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CAPÍTULO 3 – A INCONSISTÊNCIA DA EUROPEIZAÇÃO DAS NORMAS MIGRATÓRIAS PARA A REALIDADE PORTUGUESA

3.3. O USO DA DIFERENÇA PARA FINS DE EXCLUSÃO

Conforme destacado durante o texto, as normas europeias em matéria de regulação das migrações geram um quadro de desconfiança em relação aos imigrantes, pois acabam estabelecendo um estigma sobre essas populações, mesmo aquelas que estão de forma regular em um território. A tentativa de se estabelecerem barreiras para a entrada dos imigrantes estabelecem um sentimento social de que eles não são necessários e desejados, resultando em medidas com forte apelo de preconceito.

Mesmo a existência de normas que buscam combater o preconceito em geral e que, nesse sentido, poderiam conferir proteção aos imigrantes, são falhas. Apesar do preconceito ser visto como uma atitude desvalorizada e combatida pelo quadro jurídico em vigor, a lógica que gerencia as relações entre os governos e os imigrantes favorece as pessoas estabelecerem parâmetros de ação envolvidos por sentimentos xenofóbicos.

Trata-se de uma forma de preconceito institucional que, por não ser percebido pela União Europeia, não é combatido. Wievorka (2008, p. 40) ao tratar do tema do combate ao preconceito, mais especificamente do racismo, destaca que:

É necessário que ela se encarregue não apenas das dimensões ideológicas e políticas do fenômeno, mas também das formas concretas diversificadas, múltiplas, como, por exemplo, na luta contra as discriminações. Ela deve opor àqueles que vêem nas raças perigosas uma ameaça à cultura, dotados de uma identidade, e também como realmente desejosos de participar de valores universais e de obedecerem ao direito e à razão; ela deve, enfim, abarcar a questão do racismo institucional, passando pelas ações concretas para modificar o funcionamento das organizações que, sem perceber, reproduzem em seu interior a discriminação, o que passa notadamente por esforços voluntaristas, por exemplo, sob a forma da “discriminação positiva” – uma noção que também suscita debates.

A busca por um quadro de permissão de entrada somente daqueles que são desejados, e que não é alcançada em nenhum Estado no mundo, gera um forte sentimento de insatisfação por parte da população nacional, pois se estabelecem medidas que, obviamente, não podem ser cumpridas de forma eficaz, mas que se colocam como um valor a ser alcançado, gerando repulsa dos nacionais frente aos imigrantes.

Medidas como as adotadas pelas diretivas europeias sobre o tema da imigração de irregulares, impedem que se consiga construir boas perspectivas sobre os imigrantes, as quais não estejam atreladas à necessidade dentro do mercado laboral.

Conforme ressalta Bauman (2005, p. 74),

Despidos de boa parte das prerrogativas e capacidades soberanas pelas forças globalizantes que são impotentes para enfrentar, e muito menos controlar, os governos não têm opção senão

“selecionar com esmero” os alvos que podem (presume-se) sobrepujar e contra os quais podem apontar suas salvas de retórica e flexionar os músculos, enquanto ouvidos e vistos pelos súditos agradecidos.

Entretanto, a distinção entre os nacionais e os imigrantes não é marcada pelo posicionamento desses indivíduos dentro do mercado de trabalho. Há que se fazer uso de outros elementos distintivos, para conseguir se configurar a diferença ansiada e, assim, justificar um quadro jurídico no qual um deve ser repelido de qualquer forma.

Todo o trabalho realizado pelo imigrante bem como a contribuição deste para a vida social não são destacados, apenas as mazelas, como a possibilidade de se romperem os laços culturais e étnicos formadores das sociedades europeias. A suposta identidade que se diz ameaçada pelos imigrantes foi construída historicamente (ANDERSON, 2008). Busca-se reforçar tal identidade na sociedade atual pelos agentes políticos para reafirmar a legitimidade de estruturas estatais e supraestatais sobre certas populações. Para isso, deve-se diferenciá-los dos demais por meio de suas características – físicas, linguísticas, religiosas, e, principalmente, culturais –, garantindo, dessa forma, que a estrutura política vigente continue a definir os rumos dessas localidades.

