• Nenhum resultado encontrado

4 METODOLOGIA

4.2. DESCRIÇÃO DA PRIMEIRA SEGUNDA DA PESQUISA

4.2.4 Descrição da terceira fase

4.2.4.1 Procedimento de coleta: Entrevistas semiestruturadas

14 WhatsApp é um aplicativo de mensagens instantâneas, vídeos e áudio para smartphones, desenvolvido em 2008. Com ele, os usuários podem se comunicar com seus contatos que também têm esse software em seus smartphones, sem precisar telefonar. Atualmente o

aplicativo possui mais de 350 milhões de usuários. Fonte:

Na última fase da segunda etapa, ou seja, finalizando o estudo foram realizadas entrevistas semiestruturadas (apêndice 5) com 24 membros e dirigentes sindicais. Planejou-se inicialmente realizá-las diretamente com esses sujeitos, no entanto devido à dificuldade de acesso a esses profissionais foram desenvolvidas 18 (dezoito) entrevistas on-line e 06 (seis) presenciais.

A entrevista semiestruturada tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa em que o foco principal seria colocado pelo investigador ou entrevistador. O entrevistador não segue uma estrutura definida, adequando as perguntas aos sujeitos. Então, este tipo de entrevista se desenrola a partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações (LUDKE E ANDRÉ, 1986, p. 34).

A vantagem dessa técnica é a sua flexibilidade e a possibilidade de rápida adaptação. A entrevista pode ser ajustada quer ao indivíduo, quer às circunstâncias. Ao mesmo tempo, a utilização de um roteiro contribui para a reunião sistemática dos dados recolhidos. Apesar de o entrevistador poder ter as perguntas previamente preparadas, a maioria das perguntas vai sendo gerada à medida que a entrevista vai decorrendo, permitindo quer ao entrevistador, quer à pessoa entrevistada a flexibilidade para aprofundar ou confirmar as colocações, se necessário.

No caso desta investigação, tanto nas entrevistas on-line quanto presenciais, os sujeitos foram indagados com base em um roteiro que abordava os seguintes pontos: as causas da violência contra o decente; manifestações de violência contra o professor que já tiveram contato; atitudes de enfrentamento para com essa violência e o papel do sindicato dos professores no combate a esse tipo de violência. O objetivo foi que os resultados permitissem aprofundar as informações sobre as crenças, atitudes e percepções do grupo em relação ao objeto focalizado.

Primeiramente, realizaram-se as entrevistas on-line. Utilizando-se essa ferramenta, assim como na segunda fase desta etapa, tais entrevistas foram desenvolvidas por meio de chamada de vídeo no aplicativo WhatsApp. O áudio foi gravado e posteriormente transcrito. Destaca-se mais uma vez que a tentativa de abrangência de toda a região Nordeste e a dificuldade de acesso a todos os sujeitos in loco justificaram a utilização de meios on-line para a coleta de dados.

Cabe enfatizar que o avanço das tecnologias da informação e comunicação tem permitido os pesquisadores inovarem metodologicamente e desenvolverem pesquisas por novos meios. Na maioria das vezes, os investigadores utilizam técnicas e métodos de pesquisa tradicionais no ambiente virtual, como o caso desta pesquisa, as entrevistas semiestruturadas foram realizadas por meio de uma chamada em que pesquisador e entrevistado conversavam em tempo real através de um smartphone.

Os mundos, online e off-line, não são necessariamente realidades separadas – mundo real versus mundo virtual – mas podem ser considerados um continuum da mesma realidade. De tal forma, o pesquisador deve desenvolver técnicas que o permita analisar esse continuum. Nesse sentido, é interessante notar que, dentre as comunidades ou os grupos que um pesquisador viria a estudar, pode-se destacar os puramente virtuais, ou seja, que são socialmente criadas no ambiente virtual; as que são construídas tanto online quanto off-line; e as que são construídas puramente off-line, ou seja, no ambiente físico (NOVELI, 2010, p.109).

Após a realização das entrevistas on-line, em um segundo momento, um mês depois das primeiras, a pesquisadora realizou outras 06 (seis) entrevistas presenciais com dirigentes da direção dos sindicatos de três estados nordestinos, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Essas entrevistas seguiram o mesmo roteiro semiestruturado das primeiras e consideraram esses estados devido à localização geográfica e pronta adesão dos participantes à investigação em questão. Para agendá-las, a pesquisadora entrou em contato com os sindicatos via telefone e explicou brevemente os objetivos da pesquisa. As entrevistas presenciais foram gravadas em áudio, duraram em torno de uma hora e foram posteriormente transcritas.

As informações coletadas seguiram na mesma direção das entrevistas já realizadas por meio virtual, os docentes se colocaram principalmente em relação a violência sofrida pelos professores, seus modos e origens, e o papel do sindicato em que atuavam. De maneira geral, as entrevistas não tiveram dissonâncias, porém a aproximação direta permitiu que os sujeitos se colocassem mais à vontade sobre questões políticas e governamentais das localidades que eles atuavam, além de situarem mais especificamente a violência contra os docentes e a violência social enfrentada nos estados em que residiam.

Breve caracterização dos entrevistados

Além do mesmo grupo de dezoito professores que participaram da fase anterior da segunda etapa da pesquisa, colaboraram neste momento outros seis membros de sindicatos que não faziam parte do grupo inicial e que também não responderam ao TALP: dois diretores do SIMPERE e do SINTE-PE em Pernambuco; dois diretores do SINTEPPB da Paraíba e dois presidentes da direção do sindicato SINTE/RN em Natal-RN. Os dezoito professores que participaram das entrevistas por meio digital já estão caracterizados na etapa anterior da pesquisa. O grupo das entrevistas presenciais foi constituído de cinco professores e uma professora. Eram formados nos cursos de licenciatura em Física, Matemática, Educação Física e Pedagogia, todos pós-graduados em educação. Os docentes estavam na faixa etária de 40 a 65 anos, com tempo de serviço variando entre 20 e 35 anos de profissão. Nos sindicatos em questão, o tempo de vinculação variou de 3 a 15 anos. Para identificar os sujeitos no texto, utilizou-se a mesma descrição da primeira fase, porém com o número de protocolo correspondente ao número dos sujeitos participantes (1 a 24).