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Factores intra/inter/extra pessoais 6 1 Fatores intrapessoais

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Estudo de Caso

2.6. Factores intra/inter/extra pessoais 6 1 Fatores intrapessoais

2.6.2. Fatores interpessoais 7 2.6.3. Fatores extrapessoais 7

2.7. Identificação dos Stressores 8

3. PLANO DE CUIDADOS 9

CONCLUSÃO 13

INTRODUÇÃO

No âmbito da Unidade Estagio e como forma de acompanhar um doente durante o meu percurso no estágio da Unidade de Saúde Mental Comunitária, considerei necessária a realização de um estudo de caso.

O doente foi por mim selecionado de acordo com a patologia que apresenta e de acordo com a relação que estabeleci com este e com a sua família ao longo da minha permanência em estágio nesta unidade. A motivação para a escolha deste doente prendeu-se pelas necessidades associadas à sua doença, mas também e também pela disfuncionalidade das redes sociais que envolvem este doente principalmente a família.

No decorrer deste trabalho vou descrever a história de saúde de um doente com quem tive oportunidade de contactar durante este período e no qual tive por duas vezes contacto com o doente e com a família. Durante estes momentos tive oportunidade de realizar colheita de informações através da observação, da interação com doente e da família através da entrevista, da análise do processo.

Ao longo do tempo de contacto com o doente procurei perceber quais as dificuldades que apresentava e, em conjunto com a equipa intervir sobre as mesmas com intervenções adequadas e individualizadas às suas características. Para o conseguir realizei um plano de cuidados onde procurei individualizar as intervenções de modo a conseguir atingir os resultados esperados para a melhoria da sua condição de saúde, procurando que a minha intervenção conseguisse dar respostas às necessidades por si apresentadas ou pela sua família, assim como as percebidas pela equipa.

1. IDENTIFICAÇÃO DO DOENTE E DADOS PESSOAIS

Nome: F

Nome por que gosta de ser tratado: F Sexo: Masculino

Etnia: caucasiana Idade: 24 anos

Pessoa significativa/Pessoas a contactar: Tia Nacionalidade: Portuguesa

Religião: não identificada Habilitações: 9ºano

Profissões que já desempenhou: nenhuma Profissão actual: Desempregado

Agregado Familiar: Pai e F

2. HISTÓRIA DE SAÚDE

F é uma pessoa com DMG com diagnóstico de Esquizofrenia Hebefrénica, com consumos de álcool e canabinoides. Teve o primeiro internamento com 14 anos, tendo seguimento pela USMC à cerca de 6 anos. Na leitura do processo de F percebi que associado ao seu longo processo de doença, com múltiplos abandonos de medicação, recaídas, reinternamentos, abandonos de projetos, distúrbios públicos está também uma situação familiar complexa com o divorcio dos pais, permanente conflito e agressividade entre os mesmos, entre o próprio doente e o pai e ainda conflito com as pessoas mais próximas na família, que o leva a ser expulso frequentemente de casa e passar dias desaparecido pela rua.

2.1. Antecedentes Familiares e Pessoais de Saúde

Antecedentes Familiares

Antecedentes Psiquiátricos Familiares - tio com esquizofrenia, outro com toxicodependência.

Antecedentes Pessoais

O F. é fisicamente saudável, tal como os seus pais e irmãos. A gravidez e o parto decorreram sem complicações. Na infância fez adenoidectomia, sem outras doenças.

2.2. Situação de Saúde Atual

O F. para além do consumo de tabaco, canabinoides e álcool de forma esporádica é fisicamente saudável. Ao logo do seu acompanhamento na USMC, vários forma os diagnósticos efetuados, tendo como último diagnóstico psicose esquizofrénica tipo hebefrénico. De acordo com CID-10, a característica marcante neste tipo é o prejuízo do pensamento e o comprometimento afetivo. O pensamento mostra-se desorganizado com delírio pouco ou não estruturados com discurso fragmentado. Quanto ao afeto este encontra-se inapropriado e superficial com risos imotivados e comportamento infantil o bizarro. Normalmente o início da Esquizofrenia dá-se precocemente e a evolução é pior quando comparado ao tipo paranoide pela instalação precoce e grave instalação de sintomas negativos.

