particular, no papel dos jovens, isto é, das crianças e principalmente dos adolescentes.

A educação há várias décadas que não tem sido prioridade nem dos governos e, infelizmente, salvo raras exceções, tampouco das famílias. Nas últimas décadas, ocorreu uma enorme expansão quantitativa de escolas no Brasil, com visível perda de qualidade de ensino. É por isso que nas (raras) escolas dos anos 1950 ou 1960, em geral, o aluno tinha melhores professores, docentes que ganhavam proporcionalmente bem mais do que hoje, liam mais e dispunham de um tempo maior para preparar aulas ou corrigir trabalhos e provas. Hoje, o professor ganha muito pouco e trabalha bastante, mais que no passado, tendo um maior número de classes e de alunos por turma, e um maior número de aulas por semana (VESENTINI, 2009, p. 133).

O reconhecimento do profissional de educação como estudioso e pesquisador depende de diversos fatores, como o bom relacionamento no ambiente, a profissionalidade e vigor na pesquisa. A ambientação do educador é condição fundamental para que ele realize com eficiência os seus trabalhos com os discentes em sala de aula. O professor precisa estar

sempre atento à sua formação, individual e coletiva, pois o trabalho de forma ampla nas escolas e em todos os institutos de educação se dá de maneira complexa.

Hoje o processo educacional está em constantes mudanças no Brasil, no Rio Grande do Sul. O atual secretário de Educação do Estado diz que “o Ensino Médio, como etapa final da educação Básica, tem sido o foco permanente de discussões, reflexões e problematizações no âmbito da mídia, dos círculos acadêmicos, das organizações econômicas e em diversos espaços da sociedade” (AZEVEDO; REIS, 2013, p. 26). Continua o gestor de educação a abordar a questão afirmando que, “isso se deve, em grande parte, ao histórico quadro de fracasso escolar que essa etapa da educação formal tem conservado ao longo das últimas décadas”. As dificuldades da educação não estão presentes em uma realidade apenas da sociedade. “Os problemas do Ensino Médio, historicamente constatados, são hoje um dos principais desafios para as políticas educacionais, em função das perdas materiais e humanas, determinadas pelos baixos resultados alcançados” (Idem). Ainda sobre educação afirmam os autores: “Sua colocação como etapa obrigatória da Educação Básica, dos 15 aos 17 anos, torna ainda mais complexa a constituição de políticas necessárias como resposta as sua demanda” (Ibidem).

Como já afirmado anteriormente a educação está inserida no tempo histórico, nas marcas do passado e do presente. E tem como compromisso no presente projetar o futuro, não como uma máquina de certeza, mas como proposta de construção. Para Marques (1993, p. 103) “Reconstruir a educação exigida pelos tempos mudados é o desafio maior que se impõe ao coletivo dos educadores profissionalmente empenhados no compromisso que solidariamente assumem com seus concidadãos”.

A tarefa educativa precisa sempre ser pensada em sua complexidade, não por um setor apenas da sociedade, mas por toda a sociedade. Segundo Marques (1993, p. 104) “Reconstruir a educação que responda às exigências dos tempos atuais não significa o abandono do passado, o esquecimento da tradição, mas uma releitura dela à luz do presente que temos e do futuro que queremos”.

No dinamismo de ensinar e aprender, a escola necessita saber navegar, e, no mar de mudanças históricas, balançar, mas não afundar. Para isso, “requer a dialética da história que se superem os caminhos andados, mas refazendo-os”. Na afirmação de Marques (1993, p. 104) “Reconstruir não significa ignorar o passado que, na cultura e em cada homem, continua presente e ativo, vivo e operante; mas impõe que nele penetrem e atuem novas formas que o transformem e introduzam na novidade de outro momento histórico e outros lugares sociais”.

A experiência primeira de educador na sala de aula é sempre uma surpresa em relação a muitos momentos da sua vida, como o mesmo, o tratamento diferenciado por parte dos colegas nas escolas. O espaço escolar é um espaço de construção de propósito.

A escola, como lugar separado e tempo específico de uma formação proposital e sistemática, fundamenta-se no ideal da nobreza aristocrática, como sagacidade e penetração doo espírito e como vigor e saúde corporal (Cf. Jaeger: 12-16;24), e se distingue do aprendizado dos ofícios exigentes de instrução, mas não da sabedoria, com a exclusão da maioria da população (escravo ou servo da gleba) no que se refere a qualquer forma de aprendizado proposital. Converte-se, depois, a escola, na Escolástica, em lugar central do acesso à verdade estabelecida.

