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2.8 Deterioro do valor dos ativos financeiros

Um ativo financeiro considera-se deteriorado e consequentemente corrige-se o seu valor em livros quando existe uma evidência objetiva de que se produziram eventos que dão local a:

No caso de instrumentos de dívida (empréstimos, créditos e valores representativos de dívida), um impacto negativo nos fluxos de efetivo futuros que se estimaram no momento de se formalizar a transação.

No caso de instrumentos de capital, que não possa se recuperar integralmente o seu valor em livros. Neste sentido, entre as situações consideradas pelo Grupo como evidências objetivas de que um instrumento financeiro se pode encontrar deteriorado, e que dão local a uma análise específica face a determinar o custo do seu possível deterioro, se encontram as indicadas no apartado 59 da NIC 39 e designadamente, para os instrumentos de dívida, os indicados no Anexo IX da Circular 4/2004 de Banco de Espanha. Entre estas situações encontram-se as seguintes:

a) dificuldades financeiras significativas do emissor ou do obrigado ao pagamento;

b) incumprimentos das cláusulas contratuais, tais como incumprimentos ou atrasos no pagamento dos interesses ou o principal;

c) quando o Grupo, por razões económicas ou legais relacionadas com dificuldades financeiras do prestatário, outorga ao prestatário concessões ou vantagens que em outro caso não outorgasse, sempre aplicando para isso os requisitos estabelecidos pela legislação aplicável ao Banco;

d) quando se considera provável que o prestatário entre numa situação de insolvência ou em qualquer outra situação de reorganização financeira relacionada com dificuldades para defrontar aos seus compromissos de pagamento;

e) o desaparecimento de um mercado ativo para o ativo financeiro em questão, devido a dificuldades financeiras do devedor ou da contraparte do risco contraído pelo Grupo, ou

f) se os dados observáveis indicam que existe uma diminuição nos fluxos de efetivo estimados futuros num grupo de ativos financeiros de características homogéneas desde o reconhecimento inicial daqueles, embora a diminuição não possa ser ainda identificada com ativos financeiros individuais do grupo, incluindo entre tais dados:

i) câmbios adversos nas condições de pagamento de um grupo homogéneo de prestatários que por exemplo tenha um número crescente de atrasos nos pagamentos ou presente uma estrutura financeira inadequada, ou

ii) condições económicas locais ou nacionais que se correlacionem com incumprimentos num grupo de ativos ou câmbios adversos nas condições de um setor que afetem a um coletivo de prestatários.

g) para os instrumentos de património, toma-se em consideração a informação sobre os câmbios significativos que, com um efeito adverso, tenha lugar no meio tecnológico, de mercado, económico ou legal no que opere o emissor, e as situações específicas que afetam às entidades nas que se investe e que possam indicar que o custo do investimento no instrumento de património pode não ser recuperável. Uma descida prolongada ou significativa no valor razoável de um investimento num instrumento de património por debaixo do seu custo também é uma evidência objetiva de deterioro do valor, conquanto requer por parte do Grupo a análise de se tal diminuição se corresponde realmente com um deterioro do investimento que leve à conclusão de que não se recuperará o custo investido.

Designadamente, considera-se que um ativo é duvidoso por razão da morosidade do cliente quando aquele tem algum custo vencido por principal ou juros com mais de 3 meses de antiguidade e que não seja descadastrado do balanço consolidado por se ter considerado frustrado.

Também se considera duvidoso por razão da morosidade do cliente o custo de todas as operações do mesmo, salvo os avales não financeiros, quando os saldos classificados como duvidosos por razão da sua morosidade sejam superiores ao 25% dos custos pendentes de cobrança.

