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DATA: 2 de Setembro de 2008

LOCAL: Visita a três associações (Orfeão Universitário do Porto, Coral do

ICBAS e Terra Vivente)

ASSUNTO: Reconhecimento das Instalações das Associações e administração

dos inquéritos

No final de mais um dia de trabalho também ele consagrado ao estudo das associações juvenis, segui viagem já previamente delineada rumo a algumas associações juvenis do centro da cidade do Porto. A primeira paragem foi no Orfeão Universitário do Porto, onde se encontravam uma grande parte dos associados, já que se estava numa época do ano crucial para esta associação, tanto a nível de angariação de associados, pois estávamos no início das aulas, como também devido à organização do maior evento daquela associação, o FITU, que me disseram ir já na vigésima segunda edição. Como tal, foi relativamente fácil encontrar os membros do género feminino pertencentes à direcção e órgãos sociais. A sede desta associação fica na Ruas dos Bragas, onde também se localiza actualmente a Faculdade de Direito da Universidade do Porto e o núcleo dos cursos de Jornalismo e Comunicação Social da Faculdade de Letras, depreendendo-se que é um local com um ambiente estritamente académico. A sede está quase sempre com as portas abertas e no dia em que a visitei não foi excepção. As instalações do Orfeão ocupam o primeiro de um piso cedido pela reitoria para várias actividades ligadas ao universo da cultura académica, neste caso a de carácter mais musical, por isso neste mesmo edifício, podemos encontrar a funcionar também as instalações outros grupos académicos, que no entanto, não são considerados associações juvenis por a maior parte dos seus membros já serem antigos alunos da Universidade do Porto.

No interior da sede do Orfeão, podem ver-se os instrumentos espalhados e bastantes associados dispersos pelas salas, ou a ensaiar, ou a conversar entre si. Na sala da direcção, encontram-se quase sempre as mulheres pertencentes à direcção. Disseram- me que iam brevemente haver eleições, e que uma das novidades seria uma presidente mulher e uma mudança no panorama da composição dos membros da direcção, pois a maior parte seriam associados do género feminino. Uma tendência aceite aparentemente de forma natural pelos membros da associação.

Seguidamente a esta visita, desci a rua dos Bragas e encaminhei-me para a Cordoaria, onde se localiza a sede do Coral do ICBAS, também ele um grupo de carácter académico e de acesso restrito aos alunos da Universidade do Porto, mas em que a maior parte dos cantores pertencem mesmo ao ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar). Esta associação, ao contrário do Orfeão que está aberto aos seus associados todos os dias, só tem actividades durante duas vezes por semana, por isso tive de esperar por um dos dias de ensaio, segundo as instruções que o porteiro do ICBAS me tinha dado previamente. Esta quinta-feira era o dia do início das actividades para o novo ano lectivo, já que como associação do meio académico e situando-se dentro do próprio instituto de ensino, durante o verão encerra as portas.

Alguns dos membros que se encontravam à porta da sala de ensaios, uma sala cedida pelo Instituto para o coro, pensaram que eu estaria ali para fazer os testes para entrar no coro. Depois de ter dito que tinha outras razões para estar ali, mostraram-se um pouco desanimados, queixando-se da falta de novos associados e novas vozes para o coro. A maior parte dos membros do género masculino da direcção encontravam-se ali para o ensaio, e só uma rapariga da direcção estava presente, a qual depois de me explicar o funcionamento da associação (espectáculos, instalações disponíveis, recursos económicos e um pouco do historial) respondeu ao inquérito e levou os restantes para depois dar às suas colegas, já que como estavam nos cursos de medicina explicavam com esse facto as ausências a alguns ensaios, ou espectáculos.

No final do meu dia de visitas a algumas associações do centro do Porto, dirigi- me até à sede na Rua dos Caldeireiros da Associação Terra Viva – Terra Vivente. Como não existia qualquer indicação no início da rua de onde pudesse ser a sede, questionei alguns dos moradores daquela zona. Apesar da zona histórica do Porto apresentar problemas sociais, como violência, analfabetismo, pobreza, a associação foi rapidamente localizada pelos moradores, descrevendo-a como “a casa escura com uns papéis pendurados na porta”, o que de certa forma denota o reconhecimento da existência da associação. Depois de ter tocado à campainha sem sucesso e de a “casa escura” estar mesmo às escuras, optei pelo meio mais fácil, um telefonema para um número de telemóvel que estava num dos muitos panfletos espalhados pela grande janela da entrada.