Por conta dessa valorização, elementos como a nacionalidade são reforçados. Mas, na Europa, vai-se além, pois percebe-se a exigência, mesmo para autorizações de residência, ainda que o imigrante possua domínio sobre a cultura do local, da língua e de valores. Isso não é integração, mas um processo de aculturação.

É preciso lembrar que:

“cultura” designa todas aquelas práticas, como as artes de descrição, comunicação e representação, que têm relativa autonomia perante os campos econômico, social e político, e que amiúde existem sob formas estéticas, sendo o prazer um de seus principais objetivos. Incluem-se aí, naturalmente, tanto o saber popular sobre partes distantes do mundo quanto o conhecimento especializado de disciplinas como a etnografia, a historiografia, a filologia, a sociologia e a história literária. [...] Em segundo lugar, cultura é um conceito que inclui um elemento de elevação e refinamento, o reservatório do melhor de cada sociedade, no saber e no pensamento, como disse Matthew Arnold na década de 1860. [...] Com o tempo, a cultura vem a ser associada, muitas vezes de forma agressiva, à nação ou ao Estado; isso “nos” diferencia “deles”, quase sempre com algum grau de xenofobia.

[...] Neste segundo sentido, a cultura é uma espécie de teatro em que várias causas políticas e ideológicas se empenham mutuamente. (SAID, 1995, p. 12-14)

Esse teatro tem servido para que práticas de preconceito e de exclusão sejam plenamente viáveis dentro das sociedades europeias. Com isso tem início um novo modelo de integração, baseado na incorporação desses migrantes ao modelo proposto pelos países que o recebem. Tal modelo, pautado na agregação e assimilação do estrangeiro, valoriza-o apenas enquanto mão-de-obra, pois eventuais colaborações são deixadas de lado. Trata-se de uma lógica que não garante ao migrante o direito de se manifestar como indivíduo dotado de uma cultura diferente.

A cultura pode ser concebida como um processo social em que um ente, dotado de sanção e coerção, modifica a natureza dos sujeitos, cultivando-os para algo novo. No caso, para ser um indivíduo dotado de hábitos e ações valorizados pela sociedade europeia. Os não providos desses parâmetros culturais não são desejados, com o objetivo de a União procurar a identidade de seus povos formadores, levando a desconstrução de perspectivas multiculturais.

A perspectiva assimilacionista propõe como modelo a adoção da cultura da sociedade de acolhimento e consequentemente esquecimento de suas raízes. Tem o objetivo de integrar totalmente as minorias na sociedade receptora, incentivando-as a abandonarem suas características mais específicas, como sua língua, sua religião ou seus hábitos sociais. Os defensores dessa perspectiva acreditam que ela eliminaria razões para possíveis crises étnico-sociais e responsabilizaria o indivíduo, considerando que ele deve fazer algum esforço para se integrar. (BÓGUS; PEREIRA, 2008, p. 142)

Ressalte-se que a partir dessa perspectiva apenas o migrante precisa se integrar, por mais que possua diferentes formas de manifestação, já o restante da sociedade não precisa trilhar o mesmo caminho. A relação é de mão única, só um dos lados precisa se adequar. A partir desse cenário, evidencia-se o tipo de sociedade desejada, já que se baseia na valorização de certas atitudes em detrimento de outras, demonstrando um forte conteúdo etnocêntrico.

