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ETAPA OBJECTIVO DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE RECURSOS TEMPO PREVISTO

No documento RELATORIO são para entrega final formatado (páginas 99-105)

Anexo I: Testemunho de Doente Bipolar

ETAPA OBJECTIVO DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE RECURSOS TEMPO PREVISTO

Informativa - Fornecer informação sobre a toma de

medicação

- Apresentação em power poit - Ajude a Ajudar-se: cumpra a medicação;

- Computador 15 min.

Aquecimento Inespecífico

- Aumentar o envolvimento dos participantes

- Promover a coesão grupal - Homogeneizar o aquecimento do grupo

- Permitir o relaxamento

-Ter consciência do próprio corpo - Identificar o espaço do “aqui e agora” - Separar a realidade exterior da realidade do “aqui e agora”

- Em roda cada um dá um passo em frente diz o nome e faz um gesto e os outros repetem o nome e o gesto. - Colocar musica

- Pedir as pessoas para circular pelo espaço, dá-se a indicação para procurarem sentir o espaço, os pés assentes no chão, como estão as pernas, os braços, as costas, as mãos…pedir à pessoas para sentirem o seu corpo…cumprimentar-se…

- Musica 1 (4 min)

Aquecimento Específico

- Estimular a espontaneidade das pessoas do grupo.

- Perceber qual o nível de stresse/ ansiedade compreendidos por cada pessoa no grupo e quais os motivos. - Identificar qual a importância que a pessoa dá ao problema identificado e qual o impacto desse problema. - Estimular a pessoa a partilhar sentimentos/ emoções com o grupo. - Reconhecer que o problema é comum às outras pessoas do grupo.

Sociometria:

- Colocamos uma linha imaginária que é uma escala de 0-10, onde cada um dos participantes vão ocupar um lugar entre os dois extremos:

- Pergunta: Como se sentem relativamente a necessidade de tomar medicação?

O 0 corresponde muito mal O 10 corresponde a muito bem

- Pergunta: em poucas palavras: “porque se coloca nesta posição?”

5 min.

- Identificar as vantagens e desvantagens da medicação.

- ter a percepção do peso das vantagens e das desvantagens da medicação na balança;

- Exposição das vantagens e

desvantagens identificados de forma a poderem ser visualizados por todos.

- Colocar a balança no centro e ao lado um cesto com sacos de areia onde os doentes vão escrever numa etiqueta que colam nos sacos as vantagens e desvantagens da medicação nas suas vidas: podem numa parte do saco escrever a vantagem/ desvantagem. - Colocam os sacos na balança, de um lado as

desvantagens do outros as vantagens.

- Retiram-se as etiquetas dos sacos e colam-se numa cartolina branca separada com vantagens e

desvantagens da medicação; - Balança com dois pratos - Sacos de areia - Canetas - Cartolina branca - Musica 2 (8 min) 10 min.

Partilha/ Comentários “Partilha pela palavra”

- Partilhar de sentimentos relacionados com a resolução da atividade;

- Elaborar novas estratégias de lidar com os problemas encontrados.

- Avaliar o peso das vantagens e das desvantagens;

- Como podem ser contornadas as desvantagens 10 min.

Fim da sessão

- Permitir que o grupo perceba do fim do momento

-permitir a separação entre a realidade do grupo do “aqui e agora” e a

realidade fora da sala

- Colocar as pessoas em círculo; Questionar o grupo:

“Numa palavra o que sentem?”

Fazer uma síntese com os sentimentos/ emoções manifestadas.

- Agradecer a todos pela partilha e participação.

5 min.

Cheguei ao serviço com todo o material preparado para a sessão a realizar, faltava apenas o datashow (providenciado no dia anterior). Cheguei com 1h de antecedência de forma a preparar a sessão e a disposição da sala onde iria realizar a sessão. Começaram a aparecer sugestões, nomeadamente a utilização do ginásio do piso do internamento. Visualizando o ginásio, pareceu- me que podia ser utilizado uma vez que é um espaço amplo onde se poderiam com facilidade criar os três espaços que pretendia: espaço para a formação, espaço livre e espaço com mesa e cadeiras.Começaram a falar na possibilidade de entrarem mais utentes (do internamento). Expliquei que os utentes selecionados (5-7) eram utentes que eu já conhecia, que já tiveram um trabalho prévio anterior de forma individual sobre a temática, tendo sido este o meu critério de seleção para a sessão. As colegas falaram então na possibilidade de estarem presentes mais duas pessoas do internamento que tinham alta para breve e perante a insistência acabei por ceder à presença na sessão, explicando que a sessão, de acordo com o que estava planeado seria para 5 a sete pessoas, não mais, uma vez que, para que o tempo de sessão conseguisse ser cumprido e para que todas as pessoas envolvidas pudessem participar não poderiam ser mais pessoas.Dirigi-me ao ginásio e preparei a sala.

