• Nenhum resultado encontrado

Descrição e análise das entrevistas

Este capítulo apresenta e discute os casos dos sujeitos que participaram desta pesquisa. Todos os nomes citados são fictícios, conforme já justificado previamente.

O primeiro sujeito analisado, Lucas, começa seu relato dizendo o seguinte:

Eu nasci no Ceará, em Fortaleza, na periferia, chamada Lagamar, mas me sinto um cidadão do mundo (...) O exemplo do meu pai, o exemplo da minha mãe, os exemplos que eu tive em casa, foram assim fundantes para a personalidade que foi se construindo e que está se desenvolvendo até hoje (...) Porque um estilo de vida sóbrio, em uma simplicidade, no começo, forçada, por ter nascido em um bairro de classe baixa, de baixa renda, em uma favela, mas depois, em um segundo momento, uma simplicidade mesmo voluntária. E um outro aspecto importante foi a solidariedade que marcou muito (...) Então, exemplos do cotidiano foram muitos, mas um que eu guardo na lembrança, no coração, e aí eu lembro “de cor”, do coração, é que o meu pai, em uma noite de muita chuva, tempestade, viu que a casa de nossa vizinha, uma senhora anciã, desabou e ele, do nada, de madrugada, acordou e saiu na chuva para salvar essa senhora (...) Assim também como minha mãe, que cuidava de filhos de outros vizinhos quando tinham que sair, ou na ausência dos pais, enfim, ou eu que ia ficar na casa de um vizinho que cuidava da gente, quando minha mãe ia para o centro da cidade fazer compras ou resolver problemas dos familiares. Então essa solidariedade no local de origem me marcou muito.

Lucas, de origem social humilde, em contato direto com as adversidades de um contexto desprivilegiado, mostra-se tocado e influenciado pelos exemplos da família em ajudar os outros que compartilham dificuldades similares.

Ao mesmo tempo, Lucas traz à tona o preconceito que sofre por morar em uma favela, que no imaginário de muita gente está associada à criminalidade. Na infância, sente vergonha de sua condição sócio-econômica, de sua origem afro-descendente, resultante de um ambiente que, além de não valorizá-lo, ao contrário, estigmatiza-o. Eis que então o sujeito resolve participar de projetos sociais, ligados à Igreja, onde tem a

oportunidade de refletir sobre sua própria condição e sobre sua ação no mundo, resgatando a dimensão de suas potencialidades, ao invés de enfatizar aquilo que lhe faltava, quando toma consciência de sua condição de invisibilidade social e resolve fazer algo a respeito.

Quando eu era adolescente, primeiro que eu tinha dois tios, que tenho até hoje, que tinham bancas de revista. Então, uma ou duas vezes por semana, eu passava uma ou duas horas em algumas bancas deles, que ficavam no centro de Fortaleza, da cidade, ajudando lá, e lendo muito, então isso me estimulou muito ao mundo da comunicação. Depois, do ponto de vista mais negativo, o fato de morar em uma comunidade pobre, de sentir vergonha das minhas origens, de minha origem afro-brasileira, afro-descendente, da minha origem social, me levou a ter uma atitude de negação. Isso, claro, por conta daquilo que a gente via na televisão, daquilo que a gente via nas histórias em quadrinhos, ou mesmo em revistas destinadas para jovens da época, que ouvia no rádio, que o Lagamar era lugar de bandido. Então, tudo isso me levou a eu sair de mim mesmo e a participar de um grupo de jovens da Igreja Católica e da comunidade eclesial de base e lá a gente criou um jornalzinho da Paróquia chamado “O Diálogo”. Então, pouco a pouco eu fui tomando consciência, uma consciência de classe mesmo, de que nós temos valores mesmo sendo pobres, de que nós temos talentos, mesmo sendo pobres e temos muito a crescer.

