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3. METODOLOGIA

3.1 Desenvolvimento de Produto – Método Ulrich & Eppinger

3.1.3 Design de subsistemas

Esta fase foi dedicada a melhorar a maturidade dos leiautes avaliados e ajustar os recursos selecionados pela matriz morfológica. Foram realizadas melhorias nos modelos CATIA V5, bem como considerações ergonômicas em termos de plataforma de produtos e avaliações através do DELMIA, uma ferramenta de trabalho disponível no software CATIA responsável

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pela análise ergonômica. Para imagens de renderizadas utilizou-se o VRED, software desenvolvido pela Autodesk.

Os resultados desta etapa serão apresentados em termos de revisão do produto, mostrando o uso do conceito em um dia do motorista, explicando sobre as especificações consideradas sobre o produto.

3.1.3.1 Arquitetura de Produto

Considerações na modularidade do produto foram tomadas para padronizar peças e reutilizar soluções já fornecidas pela Volvo. O objetivo é usar os componentes ou soluções já existentes no maior número de produtos possível. Isso permite que a empresa fabrique ou compre maior volume, ganhando em termos de escala econômica. Como procedimento, algumas soluções e o acesso às elas foram tomados como prioridade, as demais foram dispostas em detrimento das prioridades.

3.1.3.2 Aperfeiçoamento de Design

Aparência (forma, linhas e proporção) e utilidade (interfaces e usabilidade humanas) das funções e soluções consideradas é o foco. Esta fase, através de modelagem em software, proporciona um ambiente mais realista a itens virtuais.

Para melhorar a visualização do conceito final, os modelos foram renderizados, usando o software VRED, para dar uma visão realista do interior da cabine e seu uso.

3.1.3.3 Teste de Conceito

Avaliações no software DELMIA sobre as posições do motorista e posturas foram realizadas para um refinamento dos conceitos. Os perfis antropométricos com base nos clientes foram escolhidos para avaliar o desempenho do conceito em termos de ergonomia (acessos, posturas, folgas, etc.). Como forma de ilustração, geraram-se imagens dos espaços disponíveis para motoristas.

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4. RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados de cada procedimento descrito na metodologia. Os resultados seguirão as etapas de metodologia descritas por Ulrich e Eppinger adotadas: planejamento do projeto, desenvolvimento de conceitos e design de subsistemas.

4.1 Planejamento do Projeto

Além do apresentado na Revisão Literária (Seção 2), os resultados a seguir referem-se à etapa de planejamento do projeto.

4.1.1 Avaliação de Tecnologias

Indústrias que fornecem soluções e necessidades semelhantes as que os motoristas enfrentam ao viajar em um caminhão foram analisadas. Isso foi feito para identificar quais são as opções disponíveis no mercado para clientes que ficam longe de casa por dias. As indústrias que tem relação com a aplicação e que foram selecionadas são:

Motorhomes: em geral, motorhomes tentam transmitir o sentimento semelhante ao de uma casa, alocado em um espaço menor. Usando os mesmos materiais e formas de mobiliário doméstico, estão focados em fornecer soluções para aqueles que querem aproveitar a viagem sem comprometer-se com o tempo. A classe C de motorhomes (Figura 24 e 25) é a menor do mercado e foi utilizada para essa analise (Kirkpatrick, 2012).

Figura 24: Mercedes Sprinter Roadtrek CS (Carlson, 2015) – Adaptado.

Como suporte a viagens fornece ar-condicionado, micro-ondas, fogão a gás, cozinha com pia, banheiro, geladeira, vaso sanitário (descarga seca ou molhada), bancos, sofá-cama, televisão e armários similares a soluções residenciais.

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Figura 25: Mercedes Sprinter Roadtrek Adventurous CS (Carlson, 2015)

Pequenos apartamentos: em bairros restritos e de alto valor, pequenos apartamentos são a tendência de moradia (Porterfield, 2013). Mesmo com a limitação dimensional, soluções específicas permitem que esses apartamentos tenham o mesmo conforto que casas comuns. Notou-se que os produtos desenvolvidos apresentam como característica a necessidade de montar/desmontar e que cada item possui mais de uma função.

Figura 26 – Cozinha montável “Kenchikukagu”– Atelier OPA (Designtaxi, 2016)

Esse tipo de solução demanda esforço e comprometimento do usuário, que toda a vez que necessitar utilizar uma função precisa ajustar e manusear o móvel.

Indústria Náutica: Para os viajantes que utilizam pequenos veleiros, as empresas oferecem soluções bastante parecidas com as de “motorhomes” (Wifi onboard, 2016). Utilizando basicamente madeira, o objetivo é garantir conforto e resistência à umidade (Dufour- yachts.com, 2016). Disponibiliza para seus compradores banheiro, pias, fogão, micro-ondas, camas, sofás, mesas, frigoríficos, etc., sendo todo o mobiliário a prova de água.

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Figura 27: Interior de um veleiro (Wordpress, 2016)

Todas as indústrias em suas respectivas áreas convergem para o mesmo tipo de solução, com base em móveis de madeira, recursos dobráveis ou montáveis, sem aplicar inovação na fabricação. Optam por soluções técnicas simples caracterizadas por banheiros compostos, pias rígidas e fogões a gás.