O ensino, nesta concepção metafísica, consiste em transmitir fielmente verdades aprendizagem como imutáveis; e a aprendizagem é assimilação passiva das verdades ensinadas. Ensinar é repetir; apreender é memorizar. É decisivo o papel do professor, insubstituível em sua qualidade de portador individual dos conhecimentos depositados na tradição cultural. Os alunos são todos iguais, desde sua ignorância radical dos conhecimentos de que necessitam para se adaptarem ao cumprimento de suas futuras obrigações (MARQUES, 1993, p. 104).

A escola é lugar onde a educação também é pensada. É o espaço onde a Geografia escolar constrói a sua identidade no processo de compreender e organizar o lugar, utilizando os recursos didáticos e pedagógicos, contextualizando os conteúdos abordados com a realidade social, pois “fazer a educação geográfica requer o esforço de superar o simples ensinar geográfico ‘passando os conteúdos’, e procurar com que os alunos consigam fazer as suas aprendizagens tornando-se significativos para as suas vidas estes mesmos conteúdos” (CALLAI, 2011, p. 15).

A Geografia, como qualquer ciência, vai-se perfazendo na história. A Geografia no Ensino Médio também vai-se confirmando com as inovações no processo educacional que se estabelece de forma global. De acordo com Callai (2011, p. 15):

A Geografia ensinada na escola tem uma história e a sua complexidade advém exatamente daí, pois a Geografia escolar se constitui como um componente do currículo na educação básica, e seu ensino se caracteriza pela possibilidade de que os estudantes reconheçam a sua identidade e seu pertencimento a um mundo em que a homogeneidade apresentada pelos processo de globalização trata de torna tudo igual. É, portanto, um componente curricular que procura construir as ferramentas teóricas para entender o mundo e para as pessoas se entenderem como sujeitos nesse mundo reconhecendo a espacialidade dos fenômenos sociais.

Diante disso, para ler o espaço, na escola, há que se ter referenciais teóricos, conhecer o conteúdo da disciplina, e reconhecer o contexto da escola, com as característica dos estudantes e com os instrumentos que se tem para acesso ao conhecimento-função específicos da escola.

Os conceitos geográficos no processo de ensino e aprendizagem, tais como: a orientação espacial, a organização política, econômica e cultural do espaço geográfico etc.,

não terão efeito no processo educacional se não forem contextualizados com a realidade. Nesse contexto, o exercício de ensinar e aprender geografia acontece a partir do momento em que educando e o educador tomam consciência dos conceitos da disciplina, transformando e construindo com base no conhecimento, levando para sala de aula os efeitos das mudanças sociais.

A diferença de conhecimento presente na escola e na experiência dos professores constitui-se uma riqueza na complexidade do processo de ensino e aprendizagem. A união e a reflexão das áreas do conhecimento nas escolas hoje ajudarão na construção de uma escola eficiente amanhã. No caso da Geografia no Ensino Médio, entende-se que ela tem o compromisso de construir propostas, mesmo que não hegemônicas para criar possibilidade de uma escola aberta e crítica diante das constantes mudanças do dia a dia.

Assim, a Geografia dialoga com as transformações provocadas pelas inovações tecnológicas que pedem novas interpretações demandadas pela própria sociedade. O conhecimento geográfico se dá no encontro e na reflexão. A escola é o palco onde as realidades podem mudar. Isso faz da educação um processo crítico diante das necessidades e desafios que se apresentam.

A Geografia está presente na vida e nas construções empreendidas pelos homens. Conforme Santos (1998) “todos os espaços são geográficos porque são determinados pelo movimento da sociedade e da produção”. Em relação à paisagem, continua o autor: “(Mas) tanto a paisagem quanto o espaço é resultado de movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de funcionamento unitário, um mosaico de relações, de formas, funções e sentidos” (Idem, p. 61).

Afirma Callai (2011, p. 16) que “a escola é a instituição encarregada de fazer a transmissão do conhecimento que interessa a sociedade na qual ela está inserida, para que as várias gerações tenham acesso ao que a humanidade produziu ao longo do tempo”. A Geografia deve oportunizar ao aluno a trabalhar as informações para melhor compreender o espaço e o movimento da sociedade. Ainda conforme Callai (2011, p. 16) “pode-se aprender de várias formas e em diversos lugares”. Destaca ainda que “no caso da escola, esta tem a função de, ao trabalhar com os conteúdos, realizar a sua tarefa de transmitir o que a humanidade produziu no decorrer da historia” (Idem).

O turismo é uma produção da humanidade. No movimento econômico da sociedade, por exemplo, o turismo é hoje uma atividade bem mais expressiva do que em tempos de outrora. Assim, a partir da atuação do turismo no espaço, a Geografia é convocada a analisar

as mudanças que se processam no espaço a partir da transformação socioespacial provocada pelo turismo nos diferentes lugares.

