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Dificuldades que percebi pela minha vivência no grupo:

No documento RELATORIO são para entrega final formatado (páginas 189-192)

Elementos de Comparação entre os dois grupos: Grupo de Suporte Familiar e Grupo Psicoeducativo para Familiares de Pessoa com DMG

4. Dificuldades que percebi pela minha vivência no grupo:

a. Sobrecarga objetiva e subjetiva

Grupo de Suporte Familiar Grupo Psicoeducativo para Familiares de pessoa com DMG

Cansaço e exaustão e dificuldade em ouvir o grupo: “não me façam essa conversa…é que eu fico cansada…desculpem lá…porque são muitos anos…eu já andei na alcoologia, nos familiares do ALANON, eu já andei noutros grupos…por isso, os procedimentos eu sei…o que se deve fazer…e estou muito melhor…acho eu…”.

Sofrimento pela necessidade de internamento do filho: no seu caso foram necessários dois internamentos manifestando o quanto sofreu por o ver nessa situação: “e só eu é que sei ver darem a injeção ao meu filho e ele ficar a dormir…”.

Desacreditada pelo filho não apresentar melhorias: A mãe do H mantem-se desacreditada sentindo que o filho não apresenta qualquer melhoria.

Viver em constante tensão: “que menino bonito…hoje lavas-te o teu pratinho…hoje arrumas-te a cozinha…isso não quer dizer que uma vez ou outra não falhe…uma vez ou outra…porque também é um viver constante…de tensão”

Cansaço: “o que eu acho…da minha parte…eu estou extremamente cansada do complexo todo…da situação toda… e ele diz-me assim “eu não mudo…a mim ninguém me muda…e os médicos não têm razão…”; “eu inclusive paguei ao meu ex-marido para andar a tomar conta dele”

Dificuldade de comunicação com o filho pelo cansaço/ exaustão: eu digo assim: “H. tu podes fazer a vida que queres opá não me chateies…epá entras em casa…entras em casa para o teu quarto…no teu quarto conversas…, queres beber, bebes…tu achas que deves beber…bebes…agora não venhas e para casa chatear ninguém”.

Reconhecimento que enquanto família também adoecem: Demonstra que quando os familiares estão internados os cuidados centram-se neles, “mas nós também ficamos doentes, essa é que é a verdadeira verdade”, pelo facto de não ser fácil conviver com a pessoa doente com este tipo

Neste grupo denota-se a sobrecarga subjetiva quando um dos pais manifesta: “passou-se mais um dia…passou-se menos um dia para a morte”sic.

A sobrecarga objetiva: Uma das mães manifesta que embora o filho trabalhe é ela que paga todas as despesas em casa.

de características: “eles passam por fases diferentes e há que saber agir nos determinados momentos, da melhor maneira que soubermos”.

Sobrecarga objetiva: Reconhece, que enquanto familiares necessitam de muito apoio, uma vez que têm a necessidade de se manter a trabalhar, e com as obrigações pessoais e sociais e com a doença “as coisas tornam-se muito difíceis, mesmo”.

Alivio pelo internamento do filho: Procura racionalizar sobre a decisão do internamento, como a melhor decisão que poderia ter tido: “hoje sei como é que estou…e sei como é que o meu filho está…e acho que foi a melhor maneira…de sobreviver…eu e ele…e a irmã…todos”. Refere que está mais tranquila por ele estar mais estável e livre das drogas.

Depressão em consequência da doença do filho: teve uma depressão “porque depois…logicamente…estas coisas…não matam…mas moem…”, tendo estado em casa dois meses sem trabalhar: “não conseguia sair da cama…uma coisa que eu nunca pensei na minha vida…mas também me aconteceu…”.

Revolta/ cansaço pelos sintomas da doença: manifestar a revolta pelo facto das manifestações da doença serem negativas “é tudo para o torto…tudo para fazerem o contrario do que se diz…violências…”.

Dificuldade em se desprender do filho que era e que agora não é o mesmo: O pai reconhece que a sua postura esta relacionada com o facto do dinheiro que ele tinha desapareceu, gastou- o, referindo que na fase eufórica gastou o dinheiro em livros e tecnologia, viagens. Manifesta que nessa altura já vivia sozinho uma vez que a pessoa que vivia com ele já o tinha deixado: “a miúda já tinha ido embora…fugiu dele…ele não se conseguia aturar” O pai refere que associado a isto despediu-se, mostrando angustia pelo facto de agora não ter direito a nenhum subsidio: “não tem nada, zero”.

