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Quanto à aplicação e disseminação dos novos conhecimentos adquiridos, nas empresas que participaram do treinamento no SEBRAE, com ênfase em cada um

2 SOBRE O INSTRUTOR SIM %

1. Quanto à aplicação e disseminação dos novos conhecimentos adquiridos, nas empresas que participaram do treinamento no SEBRAE, com ênfase em cada um

dos departamentos da empresa.

A pesquisa ratificou que um número cada vez maior de empreendedores com nível superior busca cada vez mais orientação empresarial no SEBRAE para abrir seu negócio, significando também que um número maior de recém graduados buscam como opção de primeiro emprego o empreendedorismo.

Entre os 60,4% dos empresários que tem o nível superior, o setor de Serviços concentra 37,7% deles, principalmente com as empresas de consultoria, o que também explicaria o alto índice de aproveitamento e avaliação dos cursos em que participaram no SEBRAE.

Em termos percentuais, o setor industrial foi o que mais aplicou os novos conhecimentos de tudo o que foi compartilhado no CEE - Centro de Educação Empresarial, registrando 50% de aplicações nos departamentos de Recursos Humanos e 75% em Finanças.

Os departamentos de Produção/Fabricação e Administrativo foram os departamentos em que menos foram aplicados dos novos conhecimentos compartilhados no curso.

Quanto a não aplicação, os departamentos que menos aplicaram os novos conhecimentos foram os de produção, administrativo e clientes/mercado, com mais de 40%.

2-Quanto às mudanças ou incorporações ocorridas na empresa com as novas tecnologias e produtos, após participar do treinamento e consultoria no SEBRAE.

Como foi observado acima, os departamentos de Finanças e Recursos Humanos registram mais aplicações dos conhecimentos adquiridos significando e ratificando que os maiores esforços e dedicação estão direcionados a esses setores. Em contrapartida, os departamentos de Produção/Fabricação e Administrativo foram os departamentos em que menos foram aplicados novos conhecimentos. Isto pode significar, porém, que estes departamentos não são prioritários nas empresas pesquisadas.

Em relação ao conhecimento que foi aplicado por setor econômico, a pesquisa demonstrou que 75% de mudanças registradas foram realizadas no departamento Financeiro, no setor Industrial, seguido de 62% no departamento de Recursos Humanos. De fato, o setor Industrial registrou o maior percentual de mudanças ocorridas, especialmente no departamento financeiro, apesar de ser o menor setor na quantidade de empresas pesquisadas - 8 indústrias. No setor de Serviços, os dados demonstram que 50% de mudanças foram também realizadas nas áreas de Recursos Humanos e Finanças.

O setor de Serviços registra mais de 66% de empresários com nível superior, enquanto o setor industrial registra o menor percentual com 50%.

Os maiores índices de mudanças ocorridas, contudo, estão no setor Comercial, obtendo 100% de aplicação nos departamentos Comercial/Marketing, Administrativo, Finanças e Clientes/Mercado. Este setor teve o menor número de entrevistados com experiência profissional mais de 2 anos, mas o maior número de tempo de utilização do SEBRAE.

3-Resultado esperado versus o ocorrido, no final da pesquisa.

O maior número de expectativas de mudanças listadas, ocorreram nos departamentos Comercial/Marketing e no Financeiro. Isto podia ser esperado pela quantidade de empresas no setor de Serviços, onde naturalmente as maiores expectativas ocorreram nesse setor, com 30 empresas.

As maiores mudanças ocorridas em função das expectativas, porém, foram registradas nos departamentos Produção/Fabricação e em Finanças.

O setor de Indústria registrou as maiores mudanças nesses departamentos com 62% em ambos os departamentos, seguido do setor de serviços com 55% e 54% respectivamente. A média de mudanças ocorridas em relação às mudanças esperadas ficou em 41,8 %, o que representa também uma média de 1,98 mudanças ocorridas por empresa.

4-Descrever onde houve mudanças na gestão dos resultados mensais.

O setor de serviços, provavelmente por ser maior em quantidade de empresas, registrou as maiores mudanças registradas em termos de controles financeiros, com relação as inovações implementadas.