Tal perspectiva, rompe com as diretrizes que o multiculturalismo colocou em evidência no final do século XX, a ponto de muitos países terem adotado medidas que iam nesse sentido, inclusive na Europa. Em Portugal, houve a

predominância dessa alternativa na gestão migratória (BÓGUS; PEREIRA, 2008, p. 143) Por esse motivo, a europeização das normas que acabou por inserir em Portugal medidas de aculturação representa uma ruptura com a trajetória anteriormente seguida pelo país, a ponto de se tornarem alvo, de forma correta, de várias críticas. Pires (2011, p. 119) analisa a adoção de medidas de aculturação em Portugal, destacando que:

Essas medidas foram fortemente criticadas. Em primeiro lugar, o conceito de integração passa a incluir uma natureza jurídica nacionalista, patriótica e subjectiva. Há nitidamente uma lógica da assimilação ou aculturação forçadas, onde a diferença cultural é vista como ilegítima ou anormal. […] É uma outra forma de selecionar e controlar as entradas, permitindo portanto apenas os que são aptos à integração num estilo de vida e identidade considerados normais porque maioritários (da sociedade de acolhimento). Acresce que há diferenças entre nacionalidades, sendo algumas mais adaptáveis ao estilo de vida europeu/ocidental do que outras e, por conseguinte, não precisando de passar pelos testes de conhecimento da língua e da cultura cívica do país de acolhimento. (por exemplo, EUA, Canada, Japão, Coreia do Sul ou ainda Nova Zelândia). Schain (2009), na sua análise do papel do Estado face às instituições da União Europeia, refere que há convergência de uma política de integração na Europa à volta da integração cívica e da política anti-discriminação. Joppke (2007) por sua vez considera que se está a regressar a um enquadramento assimilacionista da imigração com o abandono de políticas de integração multiculturais estabelecidas nalguns países há pelo menos 15 anos.

Dessa forma, transmite-se a imagem de que a concessão do visto, da autorização de permanência ou da naturalização são um coroamento do processo de assimilação da cultura, pois, a partir dessa identidade, o sujeito pode ser visto como regular, ou melhor, como um aceito. Tal conceito de integração, baseado no tripé Estado-Nação-Cultura, não permite haver divergências. Como o econômico distingue as pessoas entre proprietários e proletários, estamos diante de um quadro em que os Estados-membros, incapacitados de exercer a política contra o poderio econômico de alguns setores, criam uma nova tensão social a ser regulada, para assim justificar a existência perante os eleitores, de forma que os imigrantes, notadamente os irregulares, são colocados como inimigos.

Nunca se discutiu tanto sobre a migração e nunca os governos estiveram tão à mercê do poderio econômico como na atualidade. Saliente-se que essa relação não ocorre por acaso.

A figura da “autorização de residência”, e muito em particular a estrita associação pressuposta no projecto de lei entre contrato de trabalho e visto de residência, revela em que medida […] é dirigida contra a globalidade dos migrantes. Chega mesmo a questionar a própria distinção entre “legal” e “clandestino”: cativo do poder discricionário do empresário privado com quem assina o contrato de trabalho, o migrante “legal” vê-se, diariamente e de forma perfeitamente explícita, sujeito à instabilidade da sua condição e à ameaça de cair novamente na “clandestinidade” – e, por conseguinte, permanentemente ameaçado de expulsão. (MEZZADRA, 2012, p. 324)

E na tentativa de desqualificar o imigrante e sua cultura, os discursos colocam, em muitos momentos, a migração como um dos principais responsáveis pelo aumento da delinquência. Não se atentando para o fato de que o aumento da criminalidade é resultado de diversos fatores, sendo um deles o abandono dos imigrantes por parte dos órgãos oficiais. É nesse momento que se inicia a destruição do Welfare State, e o culpado por isso seria o estrangeiro e não a incapacidade do Estado em controlar o poderio econômico e estabelecer uma lógica de redistribuição de riqueza mais eficiente. Os problemas como a violência e o desemprego são colocados como responsabilidade de um sujeito que nem pode se manifestar politicamente.