Consideram-se riscos duvidosos por razões diferentes da morosidade do cliente, aqueles instrumentos de dívida e aqueles riscos e compromissos contingentes nos quais, sem coincidir as circunstâncias para os considerar frustrados ou duvidosos por razão da sua morosidade, se apresentam dúvidas razoáveis sobre o seu reembolso total nos termos pactuados contratualmente, bem como aqueles riscos e compromissos de carácter contingente cujo pagamento por parte do Grupo seja provável e a sua recuperação duvidosa. Incluem-se nesta categoria operações, entre outras, nas quais os clientes tenham incorrido em situações que suponham um deterioro da sua solvência, tais como o património negativo, perdas continuadas, atrasos generalizados nos pagamentos, estrutura económica ou financeira inadequada, impossibilidade de obter financiamentos adicionais ou fluxos de caixa insuficientes para atender às suas obrigações de pagamento, existência de saldos reclamados e aquele sobre os que se tenha reclamado judicialmente o seu reembolso, operações sobre as que o devedor suscite litígio de cuja resolução dependa a sua cobrança, operações de arrendamento nas que a entidade decida rescindir o contrato para recuperar a posse do bem, clientes declarados ou que se espere que se vão declarar em concurso de credores, clientes com saldos classificados como duvidosos por razão da sua morosidade sobre os que, ainda não atingindo as percentagens dantes indicadas para considerar a totalidade das suas operações como duvidosas, se conclua que existem dúvidas razoáveis do reembolso das suas dívidas, riscos contingentes nos quais os avalizados se encontrem em situação de concurso de credores, etc.

Adicionalmente aos riscos que são considerados como duvidosos, o Grupo considera como “subestándar” por razão de risco de cliente aqueles instrumentos de dívida e riscos contingentes que, sem cumprir os requisitos para os considerar como duvidosos de acordo com o disposto nas alíneas anteriores, no seu conjunto apresentam debilidades que podem supor assumir perdas superiores às coberturas por deterioro dos riscos em situação de normalidade. Incluem-se nesta categoria, entre outras, as operações de clientes que fazem parte de coletivos em dificuldades, tais como os pertencentes a uma mesma área geográfica ou os pertencentes a um mesmo setor económico que pelas suas características pudessem estar a experimentar dificuldades.

A correção do valor em livros dos instrumentos financeiros por causa da sua deterioro efetua-se com cargo à demonstração de resultados consolidada do período no que tal deterioro se manifesta e as recuperações das perdas por deterioro previamente registadas, se reconhecem na demonstração de resultados consolidada do período em que o deterioro se elimina ou se reduz.

Quando se considera remota a recuperação de qualquer custo registado, este se elimina do balanço consolidado, sem prejuízo das atuações que possam realizar as entidades consolidadas para tentar conseguir a sua cobrança até tanto não se tenham extinguido definitivamente os seus direitos, seja por prescrição, condonação ou outras causas.

A seguir apresentam-se os critérios aplicados pelo Grupo para determinar as possíveis perdas por deterioro existentes em cada uma das diferentes categorias de instrumentos financeiros, bem como o método seguido para o cálculo das coberturas contabilizadas por dito deterioro.

2.8.1Instrumentos de dívida avalizados ao seu custo amortizado

e os valores atuais dos seus fluxos de efetivo futuros previstos. O valor de mercado dos instrumentos de dívida cotados considera-se uma estimativa razoável do valor atual dos seus fluxos de efetivo futuros. Posteriormente, os fluxos de efetivo atualizam-se à taxa de juro efetiva do instrumento (se o seu tipo contratual fosse fixo) ou à taxa de juro contratual efetivo na data da atualização (quando este seja variável). Pelo que se refere às perdas por deterioro que têm a sua causa na materialização do risco de insolvência dos obrigados ao pagamento (risco de crédito), um instrumento de dívida sofre deterioro:

Quando se evidencia um deterioro na capacidade de pagamento do obrigado ao fazer, bem seja evidenciado pela sua morosidade ou por razões diferentes desta, e/ou

por materialização do “risco-país”, entendendo como tal o risco que coincide nos devedores residentes num país por circunstâncias diferentes do risco comercial habitual.

O processo de avaliação das possíveis perdas por deterioro destes ativos realiza-se:

Individualmente, para todos os instrumentos de dívida significativos e para os que, não sendo significativos, não são suscetíveis de ser classificados em grupos homogêneos de instrumentos de características similares atendendo ao tipo de instrumento, setor e área geográfica de atividade do devedor, tipo de garantia, antiguidade dos custos vencidos, etc.