4.1.2 Requisitos de Projeto

Como primeira fronteira de projeto, a coordenação do projeto na Volvo forneceu uma lista de requisitos e critérios de projeto a serem contemplados e com a função de restringir o escopo. Foram fornecidos critérios relacionados à interação entre o motorista e o meio ambiente (ergonomia, uso, visibilidade, etc.), para alcançar uma área de vivência fisicamente segura. Estas instruções seguem as diretrizes da empresa, baseado em desenvolvimentos recentes no modelo Volvo FH. A Tabela 4 apresenta os requisitos divididos em áreas relacionadas. Vale destacar que os valores descritos como "genéricos" são medidas sem um alvo fornecido.

Tabela 4 – Requisitos ergonômicos Volvo.

Área de descanso Valor / Meta

Dimensões da cama 2000 x 900 mm

Objetos que saiam da parede com aresta de raio de Mínimo 7 mm 0-230 mm acima da cama

Altura da cama com ajuste do beliche na posição inferior. Min 550 mm

Largura do colchão Min 700 mm

Cama rebatível em algumas configurações. Genérico

Armários

Armário da parede traseira

Profundidade Min. 190 mm Abertura min 65.5 mm no eixo x.

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Forças aplicadas no bagageiro do painel. 300 Newton

Acesso a funções embaixo da cama por puxadores Min 80 mm largura. Max 50 mm na borda da frente da geladeira.

Deve ser possível puxar sem se machucar Genérico

Boa capacidade de armazenamento >1000 litros

Área de movimentação

Propor área de movimentação dentro da cabine. Genérico Nada deve estar protuberante a área de movimentação que possa atingir o

motorista. Genérico

Nada deve estar protuberante ao banco do motorista que possa atingir o

motorista Genérico

Uso & Visibilidade

Contraste entre áreas escuras e claras devem ser

suaves Genérico

Visibilidade – ângulos alvo “a-pillar” Ângulos devem permanecer os mesmos

Visibilidade – visibilidade superior Ângulos devem permanecer os

mesmos Controle de temperatura deve ser visível da cama Genérico Descanso de costas do banco deve ser facilmente rebatível e visível ao

motorista Ângulos de ajuste

Controles devem ser alcançáveis e vistos em toda área de vivência por toda

a população (F05 até M99). Genérico

Tamanho e design dos controles devem ser de fácil operação. Genérico A força de operação dos mecanismos deve ser a mesma do veículo atual Genérico Em mecanismos elétricos, a força de atuação deve ser maior e mais rápida

do que o veículo atual, podendo ser usadas quando veículo desligado. Genérico

Requisitos gerais em termos de áreas dentro do caminhão ou características que devem ser mantidas também foram pontuados. Devido à limitação do projeto ou restrições de engenharia itens como a forma dos assentos, painel de instrumentos, bagageiro com acesso externo-lateral à cabine devem ser mantidas e não assumidas no escopo do projeto. Referências antropométricas devem ser utilizadas para avaliações ergonômicas. A Tabela 5 apresenta os critérios gerais de projeto.

Tabela 5 – Requisito geral Volve.

Geral Valor

Manter design atual do painel Genérico

Dimensão da cabine. FH XHSL Cab. + 300 mm no

comprimento. Manter as mesmas funções no armário frontal acima da cabeça. Genérico Ter armários com acesso lateral, no exterior da cabine. Genérico

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Micro-onda deve estar no painel frontal, acima da cabeça. Genérico

Os requisitos acima apresentados foram discutidos e revisados para se adequarem ao escopo do projeto, se mostrando úteis para identificar e definir as áreas de oportunidade, baseando a ideação nos passos já realizados: avaliação tecnológica, novos meios produtivos e análise dos concorrentes. Utilizou-se também a atual série FH como base para propostas.

Necessidades que os motoristas apresentam comumente foram repassadas pela Volvo, elucidando a respeito de atividades comuns que os condutores fazem orientando a pesquisa do projeto. O conjunto de necessidades foi dividido em tópicos principais que explicam o uso da sala de vivência:

- Conforto: O interior do caminhão deve proporcionar um ambiente confortável para relaxar, dormir e descansar, que permite ao motorista o ajuste de posições, com privacidade na cabine.

- Espaço interno: O condutor deve mover-se facilmente na cabine, ter espaço para trabalhos de escritório, capacidade de mover-se em pé pela cabine, realizar atividades de relaxamento e ações cotidianas.

- Comer e beber: Suportes para copos e pratos, ferramentas que auxiliem no preparo de alimentos, lugar para armazenamento de comidas e bebidas deve ser disponibilizado aos motoristas.

- Manter a higiene: Manter a higiene diária (pessoal e da cabine), espaço para lixo, ferramentas de limpeza são necessidades.

- Divertimento e socialização: Interagir com pessoas, praticar hobbies e atividades de relaxamento deve ser contemplado em um espaço que divida trabalho e diversão. - Organização: Garantir espaços para que o motorista guarde material de trabalho,

elementos eletrônicos, itens pessoais e materiais de alto valor.

Assim como os requisitos, as necessidades foram discutidas e revisadas, incorporando estudos realizados posteriores a essa etapa.

4.2 Desenvolvimento do Conceito

Os resultados do desenvolvimento dos conceitos são explicados, seguindo o processo descrito na metodologia.

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