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Os Desafios da Educação

A busca humana por condições melhores de vida é uma constatação no suceder da história. A ferramenta primordial para sobreviver no espaço e no tempo é o conhecimento; propiciando e aprimorado no processo educacional, cultural e religioso, conservado pelos povos e civilizações que se desenvolveram no seio da humanidade.

Considerando as referências para entender a dinâmica do desenvolvimento brasileiro, é adequado, a partir daqui, analisar os aspectos gerais e também os específicos da educação brasileira.

A educação tem o objetivo de contribuir na construção e na transformação da sociedade e suas implicações no meio. Pela educação podemos colaborar na transformação dos espaços em territórios capazes de oferecer condições de sobrevivência digna, social, econômica, cultural, tecnológica e ambiental, formando um país voltado para o ser humano e

não apenas para os interesses das classes dominantes. “O Censo de 2010 (IBGE) mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (2000 a 2010). Em 2000, o número de analfabetos correspondia a 13,63% da população (15 anos ou mais de idade)” (BRASIL, 2010).

Em se tratando de educação, quando o problema é difícil provavelmente a busca de solução também vai ser difícil. E quando se envolvem os conhecimentos e o saber, é importante conhecermos o que diz Freire (1996, p. 54): “ensinar não é transferir conhecimento é fundamentalmente pensar certo, é postura exigente, difícil, às vezes penosa, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo e dos fatos, ante nos mesmos”.

O processo educacional é a qualificação do ser humano que rompe constantemente com sua história. Segundo Santos (1994, p. 5): “A história do homem sobre a Terra é a história de uma ruptura progressiva entre o homem e o entorno”.

A escola nasce na comunidade e tem uma forte ligação com a história da comunidade; com suas vitórias e seus fracassos. A escola cresce com a comunidade, que deve ser a inspiradora da legislação. Para os PCNs: “É essencial a vinculação da escola com as questões sociais e com os valores democráticos, não só do ponto de vista da seleção e tratamento dos conteúdos, como também da própria organização escolar” (BRASIL, 1997, p. 48).

Os valores e desvalores podem ser construídos pelos homens e mulheres ou pelas instituições. Torna-se, portanto, importante que o Estado promova leis que garantam a manutenção dos valores. Nesta perspectiva, conforme os PCNs: “As normas de funcionamento e os valores, implícitos e explícitos, que regem a atuação das pessoas na escola são determinantes da qualidade do ensino, interferindo de maneira significativa sobre a formação dos alunos” (BRASIL, 1997, p. 48).

A escola trabalha com a cultura do saber, das relações de amizades, de troca de conhecimento de aprendizagem, com as quais se constrói uma das maiores grandezas da humanidade: a educação. Essa escola precisa ser dinâmica, autêntica, crítica, formadora de alunos pensantes, capacitados a entender a realidade, e assim construir conhecimento. Considera-se que diversos são os temas, conteúdos e vivências nos ambientes escolares que influenciam na construção do processo de ensino e aprendizagem do cidadão.

A sociedade é inacabada. Educador e educando são sociedade, logo são inacabados. É bom ter a consciência do inacabado, mas não do desaminado, compreendendo Freire (1996, p. 59), que diz: “gosto de ser gente, porque inacabado sei que sou um ser condicionado, mas consciente do inacabado, sei que posso ir mais além dele”. Pensando a educação como um

processo inacabado, Boufleuer (1991, p. 20), no contexto de uma reflexão de Freire, diz que “o inacabamento caracteriza o homem como um ser em busca, em construção. A tomada de consciência disso constitui a raiz da própria educação. E é também sob esse aspecto que o homem se distingue dos animais”.

O perfazer-se, ou seja, fazer-se sempre novamente, deve ser uma atitude constante no processo de ensino e aprendizagem engendrado pela escola. O sentido do inacabado na pesquisa, quando bem entendido, é incentivo à atitude dialética e inovadora no trabalho de estudantes e pesquisadores.

Comungando da ideia de Gramsci, Marques (1996, p. 78) afirma que “a escola vincula-se às experiências pregressas e as experiências vividas no âmbito de uma cultura do cotidiano, no afã de inseri-la na cultura elaborada, para o enriquecimento reciproco”.

A identidade dos sujeitos e da escola se dá nas várias inserções durante a sua existência. Nenhuma experiência vivida, que se vivencia ou que se vivenciará, teve que ser diferenciada em seus valores e na importância no crescimento das experiências. As sociedades que colaboraram com a formação em tempos de outrora são tão importantes como os grupos sociais que colaboram no presente.