Esse tipo de ação reforça medidas de discriminação fáticas que já se desenvolviam nas sociedades, corroborando um cenário excludente que estigmatiza o imigrante e a sua integração na sociedade de acolhimento. Segundo Vala (2002, p. 90), já em 2002, haviaum reforço do etnismo, que possui como política de relacionamento cultural uma perspectiva separatista e excludente, seja no plano social, por meio da guetização na habitação e nas atividades econômicas, seja no plano simbólico, por meio de estratégias sociais que impeçam a relação com cultura da sociedade de acolhimento.

Este etnismo, estabelecido por políticas de aculturação ou por medidas que simplesmente tentam barrar os imigrantes, cria marcos que reforçam relações e sentimentos preconceituosos em relação ao outros, principalmente se vistos como diferentes.111 Estabelece-se a lógica de segregação bastante perigosa e de

111 Conforme Costa (2008, p. 15-16) destacou ao analisar a obra de Wieviorka, “no fim dos anos

70, tivemos, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, o desenvolvimento de novas formas de racismo. Ao lado da forma tradicional de racismo, radicada em supostas características raciais e biológicas, uma de suas novas marcas está na afirmação de tantos particularismos,

efeitos temíveis a longo prazo, na qual ocorrem duas ações, a inferiorização e a diferenciação (WIEVIORKA, 2006, p. 171).

Esses comportamentos justificam a criação de barreiras, não importando para as populações dos locais de destino se os imigrantes são necessários ou não, se são uteis e, mais do que isso, os benefícios e as somas culturais que eles podem trazer. Dessa forma, coloca-se o europeu como um sujeito diferenciado em relação ao imigrante, tanto que este último, deve se esforçar em atingir o nível daquele. A diferença cultural torna-se o motivo para determinar a entrada ou não de pessoas, o que é de uma enorme crueldade, além de mascarar o principal elemento – o aspecto econômico – do debate europeu sobre as migrações.

Nesse sentido,

O contributo que uma interpretação política das migrações possa trazer à compreensão dos próprios processos de globalização é, não obstante, ambivalente. Semelhante interpretação permite destacar, antes de mais, uma das principais características destes processos: a tendência para derrubar todos os obstáculos à livre circulação de bens e capitais, por contraste com as restrições impostas pela multiplicação e fortalecimento de fronteiras à livre circulação do trabalho – de mulheres e homens, na sua qualidade de força de trabalho. Trata-se de uma tendência verdadeiramente global e que tem expressão tanto ao nível das “fronteiras externas” da União Europeia […]. Ela tem sido responsável (e é-o ainda hoje) pela morte de milhares de refugiados e migrantes que procuram atravessá-las. (MEZZADRA, 2012, p. 321)

O que é significativo da perda do norte na disputa política por trás das questões migratórias é o fato, de que nesse cenário, o discurso de repulsa aos imigrantes, muito tradicional em setores direitistas, notadamente os mais radicais, acaba se qualificando como um discurso de defesa dos empregos para os nacionais. Enquanto setores da esquerda, de posse disso, mas não deveriam, por razões de caráter ideológico, ficam presos a elementos nacionais e acabam por estabelecer uma contradição com as posturas mais tradicionais, a ponto de, em muitos casos, assumirem um posicionamento não ativo na busca pela integração desses imigrantes e na defesa de seus direitos. De forma que, em certos casos, chegam mesmo a compartilhar com a direita algumas das formas de ação.

especificidades e diferenças sublinhadas, inventadas e culturalmente recriadas, construindo, assim, supostas identidades com o objetivo de tornar impossível a conciliação ou a proximidade ante a cultura dominante”.

Mezzadra (2012, p. 322-323) destaca o ocorrido na Itália que, mesmo sob um governo de centro-esquerda em um determinado período, acabou por agir de forma excludente.

