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PARTE 2: ANALISE DOS REGISTROS GRÁFICOS

5.3 Desenhos dos alunos na primeira aula

Os desenhos produzidos pelos alunos se configuram como uma das atividades presente na SEI, que busca sistematizar de forma individual o conhecimento dos alunos. Para Carvalho (2013) a etapa de escrever e desenhar em uma SEI ocorre após os alunos terem resolvido juntos o problema proposto pelo professor. Assim, o professor deve, nesse momento, pedir para que escrevam e desenhem sobre o que aprenderam na aula.

Figura 2 Desenho do estudante (E12) referente a primeira aula

Figura 4 Desenho do estudante (E9) referente a primeira aula

Figura 5 Desenho do estudante (E19) referente a primeira aula

Na figura 2 podemos perceber que o estudante ao realizar a observação sobre as plantas escolhidas por ele, ressalta através dos desenhos a disposição das nervuras das folhas. Na folha da planta conhecida como espada de são Jorge o estudante desenha a nervura na posição vertical e uma única nervura que é característica dessa planta. Na classificação biológica dos tipos de folha quanto a sua nervura, a espada de são Jorge é classificada como uninervada pelo fato de possuírem uma nervura principal, como destacado pelo estudante. É importante destacar que apenas um estudante questiona “tio, o que são esses tracinhos nas folhas(E22)”? buscando se referir as nervuras. Contudo, de acordo com os desenhos, percebemos que mais de um estudante percebe a existência dessa estrutura, porém não ressaltam no momento da sistematização do conhecimento de forma coletiva.

Sendo assim, desenhar é uma importante atividade que deve estar presente em uma SEI, pois possibilita aos alunos ilustrarem suas percepções sobre o objeto de estudo, sendo está uma atividade complementar proposta pelo professor. Entre os desenhos produzidos pelos alunos, apenas na figura 3, podemos identificar que o estudante faz uma observação minuciosa da folha

da planta espada de São Jorge, diferente dos outros registros o estudante destaca em linhas horizontais uma variação presente nesse tipo de planta que formam estrias nas folhas (LORENZI, MELLO FILHO, 2001).

Ainda em relação as folhas, os desenhos mostram tanto nas figuras 2, 3 ,4 e 5 que os alunos compreendem as diferenças existentes entre as folhas seja através da disposição das nervuras até o formato, como é o caso da folha da goiabeira presente na figura 4, uma folha com aspecto mais elíptico, por isso classificada como ablongo elíptico. Assim, os alunos ressaltam características das plantas em seus desenhos que são cientificamente aceitáveis. A folha da mangueira presente na figura 2 faz referência a um tipo de folha conhecida como lanceolada, uma característica observada em folhas que se aproximam do formato de uma lança. Em relação as raízes nas figuras 2, 3 e 4 os alunos destacam um aspecto importante da raiz da planta espada de são Jorge, é possível verificar através dos desenhos que os mesmos destacam da raiz central outras estruturas que emergem da estrutura central que seria um caule do tipo rizoma e a parti dele brotam raízes. Os demais desenhos, como no caso da figura 5 para representar a raiz da mangueira o estudante (E19) mostra que através da raiz central denominada de pivotante emergem as raízes secundarias situadas lateralmente.

Buscamos ressaltar uma importante observação do estudante (E19), o caule da bananeira destacado pelo mesmo além de possui um formato que não é observado nas demais imagens, é o único desenho que situa o caule abaixo do solo. O estudante apresenta características do caule tipo rizoma, responsável pelo nascimento de outra bananeira. Sendo assim, é possível verificar que o estudante consegue por meio do desenho demonstrar sua compreensão sobre estruturas especificas das plantas observadas, alcançando o objetivo desta aula. Desta forma, além do desenho representar o que o estudante aprendeu durante a aula se configura como uma importante atividade onde conseguem expressar seu aprendizado por diferentes meios e não apenas pela oralização.

Para Carvalho et al (2009, p.9) nessa etapa da SEI é importante “que as crianças se expressem, conseguindo demonstrar de maneira clara, aquilo que compreenderam e/ou consideram importante durante atividade”. Assim, os desenhos dos alunos referentes a estrutura das plantas demonstram não apenas uma reprodução do que está sendo observado, mais um conjunto de características selecionadas por eles para demonstrar as estruturas das plantas.

Nesse estudo destacamos a importância de trabalharmos com plantas reais, para que os alunos possam ampliar seus conhecimentos sobre a diversidade de estrutura que as plantas possuem. Ramos e Silva (2013, p. 63) contribuem com esse contexto ao destacar que não é incomum encontrarmos problemas na compreensão dos alunos mediante a utilização de

ilustrações representacionais que compõe muito dos livros didáticos. Pois, geralmente “não são abordadas questões relacionadas com a diversidade morfológica das estruturas e nem das espécies”. Desta forma, quando não for por possível a utilização de plantas reais o professor pode fazer uso de recursos alternativos, como fotografias de plantas que fazem parte do cotidiano do estudante (RAMOS e SILVA, 2013).

As estruturas das plantas desenhadas pelos alunos converge com a categorização proposta por Samarapungavan, Mantzicopoulos e Patrick (2008), onde na subcategoria

estrutura e função os alunos devem desenvolver habilidades que contribuam para a

compreensão das especificidades estruturais que as plantas e animais possuem, assim como suas características que ajudam a se adaptaram ao meio ambiente.

Desta forma, solicitar aos alunos que desenhem o que estão observando pode aguçar a capacidade de perceberem características das plantas que são fundamentais para a sobrevivência de todas as formas de vida. Assim como Samarapungavan, Mantzicopoulos e Patrick (2008) os autores Howit, Lewis e Upson (2011) destacam que os desenhos são um meio pelo qual as crianças podem demonstrar a construção do conhecimento científico.