O setor da Indústria apresentou o maior percentual de implantação de Controle do Fluxo de Caixa com 62%, apesar de serem apenas 8 indústrias pesquisadas numa amostra de 53 empresas, seguido do Comércio com 53% das empresas.

Em termos do percentual das empresas com o Controle de Fluxo de Caixa sem equilíbrio, o setor de Serviços apresentou o maior percentual de 63% do setor, seguido pelo setor Comercial com 60%. O Controle de Fluxo de Caixa sem equilíbrio podem resultar em sérios problemas de caixa.

O percentual de empresas sem qualquer controle do fluxo de caixa, contudo, é muito próximo das 50% de empresas que entram em falência e/ou descontinuam suas atividades conforme dados do SEBRAE, 2012.

Sem uma DRE-Demonstrativo de Resultados do Exercício implantado, o setor de Indústria apresentou o maior percentual, com 50% das empresas, seguido do setor de Comércio com 47% das empresas. Os dados da pesquisa demonstram a fragilidade das micro e pequenas empresas nesta área. A falta de controle das finanças de uma empresa por si só responde por quase 50% das falências e descontinuidade de uma empresa até dois anos, mesmo assistida pelo SEBRAE, com cursos e treinamentos, uma vez que o compartilhamento e a absorção dos conhecimentos não garantem a aplicação na prática.

5-Dificuldades encontradas na implantação de mudanças.

Em termos de implantação das mudanças necessárias, 77 % dos entrevistados alegaram falta de tempo, sendo os maiores percentuais registrados no setor da Indústria com 50% e de Serviços com 33%. No que se refere à falta de recursos necessários, essa foi a explicação dos maiores percentuais registrados nos setores de Comércio e de Serviços, com 60 e 53% das empresas pesquisadas respectivamente. Por outro lado, 85% das empresas alegaram falta de um consultor SEBRAE para auxiliá-los nas mudanças necessárias na empresa, o que foi o maior percentual registrado para dificuldades encontradas nas empresas. Isso, na prática, contrasta com quase 100% de aproveitamento registrado nos cursos, sendo 100% das ocorrências dessa resposta nas indústrias e 90% nas empresas de serviços.

Aparentemente, os dados também sugerem que, embora a maioria de nível superior possa ter aprendido as boas práticas de gestão na teoria, não conseguem fazer na prática, sozinhos, o que aprenderam tão bem na teoria

Em resumo, em termos da influência dos cursos no CEE - Centro de Educação Empresarial do SEBRAE, onde o compartilhamento do conhecimento é exteriorizado, os dados da pesquisa mostraram o sucesso da metodologia quanto à capacitação teórica, não deixando dúvidas da qualidade do treinamento, sua infraestrutura e o conhecimento teórico dos instrutores, mas também demonstram a necessidade de complementar esses conhecimentos com acompanhamento in loco a fim de beneficiar melhor as empresas participantes.

Em termos de áreas de maior importância para os executivos, a pesquisa demonstrou que os departamentos de Finanças e Recursos Humanos foram as áreas em que mudanças foram mais aplicadas inicialmente após os conhecimentos adquiridos. Tal resultado significa e ratifica a importância que essas áreas têm para o sucesso das micro e pequenas empresas no mercado e que esses setores merecem ter cursos específicos mais demorados.

Finalmente, a falta de recursos, a existência de uma administração financeira deficiente, a falta de tempo inicial e a falta de um consultor para acompanhar a aplicação prática dos ensinamentos adquiridos podem ser fatores que melhor explicam a falta de aplicação dos novos conhecimentos. Esta informação reforça a razão de muitos problemas que as empresas enfrentam nos dois primeiros anos de existência.

Mais uma vez, as pesquisas parecem mostrar também que a experiência profissional, sem aprofundamento de conhecimentos em gestão empresarial, não é suficiente para o sucesso das micro e pequenas empresas dos diversos setores econômicos estudados, como era no passado, em que muitos empresários do nada e sem nenhuma formação, conquistaram o sucesso e a fortuna.

Hoje seria mais difícil essa história de sucesso se repetir, exatamente por estarmos vivendo a era da informação e do conhecimento, em que a informação é primordial para a sobrevivência de qualquer empresa.