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2 SOBRE O INSTRUTOR SIM %

4.5 Dificuldades encontradas na implantação de mudanças

No Quadro 4.15 a seguir, é apresentado o resultado das dificuldades encontradas para implementação de mudanças após realização dos cursos de capacitação e compartilhamento de conhecimentos.

Informações dessa natureza devem ajudar a SEBRAE a ajustar os seus cursos para incluir atividades julgadas pertinentes para evitar ou pelo menos amenizar as dificuldades encontradas.

QUADRO 4.15: Relação das dificuldades encontradas para implementação de mudanças oriundas dos conhecimentos recebidos conforme setor da empresa participante.

Dificuldades encontradas para implantação dos conhecimentos recebidos no treinamento

Nº participantes % das empresas Ind Com Serv Total 8 15 30 53

Não houve visita de um consultor na empresa, para auxiliar nas mudanças 8 10 27 45 100 67 90 85

Não houve tempo suficiente 6 10 25 41 75 6,7 83 77

Precisava de mais tempo de treinamento 4 4 10 18 50 27 33 34

Faltaram recursos necessários 3 9 16 28 38 60 53 53

Não consegui motivar os funcionários para as mudanças requeridas 2 2 3 7 25 13 10 13

Não pôde estar presente no processo das mudanças 2 1 4 7 25 6,7 13 13

Não soube como orientar as chefias para as mudanças requeridas 2 1 4 7 25 6,7 13 13

Resistência às mudanças por parte dos funcionários 1 1 2 4 13 6,7 6,7 7,5

Não compreendeu como fazer, por não conseguir entender o treinamento/curso 0 2 4 6 0 13 13 11

Não participou diretamente do treinamento. Representante participou 0 1 1 2 0 6,7 3,3 3,8

Não autorizou o representante a implantar as mudanças necessárias 0 1 6 7 0 6,7 20 13

Podemos observar então no Quadro 4.15, que 77 % dos empresários alegaram falta de tempo para implantação das mudanças necessárias, sendo os maiores percentuais registrados no setor da Indústria e de Serviços.

Falta de recursos necessários, foi a explicação dos maiores percentuais registrados nos setores de Comércio e de Serviços, com 60 e 53% das empresas respectivamente.

O maior percentual registrado foi de 85% das empresas que alegaram a falta de um consultor SEBRAE, para auxiliá-los nas mudanças necessárias na empresa, o que na prática contrasta com quase 100% de aproveitamento registrado nos cursos, sendo 100% das ocorrências dessa resposta nas indústrias e 90% nas empresas de serviços.

O SEBRAE deve atentar para esse item em particular, mesmo que nas capacitações teóricas no CEE- Centro de Ensino Empresarial, não conste essa obrigatoriedade ou compromisso.

Observa-se também, que a maioria dos empresários de nível superior aprendeu na teoria, as boas práticas de gestão, mas que sozinhos não conseguem fazer na prática o que aprenderam tão bem na teoria

Quanto ao pouco tempo de treinamento, que foi alegado por 50% do setor de Indústrias participantes e 33% das empresas do setor de Serviços, fica difícil sem uma análise mais aprofundada das consequências dessa alegação, uma vez que a maior parte dos empresários alegam falta de tempo, para participar dos cursos e palestras no SEBRAE, exatamente pela longa duração dos cursos que chegam até 6(seis) dias das semana.

O SEBRAE ao contrário tenta reduzir a carga horária dos cursos, para que mais empresários possam participar de todos.

O que poderia ser feito, seria a redução da carga horária no SEBRAE, com o complemento de horas na própria empresa, com enfoque na parte prática.

Em resumo, a falta de recursos, administração financeira deficiente ou inexistente, associada com a falta de tempo e a falta de um consultor na aplicação prática dos ensinamentos adquiridos podem explicar a falta de aplicação dos novos conhecimentos, o que reforça a razão de muitos problemas que as empresas enfrentam nos dois primeiros anos de existência, em que são muitas as dúvidas, incertezas e falta de conhecimento, que geram ansiedade e vacilo nas tomadas de decisões, em meio a muitos conflitos que na maioria das vezes são compartilhados com os colaboradores, multiplicando-se os mesmos sentimentos do empresário, o que gera desmotivação e insegurança no emprego e o futuro profissional de cada um no empreendimento.

Somando tudo isso e consequentemente falta de controle empresarial, poderá gerar prejuízos acumulativos e que venham a comprometer o patrimônio da empresa, tornando-a em muitos casos, insolvente, isto é, o patrimônio da empresa não cobre o passivo. SEBRAE(2012).

5. CONCLUSÕES

As expectativas e resultados práticos alcançados pelas empresas que participaram das práticas organizacionais - cursos e consultorias relacionadas à Planejamento Empresarial - compartilhados pelos consultores SEBRAE mostrou que os departamentos Comercial/Marketing e Finanças lideram na aplicação dos novos conhecimentos, seguido logo depois por Recursos Humanos.