2.3. Caracterização Familiar

A família de F. que se apresenta é constituída por pai, mãe e dois irmãos, um tio e uma tia (esposa do irmão do pai de F). Trata-se de uma família que sofreu alterações na organização ao longo do tempo. Neste momento F vive com o pai, que trabalha na manutenção de uma unidade hoteleira e tem casa própria. Tem com este um relacionamento disfuncional (pai expulsa-o frequentemente de casa) e segundo dados fornecidos pela tia, não aceita a doença do filho nem compreende a situação do filho, não aceitando que este tome medicação. Segundo a tia de F o pai de F tem consumos de drogas. Tem também parte do ordenado mensal penhorado. Recebe ajuda na alimentação para este e para F através de uma instituição.

A mãe de F, em entrevista manifesta que se divorciou do pai de F mantendo com este uma relação de conflito permanente. F viveu com esta por períodos em de acordo com a sua estabilidade económica, regressando várias vezes para casa do pai

pelo facto da mãe se encontrar desempregada ou por não ter uma habitação que permitisse viver com os filhos. Por não ter perspetiva de emprego em Portugal, decide voltar para o país de origem, mostrando interesse em levar o F com ela, no entanto justifica o facto de não o levar pelo processo que este tem em tribunal (não pode sair do país). Manifesta que o pai de F não o aceita e que o trata mal e que também este tem problemas de saúde mental (não especifica).

Os irmãos de F (irmão mais novo e irmã) já estão no país de origem da mãe com a família da mãe. Segundo a mãe a irmã de F teve alguns problemas de adaptação e tem também problemas associados a consumos de drogas.

O tio de F é irmão do pai de F mostra interesse em ajudar F no entanto, assim como a tia de F (esposa) demonstram muitas dificuldades económicas, referindo que tiveram uma empresa, mas que as coisas correram mal e as dividas fizeram com que hoje não tenham nada em seu nome com o risco de ser penhorado. Este casal tem dois filhos que não vivem em Portugal e é a filha destes que os ajuda no pagamento das despesas. Este casal apresenta-se como o suporte do pai de F e de F apresentando-se a tia de F como a pessoa que se torna o elo de ligação da equipa com a família, uma vez que consegue ter relação próxima com a mãe, o pai de F, e com F. Fala com a mãe de F por telefone, refere que o pai de F tem também problemas do foro mental, mas que consegue comunicar com este. Diz que pelas dificuldades económicas não consegue ajudar mais o F.

2.4. Avaliação do Estado Mental

Aparência/Apresentação geral: apresenta a idade real coincidente com a idade

aparente. Cabisbaixo. Aspecto frágil.

Atividade motora: lentificado

Comportamento/Atitude: contacto sintónico, mimica facial pouco expressiva,

contacto ocular desviante.

Atenção: captável e fixável.

Orientação: apresenta-se orientado no espaço, na vertente autopsiquica e

Memória: Sem alterações aparentes.

Discurso/Linguagem: apresenta um discurso pobre mas sem alterações do débito

ou da prosódia, sem alterações sintáticas ou semânticas. Apresenta uma linguagem verbal e não-verbal congruente com o seu discurso.

Pensamento: marcada pobreza do conteúdo do pensamento e apragmatismo. Sensorioperceção: aparentemente não apresenta alterações na sensorioperceção. Inteligência: aparentemente sem alterações.

Humor/Afetividade: apresenta embotamento afetivo quase como alexitimia.

Insight e Juízo crítico: Sem crítica relativamente à doença, aceita o tratamento, mas

sem crítica para o mesmo.

2.5 Medicação

A medicação atual de F é clozapina 300mg ao deitar e zuclopentixol decanoato 100mg de 4/4 semanas (injetável: intramuscular). Da medicação que tem prescrita, antipsicóticos, mantém má adesão à medicação oral (clozapina), manifestando que a maioria das vezes não toma, no entanto mantém-se a ir à USMC para que lhe seja administrada a medicação depôt.

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