Finalmente, logo de seguida ao telefonema foi-me aberta a porta para as instalações da associação, pelo presidente, o Paiva, assim denominado pelos associados e pelos membros do pequeno mundo associativo portuense. Rapidamente tentou-me

explicar o porquê das luzes apagadas e da informação do horário na porta, que comunicava a abertura da sede entre as quinze horas e as dezanove horas da tarde, o que naquele dia não se tinha passado. As instalações desta associação ficam num rés-do- chão de uma das casas do centro histórico, e comunicam directamente com a vizinhança, que segundo o presidente é o publico alvo da associação (maioritariamente jovens com problemas de cariz sócio-económico). As actividades desenvolvidas passam por experiências ao ar livre, com fins-de-semana passados em zonas mais rurais do distrito do Porto e em formações na sede da associação.

No entanto, a maior parte dos membros da direcção não se encontra no activo, e o único membro da direcção do género feminino tinha apenas uma representação “um pouco fictícia”, pois encontrava-se no Brasil a estudar há um ano. No final desta visita, dei por terminado o trabalho por aquele dia.

DATA: 3 de Setembro de 2008

LOCAL: Visita a quatro associações (Casa da Madeira, MOCAMFE, JUP e

Fábrica do Som)

ASSUNTO: Reconhecimento das Instalações das Associações e administração

dos inquéritos

No segundo dia dedicado às visitas às associações, mais uma vez escolhi quatro que se localizavam no centro da cidade do Porto por se encontrarem perto do meu local de trabalho.

A primeira visita recaiu na associação Casa da Madeira do Porto, a sede situa-se numa das ruas de Cedofeita, tendo um estandarte com a bandeira da Madeira, um dos símbolos sinalizadores que ali se encontra associação, e como depois mais tarde notei um motivo de orgulho e distinção daqueles associados. Tal como algumas associações que tinha visitado anteriormente, as instalações estavam fechadas e no interior encontrava-se apenas o presidente.

A sede desta associação encontra-se numa casa antiga recuperada e com instalações amplas e uma decoração mais formal, que a que tinha encontrado na associação Terra Viva, Terra Vivente. A conversa foi curta, já que o presidente se encontrava de saída, mas as informações recolhidas deram para fazer um breve retrato da associação. Este tinha sido alvo de obras estruturais para alargar o bar, que é um espaço explorado pela associação e para obter alguns lucros para a sua manutenção. O dinamismo da associação passa um pouco pela exploração do bar e da sua abertura ao público jovem, maioritariamente estudantes madeirenses que se encontram no Porto a estudar e a viver e aos seus colegas. Conclui-se que o objectivo é proporcionar um espaço de convívio a esta população mais específica, mas que também não deixam de interagir com a restante comunidade e de estarem mais vocacionados para uma actividade económica lucrativa, o que se insere já num novo estilo de associativismo, que até há bem pouco tempo não existia nestes módulos.

Depois de deixar dois questionários para as duas únicas mulheres na direcção desta associação, as quais por falta de tempo e algumas quezílias entre membros da direcção frequentavam muito pouco as instalações da associação, preparei-me para seguir rumo para outra associação indicada no mapa das associações juvenis portuenses.

Por volta das 18h30 cheguei às instalações do JUP (Jornal Universitário do Porto), localizadas na Rua de Miguel Bombarda, o que vem também um pouco no

seguimento da distribuição geográfica da maior parte das associações juvenis portuenses, a maior parte concentram-se no centro da cidade, mais propriamente na zona de Cedofeita e da Cordoaria.

Das três visitas que tinha feito anteriormente ao JUP, apenas neste dia consegui falar com alguns membros da direcção, nos outros dias a sede estava sempre fechada e uma das vezes apenas avistei a empregada de limpeza que por sinais me indicou que estavam fechados e que não sabia quando abriam. A explicação para esta situação foi- me dada nesta visita, quando a vice-presidente referiu que a sede da associação só estava aberta no final de cada mês para efectuarem a paginação e terminarem a edição do jornal. O restante trabalho, a redacção e a pesquisa são feitas pelos associados em suas casas, recorrendo às suas próprias ferramentas de trabalho em casa, um dos exemplos era um dos associados que se encontrava na sala de redacção com o seu próprio portátil a trabalhar na parte gráfica da edição do jornal.

A casa antiga onde se localiza o JUP tem três pisos, mas apenas tive acesso aos dois primeiros. O rés-do-chão é o local dedicado a exposições permanentes, tal como se pode ler na indicação numa das janelas que dá para a rua. No corredor de entrada, vêem- se listas de jornais empilhados de edições anteriores que provavelmente não foram distribuídos, e as escadas que fazem ligação com a sala de redacção. Assim, no primeiro piso as duas salas existentes são ocupadas pelos associados do JUP, numa encontram-se os computadores já bastante antigos e que ocupam a maior parte das mesas e do espaço. A decoração da sala é feita de desenhos e frases de intervenção escritas nas paredes e ainda se podem ver espalhados alguns placards com flyers e cartazes de festas, ou notícias de jornal. A segunda sala é ocupada pela presidente, e outros membros da direcção, mas o espaço está decorado da mesma forma. Tudo parece estar um pouco desarrumado.