Pode-se observar, em sua trajetória, o processo de metamorfose. De uma criança que teve uma infância repleta de privações e falta de oportunidades e cujo engajamento comunitário lhe provê seu primeiro movimento emancipatório, quando reflete sobre sua trajetória e sua própria identidade. Lucas não apenas ingressou no ensino superior, como também escolheu estudar Teologia, justamente um curso que promove a reflexão a respeito da relação do humano com a divindade, do profano e do sagrado. Uma formação, sem dúvida, que mais tarde impacta no questionamento de seu próprio papel enquanto ser que age sobre o mundo, fazendo-o repensar o sentido de sua vida.

Um marco muito importante neste processo que mostra a metamorfose de Lucas é quando ele resolve concluir seus estudos em Roma, em uma época em que planejava tornar-se missionário. Ora, como a própria palavra revela, missionário é aquele que

apregoa, que propaga. No caso do entrevistado, o sentido de ser missionário aparece atrelado ao desejo de ajudar a coletividade, como uma vocação, engajado em uma causa, quando ele afirma: “eu queria me formar missionário para trabalhar na África”. Ao comentar mais tarde sobre a oportunidade de morar por três anos em Roma, em um seminário com indivíduos de várias nacionalidades, em contato com diferentes visões de mundo e culturas, Lucas diz:

Isso me ajudou muito a relativizar minha experiência pessoal como brasileiro. E é interessante essa experiência como cidadão do mundo, dessa identidade de processo, dessa origem que eu tive, tudo isso foi, assim, desembocando em um projeto voltado e feito para jovens de todo o Brasil que é o projeto da revista. Então, isso me marcou muito, essas experiências de solidariedade, de partilha, de simplicidade voluntária.

Neste momento Lucas passa por outra significativa metamorfose, quando encontra um sentido de contribuir com a coletividade e, ao mesmo tempo resgata elementos de sua identidade pregressa, que se materializa no projeto da revista de circulação nacional. Sua nova missão passa a ser de ajudar a outras crianças e jovens, que como ele, hoje são vítimas do mesmo preconceito que ele sofrera, preocupado em dar voz ao público desta faixa etária, principalmente aos afro-descendentes e outras minorias.

Então, o projeto atual vem também como resposta para toda a juventude que se sente como eu me senti trinta anos atrás, vinte e poucos anos atrás, de invisibilidade. Então, eu me sentia invisível. Aquele Lucas da favela, assim como tantos outros jovens da favela, que eram invisíveis para o resto da sociedade. Então, tomando consciência disso, a gente passa a ter outra atitude. Então, o projeto vem embalado em um outro jeito de mostrar a juventude. Essa juventude esquecida, negligenciada, invisível, entre aspas, não só das periferias, mas também do meio rural. Os quilombolas, os indígenas, os sem-terra, os ribeirinhos, os caiçaras. Então, a maioria do povo brasileiro se sente invisível nos meios de comunicação. E quando se trata da juventude, pior ainda.

Neste processo de metamorfose, o jovem marginalizado pela sociedade transforma-se em missionário, passando a disseminar a palavra de uma maneira inusitada, em um projeto que dá voz aos que precisam ser ouvidos. A bagagem obtida em seu segundo curso superior, como jornalista, possibilita-o fazer este elo, esta mediação, inovando quando cria novos canais para viabilizar sua proposta.

O retrospecto sobre a forma como Lucas construiu a organização que hoje dirige e que tipo de atividade realiza no momento, também é um aspecto que merece ser comentado. Ele contextualiza os elementos que observou e que o fizeram levar sua idéia adiante.

Pesquisas recentes produzidas pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância - ANDI, com sede em Brasília, mostram que todo mês a ANDI monitora mais de 50 jornais no Brasil e monitora também a chamada mídia jovem, as publicações, os encartes, os suplementos de cada jornal e as revistas mensais também. No geral, quando as reportagens, matérias, artigos e entrevistas tratam da juventude, a voz do jovem e do adolescente entra muito pouco. É 0.8 %. Entra em primeiro plano a voz do especialista, a voz do adulto, a voz do educador, do professor, dos pais, mas não a voz do adolescente. Trata-se da negação do direito à voz, a falar; então, isso é muito importante para nós. Para nós, a proposta vai nesse sentido, de cobrir uma lacuna editorial, mas, sobretudo mostrar que é possível jovens em situação desfavorável do ponto de vista sócio-econômico produzirem uma revista mensal, nacional, com a cara do Brasil, não feita no eixo Rio-São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. E sobretudo com o princípio da participação.

