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2 CENTROS HISTÓRICOS – Aspectos teórico-conceituais

3.4 Detalhamento da Pesquisa Multimétodos

A pesquisa obedeceu às seguintes etapas:

Levantamento da memória dos projetos e da construção das Habitações Multifamiliares, através da análise das plantas originais, fotos, documentos do período da restauração das edificações. O conhecimento da memória dos espaços pesquisados é importante, pois favorece a maior contextualização das habitações na pesquisa;

Observação (walk-throught) das estruturas funcionais e físicas, a fim de identificar as atividades desenvolvidas nos cômodos de cada apartamento, identificando se o uso definido pelo projeto é equivalente ao uso real de cada cômodo. A análise técnica, realizada pela pesquisadora, terá como base essas observações;

Entrevistas com pessoas-chave: técnicos do Subprograma de Promoção Social e Habitação (Apêndice 05); arquitetas responsáveis pelos projetos de restauração dos edifícios (Apêndice 03 e 04) e alguns moradores de cada

edificação, como por exemplo, o síndico ou responsável direto pela edificação e os moradores mais antigos (modelo no Apêndice 02).

As entrevistas requerem habilidade e conhecimento prévio pelo entrevistador, tendo sido necessária a realização de algumas entrevistas-piloto, que possibilitaram os devidos ajustes e desenvolvimento do nível de cuidado intelectual e técnico. Essas entrevistas-piloto foram feitas a uma moradora (funcionária do Prodetur-MA) e a um técnico, o eng. Alcindo Costa, que acompanha desde o Subprograma de Promoção Social e Habitação.

Questionários aplicados junto aos funcionários-moradores selecionados, realizados com os moradores-responsáveis de cada unidade habitacional das Habitações Multifamiliares, a fim de caracterizar o perfil dos moradores entrevistados e suas preferências em relação às vantagens e desvantagens de morar no Centro Histórico, (modelo no Apêndice 01). O que perfez um total de 26 entrevistas referentes a 72,72% do universo de 33 unidades habitacionais.

É importante ressaltar que o questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas (PREISER, 1996, p. 88). Ele pode conter perguntas fechadas – com alternativas à escolha do indivíduo, abertas ou ambas, sendo as primeiras, mais fáceis de serem introduzidas, interpretadas e sistematizadas.

Os questionários foram ora aplicados pela pesquisadora, ora pela estagiária do Prodetur-MA, mas sempre com a presença da pesquisadora. Os horários

escolhidos para a aplicação foram: das 9h às 12h, tendo em vista que os moradores são funcionários públicos e trabalham, em geral, no período da tarde. A realização desta etapa ocorreu durante toda a semana a fim de possibilitar, uma visão da utilização diária da unidade habitacional (durante a semana ou no final de semana). A aplicação do instrumento durou aproximadamente 30 minutos.

Conta com perguntas abertas e fechadas, que se distribuem por 7 questões que pela ordem abordam, o perfil do usuário (naturalidade, sexo, idade, nível de escolaridade, estado civil, número de filhos e renda familiar). Existem ainda questões sobre o tempo de moradia, atividades desenvolvidas na moradia.

Em seguida, 9 questões referentes à moradia anterior (localização, aquisição do imóvel, estado de conservação, número de pessoas que viviam no imóvel, serviços básico – luz, água e telefone, tipo de calçamento da rua, distância do serviço, segurança e vigilância); 4 questões sobre a moradia atual (opção por morar no Centro Histórico, distância do serviço, segurança e vigilância) e ainda mais 6 questões referentes à satisfação em relação ao Subprograma de Promoção Social e Habitação e de estarem morando no Centro Histórico (critério seletivo dos apartamentos, estrutura física do imóvel, opções da lazer no Centro Histórico, perspectivas futuras e se conhece alguém que tenha interesse em morar no Centro Histórico).

