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12 Afecções causadas pelo Coronavirus em gato

DETECÇÃO DO CORONAVÍRUS:

Existem vários testes para detectar a presença do coronavírus (PAIXÃO et al, 2004).

O teste ELISA

Trata-se de um teste baseado na detecção de anticorpos ao coronavírus. A detecção faz-se através de uma amostra sanguínea. O inconveniente deste teste é que apresenta muitos falsos negativos, mas também muitos falsos positivos. Este teste não é considerado confiável (como

todos os testes ELISA, em geral feitos no consultório veterinário, para o FIV ou FELV).

Contagem de anticorpos

Sob este termo genérico, englobam-se todas as técnicas que consistem em determinar a taxa de anticorpos anti-coronavírus presente na amostra sanguínea. Contrariamente ao teste ELISA, é testada uma série de diluições da amostra sanguínea, o que permite ter uma idéia da taxa de anticorpos. É importante referir que a contagem obtida é variável em função do laboratório que a pratica, o que significa que este teste também não é confiável.

Teste RT – PCR (Reação em cadeia pela polimerase)

Este teste é considerado o mais fiável para detectar a carga viral. Os testes PCR detectam diretamente os coronavírus, ou mais exatamente o seu material genético, o ARN. A técnica chamada de RT-PCR quantitativa permite quantificar com grande precisão o número de partículas virais na amostra.

O teste ideal é praticado por esfregaço retal, mas também pode ser praticado sobre uma amostra de fezes. Constitui uma "fotografia" do estatuto do gato (excretor ou não excretor) no momento em que a amostra é colhida.

Para determinar com exatidão a negatividade de um gato, é necessário obter cinco resultados negativos com um mês de intervalo entre si (OLIVEIRA, 2003).

Segundo PAIXAO et al (2004), nenhum teste permite dizer que um gato poderá vir ou não a desenvolver uma PIF. Um gato pode ter um nível elevado de coronavírus e gozar de excelente saúde e viver mais de 15 anos. Pode igualmente evitar, eliminando o vírus em poucos meses.

A peritonite infecciosa felina é vista, de um modo geral, como uma doença incurável. A maior parte das “convalescenças” participadas são, provavelmente, doenças curáveis diagnosticadas como PIF. No entanto, ocasionalmente o tratamento pode ter como conseqüência uma remissão, que pode durar vários meses. Como a PIF é uma doença imune mediada, a terapia inclui a supressão da resposta imunitária, normalmente com corticosteróides.

Os tratamentos antivirais só por si não prolongam muito a vida do gato e muitos são bastante tóxicos para o animal. É também importante manter o seu estado geral de nutrição, introduzindo vitaminas e antioxidantes. Antes de adotar

qualquer das terapias que se seguem, é essencial ter a garantia que o diagnóstico está correto, uma vez que os medicamentos imuno-supressivos podem agravar outras doenças, tais como peritonite bacteriana ou pleuresia (PAIXÃO et al, 2004).

Imunossupressores

Os gatos submetidos a tratamentos com imunossupressores devem também tomar antibióticos para proteção contra outras infecções.

Prednisolona

A prednisolona é o principal imunossupressor utilizado no tratamento da peritonite infecciosa, é segura e faz com que o gato se sinta melhor e estimula o apetite. A prednisolona suprime tanto a resposta humoral como a resposta imunitária celular mediada.

Dose: 2-4mg/kg/dia por via oral, aplicar dose durante 10-14 dias, até encontrar a dose ideal para o gato.

Talidomida

A justificativa para utilizar talidomida no tratamento da peritonite infecciosa felina prende-se com a redução de inflamação e a resposta imunitária humoral do coronavírus felino, deixando intacta a resposta imunitária da célula mediada (antiviral). perído variável se se verificar a remissão (SHERDING, 2004).

O Interferon Omega parece surtir um efeito curativo em cerca de um terço de gatos com PIF; bons resultados em gatos mais jovens e também gatos com PIF não-efusiva. O IFN Omega mantém a sua potência preservado no frio

até 3 semanas, por isso deve manter-se grande parte do IFN Omega no frio até ser necessário utilizá-lo.

Na PIF efusiva podem ser administradas 30 u.i./dia, ou doses mais elevadas de interferon através de injeção (10, 000 – 1,000,000 u.i. por dia). Ao fim de 6-7 semanas, se o gato ainda estiver vivo, o interferon não fará efeito com esta dose, porque o seu organismo criou anticorpos contra esta substância. Para obter interferon-alfa humano (Roferon ou Intron A), é necessária uma receita. Como é óbvio, em locais onde exista interferon felino, é preferível utilizá-lo pois será mais eficaz que o interferon humano (SHERDING, 2004).

Vitaminas e antioxidantes Outros medicamentos de apoio Aspirina

Para agir como antiinflamatório e aliviar a dor.

Dose: 10mg/kg a cada 48-72 horas. recomendam injeções subconjuntivais ou retrobulbares de corticóides de longa ação (SHERDING, 2004).

Para tratamento de suporte algumas medidas são necessárias para melhorar a qualidade de vida e possivelmente o tempo de sobrevivência como: drenagens intermitentes da cavidade corporal (em casos efusivos), fluidoterapia parenteral, transfusões sangüíneas em casos de anemia não regenerativa severa (SHERDING, 2004).

A vacinação ainda é a melhor forma de prevenção. Isolamento de gatos com sinais de PIF, controle de FeLV em gatis por meio de vacinações, testes e remoções, permitir somente a entrada de animais soronegativos, as gatas devem parir e amamentar seus gatinhos longe de outros gatos. Gatinhos oriundos de gatas soropositivas devem ser desmamados cedo e isolados a

partir de sua mãe com 4-6 semanas de idade. Usar um bom manejo, por exemplo, práticas de higiene e alimentação boas, evitar superpopulações e limitação de contaminação feco-oral diminuem as chances de contrair a PIF (SHERDING, 2004).

Segundo Paixão et al (2004), seja qual for o tratamento que escolha, é importante a vigilância ao desenvolvimento do gato. No inicio é necessário realizar hemogramas e testes bioquímicos, pesar o animal sempre, mais tarde esses teste podem ser feitos mensalmente se o gato estiver bem. Não vale a pena medir o título para anticorpos do FCOV mais do que uma vez por mês, visto que não haverá uma 7diferença notória num período de tempo mais reduzido. Quando a percentagem de hematócrito é menor que 20% e é não-regenerativo, então provavelmente deverá recorrer-se à eutanásia, se verificar que o gato já não tem qualidade de vida.

Evidentemente que se o gato não estiver em perigo em qualquer fase do tratamento, será aconselhável o recurso à eutanásia. Infelizmente, os gatos com peritonite infecciosa felina na forma efusiva normalmente só sobrevivem alguns dias, talvez algumas semanas na melhor das hipóteses. Os gatos com PIF não-efusiva podem sobreviver durante várias semanas ou meses. Porém, após o início dos sintomas neurológicos, geralmente procura-se quase de imediato a eutanásia (PAIXÃO et al, 2004).

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