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O Diário MS tem uma história diferente dos outros jornais de Dourados, pois unificou vários impressos e mudou sua denominação devido à existência de um homônimo mais antigo, em Campinas (SP), de propriedade do ex-governador paulista Orestes Quércia (1938-2010). Nasceu Diário do Povo, em setembro de 1993, resultado da fusão de três semanários: Panfleto (1983), Jornal do Vale (1987) e Zangão (reeditado em 1985).

O jornal passou a circular com o nome Diário MS, dado pelo seu diretor e fundador Vitoriano Carbonera Cales, em dezembro de 2000, como escreveu o jornalista Luís Carlos Luciano (2003), no livro O Fenômeno Diário MS: Dez anos de um sonho que está dando certo, publicado para marcar as comemorações da primeira década do jornal (ROCHA, 2014). Mudou de nome por causa da crise do papel, nos anos 2000, quando ao realizar os procedimentos para

a importação de papel, descobriu no setor de Marcas e Patentes que já havia um Diário do Povo, razão pela qual ganhou o nome de Diário MS.

Natural de Presidente Prudente (SP), Vitoriano Carbonera Cales, descendente de espanhóis e italianos, era gráfico por formação e ajudou a montar vários jornais, até conseguir ter o seu. Seu interesse por Dourados começou no final da década de 1970, quando foi convidado, em 1978, para montar a parte gráfica de um periódico chamado Jornal da Praça, que funcionou próximo ao O Progresso, na Avenida Presidente Vargas. “Eu vim porque eu era um técnico gráfico, mexia com linotipo, com impressora, com paginação que era o sistema pré-

offset, que existia antes do offset, mexia com tipos, enfim”, conta Cales40. Aprendeu a profissão de linotipista, em Andradina (SP), para onde foi no início da década de 1970, ficando lá por dois meses, trabalhando com equipamentos de linotipos no Jornal do Povo. Depois, foi para Marília (SP), montar o Diário de Marília. Na cidade, se estabeleceu, casou e constituiu família, teve dois filhos e ficou até 1977.

O Jornal da Praça, que montou em 1978 em Dourados, era de propriedade de João Natalício de Oliveira e da mulher Isolina de Oliveira, e foi fundado para cobrir um espaço que estava vazio. Segundo Cales:

Eles eram representantes aqui da Folha de Londrina que era um jornal forte nessa região, vinha de carros de Londrina para cá, e esse João Natalício e a Isolina eram responsáveis pela sucursal da Folha de Londrina em Dourados. Então, eles perceberam a possibilidade de criar outro jornal aqui, porque só existiam dois, O

Progresso e a Folha de Dourados. A Folha era um jornal diário, mas depois, passou

a semanário, então, ficou uma lacuna, da questão de mais um diário na competição do leitor. Então o jornal foi montado, eu fiz a minha parte, montei a gráfica, trabalhei durante um ano e fui embora, voltei para Marília, no final de 1978 (CALES, 2018).41

Mas no ano seguinte, Cales, ou Vitão, como é também conhecido, foi convidado novamente para voltar a Dourados, desta vez para trabalhar na montagem de outro jornal diário, já que o Jornal da Praça havia sido vendido, e teve a sede transferida para Ponta Porã, onde passou a funcionar.

Aí, abriu a lacuna de novo para um jornal diário, em Dourados, que permitia a abertura de um segundo jornal, uma segunda corrente de ideia, mesmo porque a Folha de

Dourados já estava sofrendo, por falta de investimento, falta de aprimoramento dos

equipamentos, então, estava difícil competir. Aí, eu vim para montar O Panorama, que era de três sócios, tendo à frente o fundador Vanderley Mariano. Funcionou normalmente durante cerca de três anos até 1981/82, quando foi vendido ao Roberto Razuk, porque os donos tiveram problemas de gerenciamento, de financiamento, um deles saiu, e acabaram vendendo o jornal para o Razuk, que me chamou para continuar