A seguir são feitas mais 4 perguntas em relação às vantagens e às desvantagens de morar no Centro Histórico, ao desejo de reformar ou não a atual unidade habitacional e, caso a resposta seja positiva, o tipo de reforma desejada.

Já a questão 10, pede uma avaliação item por item dos principais elementos que compõem a unidade habitacional, tais como dimensão, revestimento do piso e da parede, temperatura, ventilação, iluminação, isolamento dos ruídos interno e externos e instalações hidráulica e elétrica.

Pedimos ainda a sugestão dos usuários para a melhoria do lugar, revelando as suas aspirações, conforme mostramos no modelo (ver Apêndice 01). A opção por um questionário semi-estruturado, ocorreu por favorecer a interação e dar maior flexibilidade no contato com o usuário, contribuindo assim para que mais informações fossem adquiridas e diminuindo a formalidade da situação de pesquisa.

As informações colhidas com este questionário objetivaram investigar a situação sócio-econômica dos indivíduos, discutir sua satisfação com a unidade habitacional e com a edificação, como um todo, a fim de favorecer projeto mais afinado com a realidade local.

Entrevistas exploratórias, realizadas com o objetivo de identificar os anseios, as sugestões, as atividades mais desenvolvidas, os locais mais valorizados, a fim de melhor compreensão das análises finais;

Foram desenvolvidos e aplicados três tipos de entrevistas, sendo uma aos usuários-chaves das habitações (Apêndice 02), outra aos arquitetos que fizeram os projetos de restauração (Apêndices 03 e 04), e uma terceira, realizada com os técnicos-chaves do Subprograma de Promoção Social e Habitação do Governo do Estado do Maranhão (Apêndice 05).

A aplicação da entrevista do tipo 01 (modelo no Apêndice 02) apresenta perguntas abertas que abordam, pela ordem, o perfil do usuário, a avaliação geral da situação da edificação e da sua relação com o bairro, atividade desenvolvida dentro da edificação e análise dos principais itens composicionais. Foi feita aos usuários-chave de cada Habitação Multifamiliar, que foram escolhidos de acordo com as categorias a seguir:

x Pessoas com maior tempo de moradia na edificação, com idade superior a 18 anos (homens e mulheres), que desenvolvam atividades na edificação, como síndicos ou pessoas que participam de algum tipo de comissão para melhoria da edificação.

As entrevistas foram realizadas pela pesquisadora. Os dias e horários escolhidos para a aplicação foram: finais de semana das 15h às 18h. A escolha do dia foi feita tendo em vista a disponibilidade dos moradores. Cada entrevista durou aproximadamente 30 minutos, com um total de 8 moradores, sendo 2 de cada edificação.

A entrevista do tipo 2 (Apêndice 3 e 4), foi aplicada as arquitetas. Constam perguntas abertas que abordam as estratégias do projeto arquitetônico, as facilidades e dificuldades e as restrições referentes à fase de desenvolvimento do projeto arquitetônico de restauração da edificação, qual era o tipo de relação existente entre as arquitetas e o Subprograma de Promoção Social e Habitação, qual a experiência da arquiteta com o desenvolvimento de projetos arquitetônicos de restauros.

Já a entrevista do tipo 3 (Apêndice 5), feita ao técnico-chave, contém perguntas abertas que abordam como se dá o “processo” da Habitação Multifamiliar, desde sua fase inicial – escolha do imóvel – até a finalização da obra, passando pela seleção dos arquitetos, a aprovação dos projetos arquitetônicos até a seleção dos moradores e entrega das unidades habitacionais, a fim de melhor entendimento de toda a dinâmica do Subprograma de Promoção Social e Habitação do Governo do Estado do Maranhão.

Como veremos no Capítulo 04 a seguir, a escolha de vários métodos/técnicas se mostrou eficiente no caso desta pesquisa, contribuindo para uma melhor análise e compreensão das questões ligadas às Habitações Multifamiliares do Centro Histórico de São Luís-MA.