Começava a ficar preocupada uma vez que o datashow ainda não tinha chegado e a hora da sessão aproximava-se. Preparei tudo e mais ou menos 10 min antes da sessão chegou o datashow. Fui buscar o datashow e quando cheguei ao ginásio estavam presentes, sentadas nas cadeiras mais 7 pessoas do internamento. Fiquei desesperada, com a sensação que a sessão, não poderia correr como tinha planeado, eram demasiadas pessoas presentes para uma sessão com 50 min. Ao mesmo tempo não poderia mandar as pessoas embora, uma vez que a sua presença já tinha sido aceite pela enfermeira. Fiquei realmente preocupada, comecei a sentir um calor, as mãos frias e suadas… uma ansiedade e logo me surgiu mentalmente a questão: como vou restruturar uma sessão que tinha planeado com tanto cuidado para que nada pudesse fugir do meu controlo…agora tudo estava a sair do meu controlo…estava desesperada… Depois surge mais um problema, eu não conhecia o datashow… e a trapalhada instalou-se. Tinha as pessoas sentadas à minha frente e chegou a

os próprios utentes…e com isto…o tempo a passar e eu a desesperar… procurando mostrar uma calma… e por dentro a sentir-me explodir… passaram 30 minutos… até colocar o datashow a funcionar…pensei…começamos as 11h30….acabamos as 12h30 (hora dos utentes internados poderem almoçar…), até dá…mas depois outra questão se colocou: eu não conheço os utentes internados, na sua maioria o que faz com que desconheça o tipo de comportamento que iram adotar (uma vez que há doentes mais controlados que outros relativamente à sintomatologia da doença) …ficava cada vez mais ansiosa. Pensei: tenho que me acalmar isto já esta a correr mal desde o início…não posso deixar que corra pior…chegaram os utentes da consulta, apenas o R chegou mais tarde. Pensei que, tendo em conta as circunstancias, poderia ser interessante a partilha de experiencias…e mentalmente restruturei a sessão: iniciávamos com a apresentação que tínhamos preparado e depois passaríamos de imediato para a mesa que tinha a balança e os sacos de areia. Pedia-lhes para que cada um escrevesse na etiqueta uma vantagem e uma desvantagem, depois olhando para o que tinham escrito selecionassem a que mais importância tem para cada um e depois de selecionado a colassem no saco e no lado da balança correspondente. Depois colaríamos as vantagens e as desvantagens numa cartolina separada… e refletíamos um pouco sobre as vantagens e desvantagens escolhidas pelos doentes…podia ser esta a solução…mas eu nem sabia como esta parte poderia correr. Tentei acalmar- me…não havia outra solução…respirei fundo…tentando mostrar calma e acalmar-me interiormente…e dei início à sessão. Depois de todos sentados apresentei-me e apresentei o tema da sessão e comecei a apresentação. Depois da apresentação, dei espaço para questões e algumas questões foram levantadas nomeadamente relativamente à medicação, aos efeitos adversos e ao estigma da doença mental. Apercebi-me que as pessoas seguidas na consulta estavam retraídas. Duas pessoas do internamento destabilizaram um pouco a sessão, apercebi-me que não estavam calmas o suficiente e capazes de assimilar a informação. Procurei dar resposta às suas dúvidas, assumindo que não conhecia algumas pessoas que eles nomearam e tentando controlar o ambiente que eles procuraram destabilizar (não me senti mal por não saber de quem eles falavam, mostrei-lhes com a minha postura que não sei tudo…não

postura…uma vez que é uma postura na minha vida…e como profissional. Houve momentos de interação muito ricos, nomeadamente quando uma doente do internamento procurou que as pessoas seguidas na consulta lhe dessem a conhecer a sua experiencia, as suas dificuldades. E algumas pessoas da consulta falaram do momento do internamento e do que sentiam e depois de como foi regressar ao seu meio e sobre a importância da medicação, relembrando como estavam antes da medicação e depois de algum tempo a tomar a medicação e a importância desta na estabilização dos sintomas que apresentavam. Foi também feita a analogia entre a doença mental e a doença física cronica (como a diebetes e a doença cardíaca). Falou-se também sobre a imagem do doente mental: o dizer que “estive internado no H. Júlio de Matos” e o estigma associado. Como as pessoas os olham por serem doentes mentais. Foi explicado um pouco da história de como era visto o doente mental no passado e como o peso da história vem até ao presente. No entanto foi também explicado que, se o doente se conseguir inseri na sociedade e tiver uma vida produtiva, o estigma associado acaba por esbater-se, primeiro na cabeça de cada doente e depois em todo o meio envolvente em que está inserido uma vez que vai deixar de ser visto como “aquele maluco internado na Psiquiatria do H Júlio de Matos” para ser visto, como no caso do testemunho apresentado como o pintor, escritor….compositor….Considero que foi um dos aspetos mais positivos da sessão: a interação entre os utentes sobre as suas experiencias e sobre o seu sentir face à doença mental e à necessidade de tomar medicação.

Depois passam para outro espaço onde estava uma mesa com uma balança, sacos de areia etiquetas e canetas.

Explicado o significado da balança, como sendo muitas vezes utilizada na vida de forma imaginaria e a importância da sua utilização: uma decisão deve ser tomada numa balança onde procuram ser “pesados” os prós e contras da decisão. Expliquei que era o que se passava com a decisão sobre a necessidade de tomar a medicação em que cada um “pesa” as vantagens e as “desvantagens” e decide. Pedi depois para que numa etiqueta manifestassem o que para cada um seria “a vantagem” e “a desvantagem”. Depois de escrito olhassem para cada uma e selecionasse a que queria que fosse colada no saco. Todos escolheram

vantagens.

As desvantagens, que também existem, foram coladas numa cartolina. Foram lidas por mim (não haveria tempo para mais) as desvantagens e as vantagens, coladas numa cartolina:

VANTAGENS DA TOMA DA

No documento RELATORIO são para entrega final formatado (páginas 99-105)