40 Entrevista concedida ao autor no dia 17.04.2018. 41 Ibidem.

com ele. Mas depois eu acabei saindo do jornal. A minha ideia era de ir embora, mas no mesmo dia que fui demitido, como a gente prestava serviço para outras pessoas, fazendo jornais dentro da estrutura do Panorama, daí, o pessoal de Fátima do Sul, que fazia um jornal chamado O Zangão, me chamara para trabalhar nele (CALES, 2018).42

Segundo Cales, foi nesse momento que começa a história dele “como futuro dono de jornal, futuro patrão”, ao ser convidado por Orlando Alves Martins e Akio Kassawara, que sabiam de sua saída de O Panorama, “para montar uma oficina para imprimir esse jornal deles, em Fátima do Sul, que consistia de uma linotipo, impressora e umas caixas de títulos, e me propuseram uma sociedade”. Mas a sociedade não previa remuneração, pelo período de um ano. Assim, eles disseram:

Você vai trabalhar conosco durante um ano, e nesse período, o que nós comermos, você come; o que nós vestirmos, você veste; o que nós passearmos, você passeia; vamos lhe dar condições de sobrevivência, sem nenhum retorno financeiro, e no final desse primeiro ano, eu teria 33% dos equipamentos. E eu fiz isso, então, no final de um ano, eu me tornei sócio de uma máquina de linotipo, de uma impressora e de umas caixas de tipo, chumbo, que era o material que usava naquela época, me tornei sócio disso. Fizemos O Zangão durante um certo período (CALES, 2018)43.

O maquinário rodava apenas um jornal por semana e ficava o restante do tempo ocioso, o que abriu espaço para outros trabalhos e publicações gráficas, considerando que existiam vários semanários que circulavam na região. Um desses jornais que passaram a ser feitos na gráfica era o Panfleto, voltado para questões políticas, de propriedade de Paulo Falcão. Havia também o Panrural, direcionado para as questões rurais, do engenheiro agrônomo Osmair Scarpari.

Com o fechamento de O Panorama, Orlando e Akio abriram um jornal diário em Dourados, o Regional, que teve vida curta, menos de um ano. Cales conta que eles “mexiam com filmagem de Super 8, naquela época, mas aí chegou a filmadora VHS e todo mundo tinha a sua, a filmagem com Super 8 não dava mais retorno financeiro e resolveram acabar com a sociedade de tudo”, inclusive do jornal e resolveram mudar de Dourados. A situação criada levou Cales a comprar 66% da sociedade. O jornal Regional foi vendido para o Osmair Scarpari e Ivo Cerzózimo44, que já tinha um jornal, e outra parte para Paulo Falcão. Foi feita uma nova reorientação na distribuição das cotas, com a entrada de um quinto sócio Leandro Rosa, proprietário do Diário do Interior. Para a nova engenharia de cotas na sociedade da gráfica, 42 Entrevista concedida ao autor no dia 17.04.2018.

43 Entrevista concedida ao autor no dia 17.04.2018.

44 Ivo Anunciato Cerzósimo foi vereador de Dourados, deputado estadual por três legislaturas e deputado federal

Cales teve que abrir mão de 13% dos seus 33%, pois com cinco sócios, cabia 20% para cada. De acordo com Cales, a gráfica passou a funcionar como uma espécie de cooperativa que, embora fosse sócio, era quem operava o maquinário gráfico. Além de avanços técnicos, a empresa necessitava de mais funcionários para dar conta de todos os jornais impressos, como explica Cales:

Agora eu não estava mais sozinho na operação da gráfica, porque pelo volume de trabalho foram contratados mais funcionários, um paginador, um linotipista, um impressor, e eu agora, na chefia, coordenava todo o trabalho. Nós fazíamos quatro jornais: O Panfleto, do Falcão; o Panrural, do Osmair; o Regional, do Cerzózimo e o

Diário do Interior, embora não fosse diário. Nós tínhamos, por exemplo, uma despesa

de R$10 mil reais, em cima da despesa era colocado mais 10% e cobrado de cada um, no fim do mês, era como se pagava meu salário e o dos outros funcionários, e havia uma capitalização desse 10%, então tinha um caixa desse valor, vistoriado por todos os sócios, para reposição de peças, etc, uma espécie de fundo de reserva, a manutenção não era tão difícil, você não tinha muitos gastos com manutenção e não tinha dificuldade de conseguir. A verba de publicidade de órgãos públicos na década de 1980 não era tão difícil, então estava tudo caminhando tranquilamente (CALES, 2018)45.

