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7 PERCEPÇÕES DA EPT E A RELAÇÃO COM O CADERNO DE DADOS –

7.5 DIÁLOGOS: NÚMEROS, CONCEITOS E PERCEPÇÕES

De forma geral os participantes afirmaram que a EPT tem um papel fundamental no desenvolvimento do País por contribuir com a inserção de uma grande parcela da população ao acesso à educação e a formação profissional. E que o programa Pronatec/Bolsa-Formação tem sua relevância na EPT. Assim como, contribuiu nos anos de 2011 a 2017 para o aumento em mais de 30% das matrículas na EPT apresentados pelos Censos da Educação Básica divulgados pelo INEP. No entanto, a expansão das matrículas no período, se deve também as outras ações de fortalecimento da EPT, como a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em 2008.

Ressalta-se ainda que os dados apresentados auxiliam na interpretação e melhoria da política pública. Como exposto por um dos participantes da avaliação do produto educacional:

“Precisamos cada vez mais de instrumentos balizadores para a EPT, quanto mais

pesquisa e informações acerca do segmento melhor.” (Participante da validação do

produto educacional)

A grande maioria pondera que o modelo de execução do Pronatec/Bolsa-Formação requer melhoria quanto a lógica da demanda de oferta direcionada pelos órgãos do Poder Executivo através de seus programas para alavancar a qualificação profissional e que, há inúmeros desafios a serem superados para que o programa atinja o objeto de ofertar educação profissional e tecnológica de qualidade. Mas também, reconhecem pontos fortes na implementação e execução do programa como, a democratização do acesso à EPT e interiorização de ofertas, além de preencher o requisito social, algo importante em um programa dessa monta.

A Bolsa-Formação do Pronatec foi ofertada em mais de 80% dos municípios do País. As 5 milhões de matrículas foram associados a mais de 50 modalidades de demandas, relacionadas aos programas e ações governamentais de mais de 40 parceiros demandantes de vagas (nacionais e regionais), entre eles, quinze ministérios. São quase 700 instituições públicas e privadas que atuaram nas diversas redes ofertantes. Soma-se a esses números mais de 4.000 unidades de ensino e outros 19.000 estabelecimentos utilizados como unidade de ensino remotas. Do total de matrículas realizadas, 1.262.384 foram de cursos técnicos nas formas de oferta subsequente e concomitante. Aproximadamente 60% das matrículas foram concluídas. Destaca-se ainda que quase 80% dos cursos previstos no CNCT – 3ª Edição e 569 cursos FIC do Guia Pronatec de Cursos FIC foram ofertados de um total de 646 cursos existentes, com quase 23% do total de matrículas realizadas no eixo tecnológico de Gestão e Negócios.

Quanto ao perfil dos estudantes, quase 60% dos beneficiários foram mulheres, sua ampla maioria na faixa etária de 15 a 39 anos. Mais de 90% dos estudantes

matriculados tinham até o ensino médio completo.

Os dados também revelam questões importantes a serem consideradas para o atendimento a um maior número de brasileiros em situações de exclusão social, como o atendimento de menos de 1% do total de matrículas para pessoas com deficiências. Segundo dados do IBGE mais de 12 milhões de brasileiros declararam deficiência, todavia, esse número pode chegar a 46 milhões quando se fala em dificuldades em enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus, ou possuir deficiência mental/intelectual. A pauta da inclusão social deve sempre ser endossada ao promover a educação profissional e tecnológica.

Por outro lado, para além da questão numérica, os aspectos sociais atendidos pelo programa não podem sem desprezados. Para milhares de estudantes, adentrar em uma sala de aula para participar de um curso do Pronatec/Bolsa-Formação foi um momento pouco experimentado de acesso a qualificação profissional.

Há também os aspectos motivacionais. Além de enxergarem a chance de qualificação, ascensão profissional e permitir que muitos estudantes retornassem aos ambientes escolares, o programa trouxe desenvolvimento pessoal e autonomia principalmente

àqueles atendidos por modalidades como: Mulheres Mil, Brasil sem Miséria e Pronatec Campo.

“O caderno de dados apresentado traduz em números a história do Programa e sua magnitude. Os autores foram muito felizes nessa produção, o material está muito bom.” (Participante da validação do produto educacional)

O produto educacional, Caderno de Dados – Memória Institucional, foi pensando para ser um documento de apoio e consulta para gestores, técnicos, pesquisadores, professores, estudantes e demais interessados, como fonte de dados relevante da iniciativa Bolsa-Formação. O objetivo com sua divulgação é contribuir e auxiliar em estudos qualitativos sobre as redes ofertantes, os cursos ofertados e os beneficiários atendidos, baseado nas diversas seções presentes no caderno. Os dados e informações podem constituir uma fonte importante para aperfeiçoamento dessa e de futuras políticas públicas.

“O Caderno de dados traz um conteúdo fundamental para avaliação de políticas, definição de novos Programas, além de ser rico para análise de gestores,

pesquisadores e estudantes, em especial estudantes de mestrado e doutorado!”

(Participante da validação do produto educacional)

Não obstante, alguns participantes apresentaram possibilidades de melhorias pertinentes para o produto educacional. Como a apresentação de todos os dados das seções separados por rede ofertante. Algo que possibilitaria uma visão ainda mais detalhada em cada unidade da federação das especificidades que cada rede atendeu.

“Seria excelente se os dados fossem dispostos por rede ofertante. Da forma apresentada só conseguimos observar a oferta geral, o que não permite análises comparativas entre as redes ou mesmo o estudo da oferta individualizada. A ideia do material é excelente, no entanto não consigo visualizar a oferta da rede a qual trabalho.” (Participante da validação do produto educacional)

Ao levar ao conhecimento dos pesquisados o produto educacional, Caderno de Dados do Pronatec/Bolsa-Formação, observou-se que o material é relevante para compreender a execução de um programa da EPT que representou a política pública no Brasil.

“O Caderno de Dados pode agregar em novos volumes informações sobre a inserção dos beneficiários do Bolsa-Formação no mercado de trabalho e aderência da oferta à demanda do setor produtivo.” (Participante da validação do produto educacional)

Ou seja, pode contribuir para análise quanto a capilaridade das ofertas, a execução pelas Redes Ofertantes envolvidas e quanto ao perfil do público atendido. E por último, o Caderno elaborado deve ser destinados principalmente às redes que ofertaram o programa, à gestores envolvidos com políticas e programas da EPT, aos órgãos que atuam na EPT, ao Ministério da Educação e à pesquisadores interessados no tema.