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Assumiu-se, nesta AAE, a hipótese central de que haveria um deslocamento espacial da população para a proximidade das regiões que receberiam os principais investimentos: a implantação do COMPERJ e a abertura do Arco Metropolitano, que não seriam capazes de alterar substancialmente o crescimento vegetativo da população do conjunto dos municípios da área estratégica, mantendo os valores totais equivalentes ao projetado para o Cenário de Referência. De forma que a população se manterá em 13.083.133 habitantes em 2020.

Embora as iniciativas consideradas insiram-se nos lineamentos gerais do crescimento do aglomerado metropolitano, levam a uma reconfiguração espacial dos vetores de expansão, que originalmente são no sentido sul-norte e que são inflexionados de oeste para leste pelas dimensões dos investimentos previstos. Essa inflexão tem como ponto de apoio central os municípios de Duque de Caxias e Belfort Roxo e suas extremidades em São Gonçalo e Itaguaí, com efeitos diretos em Itaboraí, Niterói, Maricá. Essa previsão levará a uma ocupação urbana da ordem de 20% da área estratégica, embora alguns municípios, como São João do Meriti, chegue a praticamente 100% do seu território, Belford Roxo a 90%, São Gonçalo a 57% e Mesquita, Nilópolis e Niterói em torno de 50%.

A inexistência de uma entidade dedicada à gestão metropolitano prejudica o trato dos assuntos de interesse supra-municipal ou regional, como abordado nesta AAE. Na sua ausência o estabelecimento de acordos regionais sobre prioridades nesse âmbito e formas de tratá-las ficará

sempre prejudicado, pois os instrumentos que tratam do ordenamento do território e, portanto, do uso dos recursos ambientais nele disponíveis, não podem ficar restritos aos Planos Diretores e às Leis de Zoneamento municipais.

Assim, por exemplo, a implantação da petroquímica de 3ª geração pode ser um vetor de transformação da área estratégica desde que potencialize o emprego e a renda regional, o que só será possível pela ação coordenada dos governos federais, estaduais e municipais visando a evitar possíveis conflitos pela atração de investimentos e promover a otimização da base territorial instalada evitando a duplicação de equipamentos de infra-estrutura e logísticos, tais como distritos industriais e centros de armazenagem.

A institucionalização de uma entidade metropolitana não implica na negação da importância dos consórcios intermunicipais ou outras formas de cooperação mais específicas – sejam de caráter temático ou regional – estabelecidas entre os municípios. Os empreendimentos previstos nesta AAE possuem elevado potencial multiplicador capaz de dinamizar a economia de regiões que apresentam atualmente baixo desenvolvimento econômico, em especial os municípios pertencentes ao CONLESTE e aqueles localizados no entorno do COMPERJ.

De forma geral, a elaboração dos atuais Planos Diretores municipais coincidiu com o período em que ainda não se tinha uma avaliação precisa dos novos vetores de transformação da dinâmica territorial e econômica, em razão do Programa de Investimentos objeto de análise desta AAE, de forma que as oportunidades geradas fossem efetivamente apropriadas, resultando no atendimento das novas demandas sociais.

Por sua vez, a Secretaria do Ambiente está concluindo o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), do qual deverão resultar diretrizes e propostas atualizadas no tocante à temática da gestão territorial e dos recursos ambientais. Esse esforço pioneiro deve ser objeto de um amplo processo de divulgação e debate visando à validação, disseminação e incorporação pelos municípios.

Nesse sentido, também, a regularização da situação fundiária e o ordenamento urbanístico dos loteamentos são medidas decisivas para a gestão sustentável do desenvolvimento nos municípios envolvidos. Ainda, as municipalidades devem ser dotadas de condições efetivas para a gestão pública em termos de capacitação em gestão da informação, facilitando o controle dos sistemas de arrecadação de tributos nas áreas urbanas e rurais.

Os valores estimados de PIB, do ICMS e de empregos adicionados devido ao COMPERJ são apenas estimativas para ilustrar a influência do COMPERJ na dinâmica econômica, com base nos estudos realizados ― FGV, EIA dos empreendimentos e da própria AAE.

Em 2020, sem a existência do COMPERJ, a arrecadação de ICMS totalizaria cerca de 3,8 bilhões de reais nos municípios da área estratégica. O montante de impostos indiretos arrecadados devido ao COMPERJ estaria entre R$ 821 milhões e R$ 900 milhões, respectivamente, nas duas opções consideradas, representando 21% e 23% do ICMS do Cenário de Referência. Dessa forma, vê-se que em relação às finanças públicas da área estratégica, em especial nos pequenos municípios, o volume total de impostos indiretos arrecadados devido ao COMPERJ deve ser bastante significativo.

Mesmo para um cenário mais otimista, como o previsto pela FGV, para a área estratégica como um todo o acréscimo do PIB é tímido, chegando a 2,32%, em 2015 e 1,90%, em 2020 (um acréscimo de

cerca de 7,4 bilhões de reais). Este fato ocorre devido ao grande peso exercido pelo PIB de alguns municípios, como Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias. Entretanto, é importante reforçar que para os pequenos municípios diretamente afetados pelo COMPERJ, o crescimento é muito significativo, chegando a quase 127% em Tanguá e a 30% em Itaboraí, comparativamente a 2005.

Os empregos adicionados devido ao COMPERJ, segundo estudo da FGV em sua evolução mais conservadora, para aqueles municípios envolvidos (não inclui toda a região estratégica desta AAE), associada à alternativa que considera a migração interna, prevê 95.270 empregos em 2020.

Os municípios que mais se destacam quando se compara o número de empregos gerados com a sua PEA são os municípios: Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Rio Bonito; e Queimados. Na média dos municípios considerados, a relação entre os empregos gerados e a PEA foi 1,7% em 2020. Mais uma vez a média foi puxada para baixo devido aos municípios maiores ― Rio de Janeiro e Niterói.

Não foram incluídos os empregos gerados pelos investimentos previstos no PAC e que estão fortemente concentrados nos municípios de Itaboraí, São Gonçalo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro, com os municípios de Magé, Nova Iguaçu, Itaguaí e Guapimirim em segundo plano.