Nesta visita tive contacto com a vice-presidente, que depois de responder ao questionário tentou arranjar uma forma de contacto para as restantes associadas que também pertenciam à direcção. A formação dos corpos sociais tinha sido recente e instável devido a alguns problemas internos, uma das razões para que o JUP ainda não estivesse a funcionar em pleno e que muitos dos membros da direcção não aparecessem com tanta frequência na sede.

Segui em direcção à associação Fábrica de Som, que se encontrava bastante mais distanciada do centro da cidade e do núcleo das restantes associações. A sede ficava numa casa antiga da zona oriental do Porto. Apenas consegui visualizar o exterior da

associação, já que se encontrava fechada, pelos cartazes nas janelas que anunciavam actuações de bandas de rock pouco conhecidas pelo grande público, percebi que as instalações serviam como espaço para concertos em alguns dias específicos e como estúdio de gravações musicais. Não existia campainha e como tal depois de bater consecutivamente à porta tive de desistir.

Como nesse dia o tempo já era curto optei por ir directamente à casa de uma amiga que pertence aos corpos dirigentes da associação MOCAMFE do núcleo regional do Porto. Esta associação tem sede na parte Oriental da cidade do Porto, mais propriamente em Paranhos. Contudo, a maior parte dos associados e membros da direcção adoptam outros pontos de encontro para as reuniões, por exemplo as suas próprias casas. Os inquéritos para as restantes associadas foram deixados na casa dela, pois brevemente iriam ter uma reunião para discutirem as actividades para o próximo ano. A conversa centrou-se essencialmente nas actividades da associação e no impacto que têm na comunidade onde existe cada um dos núcleos regionais. Basicamente as actividades desta associação centram-se na organização de campos de férias para jovens e também no restauro de algum do espólio habitacional da associação.

DATA: 5 de Setembro de 2008

LOCAL: Reunião com o presidente da Associação CAOS e visita às instalações

das associações sediadas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (TIC TAC – Teatro Amador de Ciências, NECTAR e Grupo de Folclore da Faculdade de Ciências)

HORA: 18h30 – 21h30

Um dos problemas que já tinha surgido em anteriores visitas e que se revelou ser o mais problemático para o decorrer da investigação e da aplicação do método quantitativo foi a falta de disponibilidade de muitos dos membros das direcções para manterem as portas abertas das associações tanto para actividades das mesmas, como para receberem algum visitante. Desta forma, tive de me adaptar aos contratempos e optei por marcar telefonicamente um encontro com o presidente da CAOS, uma reunião na FAJDP (Federação das Associações Juvenis do Distrito do Porto), já que por motivos aliados ao funcionamento da associação do mesmo, ele tinha marcado previamente uma reunião com o presidente da FAJDP Júlio Oliveira.

Depois das apresentações formais, a Cláudia, uma das funcionárias da FAJDP e o presidente da CAOS ainda se debruçaram sobre algumas questões logísticas entre as duas instituições e alguns minutos a seguir sentamo-nos todos na grande mesa de reuniões. A FAJDP tem as suas instalações tal como muitas outras associações numa casa antiga do centro da cidade. Como Federação é uma instituição maior que as restantes associações e por isso mesmo com alguns objectivos e financiamentos diferentes. Logo à entrada foi criado um espaço para uma UNIVA (Unidade de Inserção na Vida Activa), onde estão dispostos computadores em algumas mesas encostadas às paredes cheias de panfletos das actividades associativas e de oferta/procura de emprego.

A sala de reuniões onde nos encontrávamos acaba por ser o epicentro de toda a actividade da Federação com as associações e onde se encontram as duas funcionárias a trabalhar diariamente. Uma televisão com ecrã gigante que está sempre ligada a canais que passam música rock e pop faz com que o ambiente se torne mais informal.

A conversa com o presidente da CAOS revestiu-se de um carácter também ele mais informal, apesar de que a sua faixa etária se situava entre os quarenta, quarenta e cinco anos, o que em outras situações poderia ter-me obrigado a seguir outros moldes de comunicação para este diálogo.