Como é possível notar, todo empreendedor é capaz de identificar oportunidades e fazer acontecer. Lucas explica como a experiência que começou em São Paulo, com a participação de um grupo de jovens caracterizado pela diversidade, alcança em menos de cinco anos quase todos os Estados do Brasil.

E esse processo é colaborativo, participativo, feito por voluntariado. Temos hoje mais ou menos trezentos jovens, em dezoito Estados, que produzem a revista. A gente criou um calendário de participação da revista impressa e no portal

também. E esses núcleos de jovens têm entidades por trás que são parceiras nossas e a gente faz uma permuta, não entra nenhum dinheiro aí. A gente envia gratuitamente a revista para eles e eles oferecem uma infra-estrutura para esses jovens participarem. Colocam à disposição computadores, salas para reunião, um arte-educador, um jornalista ou um estudante de comunicação para estar mobilizando esses jovens. Porque são jovens marcados pela diversidade, tem jovens com deficiência, tem jovens em processo sócio-educativo, em privação de liberdade, tem jovens afro-descendentes, tem jovens do movimento GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgeneros); enfim, jovens de escolas públicas e particulares, e era isso que a gente queria desde o começo, e a gente está conseguindo.

Quando perguntado sobre o que pretende ser no futuro, Lucas afirma que pessoalmente está muito feliz com a vida que leva e quanto ao projeto social que dirige, revela o seguinte:

Eu gostaria de ser, de estar, menos presente no projeto, de forma que a gente está trabalhando hoje a questão da sucessão, embora a (organização) tenha um curto período de vida, só cinco anos, agora em março, mas eu acho importante a gente trabalhar o aspecto de um lema que eu criei esse ano: “eu sumindo e a galera assumindo” (...) Quem sabe até eu estaria muito mais feliz também se eu estivesse fazendo um mestrado, coisa que eu estou buscando, para tentar sistematizar um pouco dessa experiência com projeto voltado para jovens e com jovens em todo o Brasil.

Ao mesmo tempo em que pensa no processo sucessório, também sinaliza planos de ampliar o projeto de modo a contemplar outras faixas etárias, criar novos canais para distribuição da revista e ampliar significativamente o número de leitores, de modo a competir com publicações comerciais destinadas ao mesmo público-alvo. Pensa, até mesmo, em ir além da revista, atuando em outros meios de comunicação de massa.

...tentando desdobrar esse projeto voltado para jovens, quem sabe em um projeto voltado para crianças, quem sabe um outro projeto voltado para os idosos, e criar ferramentas para que eles possam estar falando, divulgando

aquilo que eles fazem, com a mesma metodologia de participação. E o nosso sonho, enquanto projeto de equipe, é que atualmente nós não temos nada a dever com qualquer outra publicação voltada para jovens e que esteja nas bancas, mas é importante também, em termos de visibilidade, que a revista alcance o maior número possível de jovens, o maior público possível. E quem sabe um canal diferenciado nas bancas de revista também seja um outro jeito de se fazer isso, não só com canais alternativos que nós estamos utilizando para distribuição. Então, o sonho nosso também é esse. Dar maior visibilidade e dizer: olha, gente, tem outras propostas editoriais também junto com a Capricho, com a Atrevida, com a Toda Teen, com Trip, a MTV já fechou, agora está só com a TV. Então, a gente também tem esse sonho, não só um sonho individual, mas um sonho coletivo nosso, de estar aí para disputar ideologicamente com o jeito de fazer comunicação e de tratar o próprio jovem na comunicação e por que não partir para isso, e por que não sermos multimídia, trabalharmos com vídeo, com rádio, coisas que a gente já está desenvolvendo algumas atividades nesse sentido, estamos caminhando para isso. E é um desafio!