A exemplo da situação criada com a chegada da VHS, Cales contou que a evolução técnica no setor gráfico foi exigindo a presença de novos maquinários. “Além disso, havia muitos jornais semanários no estado, o que provocou uma redução da fatia da verba publicitária das Prefeituras e Câmaras Municipais”, pois o setor público era um dos grandes anunciantes da imprensa. Nesse cenário, alguns dos sócios começaram a ter dificuldade de pagar a parte deles, gerando desistência do negócio, segundo Cales. Com a saída do deputado Ivo Cerzózimo, voltou a divisão de 25% para os quatro sócios restantes. Em seguida saiu Leandro Rosa para montar sua própria oficina gráfica. Assim, os percentuais dos sócios que saíram foram redistribuídos para os que ficaram. Quando o percentual voltou para o patamar dos 33%, Osmair Scarpari abandonou o negócio. Sobraram dois sócios, Cales e Falcão. Com 50% cada um, conforme lembrou Cales, “Falcão não tinha condições de bancar a despesa; e é, aí, que começa minha história como dono de jornal, em final de 1984”. De acordo com Cales, Paulo Falcão, por ter dificuldades de arcar com a despesa da oficina gráfica, o incentivou a criar um jornal e dividirem as despesas.

Ele disse que me ajudaria nos primeiros seis meses a fazer o jornal. Como o Orlando e o Akio eram muito amigos meus e tinham se mudado, eu liguei para o Orlando e pedi para usar o nome do Zangão, que tinha deixado de circular, estava inativo e ele deixou usar a marca. Aí, eu falei eu aceito, mas você tem que me ajudar porque eu sempre trabalhei na gráfica, sei fazer um jornal, eu vejo aqui os textos, mas não tinha

os contatos externos, então o Falcão se propôs a colocar o carro dele na rua para distribuir o meu jornal. As prefeituras tinham os atos oficiais que eram obrigados a publicar, então isso dava uma certa garantia financeira para a empresa (CALES, 2018)46.

Cales lembra que a maior preocupação naquele momento era manter a periodicidade do jornal uma vez por semana. Vitoriano Cales resolveu que com a experiência acumulada, era capaz de tocar o jornal, pois “ensinamos ao pessoal de Fátima do Sul, Vicentina e Jateí a ler jornal”, porque, “nós não estávamos preocupados com Presidente da República, com Deputado Estadual ou Federal, nós estávamos preocupados com o que acontecia na comunidade”. Cales expõe seu ponto de vista de forma simples sobre como deve se portar um jornal, principalmente em relação à autonomia para criticar qualquer político, independente do escalão que ocupe, porque se trata do público para o público.

Lançado, no final de 1983, o Zangão tinha tiragem de mil exemplares, era distribuído de porta em porta, em Fátima do Sul, Jateí, com notícias locais dessas comunidades. Falava de política e fazia um resumo dos atos dos legislativos desses municípios. A frequência com que circulava e a assiduidade chamavam a atenção dos leitores. O sucesso do Zangão foi tanto que, em 1986, resolveram criar outro jornal, o Jornal do Vale, distribuído na região de Glória de Dourados até Angélica, nos mesmos moldes do Zangão, com notícias das localidades onde circulavam as edições.

Em 1986, Falcão se afastou do jornal para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, mas não obter sucesso, e voltou para O Zangão. Com a necessidade de empreender novas técnicas de impressão, em 1986, Cales comprou uma máquina offset, proporcionando um salto na qualidade da impressão, além de maior rapidez. “Demos um salto tecnológico muito grande, saímos do sistema quente como se dizia do sistema linotipo e passamos fazer em offset. A qualidade melhorou muito, pois o jornal ficou melhor ilustrado, tocamos essa estrutura até 1988, por aí”, quando foi promovida uma alteração significativa no formato de O Zangão, que passou a ser impresso em standard e não mais em tabloide.