A Geografia escolar tem a função de explicar os fatores que compõem o processo econômico, entre eles o turismo, também chamado de “indústria sem chaminé”, pois acontece de maneira abrangente e transformadora. É fácil constatar que antes o turismo abrangia menor área e contemplava menor número de pessoas hoje o turismo cresceu e se especializou exigindo também da escola uma especialização sobre esse fenômeno, envolvendo um conjunto dos serviços necessários para as atividades em diversos setores da sociedade, inclusive a educação. A Geografia é uma ciência e é uma matéria de ensino. Daí a formação dos profissionais da Geografia deve levar em conta todos os fatores de mudanças no espaço, incluindo a atividade turística.

A busca constante da Geografia e dos geógrafos no sentido de dar uma explicação ao espaço cada vez mais exigente para ser compreendido e analisado acontece em diversas situações no ambiente. Portanto é importante, para compreender a realidade através da Geografia, conseguir manejar os conceitos básicos e os instrumentos para fazer a investigação e a exposição dos seus resultados. Ao abordarmos a Geografia, temos que pensar que estamos abraçando uma ciência abrangente.

O profissional em Geografia não pode encarar a profissão como algo pronto (finito), mas como possibilidade de constante abertura no que se refere à pesquisa. A atitude do profissional de Geografia e a sua atuação exigem uma formação específica e continuada, que lhe permita um conhecimento significativo e a compreensão da função social. A sociedade sempre esteve e estará conquistando o espaço de maneira diversa, e nessa conquista provocou e provoca mudanças na paisagem e nas culturas.

A concepção de educação como processo construtivo e permanente é um elemento fundamental para a formação, pois constitui a base de um profissional de qualquer profissão. O bom profissional de Geografia, seja na área de licenciatura ou bacharelado, tem que ter a educação como constante meta no seu processo de formação.

O papel do professor de Geografia na sociedade é formar consciência para não sermos alienados quanto ao dinamismo do espaço, no espaço escolar junto com outras ciências, na construção de uma educação para nós e para as gerações futuras. Mediante estudo e pesquisa temos que criar uma consciência crítica e estarmos prontos para discernir o que é necessário para um estudo eficiente. Pensar geograficamente possibilita construir uma base para elaborar uma reflexão sobre o processo interdisciplinar. Desenvolver trabalho de observação e estudo na área de Ciências Humanas coloca dentro da realidade sócio/econômica/cultural que está

presente no espaço escolar. A existência de dificuldade educacional sempre marcou a estrutura social brasileira, afirma Vesentini (2009, p. 134):

Existe, assim, um enorme desgaste com todos esses fatores: o grande número de alunos a cada ano letivo, o excessivo número de aulas que têm a ministrar para ganhar um salário precário, além da falta de condições mínimas – inclusive, cada vez mais, segurança – nas escolas. Pelo lado dos alunos, existem vários fatores. Primeiro, o crescente ingresso de jovens no mercado de trabalho: nos anos 1960 era raro o jovem de 14 a 17 anos trabalhar; hoje, praticamente já é regra geral. Depois, a influência negativa da mídia de péssima qualidade (especialmente TV), que propaga a ideia de que se “vence na vida” com esperteza e não com estudos. Isso, sem falar na expansão dos traficantes (de ecstasy, cocaína, crack, heroína, maconha), que hoje rondam ou estão dentro de quase todas as escolas, no novo estilo de vida na qual, em geral, os jovens vão muito mais a festas, têm mais liberdade para voltar tarde da noite para casa, para dormir na casa de amigos, para assistirem a TV ou ficarem horas e horas navegando pela internet etc. São esses os fatores – complexos, que precisam ser aprofundados em suas especificidades e interligações – que deveriam ser estudados pelos que constatam a visível decepção dos docentes de Geografia pela profissão e o desinteresse dos alunos pela disciplina. Mas refletir sobre esses fatores exigiria um maior esforço intelectual. É mais cômodo adotar a atitude simplista de culpar a Geografia crítica por essa situação, mesmo sabendo que essa decepção não ocorre apenas entre os professores de Geografia e que esse desinteresse dos alunos pelas aulas não ocorre somente com esta disciplina escolar.

A Geografia como disciplina curricular ajuda a pensar a construção escolar e acadêmica na formação da sociedade. A formação Geográfica e pedagógica do professor vai influenciar na formação do educando. Daí a importância de o professor de Geografia buscar e estar aberto a uma constante formação geográfica.

Há muitos alunos no sistema educacional, mas, infelizmente, o processo de estudo e pesquisa na escola precisa avançar ainda mais, para que alunos e professores se comprometem com a busca do conhecimento. As escolas estão sofrendo com o aumento das drogas em suas portas consequentemente, com o abandono dos alunos ou o desprezo pela escola e toda estrutura da educação.

A educação está fragmentada, a comunidade escolar não recebe apoio de alguns

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