• Nenhum resultado encontrado

2 RELEVÂNCIA DA ATIVIDADE NO SETOR PRIMÁRIO DE

4.2 DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS

Nesta seção serão apresentadas as variáveis e algumas hipóteses associadas ao seu comportamento. O objetivo é testar as possíveis operações realizadas pelos carcinicultores pernambucanos sob a ótica da economia dos custos de transação. Para tanto, os dados coletados através dos questionários aplicados serão tratados estatisticamente.

a) Número de funcionários temporários e permanentes: essa variável objetiva identificar, a partir da amostra, o número de empregos diretos gerados na cadeia produtiva em Pernambuco.

b) Tamanho da unidade produtiva: visa a identificar o perfil do produtor pernambucano, que poderá ser classificado entre pequeno, médio e grande, conforme classificação da ABCC.

c) Produtividade: Kg/ha/ano.

d) Fator de Conversão Alimentar: kg de ração (÷) kilos de camarão.

e) Ano de instalação da unidade produtiva: esta variável identifica o ano de instalação da empresa. A hipótese a ser testada é que empresas mais antigas têm transações mais freqüentes entre os agentes. O aumento da freqüência das transações, por sua vez, favorece a construção de uma boa reputação, criando um ambiente propicio para a continuidade do negócio, reduzindo os custos de transação. Um fator limitante à verificação desta hipótese é a constatada curta história da carcinicultura em Pernambuco: As empresas mais antigas têm pouco mais que 10 (dez) anos de instalação, o que, em se tratando de dados econômicos, constitui uma atividade recente e ainda em formação.

f) Participação do maior cliente em relação ao faturamento bruto da empresa: propõe-se à hipótese de que, quanto maior a concentração das vendas em um único cliente, maior a dependência do produtor em relação a este cliente, promovendo a

adoção de contratos e integração vertical. Assume-se que a elevada dependência conduz ao uso de ativos específicos e à possibilidade de ações oportunistas, elevando os custos de transação que seriam reduzidos com o uso de formas mais estritas de coordenação.

g) Participação do maior fornecedor em relação às compras da empresa: visa a identificar o nível de concentração de aquisição de insumos em um único fornecedor, assim como na hipótese anterior a maior concentração de compras em determinados fornecedores também pode influenciar na promoção e adoção de contratos e integração vertical.

h) Exportação: a variável busca saber se o produtor pernambucano utiliza o mercado externo como fonte direta de distribuição de seu produto. A avaliação e cumprimento de padrões ou processos ocasionam a ocorrência de custos positivos de transação. Estes custos podem se tornar excessivos e afetar a coordenação da cadeia ou inviabilizar o negócio.

i) Elo da cadeia em que a empresa atua: mede o índice de integração vertical dos produtores presentes no mercado pernambucano.

j) Existência de contratos celebrados nas transações de vendas: objetiva identificar os modelos de contratos de venda celebrados entre o produtor e os agentes institucionais.

l) Existência de contratos celebrados nas transações de compras: busca conhecer os modelos de contratos de compra celebrados entre o produtor e os agentes institucionais.

O segundo bloco do questionário objetiva coletar dados sobre a percepção pessoal dos respondentes sobre o nível de ocorrências verificadas no dia a dia da empresa. a) Regularidade de fornecimento: a variável visa a estimar o grau de incerteza do produtor sobre a regularidade de fornecimento no atendimento aos clientes. A obtenção ou não de regularidade está associada a um menor ou maior grau de

incerteza. As incertezas ocasionadas por motivos diversos, tendem a elevar os custos de transação.

b) Negociação com Fornecedores: busca medir a dificuldade percebida pelo produtor nas negociações com fornecedores. Pressupõe-se que, quanto maior a dificuldade percebida na negociação com o mercado, maior deverá ser a participação de arranjos com grau mais estrito de coordenação, como contratos e integração.

c) Manutenção de fornecedores fiéis: pressupõe-se que, quanto maior a dificuldade de se manter fornecedores fiéis, maior deverá ser a participação de arranjos estritos de coordenação.

d) Freqüência da mudança tecnológica: a desatualização do produtor pode representar um risco para o seu negócio. Desta forma, quanto maior a freqüência percebida na mudança tecnológica dos produtores, maior a assimetria de informações e especificidade de ativos, favorecendo a ocorrência de arranjos de coordenação mais estritos.

e) Disputas judiciais com terceiros: o objetivo é saber se, quanto maior for a freqüência de disputas judiciais em transações de mercado, também será maior a participação de arranjos que ofereçam mais estrita coordenação, como os contratos e a integração vertical.

f) Peso da carga tributária: a variável mede o impacto percebido dos impostos em transações de mercado, as quais podem reduzir a rentabilidade do produtor.

g) Ações oportunistas: objetiva identificar a ocorrência de ações oportunistas percebidas pelo produtor. Oportunismo, definido por Williamson apud (ZYLBERZSTAJN, 1995, p. 250), “é a busca do auto-interesse com avidez”. Pressupõe-se que, em mercados com alto nível de ações oportunistas, maior será a participação de arranjos com maior grau de hierarquia, como contratos e integração.

h) Proteção contra ações oportunistas: visa a medir o grau de utilização de mecanismos de proteção contra ações oportunistas. Segundo Zylberzstajn (1995), ao ignorar a possibilidade de existência de ações oportunistas, supõe-se que os agentes são benignos, ignorando um importante aspecto presente no mundo real. Não se pode afirmar que todos os agentes ajam de forma oportunista ou não, porém, podem fazê-lo, em algum momento, principalmente em ambientes desprovidos de proteção.

i) Sanidade do produto: a variável avalia a dificuldade em se medir a sanidade do camarão ofertado ao mercado. Os custos de medição da sanidade podem aumentar excessivamente e comprometer o equilíbrio da empresa. Assim, propõe-se a hipótese de que, quanto maior a dificuldade percebida para se medir a sanidade, maior a tendência de adoção de contratos e integração vertical.

j) Impactos ambientais causados pela atividade: a variável pretende avaliar a percepção do produtor sobre os possíveis danos causados ao meio-ambiente.

l) Potencialidade de conquista de novos clientes: busca saber a percepção do produtor sobre a sua capacidade de conquista de novos clientes para seu produto. m) Previsão de Vendas: a variável mede a dificuldade percebida pelo produtor em se prever vendas. A previsão de vendas está relacionada a demanda do mercado e ao volume de informações de que o agente dispõe. Pressupõe-se que, quanto maior a participação das transações de mercado, maior a dificuldade percebida pelo produtor para se prever vendas.

Documentos relacionados