De acordo com Vitão, a repercussão foi imediata. Ele lembra que havia um preconceito, porque o jornal era impresso em tabloide e muitos o chamavam de jornalzinho, porque segundo ele, as pessoas estavam acostumadas com O Estado (de Campo Grande), que circulava na época em Dourados.

A repercussão foi tão grande, que todo mundo dizia que agora, tinha jornal grande. E a gente evoluiu muito, porque o mercado vendia e não entregava e a gente fazia o contrário, vendia e entregava o esperado, não atrasava. Isso deu segurança financeira para a empresa. O Progresso circulava de terça a sábado, cinco dias na semana, então os nossos próprios funcionários incentivaram a gente a fazer um jornal diário, em vez dos três jornais por semana, houve aquela discussão sobre o título, que máquina deveríamos comprar para imprimir o novo jornal. Aí, fui atrás da máquina e comprei uma em Mundo Novo, trouxe, e tudo eu queria de dois, porque era uma maneira de garantir a regularidade na distribuição, pois todos os jornais que fechavam, era por causa disso, falta de regularidade na distribuição. Então vamos criar um jornal diário, mas vamos fazer de segunda a sexta, porque sábado fechava tudo mesmo; em vez de fazer de terça a sábado como o concorrente, nós fizemos um jornal que circulava de segunda a sexta (CALES, 2018) 47.

O Diário do Povo nasceu já robusto. Além de absorver os outros três semanários (O

Zangão, Jornal do Vale e O Panfleto), reunia a expertise deles, bem como seus públicos. Assim,

surgiu mais um jornal em Dourados, voltado totalmente para o público regional. De acordo com Vitão, “Como a gente já tinha uma penetração regional grande com os semanários, porque O

Panfleto tinha começado a circular também em Caarapó, e outros municípios, e já não era mais

ideológico, o Falcão tinha abandonado aquela linha”.

O lançamento do Diário do Povo, em 1993, é considerado por Cales, o ápice do que poderia chegar um semanário, “porque o Diário absorveu tudo, passando a circular onde os outros circulavam, então, pegamos a audiência criada com os anteriores. Nós não entramos diretamente na concorrência em Dourados, nós fomos para o interior”. A concorrência a que se refere Cales, era O Progresso que segundo ele, ao perceber o sucesso do Diário, começou a se voltar para o interior do estado também. “Fomos comendo pelas beiradas, quando a concorrência percebeu que a gente tinha uma parcela do mercado considerável, começou a movimentar para tentar equiparar o interior, quando ela fez isso, nos movimentamos para ocupar espaço em Dourados”. Uma inversão de estratégia adotada para vencer as dificuldades encontradas, segundo Cales.

A primeira edição do Diário do Povo (Figura 9) trazia logo abaixo da logomarca à direita, a chamada anunciando o editorial na página 2 sobre o novo projeto: “Nasce uma nova era”. Ao lado, uma foto de Dourados, em três colunas, cujo título era uma saudação, “Bom dia Dourados e Região!”.

Figura 9: Capa da Primeira edição do Diário do Povo Fonte: Arquivo do Diário MS.

A manchete principal apontava para abordagens políticas: “Prévia aumenta racha no PMDB”, tratando da disputa interna do partido para a indicação do candidato à sucessão estadual para concorrer às eleições de 1994. A matéria trazia uma foto carregada de simbolismos em que dois filiados do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), cumprimentavam-se, mas com uma rasura os separando, numa evidência da imagem trincada do partido na disputa eleitoral.

O restante do espaço da primeira página foi ocupado com uma chamada da greve dos bancários, ameaça de paralisação da Polícia Civil, Juizado de Pequenas Causas em Fátima do Sul, apreensão de material de caça e pescas pelo Ibama, todas matérias locais ou regionais, o que identificava o periódico como mídia de proximidade. Em referência ao Brasil, apenas uma coluna com notas nacionais à esquerda.

caminhada de 10 anos e justificando a decisão como aprimoramento do processo. Chama atenção para a responsabilidade assumida com seus públicos e o novo, sem esquecer de frisar os desafios futuros.