E ainda falando sobre o futuro, Lucas conclui seu relato com um plano bem mais ambicioso.

O meu sonho é inovar nisso também, fazer uma gestão colaborativa, participativa, em todos os níveis. E aí a gente chegar a formar uma comunidade, que vive até 24 horas mesmo (...) O meu sonho e o sonho da minha esposa também, que me acompanha nessa caminhada, é formar uma comunidade de vida, uma comunidade formativa também, com foco em juventude...

Quando perguntado sobre o que o motiva a agir, Lucas afirma que

É antes de tudo, um aspecto mais propositivo. O quanto especiais cada um de nós somos? Quando estou falando cada um de nós, é a humanidade inteira, né, com tantas potencialidades, com tantos talentos, com tanta coisa linda para ser externada, para se concretizar em vida, em ações, em coisas bonitas, e a gente

não está conseguindo isso, né, porque a gente criou um sistema financeiro e social que não permite que a maioria das pessoas, dois terços da humanidade possam ter acesso a três refeições ao dia, possam ter educação mínima, de base, possam ter direito à saúde exercido em sua plenitude, enfim. Então, o quanto nós somos especiais, enquanto a gente não está conseguindo realizar isso, essa felicidade como tal. E aí o que me motiva é um pouco isso. E depois a indignação. Tudo aquilo que a gente vê que vai na linha contrária da felicidade da humanidade, isso exige também uma reação, que pode estar em forma de manifestação social, política, virar texto, virar revista, virar uma faixa, virar uma manifestação que aglomera centenas ou milhares de pessoas, virar uma página no Orkut, virar um e-mail...

Lucas parte de uma análise sócio-ecônomica e cultural do contexto para mostrar como a humanidade enquanto grupo ainda precisa evoluir, para que todos possam ter acesso a um patamar de vida digna. Mostra que o sistema vigente, calcado sob a lógica das ações instrumentais e estratégicas dirigidas a fins, limita possibilidades de se fazer contraposições, de modo a engajar e mobilizar os indivíduos para que ajam de forma ativa em busca do bem-estar da coletividade. Neste aspecto, vale notar o como a forma de pensar de Lucas reflete a perspectiva da participação, pensando sempre na emancipação do grupo.

Você tem que ter mecanismos de participação, mecanismos de envolvimento para que se torne um sentimento de pertencimento a esse projeto também. Então, a partir do momento que você cria um espaço, oferece um itinerário de formação básica para esses jovens se empoderarem, se fortalecerem (...) A gente está em um processo de fazer uma gestão colaborativa, participativa. Uma auto-organização, no sentido de não ter uma figura central que dirija a entidade. Tudo é compartilhado. Antes das decisões, a gente discute e decide junto se vale o uso de novas tecnologias para promover essa comunicação, o fluxo de informações dentro da própria Instituição, que vai desde uma troca de e-mails em uma discussão interna, até o uso do Skype ou do sistema VOIP gratuito, passando por cartas escritas à mão e reuniões. Então, a gente procura ser sempre plural nesse sentido e a comunicação mais integral também. No sentido de não apenas focar nas ferramentas de comunicação, nas tecnologias

de comunicação, mas quem está por trás disso, que é a pessoa. Então, a gente procura trabalhar isso na própria equipe, trabalhar as pessoas, as relações. Nem tanto o resultado final, mas as relações interpessoais. Então, a gente está procurando cuidar um pouco mais isso, para não perder de vista a comunicação, ou ela é entendida de forma integral, holística mesmo, humanizante, ou então a gente tem que mudar de projeto, vamos virar empresa.

Neste momento, Lucas faz suas ressalvas quando reflete sobre o significado de ser um empreendedor social e como ele próprio se vê em relação a isso.

