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2. A REGIÃO DO CODEMAU E SUA SUINOCULTURA

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA CADEIA SUINÍCOLA

Quando falamos em sustentabilidade, percebe-se que a sociedade tem estado preocupada com este fato, devido o mesmo ser um dos assuntos mais comentados e mais discutidos atualmente. Esta discussão se fixa em relação à preocupação que tal sociedade tem com relação ao seu estado futuro de qualidade de vida das novas gerações.

Sabendo das condições que são referenciadas, esta preocupação tem apresentado diversos projetos, ações e debates sobre o assunto. Entende-se e, ao mesmo tempo, percebe-se que a sociedade está preocupada com a sua própria sustentabilidade. A sustentabilidade é buscada através de uma reeducação das pessoas. Até agora o que se percebia era apenas um simples cuidado com o uso dos recursos naturais, mas nada que pudesse ser considerado como controlado ou específico.

“Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades” (CABRERA, 2009, p.97). A sustentabilidade deve ser praticada e apresentada seguidamente à sociedade. Esta tem, e ao mesmo tempo, precisa saber e entender que se não economizar, preservar, utilizar e cuidar dos atuais recursos que possui certamente problemas drásticos irão ocorrer.

Em termos mais práticos, pode-se também argumentar que a sustentabilidade é algo complexo e difícil de alcançar. Por mais que a mesma esteja seguidamente em pauta, o que se percebe é uma necessidade de educação econômica, social e ambiental a ser vivenciada pelas pessoas. Estas precisam ter a ciência e a certeza de que precisam mudar. Para Merico (2002,

p.99) “desenvolvimento sustentável significaria, portanto, discutir a permanência ou durabilidade da estrutura de funcionamento de todo o processo produtivo”.

Um fator primordial para se alcançar a sustentabilidade é renovar o pensamento de consumo e de desenvolvimento da sociedade. E, para que isto aconteça, deve haver um novo conceito e um novo pensamento de evolução econômica e social. A educação deve ser voltada mais à preservação do que ao uso descontrolado, mais voltado ao reaproveitamento do que ao simples consumo e deve atribuir valor à correta utilização dos recursos para se evitar a grandes problemas socioeconômicos e ambientais. Enfim, tudo deve mudar e, para que isto comece a acontecer, a primeira iniciativa que se visualiza está por conta das próprias pessoas e do interesse que estas possam ter em querer mudar.

Há a necessidade de um novo sistema de trabalho através do desenvolvimento de novos materiais que não venham a agredir tanto o meio ambiente como os atuais fazem. Também é necessária a criação e o desenvolvimento de um novo pensamento social, pensamento este que possa ser muito mais voltado ao equilíbrio socioeconômico e à criação de um novo sistema de sustentabilidade e de qualidade de vida.

Isto implica a criação de novos métodos, onde estes podem trazer diretamente um aprendizado mais específico sobre a sustentabilidade. Para que isto aconteça, é necessário criar uma metodologia voltada à facilidade de se obter o conhecimento, onde este se traduza principalmente por uma educação facilitada e atrativa de se praticar.

O que mais se busca no momento atual é o entendimento sobre sustentabilidade. As organizações, indiferentemente do seu foco comercial ou empresarial devem criar políticas sustentáveis que possam vir a trabalhar o reaproveitamento, visando fazer com que haja o respeito no modo de trabalhar o consumo.

Entende-se que a sociedade atual tem um forte marco como desenvolvimento econômico e, para isto, a mesma tem feito todo o possível para se modernizar e alcançar evolução tecnológica. Mas, percebe-se que este tipo de ação tem feito com que a mesma se torne consumista e potencialmente agressora social e do meio ambiente.

A preservação ambiental não é vista como primordial e, a consequência disto, são os diversos problemas ambientais ocorridos, devido ao uso descontrolado de combustíveis fósseis e da emissão de gases poluentes junto à atmosfera. Souza (1997, p.21) diz que: “o desenvolvimento econômico se dá [...] pela transformação de uma economia arcaica em uma economia moderna, eficiente”. Isto se reflete diretamente no modo como são trabalhados os comportamentos, as atitudes e o sistema de relação entre sociedade econômica e sociedade ambiental.

Para discutir esta questão, é interessante que se conheça a vocação pela construção regional quanto ao trabalho organizacional, envolvendo o modo de exploração da atividade pecuária e, no caso mais específico deste estudo, da própria suinocultura. Neste tipo de pensamento, entende-se que o atual comportamento do produtor rural em certos locais de trabalho é influenciado por uma visão consumista, onde é estabelecida a regra de que, quanto mais se quer, mais se explora e mais se obtém. Este é o sistema atual e desenfreado de consumo, que resume o modo como a sociedade atual pensa e se comporta, sendo totalmente adverso ao que determina o sistema de estudo e de trabalho voltado à sustentabilidade. Portanto, quando se fala em sustentabilidade e desenvolvimento, esta tem a sua direta relação com certos aspectos de entendimento e de interpretação, onde estes são citados através do lado econômico, do lado ecológico e do lado social.

