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Geração de Conceitos de Produto

3. METODOLOGIA

3.1 Desenvolvimento de Produto – Método Ulrich & Eppinger

3.1.1 Planejamento do Projeto

3.1.2.3 Geração de Conceitos de Produto

Como metodologia para orientar a geração de conceitos, uma abordagem de cinco passos foi selecionada conforme descrito por Ulrich e Eppinger (2012). Devido o escopo do projeto, apenas as três primeiras etapas foram selecionadas, conforme apresentado abaixo na Figura 17.

Figura 17: Os três primeiros passos para a geração de conceitos (Ulrich & Eppinger, 2012) – Adaptado.

A abordagem de três passos segmenta problemas complexos em subproblemas. Assim soluções conceituais são propostas para os subproblemas, por fontes internas e externas (Ulrich & Eppinger, 2012).

Para entender a funcionalidade da área de vivência e identificar as funções internas da cabine, uma árvore de função foi feita. Este método permite aos designers decompor o problema. A árvore de função é o primeiro passo na fase de geração de conceitos, destacando a função

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primária do produto. Este método (como mostrado na Figura 18) representa graficamente as soluções inteiras (Summers, 2016). Existem dois tipos de nós utilizados: funções (o que precisa ser feito) e meio (como alcançar as necessidades).

Figura 18: Exemplo de Árvore de função-meio (Summers, 2016)

Depois de analisar a árvore de funções, surgiram dois tipos diferentes de demandas. Uma sobre a ergonomia do ambiente (leiaute) e outro as funções necessárias para suportar atividades dentro da cabine (recursos). Dado isso, optou-se por dividir a geração de conceitos em dois ciclos de desenvolvimento: geração de leiaute e geração de recursos, conforme apresentado no passo um (Figura 15). O esclarecimento do problema, conforme descrito no modelo Ulrich e Eppinger (2012), ajuda a excluir conceitos e ideias que negligenciam aspectos importantes como segurança, ergonomia, viabilidade dos produtos e preferências dos clientes.

Outro método que incentiva dividir a geração do conceito em leiautes e funcionalidades/recursos é o modelo V (Figura 19). Durante a integração do sistema em seus respectivos níveis, este modelo permite que os testes possam ser realizados, confrontando as restrições e os requisitos com o produto / interface testada (Fogaça Truyts, Alves Simão de Lima, Motta, Tomassoni Coelho, & Franco, 2013).

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Tendo decidido sobre a divisão da geração e considerando a bibliografia, explica-se sobre os seguintes níveis de desenvolvimento.

- Geração de leiaute: Nesta fase, as possibilidades de criar um novo ambiente dentro da cabine foram avaliadas, respeitando os requisitos Volvo. Dizem respeito aos aspectos ergonômicos, como espaços, área de locomoção em pé, acessos, ou seja, requisitos usufruídos pelos motoristas mas não diretamente percebidos por eles. Como entrega, esta fase apresentou conceitos para algumas áreas principais, definidas:

o Espaço para bagageiro ou opcional: espaços na área de vivência dedicados a armazenamento ou para implementação de novos opcionais.

o Área de descanso: espaço dedicado a motoristas e co-motoristas dormirem. o Bancos: como podem interagir com o novo leiaute.

Os fatores levados em consideração no processo de conceituação e geração de ideias foram: ideias factíveis, a complexidade e as preferências dos clientes em relação a um ambiente ergonômico.

Para auxiliar a geração de ideias e conceitos a Volvo forneceu uma maquete de madeira (Figura 20) da cabine com as dimensões reais do produto que foram descritas na lista de requisitos. Utilizando folhas de isopor, replicaram-se as dimensões exatas dos bagageiros e o tamanho da cama presente no caminhão FH atual. As principais características dentro da cabine foram mantidas, o que criou novas possibilidades de posicionamento e redesenho.

Depois de analisar a lista de requisitos, critérios dimensionais e de design declarados pela empresa, um desenho para a área de vivência foi feito e é apresentado na Figura 21. Mostra a área disponível para atualização e alteração.

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Figura 21: Área de oportunidade identificada.

Para gerar leiautes, realizou-se uma sessão de brainstorming, criando novas posições para as funções descritas. A sessão foi realizada dentro da maquete, fazendo uso de assentos de caminhões e caixas de isopor dimensionadas. A motivação foi em perceber a sensação de espaço e avaliar fisicamente posturas e a mobilidade dentro da cabine. Para documentar e apresentar os conceitos, foram tiradas fotos e os modelos CAD feitos com o CATIA V5. As partes interessadas do Time de Ergonomia da Volvo, Engenharia de Cabines, Planejamento de Produto e Pesquisa e Engenharia Avançada foram convidadas a visualizar os conceitos montados na maquete.

A próxima fase do ciclo de desenvolvimento é selecionar soluções, recursos e formas para as funções planejadas nos espaços dedicados:

- Geração de funções: Depois de definir o leiaute, as funções e suas características geométricas foram desenvolvidas para os espaços específicos determinados no passo anterior. As soluções/funcionalidades definidas são diretamente percebidas pelos motoristas. Para ilustrar, vamos usar um frigorífico como exemplo. O cliente percebe o uso do recurso quando ele quer água fresca, avaliando o tamanho e o poder de refrigeração.

Com base na árvore de função criada para o uso da área de vivência, criou-se uma matriz morfológica, paralelamente a geração de leiaute. A matriz morfológica apresenta soluções para as subfunções identificadas na árvore de função. Todas as soluções disponíveis no mercado devem ser consideradas ao resolver o problema (Fargnoli, Rovida & Troisi, 2006).

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Figura 22 – Exemplo de matriz morfológica (Fargnoli, Rovida & Troisi, 2006) – Adaptado.

Entretanto algumas soluções propostas foram excluídas devido à falta de segurança, ergonomia, viabilidade fabril e conforto. As funções/opcionais selecionadas foram modeladas em software 3D e adicionadas nos leiautes selecionados para avaliação. Com a intenção de aumentar o número de ideias na geração de conceitos, fez-se uma avaliação comparativa entre os caminhões de longa distância disponíveis no mercado. Uma vez que o projeto aborda um cenário futuro, um benchmarking entre os caminhões futuros/ conceitos apresentados oficialmente pelos fabricantes foi conduzido. O foco se deu nas soluções que as empresas oferecem aos clientes em suas atividades e necessidades dentro da cabine, identificando propostas comuns a todos os veículos. A visita física em modelos de caminhões da fabricante Volvo e dos concorrentes foi relevante para conhecer os dados técnicos dos caminhões que competem no mesmo mercado.

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