A CAOS foi-me descrita como uma associação ligada à comunidade onde está inserida e levando a cabo alguns projectos para colmatar algumas das necessidades

socioeconómicas da população mais jovem que habita nos bairros sociais do Cerco e do Lagarteiro. Durante a nossa conversação, o presidente atendeu várias chamadas relacionadas com a associação, e em todas elas pareceu exercer sempre um papel muito enérgico.

No final desta breve reunião, o presidente prometeu levar os questionários com ele e aplicá-los às várias mulheres que ocupam cargos na direcção da associação, mas salientando sempre a falta de tempo que muitos dos associados têm.

Como muitas das associações estão distanciadas geograficamente entre si, uma das soluções aplicadas foram as visitas a núcleos de associações que estivessem o mais próximo possível entre si. A segunda parte do dia centrou-se na ida às instalações das três associações que tinham sede na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, no pólo universitário do Campo Alegre.

A busca pelas instalações de cada uma das três associações revelou-se um pouco mais complicada do que se esperava, já que a grande parte dos alunos não sabia da existência das associações na Faculdade. A associação de estudantes foi então apontada como o único local onde poderia obter alguma informação. Situada numa nova parte adjacente ao edifício da faculdade a associação de estudantes da FCUP e depois como me pude aperceber também as três associações ocupam um dos pisos. Na sala da associação de estudantes indicaram-me um corredor com três pequenas salas que tinham colado na porta um papel com a indicação que cada uma das associações funcionava ali. Como em nenhuma das três associações estivesse alguém, optei por me dirigir a uma das salas que estava aberta. Apercebi-me que as restantes salas deviam ser como aquela em que tinha entrado: bastante estreitas, com uma única janela e com pouco espaço para material e pessoal, encontravam-se apenas duas pessoas na sala, mas já assim o espaço parecia bastante reduzido.

Uma das pessoas que se encontrava na sala aberta deu-me um número de telemóvel com a indicação quanto à associação NECTAR, as restantes duas associações, ninguém parecia saber alguma coisa sobre algum dos associados, ou até se ainda se encontravam em funcionamento.

Como não sabia se alguma das associadas da NECTAR ainda se encontrava pela faculdade liguei para o número que me tinha sido fornecido e falei directamente com uma das jovens associadas pertencente aos corpos sociais. Mais uma vez o contacto foi feito via telefone, pois segundo as informações a sede raramente estava aberta e o projecto tinha sido colocado um pouco em “standby” devido ao final da vida académica

e o prosseguimento para a vida profissional, a disponibilidade deixou de ser a mesma que a inicial.

Tendo em conta esta situação, introduzi um novo método de aplicação dos inquéritos, através do envio dos mesmos por e-mail para as associações. O primeiro caso foi o da NECTAR.

DATA: 9 de Setembro de 2008 LOCAL: Visita ao Rampa Clube

ASSUNTO: Reconhecimento das Instalações das Associações e administração

dos inquéritos

Numa anterior visita feita ao Vega Clube uma associação juvenil ligada à Opus Dei, indicaram-me a associação juvenil Rampa Clube como sendo a associação também ligada ao mesmo movimento religioso, mas trabalhando exclusivamente para o sector feminino. Enquanto que o Vega Clube seria a associação juvenil com actividades estritamente ligadas aos jovens do género masculino.

A sede desta associação ficam na Avenida da Boavista, uma zona mais modernizada da cidade do Porto e as instalações ocupam dois andares de um prédio bastante recente. Tal como a maior parte das associações não existe nenhum placard a anunciar que ali se encontra uma associação. Apenas o botão da campainha está identificado com o nome.

A entrada para associação é feita a partir de um grande hall de entrada, com alguns móveis imponentes. As salas onde decorrem as actividades encontram-se num corredor mais afastado, longe do olhar dos visitantes. Uma sala de estar majestosa recebe os possíveis visitantes, ou convidados, com uma decoração muito formal, podemos dizer até um pouco opressiva, já que nos faz temer “qualquer passo em falso”. Os sinais exteriores de riqueza estão bem patentes, desde o mobiliário, até à presença constante de uma funcionária da associação, uma senhora já com uma certa idade e que se movimenta entre os diversos escritórios de alguns membros da direcção.

Depois de me indicarem para esperar nessa mesma sala, fui recebida por uma das associadas mais velhas, que nesse momento se encontrava a leccionar uma aula às associadas que frequentam o ensino superior. A conversa decorreu da forma mais

formal possível, muito diferente das associações que até então tinha tido contacto, que se tinham mostrado mais informais na parte comunicacional. No final da visita, mais uma vez foi-me explicado a pouca disponibilidade por parte dos membros da direcção para responderem ao questionário, devido ao volume de trabalho que tinham tanto na associação, como fora.