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3. Caraterização do caso de estudo

3.3. Caraterização do sistema em estudo: oficina Caetano Colisão

3.3.3. Descrição do processo produtivo

O fluxograma da Figura 3.4 tem como objetivo ilustrar o processo produtivo em estudo. Seguidamente, é realizada uma breve explicação do mesmo.

Seccção do processo produtivo

Exterior

Mecânica

Oficina Chapa Pintura Lavagem

Entrada em oficina Mecânica ? 1. Desmontagem RE Aguarda Desmontagem Não Reparação mecânica Aguarda Preparação de Pintura 2. Preparação de Pintura Aguarda Pintura 3. Pintura Aguarda Montagem

4. Montagem AcabamentoAguarda

5. Acabamento LavagemAguarda

6. Lavagem Aguarda Controlo 7. Controlo Saída da oficina Sim Conforme ? Não Sim

Figura 3.4 – Fluxograma do processo produtivo.

O processo produtivo inicia-se com a entrega da viatura na Receção no dia agendado e é encaminhada para a oficina pelo Rececionista. Para efeitos de estudo, considera-se que não são necessárias reparações de natureza mecânica pelo que, esta parte do processo é omitida na sua descrição. São agora brevemente explicitadas as várias fases do processo produtivo:

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1. A viatura dá entrada na oficina e desloca-se para a secção de chapa onde aguarda disponibilidade de mão de obra da secção de chapa para dar início à fase de Desmontagem. Nesta fase, os componentes danificados são desacoplados da carroçaria da viatura e são reparados pelo técnico através de operações de restauro ou são encaminhados para a reciclagem para serem substituídos por novos. É feito um novo diagnóstico aos danos resultantes do sinistro para averiguar se é necessário encomendar mais componentes do que aqueles inicialmente orçamentados. Caso seja necessário encomendar mais componentes, os trabalhos na viatura devem continuar ao longo do processo até que o componente em falta impossibilite a conclusão de algum trabalho, ficando a viatura a aguardar a sua chegada. Concluída a fase de Desmontagem, a viatura e os respetivos componentes são encaminhados para a secção de pintura onde aguardam disponibilidade de mão de obra;

2. A segunda fase do processo ocorre na secção de pintura e denomina-se de Preparação de Pintura, na qual é feito o aperfeiçoamento das caraterísticas físicas do material, para garantir a qualidade na aderência da tinta. Esta fase do processo é fundamental para um trabalho de pintura conforme porque, caso contrário, os defeitos existentes na chapa serão realçados na fase de Pintura, o que implica um retrabalho de pintura (RE), isto é, recomeçar todo o processo de pintura. A viatura é isolada com uma película apropriada que tem como função impedir a passagem de tinta para zonas indesejáveis. Os componentes danificados são pintados na íntegra, pelo que não é preciso isolá-los. Feito o isolamento, dá-se como concluída a fase de Preparação de Pintura e a viatura e os respetivos componentes aguardam entrada na estufa; 3. A viatura e/ou componentes dão entrada na estufa assim que uma estiver desocupada,

dando-se início à fase de Pintura. O técnico procede com a pintura da viatura que consiste na aplicação de tinta e verniz nas partes danificadas. Após a aplicação, a viatura e os componentes permanecem na estufa a cozer para garantir a aderência da tinta nas superfícies aplicadas. Finalmente, a viatura e os componentes são retirados da estufa para secagem à temperatura ambiente. É de esperar que após esta fase, a viatura e os componentes estejam da mesma cor, garantindo um padrão homogéneo sem ser possível detetar diferentes nuances; 4. Concluída a fase de Pintura, a viatura e/ou respetivos componentes regressam à secção de chapa, onde aguardam disponibilidade de mão de obra para dar início à fase de Montagem. Nesta fase, o técnico procede com a montagem dos componentes desacoplados da carroçaria na primeira fase do processo. É feito um controlo de folgas e são feitas as afinações necessárias para repor as condições de origem na viatura;

5. A viatura já montada retorna à secção de pintura onde se dá a fase de Acabamento que consiste na correção de defeitos inerentes da Pintura, tais como, escorridos, fervidos ou pulverizações;

6. Após o Acabamento, a viatura abandona a oficina para o exterior onde será executada a fase de Lavagem cuja responsabilidade é da organização Wash & Go, subcontratada para o efeito;

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7. Por fim, a viatura volta à oficina para controlo de qualidade dos trabalhos de pintura executados. A viatura aguarda pelo responsável pelo controlo de qualidade e se o trabalho for considerado conforme, a viatura abandona a oficina para ser entregue ao cliente. Caso contrário, é necessário um retrabalho de pintura, pelo que, a viatura necessita de passar novamente pelas fases de Preparação de Pintura, Pintura e Acabamento, onde serão corrigidas as inconformidades. Corrigidas as inconformidades, a viatura abandona a oficina, sem ser necessário passar novamente pelas fases de Lavagem e Controlo.

Assim, dá-se por concluída a descrição do processo produtivo da oficina da Caetano Colisão.

Importa referir que as fases de Desmontagem, Preparação de Pintura, Pintura, Montagem e Acabamento são de valor acrescentado, já que o cliente paga pelas horas previstas de chapa e pintura despendidas na reparação da sua viatura. No entanto, as fases de Lavagem e Controlo, apesar de necessárias, não são de valor acrescentado. Por fim, os retrabalhos de pintura não acrescentam valor para o cliente, pelo que, devem ser reduzidos, ou mesmo eliminados, do processo de reparação.

3.4. Síntese do capítulo

Em suma, no presente capítulo foi apresentado o Grupo Salvador Caetano, as respetivas sub-holdings e a oficina Caetano Colisão. São descritos os procedimentos necessários para a entrada de uma viatura para reparação como a Peritagem, Orçamentação e Planeamento. É feita uma caraterização da oficina em estudo, em particular, das instalações onde se encontra, da respetiva capacidade e das fases do processo de reparação automóvel. Por fim, são descritas as várias fases do processo, acompanhado do fluxograma do processo (Figura 3.4). Finalmente, estão reunidas as condições para o desenvolvimento do modelo de simulação que irá modelar o funcionamento atual da oficina com base num conjunto de pressupostos e simplificações assumidas.

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