Neste sentido, pode-se dizer que ambos os casos tendem a ser trabalhados de maneira coletiva e correlativa, já que os mesmos devem interagir de maneira a poder criar um novo pensamento quanto ao comportamento, à atitude e à relação entre as pessoas, sejam estas físicas ou jurídicas. Para Nottar (2004, p.41) “se não melhorar as condições de vida e de bem- estar das pessoas de maneira duradoura sem dilapidar os recursos naturais, tem-se somente crescimento econômico e não desenvolvimento”.

Quando se argumenta sobre a sustentabilidade a sua relação com as pessoas, pode-se dizer que a mesma visa fazer com que estes venham a tomar uma consciência ecológica e socialmente responsável no uso dos recursos que lhes são dispostos pela natureza.

Assim, ser sustentável requer muito mais do que apenas saber utilizar os recursos, requer ter o pensamento voltado à preservação e à conservação dos recursos que são utilizados no momento em certa abundância, recursos estes do âmbito social, cultural, econômico e ambiental. Isso nos permite dizer que a sustentabilidade tem direta relação com o que se produz e com o que se desenvolve. Vive-se em uma situação e uma condição de saber utilizar os recursos que possui, relacionando principalmente a sua aplicação e os resultados que estes podem trazer. Com isso, pode-se então criar certas características em âmbito estratégico, onde as mesmas se relacionam às seguintes citações:

a) Ser ecologicamente correto; b) Ser economicamente viável; c) Ser socialmente justo;

Cada qual destas características tem a sua importância no desenvolvimento de uma organização, considerando que esta organização pode ser um grupo de pessoas, uma família, uma empresa ou até mesmo uma cidade, região ou Estado.

Quando se comenta sobre a questão do que é ‘ecologicamente correto’, permite-se o entendimento de que a sociedade precisa de um novo tipo de sistema de conservação ambiental, ou seja, ela precisa saber utilizar os materiais disponíveis e aplicados às mais diversas áreas da indústria, do comércio e da prestação de serviços, visando não agredir o meio ambiente.

Por isso, muito se argumenta sobre a conservação ambiental e sobre o modo de utilizar as fontes naturais energéticas. Sabe-se que o meio ambiente tem muito a dar quanto à criação de energias renováveis, devido principalmente à riqueza do ecossistema e à excelente produção natural de recursos. Para isto, ser ‘ecologicamente correto’ é saber não prejudicar o meio ambiente através da disposição de recursos que este dá à sociedade. “O aumento da eficiência no uso de um recurso não-renovável é, neste sentido, apenas uma medida transitória (um exemplo é o aumento da eficiência energética na produção, produzindo mais PIB/PNB com menos unidades de energia)” (MERICO, 2002, p.103).

Sobre esta ordem, ser economicamente viável condiz com o sistema aplicado no consumo dos recursos disponíveis. Para se trabalhar com recursos naturais, primeiramente torna-se necessário saber como utilizar este recurso. Tal situação compensa diretamente a criação de sistemas de exploração, de manuseio e de utilização dos recursos naturais disponíveis. Claro que também deve ser levado em conta que ser economicamente viável é permitir que a atividade dê retorno de ganho aos seus investidores.

Através de um trabalho focado e bem desenvolvido, deve-se buscar ganho atrativo para quem aplicar recursos monetários, mas com a certeza de que o trabalho desenvolvido seja voltado à preservação ambiental. “Do ponto de vista econômico, por exemplo, uma das condições mais evidentes, relacionada a um desenvolvimento econômico sustentável, é a manutenção ou aumento do capital natural, o que permitiria que ele continuasse desempenhando sua função de complementaridade” (MERICO, 2002, p.101).

A nossa civilização enfrenta um forte desafio: compatibilizar os processos econômicos e sociais com os limites biofísicos dos ecossistemas e da própria biosfera. Em outras palavras, devemos harmonizar-nos com a natureza, já que não podemos alterar as leis gerais do universo. Esta é atarefa prioritária do século XXI. Os estoques de água, de solo, de biodiversidade, bem como os serviços ambientais que a natureza nos proporciona, tal como a absorção de resíduos, a regulação climática, vem declinando progressivamente. Cabe-

nos gerar emprego e renda, mantendo a capacidade produtiva da natureza (MERICO, 2002, p.111).

Todas as regiões, indiferentemente do espaço de ocupação, precisam, necessitam e exigem que seja tomada consciência sobre os riscos que estão sendo gerados pela sociedade em decorrência do seu atual comportamento e, quando se argumenta sobre ser socialmente justo, deve ser levado em conta o fato de que o consumo deve ser praticado de tal maneira que haja um correto consumo e o mínimo possível de desperdício.

3. A CADEIA SUINÍCOLA GERA CONDIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO