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3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO

3.1 ORGANIZAÇÃO QUANTITATIVA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E

Os dados da educação profissional e tecnológica encontram-se disponíveis através dos censos da educação básica. O censo escolar da educação básica é uma pesquisa realizada anualmente pelo INEP em articulação com as secretarias Estaduais e Municipais de Educação, sendo obrigatória aos estabelecimentos públicos e privados de educação básica, conforme determina o art. 4º do Decreto nº. 6.425/2008 (BRASIL, 2013a).

Cabe informar que o INEP é a autarquia federal, vinculada ao Ministério da Educação que tem entre suas finalidades, a de organizar e manter o sistema de informações e estatísticas educacionais no Brasil (BRASIL, 1997).

Segundo o instituto, os dados coletados no censo escolar constituem a mais completa fonte de informações para a formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas e para a definição de programas e de critérios para a atuação do MEC junto às escolas, aos estados e aos municípios. O Censo Escolar utiliza o cálculo de vários indicadores, dentre eles o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e outros que possibilitam contextualizar os resultados das avaliações e monitorar a trajetória dos estudantes desde seu ingresso na escola (BRASIL, 2013a).

A pesquisa do censo escolar apura dados sobre escolas, turmas, professores e alunos de todas as etapas e modalidades de ensino da educação básica, inclusive da educação profissional, em todo o País, compõe, portanto, um quadro detalhado que permite aos pesquisadores e aos órgãos de governo verificar a situação atual e a evolução da educação básica, assim como os resultados das políticas públicas em andamento (BRASIL, 2013a).

Os números da educação profissional são divulgados em um capítulo específico e podem ser conferidos nas Sinopses Estatísticas da Educação Básica divulgados pelo INEP em sua página oficial na internet (BRASIL, 2018e).

Serão aqui apresentados os principais dados da EPT, no período de 2007 a 2017, referente ao quantitativo de matrículas por: tipo de oferta, redes ofertantes, localidades, regiões e variações percentuais entre períodos.

Gráfico 1 - Matrículas em EPT de nível médio - Brasil (2007 - 2017)

Fonte: Censo da Educação Básica/INEP (2007-2017). Elaborado pelo autor (2019).

No período de 2007 a 2017, houve uma expansão do número de matrículas de EPT de nível médio no Brasil (de 1.007.237 em 2007 para 1.791.806 em 2017), perfazendo um crescimento de 77,89%. Quando observado a comparação entre o período de 2007 a 2014, o crescimento alcançou a marca de 87,26%.

O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece em sua Meta 11 que as matrículas de Educação Profissional Técnica devem ser triplicadas até 2024. O número a ser triplicado é correspondente ao número de matrículas de 2014, ano de aprovação do PNE, em vigor desde junho daquele ano (BRASIL, 2013).

Em 2015, o número de matrículas nessa etapa do ensino era de aproximadamente 1,79 milhão. De 2010 a 2014, houve um aumento de pouco mais de 500 mil matrículas, ritmo favorável ao atingimento da meta em 2024. Porém, de 2014 para 2016, o indicador teve uma queda de aproximadamente 110 mil matrículas. Ao fim do PNE, o número de matrículas deve chegar a exatamente 5.224.584 milhões de matrículas (BRASIL, 2013).

Outro indicador importante a ser analisado é o número de matrículas pelas formas de articulação com o Ensino Médio, que pode ser subsequente, concomitante, integrada ou Normal/Magistério.

Gráfico 2 - Matrículas em EPT de nível médio, por tipo de oferta - Brasil (2007 - 2017)

Fonte: Censo da Educação Básica/INEP (2007-2017). Elaborado pelo autor (2019).

Do total de matrículas na Educação Profissional, aproximadamente 48,80% eram na forma subsequente ao Ensino Médio, enquanto que as formas integrada ou concomitante representavam parcelas de, respectivamente, 27,60% e 18,31% do total. Os 5,29% restantes correspondem à modalidade Normal/Magistério.

Quanto ao total de matrículas na Educação Profissional distribuído entre as redes pública e privada de ensino, permaneceu equilibrado até 2015, em 2017 esse percentual passou a ser de 58,92% e 41,08%, respectivamente (BRASIL, 2013).

Gráfico 3 - Matrículas em EPT de nível médio por Rede - Brasil (2007 - 2017)

Fonte: Censo da Educação Básica/INEP (2007-2017). Elaborado pelo autor (2019).

A queda no total de matrículas na Educação Profissional de nível médio foi consequência da retração na rede privada, sendo que na rede pública houve uma expansão de mais de 60 mil matrículas. A rede privada teve queda de mais de 230 mil matrículas de 2014 a 2017 (BRASIL, 2013).

A divisão por localidade urbana e rural revela que praticamente todas as matrículas estavam no meio urbano. Nada menos que 94,45% do total de matrículas em 2017 estavam localizadas em áreas urbanas, enquanto consequentemente apenas 5,55% estavam no meio rural.

Gráfico 4 - Matrículas em EPT de nível médio, por localidade - Brasil (2007 - 2017)

Fonte: Censo da Educação Básica/INEP (2007-2017). Elaborado pelo autor (2019).

As regiões que possuem maior quantidade de matrículas na Educação Profissional em 2017, são o Sudeste e o Nordeste, com respectivamente 45% e 27% do total. Quando observado a variação por períodos a região que mais se destaca é o Norte com aumento de 212, 6% de 2007 para 2017. O quantitativo passou de 34.027 em 2007 para 106.379 em 2017. A região Sul por sua vez, aumento de 224.563 matrículas em 2007 para 302.258 em 2017, um crescimento de 34,60%.

Tabela 1 - Matrículas em EPT de nível médio, por localidade - Brasil (2007 - 2017)

Região 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 (%) Região (2017) Variação Absoluto (2007- 2017) Brasil 1.007.237 1.144.755 1.252.240 1.361.827 1.458.496 1.532.562 1.602.946 1.886.167 1.825.457 1.775.324 1.791.806 - 784.569 Norte 34.027 45.631 56.235 58.664 67.955 82.501 88.898 107.598 110.441 107.461 106.379 6% 72.352 Nordeste 218.278 239.831 262.792 281.700 309.533 339.908 356.580 484.742 485.372 451.508 487.045 27% 268.767 Sudeste 498.386 584.440 626.649 696.217 742.852 760.312 792.811 880.806 803.496 804.323 806.210 45% 307.824 Sul 224.563 234.451 254.620 269.017 273.894 274.412 279.245 307.161 310.205 310.105 302.258 17% 77.695 Centro- Oeste 31.983 40.402 51.944 56.229 64.262 75.429 85.412 105.860 115.943 101.927 89.914 5% 57.931

Fonte: Censo da Educação Básica/INEP (2007-2017). Elaborado pelo autor (2019).

A expansão do número de matrículas de EPT de nível médio no Brasil, desde o início da vigência do PNE até 2017, foi de 188.860 matrículas (de 1.602.946 em 2013 para 1.791.806 em 2017). Considerando o propósito da Meta 11 de triplicar o número de matrículas de EPT observado no início da vigência do PNE, a expansão ocorrida representa 5,5% da meta a ser atingida até 2024 (acréscimo de 3.243.918 de matrículas) (BRASIL, 2018a).

Considerando o aumento constatado no período 2010-2017, tem-se que a meta a ser alcançada em 2024 exige que cerca de 480 mil novas matrículas, em média, sejam criadas a cada ano. Com base no avanço ocorrido desde 2013, verifica-se que o ritmo de crescimento médio foi de 47 mil matrículas novas por ano, dez vezes menor do que o necessário para o alcance da meta em 2024. Esses dados sugerem que dificilmente o Brasil conseguirá triplicar o número de matrículas de EPT até 2024.

4 PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO -