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12 Afecções causadas pelo Coronavirus em gato

13 RELATO DE CASO

O proprietário levou o paciente Mohamed, da espécie felina, da raça siamês com 6 anos de idade e pesando 4,5k/g ao HVSB para uma consulta, pois percebeu que apresentava-se com a pupila eritematosa e havia dilatação do globo ocular bilateral, e que o quadro foi progressivamente se agravando.

Ao exame físico, o paciente apresentou temperatura de 37,8º C, FC de 140 bpm, TPC de 2’’, FR de 28 mpm, e outros parâmetros normais.

¹ Clamoxil LA, Pfiezer, São Paulo, SP

² Meticorten Veterinário 5mg, Schering-Plough Vetrinaria. Cotia São Paulo

³ Vitaminthe, Virbac. São Paulo, SP

Ao exame oftalmoscópico foram observadas lesões inflamatórias na retina (retinite), diminuição da PIO, mas a visão ainda estava boa. E uveíte, a pupila não estava responsiva a luz (afetados os bastonetes).

Então foi solicitado exames laboratoriais para FIV, PIF, e FeLV. O resultado para FeLV foi negativo, e para PIF e FIV foram positivos , sendo a titulação para PIF de 1/200 (valores de referencia são: menores que 1/10).

No dia da consulta foi aplicado amoxicilina¹ na dose de 15mg/kg.

Foi prescrito prednisona² - VO na dose de 0,5mg/kg a cada 8 horas por 7 dias, após sete dias dar um dia sim outro não, depois a cada dois dias , depois parar.

Uso de suplemento vitamínico³, 5 ml por dia.

Para o tratamento de PIF ocular, o uso de corticosteróides oftalmológicos tópicos e atropina tópica para a midríase. Foram feitas injeções subconjuntivais de corticóides de longa ação.

13.1 Discussão

O FIV afeta gatos de todas as idades (a variação descrita é de 2 meses a 18 meses), no entanto, a incidência aumenta com a idade e o FIV e mais prevalente em gatos acima de 5 anos de idade ou mais (SHERDING, 2004). O paciente do caso relatado apresentava-se com seis anos. Alguns autores citam que os gatos ficam com comportamento agressivo, o que não ocorreu neste caso.

Não se sabe ao certo a idade em que o animal foi infectado, pois ainda não havia sido feito exames para comprovar. Mas o animal só começou a apresentar os sinais clínicos com seis anos de idade. Como descreve Sherding, que devido ao período latente assintomático extensivo típico dos lentivirus, a maior parte dos gatos infectados com FIV que apresentam sinais clínicos tem mais de seis anos de idade.

O paciente pode ter sido infectado de várias maneiras, pois são muitas as vias de transmissão, já que este animal ficava tanto em ambientes externos quanto internos. Segundo Sherding (2004) como a mordedura constitui o modo de transmissão principal do FIV, o risco mais alto é encontrado em gatos machos intactos que se permite que vaguem livremente fora de casa, pois a

transmissão por ferimento de mordedura pode ocorrer durante as disputas mas ainda ressaltando ao proprietário que este tipo de infecção não têm cura.

A terapia utilizada foi com o uso de antibióticos para evitar infecções secundárias que podem ocorrer (SHERDING, 2004). O uso de vitaminas também foi indicado como terapia de suporte.

Como o paciente não apresentava sinais de estomatite não foi necessário o uso de medicamentos como o metronidazol.

Este paciente também apresentou PIF e foi necessário associar alguns medicamentos para esta afecção.

A prednisolona é o principal imunossupressor utilizado no tratamento da peritonite infecciosa, é segura e faz com que o gato se sinta melhor e estimula o apetite. A prednisolona suprime tanto a resposta humoral como a resposta imunitária celular mediada (PAIXÃO et al, 2004).

O uso de complexos vitamínicos também foi indicado ao paciente, e também medicamentos para o tratamento da uveíte que foi a base de colírios a com corticosteróides e atropina tópica para a midríase. Foi realizado também injeções subconjuntivais de corticóides de longa ação segundo indica a literatura.