Angustia por se ver sem soluções para o seu filho: “ele não vai aceitar a doença e é o fim”.

b. Sobreenvolvimento emocional

Grupo de Suporte Familiar Grupo Psicoeducativo para Familiares de pessoa com DMG

Culpa por ter permitido o internamento do filho: “depois aconteceu aquilo ao O., e eu sem saber se…no fundo o internamento…eu fi-lo passar pelo internamento…alias foi ele que o

Manifestam a necessidade de controlo sobre o filho doente e quando o filho tem mais autonomia,

originou…porque foi ele…ele é que quis vi…não se sentia bem…mas…o facto de eu ter permitido que ele ficasse internado e não ter dito…não…não fica internado”.

Envolvimento: “eles estão aqui…nós também…e às vezes as coisas tornam-se completamente insustentáveis…é muito violento para eles e para nós…porque eles não têm a consciência de muita coisa…não têm discernimento e nós estamos envolvidos de uma tal maneira…que quase não conseguimos respirar”.

demonstram angustia e preocupação por não conseguirem ter domínio sobre os possíveis comportamentos do filho.

c. Superproteção: superproteger porque tem a doença, que pode levar a substituir e ao controlo total sobre a pessoa doente.

Grupo de Suporte Familiar Grupo Psicoeducativo para Familiares de pessoa com DMG

A mãe de P. refere que ele está bem, mas que continua a não ter horas para dormir e se tem um dia de folga, dorme todo o dia e tem pouca vontade de comer. A mãe pediu ao filho para voltar (vive em Inglaterra com a irmã) porque acha que as coisas não estão a correr bem, mas ele recusou. A mãe refere que ele está muito magro por não comer.

Manifestam dificuldade em impor limites por receio da recaída.

Há também manifestações de por vezes se subjugarem ao comportamento dos filhos para não o contrariar uma vez que há uma associação com a recaída.

d. Criticismo (alta critica sobre comportamentos considerados desajustados do familiar doente)

Grupo de Suporte Familiar Grupo Psicoeducativo para Familiares de pessoa com DMG

A Mãe do RO questiona a mãe do H como bebe álcool e toma medicação, mostrando que são incompatíveis. E a mãe do H reconhece isso, no entanto diz que o filho não compreende isso e embora esteja a ser seguido no CRAS mantem-se a beber bebidas alcoólicas, manifestando que deveria ser obrigado, mostrando revolta por o filho não aderir ao tratamento.

Não existem manifestações por parte dos familiares de crítica agressiva por comportamentos desajustados da pessoa doente.

e. Hostilidade

Grupo de Suporte Familiar Grupo Psicoeducativo para Familiares de pessoa com DMG

Refere que o HE tem maior predisposição para fazer mal a si mesmo. A mãe do H interpela e refere “antes a ele próprio que aos outros”, mostrando exaustão e mesmo desinteresse pela segurança do filho.

Neste grupo não foram transmitidos pelos familiares situações de hostilidade para com a pessoa doente.

f. Necessidade de controlo do familiar doente

Grupo de Suporte Familiar Grupo Psicoeducativo para Familiares de pessoa com DMG

Mostra desespero, angustia e ansiedade por não conseguir controlo sobre o comportamento imprevisível do filho “e fazia 10 a 12 km a pé até ao mar ”sic “o que faco? prendo-o, agarro-o, telefono para quem? O que é que tenho que fazer?” “ele quando lá chegasse podia fazer o que quisesse” “e eu mandava outras pessoas para lá ir…para não me conhecer…mas era um inferno…ele chega lá às arribas e o que é que faz? nunca sei…ainda mais nesses casos”. Mostra-se frustrado por não conseguir que o filho não o obedeça: “não tem regras…não tem comportamentos adequados…”.

Existe por parte do familiar a necessidade de controlar a pessoa doente e denota-se que quando não existe um controlo apertado por parte dos familiares, pela maior autonomia da pessoa doente existe uma grande stresse associado ao facto de não controlarem os comportamentos do familiar: o pai de F mostra que o seu filho tem o seu emprego, a sua própria casa, e uma vida mais autónoma, mas que vive em constante preocupação com o medo de, pela distância não identificar sinais de recaída e com isto o filho abandonar o emprego e desorganizar a sua vida.

No documento RELATORIO são para entrega final formatado (páginas 189-192)