As recentes manchetes dos jornais “O Zangão, “Panfleto” e “Jornal do Vale”, na última semana do mês de agosto anunciavam o início de uma nova era, a partir do surgimento do “Diário do Povo”. E é essa responsabilidade, de manter o nível de informação à altura do compromisso assumido e implantado pelos três jornais que antecederam o “Diário do Povo”, que estamos iniciando, hoje esta nova caminhada. [...] A partir de hoje assumimos o compromisso diário com mais de 400 mil habitantes dos 17 municípios diretamente, e com todas as demais cidades do Estado, que é o nosso maior objetivo. “O Diário do Povo” inicia hoje as suas atividades, nasce respaldado pela credibilidade das publicações que já editou, pelo compromisso com a divulgação séria dos fatos que fazem o dia-a-dia de Dourados e de Mato Grosso do Sul e, principalmente, pela responsabilidade de todas as pessoas envolvidas nesse grande projeto (DIÁRIO DO POVO, 1993)48.

O Expediente do jornal indicava como diretores Vitorino Carbonera Cales e Paulo Falcão, além do corpo de redatores composto pelos jornalistas: João Carlos Torraca, Clóvis de Oliveira, Ronney Minella, Fábio Dorta, Willams Araújo e Edinir Conceição, da Sucursal Campo Grande. Com tiragem de 5.200 exemplares, a assinatura mensal custava CR$ 600,00, enquanto a trimestral, CR$ 1.800,00, com o exemplar avulso vendido por CR$ 30,00.

De compositor gráfico a empresário, proprietário de jornal, Vitoriano Carbonera Cales fez um percurso com muitos atalhos e atingiu o objetivo de fundar um jornal. Em suas palavras, orgulha-se de ter transformado um negócio de fundo de quintal em uma empresa de mercado:

A nossa participação aqui, começou como uma empresa de fundo de quintal, sofreu um processo evolutivo, mas eu tive muitas horas de dificuldades financeiras, muitas dificuldades de conhecimento, e a transformação de uma empresa de fundo de quintal para uma empresa de mercado exige uma readaptação, que traz traumas, por exemplo, umas pessoas que eu via diariamente eu passei a não poder ter mais, porque o jornal era maior do que eu, eu tinha que estar presente em muitos lugares e as vezes não dava conta (CALES, 2018)49.

48 Trechos do editorial da primeira edição do Diário do Povo de Dourados, na edição do dia 15.9.1993. 49 Entrevista concedida ao autor no dia 17.04.2018.

Figura 10: Capa da Primeira Edição do Diário MS. Fonte: Arquivo do Diário MS.

A logomarca do novo jornal estampou a capa da edição nº 1.908, do dia 13 de dezembro de 2000 que trazia como manchete principal Zeca pressiona prefeituras, uma alusão à pressão exercida pelo governador da época, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, sobre os prefeitos para priorizarem o ajuste fiscal (Figura 10). O anúncio da mudança do nome do jornal foi feito no centro da capa, com uma foto da nova sede abrindo três colunas, com o título “Diário estreia uma nova fase”, chamando a matéria para a página 5. Nesta página, uma matéria com o mesmo título ocupou mais da metade da página para explicar as mudanças. Abaixo da matéria, um grande anúncio publicitário chamou atenção por estar em branco, apenas com a assinatura da empresa anunciada, mas que nada tinha a ver com o processo de mudança do jornal.

A mudança do nome do periódico que manteve Diário e substituiu Povo por MS, veio acompanhada de uma série de transformações tecnológicas. A maior delas foi sentida na estrutura física, com a mudança da sede, instalações e maquinarias, que saíram da Rua Cuiabá,

e foram instaladas em novo prédio com frente pintada em cores vermelho e branco, as mesmas cores do jornal, na Rua Joaquim Teixeira Alves, 2446, Centro.

Na matéria, o empresário Vitor Cales informou que o jornal inaugurava uma nova fase no jornalismo de Mato Grosso do Sul, dirigindo-se aos assinantes espalhados por 54 municípios onde ele circulava que “passaram a receber um jornal mais moderno na sua linha gráfica, mais