A Educação é um processo de ação da sociedade, por isso é preciso buscar condições para que os alunos sejam críticos conscientes, responsáveis e que lutem pela solidariedade entre as pessoas, que busquem integrar os povos, respeitando as características individuais e permitindo o desenvolvimento de todos.

É por isso que se considera a educação importante para o desenvolvimento de um país. É aumentando o conhecimento dos sujeitos que uma nação cresce, aumenta a sua renda e a qualidade de vida dos cidadãos. Embora nas últimas décadas o Brasil tenha avançado, muito ainda pode ser feito nas escolas (Ensino Fundamental e Médio) e nas universidades: espaços de ascensão intelectual para toda a sociedade.

Entre as muitas dificuldades inerentes à sociedade, o processo educacional é um dos que requer atenção primordial, pois, justamente pela sua importância, a educação é palco de discussões acirradas nos diversos campos: político, econômico e social.

Assim, no âmbito governamental, tanto federal quanto estadual municipal, buscam-se recursos para enfrentar a problemática da educação em suas diversas etapas. Diante das tantas dificuldades que a educação apresenta no Brasil, pode-se argumentar com as palavras de Santos (2002, p. 168):

Você é treinado, mas não educado. A produção do cidadão, não deve ser só do cidadão. Deve resultar de uma dupla formada pela cidadania completa e pela individualidade forte, com a listagem de direitos a igualdade efetiva, e não puramente essencial. Estamos chegando a todos os limites.

Mesmo assim pode-se considerar que aconteceu um avanço significativo no processo educacional brasileiro, embora ainda haja muito a ser feito para melhorar a educação no Brasil. Nesse sentido:

O Censo de 2010 (IBGE) mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (2000 a 2010). Em 2000, o número de analfabetos correspondia a 13,63% da população (15 anos ou mais de idade). Esse índice caiu para 9,6% em 2010. Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola (MEC/INEP/PNUD, [s.d.]).

O índice de analfabetismo é um indicador do processo educacional no Brasil. É real que o Censo de 2010 (IBGE) mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (2000 a 2010), nos dando a oportunidade de assumir que houve uma grande melhora no processo educacional.

Entendo a importância e a necessidade de avanço na educação. Diria que o índice de 2006 ao mostrar que 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola, é um índice que precisa ser mantido e que essas mesmas crianças possam ser considerados como assíduos frequentadores nos anos posteriores.

O Estado, como provedor, tem o dever de gerenciar o processo educacional tanto no sistema particular, quanto no sistema público (federal, estadual e municipal). É sabido que o exercício de autoridade do setor público se confirma e se estabelece por meio de documentos, de leis, tais como a LDB. São eles que legitimam a atuação do Estado na construção de uma proposta para a Educação.

No processo de construir propostas didáticas e pedagógicas para educação, é importante que os gestores dos órgãos busquem respaldo nos documentos que legitimam o processo educacional em suas diversas situações, proporcionando, assim, uma certa longevidade aos processos educacionais pelas políticas de educação e não fiquem vulneráveis a mudanças produzidas por projetos ideológicos ou partidários, (as chamadas propostas de governo que têm a duração de um período de governo, apenas).

A concepção de educação como processo construtivo e permanente constitui um elemento fundamental para a formação do cidadão, pois é a base de um profissional em qualquer área. Documentos e leis como LDB, PCNs, OCEM ajudam a entender que a educação pode ser uma das possibilidades redentoras do nosso caos social (analfabetismo, desemprego, violência, drogas etc.).

Enfim, questiona-se muito a educação, enquadrando-a sob diversas linhas quer conservadora para alguns ou atrasada para outros. Se quisermos que haja transformação social, precisamos perseguir uma educação de qualidade. Para isso se faz necessário e urgente um investimento em todos os seus aspectos, incluindo o estudo das leis que regem a educação.

2 A GEOGRAFIA ENQUANTO CIÊNCIA E A GEOGRAFIA ESCOLAR

Neste capítulo, busco apresentar a Geografia enquanto ciência e a Geografia na educação, isto é, uma Geografia escolar, pensada através de conceitos elaborados e organizados para a escola.

A Geografia é uma das ciências mais antigas e mais usadas pela humanidade. Estuda a relação entre o planeta e ser humano e tem como seu objeto o espaço, sempre atenta as transformações que no espaço acontecem.

A geografia denominada Geografia científica apresenta os conceitos científicos e a denominada Geografia Escolar os organiza para serem ensinados na escola. Discutir a Geografia como ciência e como disciplina escolar, enquanto um conjunto de teorias, de conhecimentos, de conceitos e de conteúdos a serem ensinados, pode contribuir à formação de sujeitos que compreendam melhor a realidade e o mundo em que vivem.

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