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Descrição de uma prática inovadora e exequível

O que esperamos que mude como resultado do desenvolvimento desta prática?

- Quais as pessoas que precisamos de envolver?

- Como vamos envolvê-las?

- Que tipo de recursos teremos de mobilizar?

- Quais as etapas que devem ser estabelecidas?

- Como garantir apoio?

Material de estudo

O Planeamento mantém a inovação em movimento

(adaptado de Ainscow, 1999)

A qualidade do planeamento é um fator crucial para o sucesso da implementação de qualquer inovação. Todos os que parti- cipam num dado empreendimento precisam de se orientar na tarefa a que meteram ombros. Contudo, a investigação sugere serem importantes, para o sucesso das inovações, vários aspetos mais específicos do planeamento.

Em primeiro lugar, os planos têm que estar fortemente associados a uma visão clara daquilo que se pretende atingir com uma dada inovação. Neste sentido, é importante que as mudanças propostas estejam em consonância com as crenças e os valores gerais dos que nelas estejam diretamente implicados. No caso de uma escola, por exemplo, isto significa que a sua missão prin- cipal se deve relacionar explicitamente com o plano de melhoria. Então a escola pode desenvolver-se de um modo compatível com os seus valores, e todas as mudanças que se introduzam aperfeiçoam as práticas e, simultaneamente, reforçam as opiniões que aí existem sobre a educação.

Em segundo lugar, o processo de planeamento é, pelo menos, tão importante como ter um plano. Na realidade, alguns argu- mentariam que o essencial é o planeamento, não o plano. Por outro lado, outros poderão sustentar que o plano deve ser um subproduto do processo de planeamento. Coloque-se a tónica onde se colocar, a mensagem é bastante clara: os meios usados na elaboração dos planos são absolutamente vitais. Especificamente, é imperioso que participem neles todos os que poten- cialmente possam contribuir para eles, que as diferenças sejam explicitadas e as medidas a tomar identificadas e objeto de consenso. Este último ponto é especialmente significativo. Um plano de aperfeiçoamento tem que poder entrar em ação. Os planos devem ser julgados, não tanto em termos do modo como os objetivos a atingir se articulam entre si, mas antes pela sua capacidade de conduzir à ação. Os planos e o planeamento devem fazer as coisas acontecer.

Em terceiro lugar, os planos têm que ser conhecidos por todos os que provavelmente participarão na sua implementação. Este ponto relaciona-se, em parte, com o que se acaba de dizer. Se o processo de planeamento decorrer com a colaboração e a participação de todos, será mais provável que os intervenientes saibam o que se passa, bem como o porquê e o como isso se passa.

Embora a colaboração e a participação sejam importantes, é também necessário manter todos a par dos progressos consegui- dos. As pessoas têm que saber não só qual é o plano, mas também se têm estado a trabalhar bem no sentido de se atingirem os objetivos que se acordou alcançar. Por esta razão, será necessário proceder-se a verificações do progresso de vários tipos, de modo a medir-se a taxa de implementação e o sucesso do plano. A experiência sugere a utilidade de as verificações do progresso poderem:

- atribuir a alguém a responsabilidade de se assegurar de que as verificações são efetuadas;

- rever os progressos feitos em reuniões de equipas, especialmente ao dar-se o passo seguinte ou ao serem tomadas decisões sobre a direção a dar às medidas futuras;

- decidir o que constitui prova de progresso, em comparação com os critérios de sucesso; - encontrar métodos expeditos de obter provas em diferentes fontes;

- registar as evidências e as conclusões, para uso posterior.

Por último, é importante reconhecer-se que nenhum plano permite prever inicialmente todas as eventualidades. Por conseguin- te, à medida que as verificações do progresso vão sendo feitas, é necessário proceder-se a ajustes para garantir a manutenção do avanço conseguido. É preciso atualizar os planos, para os manter sintonizados com o presente; se tal não for feito, eles podem tornar-se obsoletos e irrelevantes. Neste sentido, os planos têm que continuar a evoluir. Consequentemente, o planea- mento é um processo contínuo, e não se confina a uma atividade finalizada uma vez por todas. É o planeamento que mantém a inovação em movimento.

Resumindo, o aperfeiçoamento tem, pois, que ser visto como um processo em que participam todos os interessados, que man- tém todos informados das intenções e das medidas tomadas, e que evolui, pois os planos iniciais têm que ser reformulados para se adaptarem às novas circunstâncias.

Depois de um período de tempo previamente acordado, proceder-se-á a uma nova revisão, para se avaliarem os progressos alcançados. De novo se podem coligir dados relacionados com os ‘indicadores de inclusão’, para se poderem fazer comparações. Nesta altura, é importante que os resultados obtidos neste processo de avaliação sejam disseminados por toda a comunida-

de escolar, tão amplamente quanto possível. Estudos efetuados sobre inovações escolares põem em relevo a importância de se dispor de redes de comunicação eficientes. Em particular, apontam para a importância de todo o pessoal estar a par dos progressos conseguidos em atividades e decisões que exijam que eles tomem certas medidas. Parece, de facto, que seja qual for o número de boas ideias que se tenha, elas não resolvem, por si só, o ubíquo problema de uma deficiente comunicação no ambiente agitado das escolas.

Uma vez que mudar é, por natureza, uma experiência muito pessoal, e dado que as escolas são formadas por numerosos indiví- duos e grupos que estão a passar por experiências diferentes (para eles), uma só exposição não irá tranquilizar nem elucidar as pessoas sobre o significado da inovação. Um facto fulcral, verificado em toda a mudança social, é o de as pessoas interpretarem ou compreenderem sempre mal pelo menos algum aspeto do objetivo, ou da execução, de algo que para elas é novo.

Por conseguinte, para se coordenarem com sucesso as inovações em contextos escolares, é essencial esforçarmo-nos muito por comunicar. Estudos da teoria da mudança indicam serem de grande importância, como chave para o sucesso, as interações pessoais frequentes. Parece que uns dos requisitos para o sucesso de uma inovação em curso são os diálogos sobre os aspetos específicos dessa inovação. Os problemas são identificados na medida em que as informações fornecidas forem exatas. Assim, cada pessoa deve expor o seu ponto de vista e as suas preocupações.

Considerando um ciclo de desenvolvimento da escola, na última etapa definem-se as medidas que é necessário tomar no futuro (se algumas houver). Essas medidas podem, evidentemente, incluir futuros ciclos de desenvolvimento.