E nessa linha da questão do empreendedor social, às vezes a gente entra em conflito de entendimento desse termo com os outros chamados

“empreendedores sociais”. Assim também como jornalista, que sou formado,

existem maneiras e maneiras de ser jornalista, assim como em qualquer outra profissão também, de modo que o empreendedor social não é uma profissão, é vocação, é missão, é um pouco de tudo isso. E aí, com certeza, alguns valores teriam que estar mais agregados a esta missão, a esta vocação. Eu elencaria, por exemplo, a humildade, sem dúvida, elencaria também a simplicidade voluntária, sem dúvida, a não violência, a transparência (...) Eu procuro sempre trabalhar esse conceito do nós, no plural, que para mim foi até difícil entrar no próprio processo e entendimento da Ashoka, que procura individualizar, identificar empreendedores sociais. Porque minha voz é sempre a voz do plural, do coletivo, do colaborativo e do participativo. E eu não sei... eu já trabalhei a questão do “complexo de inferioridade” mas por conta de que eu passei nove anos no seminário e me formando para que os outros falassem, os mais oprimidos, e eu ficasse na retaguarda, então isso me marcou muito. Então, mesmo esse título de empreendedor social, eu não sei até que ponto... ou mesmo o título de jornalista... Por que procurar benesses nesses títulos enquanto que tudo é coletivo?

Lucas expõe suas restrições sobre o termo empreendedor social, que na visão dele está mais próximo de um empreendedor de negócios, mais preocupado com si próprio, do que verdadeiramente com a coletividade. Ele também destaca o desafio que

é manter uma posição independente, sem ceder às pressões de uma estrutura pautada pela ordem instrumental e estratégica.

Essa independência econômica nossa, a gente não tem nenhum patrocinador, nem empresa, nem nada, mas a venda de produtos nossa, a venda de serviços está dando para nós o respiro para termos independência para estarmos ousando e inovando. E aí inovando no jeito de se auto-organizar, inovando no jeito de produzir uma revista, de fazer comunicação, inovando também no trabalho com escolas públicas e particulares, com jovens de várias realidades. Então, essa liberdade de movimento, de vida, para nós é fundamental. Tanto é que por mais de uma vez a gente teve que recusar potenciais financiadores, que poderiam ter resolvido muito bem o problema financeiro da nossa organização por dois, três ou quatro anos. Mas em uma avaliação com jovens, em nível nacional, a gente efetivamente avaliou essas empresas sob o ponto-de-vista da responsabilidade social e era muito mais por marketing social do que por uma responsabilidade social histórica de fato, de compromisso com transformação social.

Fica evidente neste relato que, para preservar princípios considerados essenciais, a equipe prefere fazer concessões, mesmo sabendo que, no curto prazo, as ofertas da empresa poderiam potencializar de forma expressiva o crescimento da organização.

A gente vai saindo do protesto e indo para a proposta. A gente trabalha com isso. A denúncia, que é o protesto, mas o anúncio, que é a proposta. O anúncio de novas possibilidades dos jovens estarem trabalhando, quando a gente fala o anúncio também, isso quer dizer olhar esses jovens não como os beneficiados, os “coitadinhos”, os assistenciados, que receberam algum tipo de assistência social ou educativa, mas do ponto-de-vista positivo e propositivo, com potencialidades absurdas para crescer, com talentos...

E termina seu relato mostrando a importância de incentivar a emancipação de cada indivíduo, de tal forma que ele desenvolva suas potencialidades.

A síntese do primeiro caso, de Lucas, mostra que ele tem como foco central de sua atuação a visão de que seu trabalho é uma missão e que, por esta razão, deve estar calcado sobre determinados princípios e valores dos quais ele não abre mão. Elementos que passaram a fazer parte da construção de sua identidade na adolescência, quando toma consciência de como a sociedade o enxerga e age em relação a ele. Então, Lucas, que poderia ter tomado outras decisões, resolve adotar uma postura de enfretamento

Documentos relacionados