O ressurgimento do problema da exclusão, que não afecta apenas os migrantes, representa um sintoma da profunda redefinição do perfil contemporâneo da cidadania. O espectro do “clandestino”, a negação radical do próprio “direito a ter direitos” (Hannah Arendt), encontra tradução dramática na condição de migrante e tem a sua mais perturbante encarnação nesse verdadeiro escândalo a que uma lei italiana promovida por um governo de centro-esquerda em 1998 optou por designar de “Centros de estadia e assistência temporária” (autênticos campos de concentração onde são detidas pessoas que não cometeram qualquer crime). Todavia, o espectro do “clandestino” também se insinua no âmbito da cidadania formal, estilhaçada pelas políticas que têm “consumado” a crise do Estado-Providência. Neste contexto, a condição dos migrantes pode ser definida como paradigmática, na medida em que expõe claramente uma série de processos “negativos” de desestruturação da cidadania e da estigmatização social.

A partir do momento em que são vistos como diferentes, os imigrantes são colocados não só em posição de inferioridade jurídica, mas também de inferioridade social Eles podem ser avaliados como uma mera mercadoria excedente ou como um refugo produzido pela sociedade. E, como tais, podem ser descartados (BAUMAN, 2005).

A Europa afirma sofrer uma invasão de imigrantes. Entretanto, ao verificarmos o número de imigrantes de países não-membros em nos 27 países, chegamos a um número de 20 milhões e meio, para uma população total de 502.500.000, o que representaria um pouco mais do que 4%,112 longe de

representar uma invasão. Para a atual realidade demográfica europeia, esses números ainda são baixos, pois, por causa do envelhecimento da população, são necessários mais imigrantes, a fim de garantir a manutenção do Estado Providência nos moldes do que se apresenta hoje.

Vale destacar, conforme já citado anteriormente, que a não existência efetiva em termos eleitorais de uma direita radical xenofóbica e a própria trajetória migratória portuguesa de um país de emigração e, tardiamente, um país de

112 Dados de 2011 disponíveis em:

<http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/File:Total_population_and_resident_populati on_by_group_of_citizenship,_2011.png>. Acesso em: 19/08/2014.

imigração, fizeram com que a prática do país em relação aos imigrantes seja muito melhor do que a da União Europeia.

Essas ações, nas quais se destacam medidas como:

A-) a legalização ou regularização dos imigrantes, promovendo uma integração no mercado de trabalho formal, vinculando a residência a um contrato de trabalho e contrariando a subsistência da economia informal (mesmo quando as tentativas acabaram por não ter o sucesso desejado); B-) a adopção de um regime que favorece a aquisição da nacionalidade portuguesa, privilegiando a cidadania plena, mesmo que ainda persistam lacunas, inconsistências e desigualdades; C-) criação de uma estrutura institucional própria para as migrações, o Alto-Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural (ACIDI) com o objectivo de melhorar e promover a integração dos imigrantes. Dito organismo tem dado uma ampla gama de respostas às diferentes vertentes da integração dos imigrantes. (PADILLA; ORTIZ, 2012, p. 180)

Entretanto, a europeização das medidas tem inserido, no cenário lusitano, um quadro no qual as melhores práticas portuguesas ,em relação aos imigrantes, são substituídas por medidas que carregam esse forte lastro de desconfiança ao imigrante, colocando-o como um sujeito descartável.

O resultado dessas ações acabam por

Reforçar a insegurança na comunidade, porque se constatou que as medidas adotadas (restrição de entradas) não atingiam os objetivos almejados, com o que se reforçavam os sentimentos de receio de uma invasão de estrangeiros e de aumento da criminalidade e uma subsequente diminuição do bem-estar social; Incentivar a exclusão social de amplos grupos de imigrantes, obrigados a viver "clandestinamente";

Desenvolver manifestações de caráter xenofóbico e racista; (COSTA, 2012, p. 95)

Mas, para essa mudança radical do paradigma, na qual se estabeleceu uma visão negativa sobre o imigrante, houve a necessidade da construção de uma narrativa que reforçasse tal imagem sobre esse grupo. Isso se desenvolveu por meio da divulgação pelos grandes centros de mídia, com um discurso alarmista sobre a imigração e os imigrantes. Ao mesmo tempo em que não se destacam a necessidade da chegada dessas pessoas e os benefícios que eles podem e oferecem ao país.