Coletivamente, o Grupo estabelece diferentes classificações das operações em atenção à natureza dos obrigados ao pagamento e das condições do país em que residem, situação da operação e tipo de garantia com a que conta, antiguidade da morosidade, etc. e aplica-se para a cada um destes grupos de risco as perdas por deterioro (“perdas identificadas”) que devem ser reconhecidas nas contas anuais das entidades consolidadas.

Adicionalmente às perdas identificadas o Grupo reconhece uma perda global por deterioro dos riscos classificados em situação de “normalidade” e que portanto não seja identificada especificamente. Esta perda quantifica-se por aplicação dos parâmetros estabelecidos por Banco de Espanha em base à sua experiência e à informação que tem do setor bancário espanhol. O impacto na conta de resultados da provisão associada a estas perdas está regulado pela Circular 4/2004, podendo dispor da provisão constituída à medida que se materializam as perdas identificadas especificamente.

2.8.2Instrumentos de dívida classificados como disponíveis para a venda

A perda por deterioro equivale, se for o caso, à diferença positiva entre o seu custo de aquisição (líquido de qualquer amortização de principal) e o seu valor razoável uma vez deduzida qualquer perda por deterioro previamente reconhecida na demonstração de resultados consolidada.

No caso de perdas por deterioro surgidas por razão de insolvência do emissor dos títulos de dívida classificados como disponíveis para a venda, o procedimento seguido pelo Grupo para o cálculo das referidas perdas coincide com o critério explicado anteriormente no apartado 2.8.1 para os instrumentos de dívida avalizados ao seu custo amortizado.

Quando existe uma evidência objetiva de que as diferenças negativas surgidas na avaliação destes ativos têm a sua origem num deterioro, estas deixam de se apresentar no epígrafe do património líquido “Acertos por Avaliação - Ativos financeiros disponíveis para a venda” e se registam por todo o custo acumulado até então na demonstração de resultados consolidada. De recuperar-se posteriormente a totalidade ou parte das perdas por deterioro, o seu custo reconhecer-se-ia na demonstração de resultados consolidada do período em que se produz a recuperação.

2.8.3Instrumentos de capital classificados como disponíveis para a venda

A perda por deterioro equivale, se for o caso, à diferença positiva entre o seu custo de aquisição e o seu valor razoável, uma vez deduzida qualquer perda por deterioro previamente reconhecida na demonstração de resultados consolidada.

Os critérios seguidos para o registo das perdas por deterioro dos instrumentos de capital classificados como disponíveis para a venda são similares aos aplicáveis a “instrumentos de dívida” (segundo se explica na Nota

2.8.2.), salvo pelo facto de que qualquer recuperação que se produza de tais perdas se reconhece no epígrafe do património líquido “Acertos por avaliação - Ativos financeiros disponíveis para a venda”.

Para instrumentos de património cotados, os critérios seguidos pelo Grupo para a determinação de indícios de deterioro baseiam-se, em primeiro lugar, na determinação de categorias temporárias ou percentuais de comparação do custo médio com a cotação bolsista do instrumento. Designadamente, as categorias temporárias ou percentuais estabelecidos nas políticas do Grupo são, uma queda de 40% da cotação bursátil relativamente ao custo médio de aquisição ou uma diminuição sustentada da cotação durante 18 meses. O Grupo considera como evidência de deterioro as situações em que o emissor está declarado, ou é provável que o declarem, em concurso ou tem dificuldades financeiras significativas. Neste sentido, a evidência objetiva é mais acusada ante uma queda de 40% da cotação durante um período continuado de um ano e médio.

Uma vez determinada, sob os parâmetros anteriores, a existência de indício de deterioro, realiza-se uma análise específica sobre os valores fundamentais do instrumento que confirme ou não a necessidade de realizar dotações.

Em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 não existiam valores que, cumprindo simultaneamente a categoria percentual e temporal anteriormente mencionada, não estivessem deteriorados.

2.8.4Instrumentos de capital avalizados a custo

A perda por deterioro equivale, se for o caso, à diferença entre o seu valor em livros e o valor atual dos fluxos de caixa futuros esperados, atualizados ao tipo de rentabilidade de mercado para outros valores similares. As perdas por deterioro registam-se na demonstração de resultados consolidada do período no que se manifestam, reduzindo diretamente o custo do instrumento. Estas perdas só podem recuperar-se posteriormente no caso de venda dos ativos.

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