Alguns tratamentos que foram citados na literatura não foram de uso rotineiro para o caso relatado como: fluidoterapia, que não foi necessária, pois o paciente não se apresentou desidratado nem em estado debilitado. Outras formas de medicação tanto para o FIV quanto para o PIF também não foram utilizados (interferon, talidomida, interferon felino, etc).

13.2 Conclusão

Não existe nenhum tratamento médico que possa curar este tipo de afecção. O tratamento utilizado é apenas de suporte, proporcionando aos animais uma melhor condição de vida.

O tratamento para o paciente foi realizado segundo protocolos citados pela literatura. O paciente estava em boas condições de vida, sendo que não foi necessário o uso da fluidoterapia, que é bastante importante. Não se descarta o uso da mesma se a condição de vida do paciente vier a piorar, como é bastante provável de ocorrer.

Nestes casos onde na existe cura, os tratamentos somente são realizados para proporcionar melhor qualidade de vida, mas depende dos resultados de exames laboratoriais, se estes aparecerem muito alterados o melhor recurso é a eutanásia. Deve-se isolar os doentes dos animais sadios, para tentar diminuir a disseminação da doença.

14 REFÊRENCIAS

ALVES, Vanessa. Monteiro. et al. Peritonite Infecciosa Felina. Sciel, Maio de 2004. Disponível em: http://www.utp.br/medicinaveterinaria/jornadaacademica.

Acesso em: 02/10/2008

OLIVEIRA, Fabiano.Nunes. et al. Peritonite Infecciosa Felina. Scielo, setembro de2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cr/v33n5/. Acesso em:

03/10/2008

PAIXÃO, Nica. et al. O que é Peritonite infecciosa Felina. Peritonite Infecciosa e coronavírus. Fevereiro de 2004. Disponível em: http://www.dr-addie.com/Portuguese/whatisFIPport.html. Acesso em: 03/10/2008.

PORTAL VETERNIARIO. FIV a SIDA dos gatos. Março de 2008. Disponível em:

http://www.portalveterinaria.com.br/veterinaria/principal/conteudo.asp?id=5702.

Acesso em: 02/10/2008.

SHERDING, Robert, G. Vírus da imunodeficiência Felina. In: BIRCHARD, Stephen, J; SHERDING, Robert, G. Clínica de Pequenos Animais – Manual Saunders. São Paulo: Roca, 2004. Pg. 97-100.

SHERDING, Robert, G. Peritonite Infecciosa Felina. In: BIRCHARD, Stephen, J; SHERDING, Robert, G. Clínica de Pequenos Animais – Manual Saunders.

São Paulo: Roca, 2004. Pg. 101-107.

TEIXEIRA,B,M et al. Ocorrência do vírus da imunodeficiência felina e do vírus da leucemia felina em gatos domésticos mantidos em abrigos no município de Belo Horizonte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia,agosto

de 2007. Disponível

em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-09352007000400019&lng=en&nrm=iso&tlng=en. Acesso em 02/10/2008

ZANUTTO,Marcelo de Souza, HAGIWARA Mitika, Kuribayashi. Peritonite Infecciosa Felina- Relato de Caso. Dezembro de 2007. Disponível em:

www.vetnot.famev.ufu.br/include. Acesso em: 02/10/2008.

15 CONCLUSÃO

O estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária foi uma ferramenta fundamental para o aprimoramento e preparação para o mercado de trabalho, seja qual for à área ao qual ele é voltado. Os ensinamentos e fundamentos discutidos durante os cinco anos de Faculdade foram complementados e auxiliados por novas fontes de ensino, permitindo ampliar esses conhecimentos, assim como desenvolver a capacidade de avaliar e comparar as formas com que este ensino é desempenhado em diferentes instituições.

O convívio com a rotina de uma clínica, com os animais e com os proprietários foi de alta relevância para o aprendizado tanto da parte didática quanto emocional.

Portanto, este estágio permitiu aprimorar conhecimentos, além da conduta ética e profissional, itens fundamentais à formação de todo profissional de qualidade.

Na parte pessoal acrescentou ainda mais respeito pelos animais, pela profissão e a vontade sempre de ajudar a amenizar o sofrimento e sempre que for possível, salvar vidas.

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