Quanto às mudanças e resultados alcançados, ocorridos na aplicação dos novos conhecimentos, está registrado primeiramente nos departamentos de Finanças e Recursos Humanos, com percentuais de 66% de aplicação em ambos os departamentos no setor de Serviços.

Os maiores índices de mudanças ocorridas em relação às aplicações estão no setor de Comércio, obtendo 100% de aplicação nos departamentos Comercial/Marketing, Administrativo, Finanças e Clientes/Mercado, também de uma forma mais homogênea. O setor Industrial registrou também 100% de mudanças em relação às aplicações, nos departamentos Administrativo e Clientes/Mercado.

Quanto aos obstáculos encontrados para a adequada implementação dos ensinamentos passados no Curso, 77 % alegaram falta de tempo para implantação das mudanças necessárias, tendo os maiores percentuais registrados no setor da Indústria e de Serviços.

A falta de recursos necessários, foi a explicação dos maiores percentuais registrados nos setores de Comércio com 60% e de Serviços com 53% das empresas.

O maior percentual composto de 85% das empresas alegou falta de um consultor SEBRAE, para auxiliá-los nas mudanças necessárias na empresa, o que na prática contrasta com quase 100% de aproveitamento registrado nos cursos, sendo 100% das ocorrências dessas respostas nas indústrias e 90% nas empresas de serviços.

Observou-se também, que a maioria dos empresários de nível superior, 60,4%- Quadro 4.5, tem mais facilidade de aprender na teoria, as boas práticas de gestão, mas que sozinhos não conseguem fazer na prática o que aprenderam tão bem na teoria, Quadro 4.7, com índices médios de quase 100% de aproveitamento, muito maior em relação ao que foi realmente aplicado, isto é, o que se aprendeu foi muito pouco aplicado na prática. Quadro 4.15.

A pesquisa mostrou também que os empresários de hoje, mesmo sendo bem preparados em termos educacionais, com 60,4% do total das empresas assistidas com curso superior completo ou incompleto, ainda procuram o SEBRAE para cursos em áreas específicas de gestão. Aparentemente, os cursos universitários estão deficientes em termos de práticas gerenciais, onde o SEBRAE encontrou uma lacuna a ser preenchida a fim de melhorar o desempenho das micro e pequenas empresas, e ainda proporcionar uma educação continuada em gestão empresarial, para todos os níveis de formação de empresários e estudantes em cursos superiores ou técnicos voltados para gestão empresarial

Em termos de experiência profissional anterior em empresa privada, o número de executivos das empresas participantes dos cursos do SEBRAE também chegam atualmente a quase 60%, significando que cada vez mais empresários novos procuram uma gama de conhecimentos maiores que no passado. Somente a partir do ano de 1960, passou a existir um órgão de apoio, inicialmente as pequenas e médias empresas, e mais tarde, em 1984, com o Estatuto da Microempresa, Lei nº 7.256 as Micro Empresas- ME e com a Lei 8.864 de 1994 as Empresas de Pequeno Porte-EPP.

O número de empresas pesquisadas foi de 53 (cinquenta e três), com 8 (oito) oriundas do setor de indústria, 15(quinze) do setor de comércio e 30(trinta) empresas do setor de serviços.

No segmento industrial pesquisado não foi registrado a presença de mulheres empresárias, o que pode ser explicado pelo domínio masculino na indústria da construção civil, naval, Offshore, metalomecânico e eletrônico, principalmente nas empresas MPES- Micro e Pequenas Empresas, que não sofrem tanto a ação dos sindicatos e associações de classe.

No setor da indústria de cerâmicas, de pequeno e médio porte, por exemplo, em diagnóstico estratégico realizado pelo autor para o SEBRAE, de 30 das 57 empresas cadastradas pelo SINDICER- Sindicato das Indústrias Cerâmicas-2013, não há mulheres no chão de fábrica, mas apenas no departamento administrativo-financeiro. No segmento de comércio também foi identificado a maior presença de homens com 60% de participação contra 40% de mulheres, o que pode significar que o setor de comércio para as mulheres empresárias ser mais restrito, pelo domínio ainda dos homens.

A maioria dos empreendedores tem mais de 2 (dois) anos de empreendedor/empresário, e o mesmo número tem menos de 2 (dois) anos de uso dos serviços do SEBRAE, o que significa que 81% dos empreendedores, não deve seu sucesso ao SEBRAE, uma vez que o mesmo percentual tem menos de dois anos de assistência SEBRAE. Mas não tem como saber fora dessa amostra o percentual de empresários que descontinuaram o negócio com menos de dois anos, com ou sem assistência do SEBRAE.

Ainda dessa amostra temos que 19% dos novos empreendedores recebem assistência do SEBRAE, desde o início dos negócios e tem menos de dois anos de empreendimento.

A seguir, é apresentado a conclusão dessa pesquisa conforme os objetivos específicos da mesma:

1. Quanto à aplicação e disseminação dos novos conhecimentos adquiridos, nas